10 de junho de 2025

A necessária solidão e o salutar silêncio

Sem a prática do silêncio, o nosso falar adoece

São Josemaria Escrivá dizia que "o  silêncio é como o porteiro da vida interior" (Caminho, 281). Em sentido contrário, é verdade a máxima "muito barulho, pouca interioridade", que, certa vez, escutei de Vera Lúcia Reis, formadora geral da Comunidade Canção Nova. De fato, em  meio a um mundo cada vez mais barulhento e uma vida continuamente sufocada pelos deveres e urgências, o não cultivo da arte e virtude do silêncio pode ter como consequências a gradual fragmentação do ser e deterioração da vida espiritual. Dessa forma, parafraseando quando o Papa Francisco disse que "sem a prática do silêncio o nosso falar adoece" (audiência geral 15/12/21), poderíamos afirmar que sem o silêncio nossa alma adoece. Ou seja, a falta de silêncio não leva apenas a uma superficialidade da vida de oração, mas atenta contra nossa interioridade mais profunda, fazendo-nos perder a capacidade de sentir a doce paz que a consciência de nossa filiação divina porta.  

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Encontrar a verdadeira estatura no silêncio

Ante esse quadro, emerge a importância de falar de uma necessária solidão e um salutar silêncio, que podem qualificar nossa experiência de Deus e o conhecimento e domínio de nós próprios. Em seu  livro "Catecismo da vida espiritual",  o cardeal Robert Sarah diz que "é na abnegação e no silêncio que o homem encontra sua verdadeira estatura, torna-se atento a Deus e compreende que precisa Dele". Encontrar a verdadeira estatura no silêncio… Talvez essa frase explique o porque depois que Jesus, no Batismo do Jordão, escutou a voz que dizia: "Tu és o meu Filho amado" (Lc 3,22) foi impelido para o deserto (Lc 4,1). Antes de entregar-se à árdua missão, Jesus foi ao deserto buscando a solidão e o silêncio para favorecer o aprofundamento do mistério de seu próprio ser, revelado no batismo do Jordão. 

O deserto é um lugar de silêncio e solidão

Dessa forma, nas palavras do Cardeal Sarah, "ao ir para o deserto, Jesus decidiu excluir radicalmente todas as fontes de distração, agitação e barulho que são os inimigos de uma vida de oração e intimidade com Deus […] para entrar no silêncio de Deus". Entendemos ainda a riqueza e necessidade do estado de solidão e silêncio do deserto nas palavras de Ratzinger: "O deserto é um lugar de silêncio e solidão, onde nos distanciamos dos acontecimentos. É um lugar para fugir do barulho e da superficialidade. O deserto é o lugar do absoluto, o lugar da liberdade, onde o homem é confrontado com suas exigências mais importantes. Não é por acaso que o deserto é lugar do nascimento do monoteísmo. Nesse sentido, ele é o reino da graça. Esvaziado de suas preocupações, o homem ali encontra seu Criador. Grandes coisas começam no deserto, no silêncio e na pobreza" ( apud SARAH, p. 107) . 

O silêncio de Deus

Para além do deserto, o Papa Bento XVI mostrou a importância do silêncio na vida de Jesus em sua exortação apostólica Verbum Domini quando, referindo-se ao Gólgota, diz que, ali, "vemo-nos colocados diante da "Palavra da cruz" (cf. 1 Cor 1,18), (Onde) o Verbo emudece, torna-se silêncio de morte, porque se 'disse' até calar, nada retendo do que nos devia comunicar"(n. 12). Dessa forma, como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e o Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra encarnada. Suspenso no madeiro da cruz, o sofrimento que Lhe causou tal silêncio fê-Lo lamentar: ''Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?''. (Mc 15, 34) (Verbum Domini, n. 21).


Ainda no âmbito dos ensinamentos de Bento XVI, vemos que a experiência de silêncio de Jesus é sintomática da situação do homem que, depois de ter escutado e reconhecido a Palavra de Deus, deve confrontar-se também com o seu silêncio. É uma experiência vivida por muitos Santos e místicos, e que ainda hoje faz parte do caminho de muitos fiéis. O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio. Portanto, na dinâmica da revelação cristã, o silêncio aparece como uma expressão importante da Palavra de Deus (n.21) . 

No silêncio, entraremos Deus e n'Ele a nós mesmos

Finalmente, devemos reconhecer que nem sempre é fácil a experiência do silêncio, pois, por vezes, "o silêncio assusta-nos um pouco, porque nos pede para entrarmos em nós mesmos e encontrarmos a parte mais verdadeira de nós" (Papa Francisco, audiência geral 15/12/21). Porém, considerando que o silêncio é a condição essencial e indispensável que nos permite escutar Deus e em Deus nos descobrir", é preciso treinar os ouvidos e todos os sentidos para o silêncio das palavras, imagens e até mesmo dos agitados pensamentos que, por vezes, insistem em gritar dentro de nós, mesmo quando os barulhos externos se calam.  Enfim, vale ainda lembrar outro ensinamento de Bento XVI: "O silêncio é capaz de escavar um espaço interior no nosso íntimo, para ali fazer habitar Deus, para que a sua Palavra permaneça em nós, a fim de que o amor por Ele se arraigou na nossa mente e no nosso coração, e anime a nossa vida" (Audiência Geral,07/03/12). 

Enfim, busquemos o silêncio, pois a atitude do silêncio nos coloca num estado de presença de Deus, busquemos o silêncio e nele encontraremos Deus e n'Ele a nós mesmos!

Wilker Henrique Costa Fiuza
Membro da Comunidade Canção Nova desde 2008. Mestre em Teologia Sistemática (2023). Formado em Filosofia (2011). Professor na Faculdade Canção Nova (www.fcn.edu.br), casado e pai de dois filhos. 

Referências:

BENTO XVI. Audiência geral, 07 de Março de 2012. Disponível em:  https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2012/documents/hf_ben-xvi_aud_20120307.html 

FRANCISCO. Audiência geral, 15 de dezembro de 2021. Disponínvel em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2021/documents/papa-francesco_20211215_udienza-generale.html 

SARAH, Robert. Catecismo da vida espiritual. São Paulo SP: Fons Sapientiae, 2024. 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/a-necessaria-solidao-e-o-salutar-silencio/

9 de junho de 2025

Mãe e Companheira, a vocação original da mulher

O que somos e o que devemos ser? Qual a nossa missão? Mãe, esposa, empresária, estudante… quem eu devo ser? Em casa, no trabalho, qual o meu lugar?

Essas perguntas incomodam muitas mulheres, colocam-nas em crise. Estar em crise significa não saber em que se ater, em que se agarrar para conduzir a sua vida. São Tomás dizia que está na nossa alma a nossa essência, ela diz o que somos e aquilo que devemos ser.

Crédito:MStudioImages / GettyImages

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Se nos debruçando sobre a alma feminina, encontraremos duas respostas através da santa e doutora da Igreja Edith Stein, que dedicou boa parte da sua vida e dos seus estudos para investigar a essência e a missão da mulher.

A essência diz aquilo que somos, e a missão diz o que devemos ser

A resposta se desdobra em duas, e nela você encontra a sua essência e sua missão: a mulher é chamada a ser esposa e mãe. E assim nos explica Edith:

"Ser esposa significa ser apoio e segurança como companheira do marido, da família e da comunidade humana. Ser mãe tem o sentido de cuidar e desenvolver nos outros a verdadeira humanidade. Ambos: o companheirismo e a maternidade da alma não estão restritos aos limites da relação física de esposa e mãe, eles se estendem a todas as pessoas que entram em contato com a mulher."

Deus concedeu à mulher uma alma companheira e materna, é isso que ela afirma nessas linhas. Isso não diz respeito somente ao casamento, aos filhos de sangue, como ela afirma, isso diz sobre um coração companheiro e materno para com todos aqueles que cruzam o seu caminho e que se realiza plenamente num casamento, num celibato ou numa dedicação integral a uma causa fora de si mesma.

Conhecer e reconhecer quem somos é de fundamental importância para termos uma vida cheia de felicidade e realização. Quando entendemos essa realidade, descobrimos que aquilo que nos faz livres está dentro de nós e não fora. Mergulhar na essência, tocar no projeto de Deus para a alma feminina é um caminho, uma jornada que se abre diante de nós e que nos impulsiona, cada dia, a sermos melhores. É, sem dúvida, um caminho de cura e crescimento.

Por que trilhar esse caminho de companheirismo e maternidade nos cura e nos faz crescer?

Porque, em ambos, saímos do centro; e o outro – que pode ser o nosso esposo, nossos filhos, mas também os nossos pais, colegas de trabalho, amigos, enfim pode ser qualquer um daqueles que fazem parte da nossa vida – fica no centro, no alvo. Isso nos faz olhar para fora, não nos determos em nós mesmas, nessa sociedade egoísta que nos ensina a colocar todas as nossas necessidades acima das de qualquer pessoa. Primeiro eu e meus sonhos, meus projetos, meus anseios; as famosas frases "E eu? Quando terei tempo pra mim?", "Mas se eu pensar só nos outros, como cuidarei de mim?" , "Não posso me anular!", "Preciso pensar em mim também"… Sei que muitas dessas frases fazem parte da nossa vida enquanto mulheres, mas a nossa vocação original nos aponta para outro horizonte, aponta-nos para o outro, para amar, cuidar, zelar, formar e educar. Companheira do homem e mãe de todo vivente, quer dizer que a mulher precisa estar inclinada, voltada, dedicada ao outro.

Não tenha medo de viver sua vocação original, não tenha medo de amar. Nascemos para isso, e só seremos felizes assim. Acredite!

Meiriane – Missionária da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/mae-e-companheira-vocacao-original-da-mulher/

8 de junho de 2025

Se Maria já era cheia do Espírito Santo, o que aconteceu com ela em Pentecostes?

Uma jovem hebreia de Nazaré

Seu nome era Maria, uma jovem hebreia de Nazaré, de uma família simples, vinda da periferia da Galileia, um povoado agrícola e de artesãos. Pertencer a Nazaré, vilarejo desprezado, desconhecido e sem história, era ser gente comum, de vida simples, sem conhecimentos teológicos.

Como toda mulher judia, praticava a religião hebraica, era de oração, elevava as suas preces e professava a sua fé no Deus único. Frequentava a pequena  sinagoga, onde aprofundava-se no conhecimento das Sagradas Escrituras e nutria a sua esperança ao memorizar as orações dos Salmos e na escuta do livro do profeta Isaías. O seu povo vivia uma realidade humana de impossibilidades e barreiras. Quantas vezes não teria Maria ouvido, na sinagoga, do livro de Isaías, que uma virgem conceberia e daria à luz um filho, e que receberia o nome Emanuel? (Is, 7,14). Ela esperava a realização da promessa de Deus, que enviaria um Salvador para libertar o seu povo. 

Maria, predestinada aos planos de Deus

Porém, Maria, desde sempre, esteve predestinada aos planos de Deus, não só para colaborar na salvação do seu povo, mais de toda humanidade.

Pelo pecado original, o ser humano se tornou sujeito ao erro, mas em Maria se concretiza a promessa de Deus. Ela nasce sem mácula, com a graça original, a simples jovem de Nazaré é superior a toda criatura, inferior somente a Jesus Cristo, por isso é chamada de Imaculada Concepção.

O Espírito de Deus que pousou sobre a terra, que era sem forma e vazia, coberta pelas trevas, trouxe a vida e tudo se fez (Gn 1,2). Esse mesmo Espírito sempre esteve presente em Maria desde a sua concepção em vista da sua maternidade divina. Porém, Maria teve a liberdade de escolher, de dizer Sim ou Não a Deus.

Maria, cheia de graça

Na vida que segue, em seus afazeres domésticos, de repente lhe aparece uma criatura sobrenatural, que fala com ela. Que significado teriam essas palavras?: "Cheia de graça,… e encontraste graça diante de Deus! … Conceberás e darás à luz a um filho" (Lc 1, 28-38).

Ter a graça significa receber de alguém o favor, a bênção, a bondade. Cheia de graça é estar totalmente preenchida com a gratuidade de Deus, não havendo um espaço sequer de sua existência que não seja repleto da graça. 

A saudação evidencia a presença do Espírito de modo muito particular em Maria. Dizer cheia de graça é, portanto, dizer cheia do Espírito Santo. (CIC 2676)

E o conceber um filho, qual o significado? Sim, estava prometida em casamento e preparava-se para isso, mas como tudo aconteceria? Vem mais uma resposta intrigante: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do altíssimo te envolverá com sua sombra (Lc 1, 35).

Maria de Nazaré diz sim a Deus

Com pouco ou nenhum entendimento, Maria de Nazaré diz 'sim' a Deus. Então, o Espírito desce sobre Ela, e o verbo se faz carne e habita entre nós.

Não sabia ela que ao dizer 'sim' mudaria a direção  da sua vida e também de toda a criação, da humanidade inteira para sempre. Maria totalmente cheia da graça de Deus, essa graça transborda na pessoa de Jesus para toda a humanidade.

A simples jovem de Nazaré gerou em seu ventre o Salvador, o Emanuel. Cumpre-se n'Ela a promessa do profeta Isaías: " … uma virgem conceberá …"

O Espírito Santo e Maria são os iniciadores da obra da salvação de Cristo para o mundo. Inaugura-se um novo tempo para a humanidade.

Maria é a primeira a fazer a experiência de Pentecostes

Maria, cheia do Espírito Santo, é a primeira a fazer a experiência de Pentecostes. O Espírito de Deus, que atua em Maria, vai agindo e preparando os eleitos para a missão, como aconteceu com João Batista, o percurso da vinda de Jesus. Ela comunica, com sua simples presença e saudação, o Espírito Santo, e Izabel e o filho em seu ventre ficam cheios desse Espírito.

Uma missão que não exclui a dor, o desprezo nem a morte. Maria experimentou a espada ao transpassar a sua alma, ao ver seu Filho, morrer na cruz. Naquele momento de dor, porém de pé, recebe do Filho a missão da maternidade espiritual de toda a humanidade, quando Ele diz: "… mulher eis aí o teu filho". (Jo 19,26) 

Maria, mulher de Esperança

A sua vida em Nazaré foi escola de fé e esperança, tudo o que guardará  em seu coração, era a certeza do crer, o fim não culminaria da cruz, pois havia uma promessa da parte do Senhor: "Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!" (Lc 1,45). Uma esperança cultivada ao longo da vida, alicerçada na Palavra de Deus e guardada no coração fez dela que acreditou ser testemunha da ressurreição.  


Agora, como Mãe de cada ser humano, acompanha os discípulos que estavam vacilantes na fé. Diante de tais acontecimentos com a sua fé já provada permanece firme. Ela os firma na fé na ausência física de Jesus após Sua subida aos céus.

A presença de Maria em Pentecostes

Maria, junto com os discípulos no cenáculo, encorajava-os a perseverar na oração e numa fé expectante da promessa de Jesus: "Não vos afasteis de Jerusalém… dentro de poucos dias, sereis batizados com o Espírito Santo" (Atos 1,4).

A presença de Maria em Pentecostes serve como um testamento, pois o que a aconteceria com os apóstolos seria o mesmo que já havia acontecido com Maria.

No  Cenáculo, ela, que na encarnação foi a primeira a experimentar a graça do Espírito, indica que, em Pentecostes, essa graça é a herança de toda a Igreja. 

Como n'Ela o Espírito de Deus gerou o Salvador, por Ela se inaugura, em Pentecostes, a manifestação da Igreja. Por esse motivo, recebe o título de Mãe da Igreja.

Maria, Mãe da Igreja

Uma vez repleta do Espírito Santo, em Pentecostes, Maria permanece com a mesma graça que já havia recebido do Espírito, pois quem está cheio da graça nada mais tem a receber. Maria, porém, com a sua simples presença, é um vaso que comunica a mesma graça que recebera de Deus aos que estavam presentes no cenáculo, como a comunicou a Isabel e a João Batista.

É em Pentecostes que a Igreja é oficializada e os discípulos que estavam amedrontados se tornam corajosos e anunciam a Boa Nova de Jesus.

O que o Espírito realiza em Maria é o que realizou nos apóstolos em Pentecostes, e é o que realiza, ainda hoje, na vida dos cristãos. 

Referências:

  • Bíblia CNBB
  • Catecismo da Igreja Católica
  • Livro Maria Mãe da Humanidade 


 


Nilza Pires Corrêa Maia

Nilza Pires Corrêa Maia é Brasileira, nasceu no dia 09/03/1974, em Várzea Grande, MT. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 1999 no modo de compromisso do Núcleo.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/dogma/se-maria-ja-era-cheia-espirito-santo-o-que-aconteceu-com-ela-em-pentecostes/

7 de junho de 2025

A importância das Novas Comunidades na Igreja

Mas, afinal, você sabe qual é a importância dessas obras de evangelização? Confira, neste artigo do professor Felipe Aquino, qual é a função delas no Catolicismo. "O Papa João Paulo II pediu à Igreja uma 'Nova Evangelização', com 'novo ardor, novos métodos e nova expressão'. Certamente, o Sumo Pontífice sentiu no coração essa inspiração de Deus em face dos grandes desafios da Igreja no século XXI: um laicismo agressivo contra a Igreja Católica, a presença das seitas que retiram os filhos de Deus dessa instituição; a aprovação e propaganda de muitas práticas ofensivas a Deus, como o aborto, a eutanásia, a manipulação de embriões humanos e a prática homossexual.

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Creio que essa Nova Evangelização está acontecendo com as Novas Comunidades. Nota-se aí a 'nova expressão' de vida cristã pedida pelo Santo Padre. Aí está um 'novo ardor' no fogo do Espírito Santo; e 'novos métodos' de evangelizar, sobretudo, pelos meios de comunicação. A Igreja já não está mais andando de carroça no asfalto.

O Espírito Santo, que é alma da Igreja, sempre a socorre especialmente nos momentos mais difíceis de sua história. Nos tempos modernos, Ele suscitou  a partir do Concílio Vaticano II  uma 'Primavera na Igreja', como declarou João Paulo II. As flores e os frutos dessa Primavera podem ser vistos, sobretudo, nos Novos Movimentos e nas Novas Comunidades de Vida e de Aliança, envolvendo especialmente os jovens, que deixam tudo, os prazeres do mundo, a família, para servir a Deus unicamente.

As novas comunidades

Assim, é notório e inegável que uma das grandes obras que o Espírito Santo tem feito na Igreja, nos últimos quarenta anos, como um fruto, sobretudo da Renovação Carismática Católica [RCC], são as Novas Comunidades de leigos e consagrados, que se multiplicam a cada dia. Só no Brasil já são centenas dessas comunidades; algumas de vida; outras de aliança; e muitas com as duas opções.

Elas são como que 'um rosto novo da Igreja' que surge; fiel às suas origens. Sou testemunha de que elas resgatam a vivência do Cristianismo puro, observando toda a riqueza da nossa fé católica. A reza do Rosário foi resgatada, uma prática antes tão abandonada e para as Novas Comunidades é alimento espiritual diário indispensável. Da mesma forma, a Santíssima Virgem Maria é venerada com todas as honras a que tem direito como Mãe de Deus. E o povo voltou a rezar o Terço, a Ladainha Lauretana, o Ofício da Imaculada, a fazer peregrinações aos santuários marianos.

Nelas [Novas Comunidades], Nosso Senhor Jesus Cristo é amado, servido e adorado verdadeiramente como Senhor e Salvador. O que importa é que o Seu Reino seja implantado na terra pela evangelização; missão primeira dessas Comunidades. Os jovens são evangelizados com ardor e parresia, a castidade lhes é apresentada como uma fonte de vida; os casais são chamados a viver a fidelidade a Deus e ao cônjuge entre outros.

Confissão e Eucaristia

Os Sacramentos são vividos com toda a intensidade e plenitude; sobretudo, a Confissão e a Eucaristia são amadas e desejadas. A bênção do Santíssimo Sacramento, tão abandonada antes, agora é celebrada com alegria, fé e profundidade. A adoração do Santíssimo, como tem pedido Sua Santidade, já há muito é realizada nas Novas Comunidades, especialmente pela realização do "Cerco de Jericó", por meio do qual o Senhor Eucarístico é adorado por sete dias e sete noites ininterruptas.

Os carismas de serviço são os mais variados em cada uma delas: algumas se dedicam a recuperar jovens drogados e viciados no álcool; outras se dedicam aos mendigos e abandonados; outras se dedicam à evangelização pelos meios de comunicação, e muitas coisas mais. Nas Comunidades Novas, a hierarquia da Igreja é amada; a sua necessidade é entendida; e trabalha-se em comunhão com ela. E isso é fundamental, pois assim, evita-se o perigo de ser formar "igrejas paralelas" ou independentes da única Igreja que Cristo instituiu.

Assim como na unidade dos membros de uma Comunidade está a força desta, assim também na unidade das Novas Comunidades entre si estará a força da Igreja. Cada Comunidade tem que se sentir irmã das demais e responsável por cada uma delas. Não pode haver rivalidade e competição entre elas; ao contrário, é preciso haver amor e auxílio mútuo.


O carisma e o serviço próprio de cada uma devem estar sempre à disposição das outras para que todas se edifiquem e juntas construam o Reino do Senhor na terra. Não pode haver a menor concorrência entre uma Comunidade e outra, pois isso seria a negação da caridade e do serviço ao Reino.

Para se enfrentar o secularismo avassalador de nossos dias, as Comunidades são imprescindíveis, mas para isso precisam ser fortes; e essa força depende muito da comunhão entre elas. Os seus líderes e coordenadores precisam se conhecer de perto, partilhar seus problemas, ajudarem-se reciprocamente: tudo para a edificação do Reino de Deus.

Praticamente, não há hoje uma diocese no Brasil e no mundo que não se beneficie do bom trabalho dessas Comunidades de Vida e de Aliança, que a serviço da evangelização estão aí presentes. Com isso, multiplicam-se as rádios católicas, jornais, revistas, retiros, acampamentos, shows, aprofundamentos, trazendo o povo de Deus de volta para a Igreja. As Comunidades e os movimentos eclesiais estão ajudando a Igreja a devolver Deus para aqueles que estavam perdidos".

 



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/a-importancia-das-novas-comunidades-na-igreja/

6 de junho de 2025

Ser amigo do Espírito Santo

Aproximar-se do Espírito Santo e ser amigo d'Ele faz o homem conhecer Sua Palavra e Seu poder

"Crer no Espírito é, portanto, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, «adorado e glorificado com o Pai e o Filho». É por isso que tratamos do mistério divino do Espírito Santo na «teologia» trinitária. Portanto, aqui só trataremos do Espírito Santo no âmbito da «economia» divina" (Catecismo da Igreja Católica, n. 685).

Essa é a experiência de nossa fé, sendo uma Pessoa, nós podemos nos relacionar com Ele [Espírito Santo], ser amigos, próximos e íntimos d'Ele, porque não dizer. E é exatamente isso que essa Pessoa da Trindade deseja ardentemente de nós para poder nos revelar o amor do Pai e do Filho, e o conhecimento dos dois. Esse é o primeiro grande benefício de sermos amigos dessa Pessoa Divina e nos aproximarmos d'Ele.

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"O Espírito Santo, pela sua graça, é o primeiro no despertar da nossa fé e na vida nova que consiste em conhecer o Pai e Aquele que Ele enviou, Jesus Cristo" (CIC n. 684).

O Espírito Santo de Deus é o nosso mestre de vida de oração, Ele nos ensina a rezar como convém, isto é, a alcançar, na oração, a vontade de Deus, que alimenta e plenifica a nossa alma. "Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis" (Rom 8,26).

"Ninguém conhece o que há em Deus, senão o Espírito de Deus" (I Cor 2, 11). Ora, o Espírito, que O revela, faz-nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra viva; mas não Se diz a Si próprio. "Aquele que falou pelos profetas" faz-nos ouvir a Palavra do Pai. Mas a Ele, nós não O ouvimos. Não O conhecemos senão no movimento em que Ele nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-Lo na fé" (Catecismo da Igreja Católica, n. 687).

Amizade com o Espírito Santo

Aproximar-nos desta Pessoa Divina e sermos amigos d'Ele nos faz conhecer Sua Palavra e o Seu poder. Só pelo Espírito Santo podemos dizer: Jesus Cristo é o Senhor. E pelo mesmo Espírito, conhecer e experimentar o amor de Deus Pai.

O primeiro grande fruto da amizade com o Espírito Santo é a experiência do amor de Deus e a salvação em Jesus Cristo, proclamando Seu senhorio. "Ninguém será capaz de dizer: 'Jesus é Senhor', a não ser sob influência do Espírito Santo" (cf. I Cor 12, 3b).

Ele nos purifica dos nossos pecados. "Manda teu espírito, são criados, e assim renovas a face da terra" (Sl 104, 30). Ilumina e abre a nossa inteligência: "O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo" (cf. Jo 14,26). O Espírito Santo nos ensina a ser dóceis e a obedecer aos mandamentos do Senhor: "Porei em vós o meu espírito e farei com que andeis segundo minhas leis e cuideis de observar os meus preceitos" (cf. Ez 36, 27).

Este Amigo Divino confirmará a esperança da vida eterna, pois Ele é o penhor da herança dada por Cristo Jesus: "Nele acreditastes e recebestes a marca do Espírito Santo prometido, que é a garantia da nossa herança, até o resgate completo e definitivo, para louvor da sua glória" (Ef 1, 13-14). Ele revela aos nossos corações que de Deus nós somos filhos, devolve a dignidade e a convivência perdida pelo pecado original: "E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: 'Abbá, Pai!'"  (Gl 4, 6).


Ele é o nosso conselheiro nas dúvidas e nos mostra qual a vontade de Deus: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas. 'Ao vencedor darei como prêmio comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus'" (Ap 2, 7). Anima-nos e levanta-nos do abatimento: "Deu-me o Senhor Deus uma língua habilidosa para que aos desanimados eu saiba ajudar com uma palavra. Toda manhã, ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção" (Is 50,4).

A amizade com o Espírito conduz à santidade

Ele é o nosso advogado contra o mundo, defensor contra o pecado e, principalmente, defende-nos de nós mesmos quando não conhecemos os desígnios de Deus: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós" (cf. Jo 14,16-17).

Sendo amigos do Espírito Santo, recorrendo a Ele, pedindo o socorro do Seu auxílio, chegaremos à vontade do Pai, cuja missão é imprimir em nossa alma, em nossa vida, a santidade: "Eleitos conforme a presciência de Deus Pai e pela a santificação do Espírito, para obedecerem a Jesus Cristo e serem aspergidos com o seu sangue" (I São Pedro 1, 2). "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (I Ts 4, 3).

"Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei" (cf. Gl 5, 16. 22-23).

Imagine ter um amigo tão virtuoso e cheio de santidade, disposto a dividi-la com você. Comecemos, agora, a falar com Ele:

Vem, Espírito Criador!

Vinde, Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus, excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer. Amém!

Equipe de Formação da Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/ser-amigo-do-espirito-santo/

5 de junho de 2025

A oração é o segredo de todo comunicador

Cultivar a vida espiritual

Lembremo-nos sempre que, como comunicadores católicos, precisamos nos capacitar, tanto no requisito técnico quanto no cultivo de nossa vida espiritual. Um grande exemplo disso nos dá o apóstolo Paulo. Ele era um excelente orador, muito bem formado, nas escrituras sagradas, pela escola de Gamaliel, um dos rabinos mais sábios de seu tempo. Mas para se tornar comunicador de Jesus, precisou capacitar-se pela oração. Após encontrar-se pessoalmente com Jesus e levar um tombo, ele se retira para o silêncio, à penitência e à oração.

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Quando o Senhor manda Ananias se encontrar com Saulo e ele tem medo, porque esse homem era um perseguidor dos cristãos, Deus lhe dá um sinal para reconhecer a transformação de Saulo em Paulo: "Ele está orando" (At 9, 11). Isto é, quem reza se abre para o Amor divino, que se irradia no amor ao próximo.

Os comunicadores da era digital

Se, naquele tempo, os apóstolos comunicadores de Jesus enfrentavam a oposição dos judeus e dos que detinham o poder de governo, hoje nós, comunicadores católicos, enfrentamos também forças inimigas que só podemos vencer na força da oração.

Nós, comunicadores nesta era digital, encontramos dificuldades para rezar, porque não é fácil mantermos o foco da atenção em Deus. Os acessos contínuos às Redes Sociais e aplicativos de conversas agitam nossa mente, desviam a atenção do momento presente e podem ser meios pelos quais fugimos dos problemas reais. Pela busca do sentimento de satisfação, multiplicamos os clicks e adiamos o momento de nos retirarmos a sós diante do Tabernáculo, para rezar o terço ou estarmos diante de Deus.


O encontro pessoal com Jesus

O encontro pessoal com Jesus não se dá na virtualidade, mas, quando estamos diante dele com nosso verdadeiro eu, olho no olho, coração com coração. Em outras palavras, quem quer cultivar a espiritualidade, para ser cada vez mais um comunicador, segundo o coração de Jesus, precisa dedicar tempo para silenciar, escutar e para falar pessoalmente com Deus, para rezar, tanto em vários momentos de seu dia, como no encontro com ele pelos sacramentos e em adoração junto ao tabernáculo.

Assim como ensinou Jesus a falar com o Pai, Maria pode ajudar-nos a rezar bem  e encontrar tempo e meio para estar com Deus. Junto dela, os apóstolos não ficaram encerrados em suas culpas e medos, mas, se abriram para acolher o Espírito Santo.

Ao terminar de ler esse artigo, fale com ela o que você precisa para rezar melhor.

Aprofunde essa reflexão, pela leitura do livro: A vocação do comunicador católico, de Ir. M. Nilza P. da Silva

Equipe de Formação da Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/oracao-e-o-segredo-de-todo-comunicador/

4 de junho de 2025

Buscar a plenitude do Espírito Santo

O Espírito Santo é nosso guia e protetor

Afirmou Bento XIV que, hoje, a Igreja "sente, sobretudo o vento do Espírito Santo que nos ajuda, nos mostra o caminho reto; e assim, com novo entusiasmo, estamos a caminho e damos graças ao Senhor" (Saudação à Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, 27/10/2012).

O Espírito Santo é Senhor (2Cor 3,17-18) e, portanto, Ele tem todo o direito de nos dar ordens para executarmos alguma coisa (At 8,29) ou para não fazermos algo (At 16,6).

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / Krea

São Paulo Apóstolo e os demais apóstolos foram impedidos pelo Espírito Santo "de anunciar a palavra na Ásia" (cf. At 16,6).

Essa ordem, aparentemente inusitada, levou São Paulo a refletir sobre o Espírito Santo e a registrar suas reflexões na Carta aos Gálatas:

"Apenas isto quero saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da Lei ou pela aceitação da fé?" (Gl 3,2). "Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós, acaso o faz pela prática da Lei, ou pela aceitação da fé?" (Gl 3,5). "A prova de que sois filhos, é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Abbá! Pai!" (Gl 4,6). "Quanto a nós, é pelo Espírito que aguardamos a justiça que só a fé pode revelar" (Gl 5,5). "Deixai-nos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis aos desejos da carne" (Gl 5,17). "O fruto do Espírito é amor, caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura e temperança" (Gl 5,22-23).

Deus se revela por meio do Espírito Santo

Entretanto, apesar dessas afirmações de São Paulo, há cristãos que continuam entristecendo (Ef 4,30) e oferecendo resistência ao Espírito Santo (At 7,51), fazendo-O se extinguir em suas vidas (1Ts 5,19).

Esses cristãos ainda não entenderam que o Espírito de Deus sabe, de antemão, todas as coisas, e que é por meio d'Ele que Deus no-las revela (1Cor 2,10) e ensina (Jo 14,26; 16,13).

Graças ao bom Deus, os cristãos que vivem no Espírito e seguem com dedicação as Suas orientações e ordens (Gl 5,25) são em quantidade bem maior.

Esses cristãos estão constantemente pedindo: "Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor"! "Quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo é realista, sabe medir e avaliar a realidade, e também é fecundo: a sua vida gera vida em seu redor", ensina o Papa Francisco. (L'osservatore Romano, 23/06/2013, p. 8).


Se guiado pelo Espírito

Escreve o Papa Francisco: "Muitas vezes, seguimo-Lo e acolhemo-Lo, mas até um certo ponto; sentimos dificuldade em abandonar-nos a Ele com plena confiança, deixando que o Espírito Santo seja a alma, o guia da nossa vida, em todas as decisões; temos medo que Deus nos faça seguir novas estradas, faça sair do nosso horizonte frequentemente limitado, fechado, egoísta, para nos abrir aos seus horizontes".

A novidade que Deus traz à nossa vida é verdadeiramente o que nos realiza, o que nos dá a verdadeira alegria, a verdadeira serenidade, porque Deus nos ama e quer apenas o nosso bem.

Se nos deixamos guiar pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca dão origem ao conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja.

O Espírito Santo faz-nos entrar no mistério do Deus vivo e nos salva do perigo de uma Igreja gnóstica e de uma Igreja narcisista, fechada no seu recinto; impele-nos a abrir as portas e sair para comunicar a alegria da Fé, do encontro com Cristo.

"O Espírito Santo é a alma da missão" (Missa de Pentecostes, 19/05/2013).

Foco central da vida espiritual

Belíssimo conselho do Apóstolo São Paulo: "Buscai a plenitude do Espírito Santo" (Ef 5,18). Essa deve ser a nossa meta, o foco central da nossa vida espiritual.

Num mundo tomado pelo engano de um espiritualismo comercial da Nova Era, do sincretismo religioso e do misticismo neopagão, só com absoluta certeza que a verdadeira espiritualidade tem como fundamento a Pessoa do Divino Espírito Santo.

Este é a fonte da plenitude do poder, do amor e dos dons espirituais, da santificação, comunhão e da evangelização.

Buscar a plenitude é buscar viver de forma abissal a espiritualidade carismática renovadora, avivada e sempre reavivada.

Não há outra fonte para vida espiritual autêntica, salutar e fecunda sem o Espírito Santo. O mercado religioso tem oferecido uma tremenda falsidade da espiritualidade.

Em tudo isso, mora o terrível perigo do engodo, do estelionato, da perda da fé, da perda dos bens materiais, do sentido da vida e do encontro com a ilusão e com a loucura.

Daí a nossa grande responsabilidade de buscar com intensidade o poder do Espírito Santo para anunciar com ardor a verdadeira espiritualidade.

Esta sim é o caminho para uma profunda vida espiritual e fortaleza na jornada à casa do Pai Celestial.

Sem perda de tempo, busquemos a "plenitude do Espírito Santo"!

Equipe de Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/buscar-a-plenitude-do-espirito-santo/