29 de janeiro de 2016

O verdadeiro sentido da oração

É preciso redescobrir a oração em todos os sentidos

A oração é um exercício fundamental na busca pela qualidade de vida. Nas indicações que não podem faltar, especialmente para a vida cristã, estão a prática e o cultivo disciplinado da oração. É um exercício que tem força incomparável em relação às diversas abordagens de autoajuda, como livros e DVDs, muito comuns na atualidade.

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Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A crise existencial contemporânea, em particular na cultura ocidental, precisa redescobrir o caminho da oração para uma vida de qualidade. Equivocado é o entendimento de que orar é uma prática exclusiva de devotos. A oração guarda uma dimensão essencial da vida cristã. Cultivar essa prática é um segredo fundamental para reconquistar a inteireza da própria vida e fecundar o sentido que a sustenta.

Uma alavanca com força para mover mundos

É muito oportuno incluir entre as diversificadas opiniões, junto aos variados assuntos discutidos cotidianamente, o que significa e o que se pode alcançar pelo caminho da oração. Perdê-la como força e não a adotar como prática diária é abrir mão de uma alavanca com força para mover mundos. A fé cristã, por meio da teologia, tem por tradição abordar a importância da oração ao analisar a sua estrutura fundamental, seus elementos constitutivos, suas formas e os modos de sua experiência. Trata-se de uma importante ciência e de uma prática rica para fecundar a fé.

A oração tem propriedades para qualificar a vida pessoal, familiar, social e comunitária. Muitos podem desconhecer, mas ela pode ser um laço irrenunciável com o compromisso ético. É prática dos devotos, mas também um estímulo à cidadania. Ao contrário de ser fuga das dificuldades, é clarividência e sabedoria, tão necessários no enfrentamento dos problemas. Na verdade, a prece faz brotar uma fonte interior de decisões, baseadas em valores com força qualitativa.


Banir o divino é produzir vazios

A oração, como prática e inquestionável demanda, no entanto, passa por uma crise por razões socioculturais. Aliás, uma crise numa cultura ocidental que nunca foi radicalmente orante. O secularismo e a mentalidade racionalista se confrontam com aspectos importantes da vida oracional, como a intercessão e a contemplação. Diante desse cenário, é importante sublinhar: paga-se um preço muito alto quando se configura o caminho existencial distante da dimensão transcendente. O distanciamento, o desconhecimento e a tendência de banir o divino como referencial produzem vazios que atingem frontalmente a existência.

É longo o caminho para acertar a compreensão e fazer com que todos percebam o horizonte rico e indispensável da oração. Faz falta a clareza de que existem situações e problemas que a política, a ciência e a técnica não podem oferecer soluções, como o sentido da vida e a experiência de uma felicidade duradoura. A oração é caminho singular. É, pois, indispensável aprender a orar e cultivar essa disciplina diária. Trata-se de um caminhar em direção às raízes e ao essencial. Nesse caminho está um remédio indispensável para o mundo atual, que proporciona mais fraternidade e experiências de solidariedade.


A lógica dominante da sociedade contemporânea está na contramão dessa busca. Os mecanismos que regem o consumismo e a autossuficiência humana provocam mortes. Sozinho, o progresso tecnológico, tão necessário e admirável, produz ambiguidades fatais e inúmeras contradições. Orar desperta uma consciência própria de autenticidade, impulsiona à experiência humilde do próprio limite e inspira a conversão. É recomendação cristã determinante dos rumos da vida e de sua qualidade. A Igreja Católica tem verdadeiros tesouros, na forma de tratados, estudos, reflexões e indicações para o cultivo da oração, que remetem à origem do Cristianismo, quando os próprios discípulos pediram a Jesus: "Ensina-nos a orar". É uma tarefa missionária essencial na fé, uma aprendizagem necessária, um cultivo para novas respostas na qualificação pessoal e do tecido cultural sustentador da vida em sociedade.


Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-verdadeiro-sentido-da-oracao/

27 de janeiro de 2016

A importância da cura interior

Sem a cura interior, não é possível ser curado de doenças físicas, tampouco experimentar a libertação

Em resposta àquilo que Jesus e a Igreja fazem por nós, duas ações devem ser realizadas. Jesus, primeiro, foi a todas as cidades e aldeias da Galileia, e a todos os lugares para pregar a Boa Nova a todas as pessoas. Jesus também disse para os Seus irem a todos para lhes conceder cura e libertação e, se precisassem, também cura espiritual e cura física.

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

A cura interior é uma espécie de chave para a cura total

A cura interior profunda é muito importante e necessária para que sejam descobertas e sanadas as fontes mais significativas de todos os males que nos afligem. Muitas vezes, a pessoa não consegue cura espiritual, sem antes passar por uma cura interior; caso contrário, permanece naquilo que chamamos de hábitos compulsivos de pecar. Com frequência, por exemplo, um viciado em drogas não receberá cura, a menos que seja curado interiormente das causas que o levaram ao vício da droga.

Satanás condena; Jesus cura. A cura interior é uma espécie de chave para a cura total da pessoa. Da mesma forma, sem a cura interior, não é possível ser curado de doenças físicas, tampouco experimentar a libertação. Deus quer que sejamos totalmente curados. São Paulo diz, na Carta aos Tessalonicenses, que Deus não nos quer curados parcialmente, mas por completo; não superficialmente, mas em profundidade. Ele nos quer perfeitos em corpo, mente e alma. "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso" (Mt 11,28). No entanto, vale ressaltar que a cura física é a menos importante.


Já ouviu falar sobre Helen Keller? Ela era cega, surda e muda, mas foi uma das grandes filósofas do século passado. Quando damos muita ênfase à cura física, isso não vem de Deus. Jesus disse: "É melhor entrares na vida tendo só uma das mãos do que, tendo as duas, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga" (Mc 9,43). Você já ouviu isso? Eis o motivo pelo qual Jesus não afirmou: "Vinde a mim você que quer cura física". Isso não é o mais importante, mas sim a cura espiritual, a experiência de perdoar todos os pecados, como o que acontece no sacramento da confissão, para que possamos experimentar o "poder perdoador" de Deus, o abraço do Pai.


A cura acontece por meio da medicina e da oração

A importância da cura interior se deve também às limitações da medicina e da psiquiatria. Acreditamos que a cura aconteça por meio da medicina e da oração, mas quando nos deparamos com os limites de ambas, então é Deus que vem e ultrapassa esse conhecimento. Todos os dias, encontro pessoas que me relatam a incapacidade dos médicos de fornecer um diagnóstico preciso.

No processo de cura interior, nada pode ser desvalorizado, tudo deve ser levado muito a sério, pois disso depende uma vida de plena liberdade.

Autor: Padre Rufus Pereira


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/cura-interior-2/a-importancia-da-cura-interior/

25 de janeiro de 2016

A cultura pode ser um instrumento de transformação

Saiba como a cultura pode ser um instrumento de transformação

Os descompassos da última década, particularmente os do ano passado, cantam um refrão de que é preciso aprender novas lições e fazer diferente. As mudanças não significam apenas substituir nomes, siglas, programas ou até mesmo prioridades. Essas ações já são práticas comuns, com resultados pouco relevantes, diante das necessidades e das oportunidades para saltos mais qualitativos no conjunto de uma sociedade que vai perdendo chances importantes. É hora de retomar o horizonte desenhado pela filosofia da cultura, disciplina não tão antiga que muito agregou a filosofias de muitos tipos e matizes.

a-cultura-pode-ser-um-instrumento-de-transformacaoDireitos autorais: olaser
Simples e de grande incidência na sociedade é a consideração da cultura como o desenvolvimento e o exercício de capacidades humanas – segundo determinados parâmetros e normas – que produzem mudanças e inauguram novos ciclos. Etapas novas que são respostas às crises vividas, geram possibilidades e superam a esterilidade própria da repetição, da simples constatação e lamentação – condutas comuns a quem não conhece "a saída" e não tem força para protagonizar as ações transformadoras necessárias.

A filosofia da cultura

No âmbito formal de uma filosofia da cultura, vale considerar, de maneira prática e direta, os contextos sociopolíticos, religiosos e culturais dos substratos que podem dar, ou não, consistência à cultura – motor ou estabilizador das competências humanas indispensáveis. É extremamente importante não reduzir a busca pelas soluções para as crises ao jogo político-partidário ou às dinâmicas legislativas. Obviamente que esses âmbitos têm sua importância. Contudo, não bastam apenas leis ou um convênio celebrado entre instituições para se alcançar melhorias significativas. Também não são suficientes apenas os juízos de valor a respeito das siglas partidárias. Há algo maior que precisa ser buscado: o investimento na ordem da cultura.

Vale lembrar o filósofo Ortega y Gasset, que compreende a cultura como "um movimento de natação, um bracejar do homem no mar sem fundo de sua existência com a finalidade de não afundar". Isso significa dizer que a cultura permite ao "nadador" permanecer "à tona" e, consequentemente, recriar valores. Compreende-se, assim, a cultura no seu parâmetro de grande amplitude: tudo o que o homem faz e que passa a integrar um sistema cultural, transmitido entre gerações e, ao mesmo tempo, capaz de se renovar. Há de se concluir que não se pode reduzir o conjunto dos funcionamentos a estruturas rígidas. É preciso investir nas dinâmicas culturais alimentadas por valores e princípios capazes de ampliar as competências humanas. Desse modo, será possível encontrar novos caminhos.


Importa considerar o conjunto de cada cultura, suas operações e procedimentos, em vista da confecção de um tecido que dê suporte a novas práticas, favoreça adequada interpretação de valores, crie autêntica consciência sociopolítica. Essa é a direção a ser seguida para alcançar a configuração com força para subsidiar um passo decisivo no coração de uma sociedade. Esse horizonte conceitual refletido indica caminhos que precisam ser trilhados como investimento cultural. Sem desconsiderar o olhar e o acompanhamento dos funcionamentos institucionais, é necessário investir, sobre o alicerce de valores e forças existentes, numa cultura cujo tecido reconfigure o jeito de exercer as competências humanas. Trata-se de prioridade, que permite construir contextos propícios para o surgimento de líderes com lucidez e capacidade para o diálogo.

Essas competências são necessárias para os exercícios governamentais e cidadãos, alicerçados no compromisso comunitário e em qualificado sentido social. O diálogo, incontestavelmente, é a dinâmica que mais pode garantir a esperada melhoria do substrato cultural, base para configurar práticas e hábitos coletivos que promovam a justiça e priorizem o bem comum. O diálogo, para além de conchavos, da promoção de consensos interesseiros e partidários, é condição fundamental para fazer da cultura um verdadeiro instrumento de transformação.


Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/a-cultura-pode-ser-um-instrumento-de-transformacao/

22 de janeiro de 2016

Você ainda se confessa?

Para a Igreja Católica, a confissão é vista como o sacramento da penitência e da reconciliação

Certa vez, um site de Campo Grande publicou um artigo sobre a confissão, um assunto que parece fora de moda, quase um tabu. Nele, o autor escrevia: «Drogas, questões sexuais e brigas familiares mantêm o sacramento da confissão em alta mesmo em tempos de "é proibido proibir". Com novos conceitos, como a troca da nomenclatura "pecado" por "dilema", fim das penitências folclóricas e até a abolição do confessionário, o ato de reconciliação com Deus ganha ares de terapia em Campo Grande. A procura é tão grande que, no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, às quartas-feiras, dez padres atendem até 700 pessoas entre 6 e 22 horas».

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Foto: Daniel Mafra/cancaonovao.com

Ao longo do texto, o articulista deu a palavra a dois sacerdotes que na época atuavam em Campo Grande: o Pe. Wilson Cardoso de Sá, diretor do Instituto de Teologia João Paulo II, e o Pe. Dírson Gonçalves, reitor do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Parece que nada mais é pecado

Em seu sentido mais profundo, explica o Pe. Wilson, o pecado é adultério e idolatria: quebra ou, pelo menos, enfraquece a comunhão que liga o homem a Deus, ao próximo e à criação. Mesmo quando oculto, ele não prejudica apenas a quem o comete, mas a toda a humanidade.

Seu conceito sofreu uma grande transformação na sociedade. Enquanto alguns cristãos pensam que nada mais seja pecado, outros o resumem ao campo da sexualidade. Esquecem que também a fofoca, a corrupção, a droga, a violência e as infrações no trânsito integram a lista das faltas a serem confessadas e corrigidas.

Para que serve a penitência

E o que dizer da "penitência" que o padre impõe a quem busca o confessionário? Responde o Pe. Wilson: «Se você fez aborto, nada vai trazer a pessoa de volta; mas você pode dar sua ajuda a uma criança, a uma família. Se roubou, deve devolver o dinheiro. Se caluniou, você precisa pedir perdão não só a quem ofendeu, mas também às pessoas que foram contaminadas…».

Por sua vez, o Pe. Dírson orienta os fiéis a se confessarem pelo menos duas vezes ao ano, nas solenidades do Natal e da Páscoa. Mas é bom fazê-lo também ao longo do ano: «Muita gente vem em busca de orientação e de conselhos. Há pessoas que sofrem relacionamentos complicados no namoro, no casamento, na família. Crescem a cada dia os problemas derivados do consumo da droga, da bebida, da falta ou do excesso de bens materiais».

Feliz o homem que foi perdoado

Como os demais sacramentos da Igreja, a confissão é um grande presente de Deus. Reconhecer o pecado já é meio caminho andado, uma atitude que leva à felicidade e à santidade. É o que reconhecem todas as pessoas que experimentam a misericórdia de Deus: «Feliz o homem que foi perdoado, a quem o Senhor não olha mais como culpado! Enquanto eu escondia o meu pecado, os meus ossos definhavam, as minhas forças fugiam e eu passava o dia chorando e gemendo. Mas quando confessei o meu pecado, tu logo perdoaste a minha culpa» (Sl 32,1-5).

Para a Igreja Católica, a confissão é vista como o sacramento da penitência e da reconciliação, instituído por Jesus no domingo da Páscoa: «Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados; mas, se não os perdoarem, eles ficarão retidos» (Jo 20, 23). Tal doutrina é assim apresentada pelo Concílio Vaticano II: «Os fiéis que se aproximam do sacramento da penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, mas que agora colabora para a sua conversão com caridade, exemplo e orações».

A arte de aproveitar das próprias faltas

Contudo, a confissão não foi dada "apenas" para perdoar pecados. Deus não precisa dela para demonstrar sua misericórdia a quem se arrepende. O grande milagre operado por ela é permitir que Deus penetre em nossa vida através das fraquezas que lhe entregamos. Ao recebermos a absolvição, o pecado perde a sua força e se transforma em graça. Foi esta a descoberta que levou São Paulo a ter uma nova visão da perfeição cristã: «Se a força de Deus se realiza na fraqueza, prefiro gloriar-me dela, pois, quando sou fraco, então é que sou forte» (2Cor 12, 9-10). Descobrir a arte de aproveitar das próprias faltas para dar a Deus a alegria de ser amor e misericórdia: eis o paraíso já aqui na terra!

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados (MS)

E-mail para contato: redovinorizzardo@gmail.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/voce-ainda-se-confessa/

20 de janeiro de 2016

Como conhecer melhor seu namorado?

Saiba como conhecer melhor seu namorado e reagir positivamente no relacionamento

Basicamente, o tempo de namoro serve para que uma pessoa conheça a outra e então os dois saibam como reagem e respondem entre si dentro de um relacionamento. Mas como conhecer melhor seu namorado?

Como conhecer melhor meu namorado(a)Foto: Copyright: StockRocket
Num namoro, não basta apenas conhecer o amado no sentido de saber os gostos dele, saber definir suas habilidades e defeitos. Amigos se conhecem assim, familiares se conhecem assim, mas o namoro deve caminhar para que o casal tenha um vínculo afetivo tão grande, a ponto de ser único. Afinal, é exatamente isso que acontecerá se ambos chegarem a consolidar o matrimônio, pois, pela força do sacramento, eles serão uma só carne e uma só alma. E o namoro naturalmente proporciona tudo isso, que ambos se apropriem um do coração do outro no amor, pela livre opção do amado em se doar.

É claro que não se alcança toda essa cumplicidade de um dia para o outro. Deve-se respeitar as fases, o tempo, a gradualidade de cada coisa, a disposição interior que a outra pessoa tem em se doar, em confiar cada vez mais no namorado e revelar o que ela é. Portanto, tudo parte do conhecimento entre o casal.


Vou citar quatro aspectos de como se dará esse conhecer o outro, e daí o bom relacionamento entre eles. Um detalhe: os quatro aspectos interagem entre eles, um funciona em vista do outro. Não dá para aplicar só um deles. É preciso analisar e praticar todos os quatro com atenção e zelo. Talvez pelas pessoas privilegiarem apenas um ou dois, e fazer "vista grossa" aos outros, é que seus namoros e casamentos vão mal.

Quatro pontos fundamentais para o conhecimento

1. Capacidade de diálogo

– "Não é simplesmente diálogo, pois capacidade de dialogar significa muito mais que o simples falar e ouvir, e diz respeito ao dom de compreender e interagir" (Livro: 'As cinco fases do namoro').

A pessoa tem de ser disposta a conversar, falar de si e também escutar sobre o outro. Devemos entregar aquilo que somos por meio da fala. Não tenha medo! Se você tiver muitos segredos, coisas que não gostaria de contar a ninguém, saiba que a melhor coisa do mundo é ser aceito por alguém que o ama independente dessas misérias pelas quais você possa ter passado. Então, pode começar contando as coisas mais leves e, conforme for sendo aceito pelo par, vai dizendo mais. Você precisa ter alguém que saiba tudo sobre você, em quem possa confiar.

– Nos entraves, nas discussões, o que deve prevalecer em nossos corações deve ser: os dois chegarem a um acordo satisfatório, em vez de só quererem ter razão e demonstrarem isso. Será a capacidade de diálogo que promoverá o acerto.

– "Nada de mentiras, informações parciais ou omissões. Ter uma informação e não a partilhar passa a funcionar como uma mentira para o parceiro, pois lhe negamos algo que poderia ser essencial em sua construção de pensamento sobre você e sobre o relacionamento" (Livro: 'As cinco fases do namoro').

– Não queira se expressar por meio de sinais. Exemplo: Se você está insatisfeito com algo, age friamente e dá respostas curtas. Se quer sair, arruma-se e fica esperando que o outro o convide. "Isso não funciona! Se sentir algo, fale; se pensar, expresse; se perceber reações diferentes, examine, pergunte. Se não entender da primeira vez, pergunte de novo. Saiba que as primeiras e as mais privilegiadas formas de comunicação são a fala e a escuta" (Livro: 'As cinco fases do namoro').

2. Vivência

– Veja se tudo o que ele relatou pelo diálogo é verdade ou se há, pelo menos, uma verdadeira disposição de viver o relato na prática.

Digamos que ele tenha dito que é amoroso e sensível, mas, na casa dele, é arredio, revoltoso e briga com seus familiares. (Aliás, entre os familiares da pessoa, é uma ótima ocasião para você ver quem realmente ele é). Disse a você que é perseguido no trabalho, mas, numa confraternização da empresa que você pôde participar, só o viu em "panelinha", falando mal dos outros colegas e praguejando a instituição.

A pessoa se diz honesta e idônea, cumpridora de seus deveres, mas avança sempre o sinal vermelho, gosta de levar vantagem e, continuamente, você fica sabendo de reclamações sobre ela nas instituições que frequenta.

Nem preciso dizer que você está sendo enganado, não é mesmo? Aquilo que a pessoa é de verdade acabará se manifestando uma hora ou outra no cotidiano dela. Não é porque você ama que deve "fechar os olhos" para tudo isso. Veja bem e seja sincero com você mesmo a esse respeito.


– Outro ponto da vivência é: envolva-se com as coisas dele. Queira fazer parte do dia a dia de seu par. Ajude-o quando puder no trabalho da faculdade, nos afazeres que talvez ele tenha em casa ou no trabalho extra. Será uma ótima oportunidade de ver como é o jeito dele em proceder e resolver as coisas.

3. Percepção

– "Tente reparar detalhes que escapam à fala, como situações que frequentemente fazem a pessoa que você ama ter as reações que você não entende, mas deseja compreender (…) Quanto mais conhecer seus anseios e planos, sua cultura, de onde veio, seus ritos e manias familiares, até sua história de vida e tudo o que passou e viveu, mais fácil será entender o que está por trás de seus gestos. A sensibilidade também é ferramenta da comunicação" (Livro: 'As cinco fases do namoro').

– Perceba também como seu amor se posiciona ao defendê-lo, se está ao seu lado quando você precisa e o quanto se preocupa e zela para manter o bom andamento do relacionamento. E mais uma vez, seja sincero com você mesmo ao analisar se ele é negligente com você e, consequentemente, com o namoro, pois, com certeza, não será uma boa companhia para toda vida.

4. Amizade:

– Apesar de namorados firmarem um compromisso muito mais íntimo do que a amizade, é imprescindível que ela exista dentro do relacionamento.

– Pela amizade fazemos uma escolha consciente pelo outro. "Sem a amizade não há algo além do "eros". Nenhum namoro sobreviverá apenas com a atração, com a paixão" (Livro: 'As cinco fases do namoro').

Não escolhemos por quem nos apaixonamos. Já, quando se constrói uma amizade dentro do namoro, temos condições de escolher, de continuar com o amado também pela razão. Que lindo quando uma pessoa pode dizer à outra: "Eu escolho, eu quero estar com você, porque já não estou sendo arrastado pelos meus sentimentos. Quando penso em nós dois juntos, vejo que me faz bem estar ao seu lado".

Existem muitos casais que estão juntos somente por considerarem o sentimento, pois não conseguem compreender um ao outro em coisas mínimas. Encontram-se para "beijos e abraços", mas cada um vive seus problemas. Quando houver dificuldades ou provações, a amizade fará aumentar a cumplicidade. "Estamos juntos nessa, tanto para os desafios quanto para as consequências ou os méritos".

Exemplo: "De que adianta a moça namorar um rapaz e dividir todos os seus segredos e sonhos, o que há de mais profundo nela com uma amiga? Não! O casal precisa viver uma amizade especial e profunda. Ela pode até ter uma fiel confidente como amiga, mas o namorado precisa ser o maior e melhor amigo. Antes de chegarem ao noivado, um precisa saber tudo o que diz respeito ao outro. Afinal, futuramente, será com o parceiro que eles vão conviver, morar e construir uma vida juntos. Então, que comece, desde o namoro, a intenção de serem os melhores amigos" (Livro: 'As cinco fases do namoro').

Quem ama investe, preocupa-se em fazer acontecer o que promove o bem ao seu coração e ao da pessoa amada. Seja autêntico, seja sempre você mesmo, mostre sua alma e coração ao outro. Não tenha medo de renunciar a tudo o que atrapalha esses quatro aspectos, e, com certeza, vocês dois chegarão ao namoro, noivado e casamento felizes.

Deus abençoe!

 



Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/como-conhecer-melhor-meu-namorado/

18 de janeiro de 2016

Como educar crianças como crianças

Educar crianças como crianças e não  lotar a agenda delas com muitos afazeres

A infância é uma época de formação da criança com forte impacto na vida futura. É natural que os pais se perguntem o que podem fazer para que os filhos aproveitem essa fase de forma sadia. Para isso, eles precisam incentivar os pequenos a brincar, porque a brincadeira é fonte de aprendizado e descoberta do mundo. Naturalmente, a criança gosta e procura brincar, mas, no mundo atual, pode não encontrar condições ideais.

Dicas para criar
Foto: FamVeld, 71358035, by iStock by getty images

O que fazer quando se tem pouco espaço

Hoje, a falta de segurança e os apartamentos menores acabam restringindo as brincadeiras de rua, ao ar livre, que permitem maior liberdade e exigem criatividade. Os pais podem resolver isso levando os filhos aos parquinhos e piqueniques, à praia em tempo de sol; e, em dias chuvosos, brincar de fazer arte plástica, contar histórias e assistir a filmes com pipoca.
Outro pronto é deixar a criança aproveitar a infância sem lotar sua agenda com muitos afazeres e pouco tempo para o ócio criativo. As atividades pedagógicas e físicas, com orientação de professores, aumentam o conhecimento, mas as brincadeiras livres contribuem para o bom humor.


Criar vínculo afetivo

Crianças e bichos de estimação podem ser uma combinação importante, pois elas gostam de ter alguém para chamar de seu, amar e ser amado, criar vínculo afetivo e aprender a cuidar de outro ser.

Arte para trabalhar as emoções

Arte é fonte de desenvolvimento, principalmente a música. Desde cedo, as crianças são atraídas pelo canto ou barulho de um instrumento. Motivá-las a aprender a cantar ou tocar um instrumento pode ajudá-los a trabalhar suas emoções.

Vocês já viram a cara de uma criança diante de massinha, tinta, colagem, recorte e pintura? A alegria e a tranquilidade são as consequências após brincarem com esses itens, que marcam o compasso da vida. A bagunça os pais arrumam depois, mas os sentimentos de alegria ficam para vida toda.


Combate à solidão

A maioria das pessoas gosta de companhia; portanto, as crianças precisam de amigos para dividir as brincadeiras, os aprendizados e sentimentos. São vínculos que ajudam no desenvolvimento afetivo e no combate à solidão.

A presença dos familiares

A família, estendida para além do lar, ajuda a criança a escrever no livro da vida as lembranças que o acompanharão na vida adulta. Quantas lembranças dos avós, que são pais com açúcar; de tios e primos que tiveram contribuição importante e marcaram a infância! Hoje, os pais enfrentam o vício das crianças com os joguinhos eletrônicos. Esses jogos ajudam no desenvolvimento motor e mental, mas podem levá-las a viverem num mundo virtual e não real. O limite de tempo desses jogos é importante, pois evita o sedentarismo, a obesidade e o isolamento infantil.

Criança é criança quando brinca para valer e com prazer. O segredo é buscar a simplicidade das brincadeiras e investir tempo para ensinar de uma forma lúdica.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-educar-criancas-como-criancas/

15 de janeiro de 2016

Por que namorar sem sexo?

Namorar sem sexo é uma forma segura de proteger o amor

Quando o assunto é sexo antes do casamento, a coisa tende a ficar polêmica. Alguns podem pensar que a castidade é somente um mandamento da Igreja, por isso decidem vivê-la por medo de pecar. Mas, afinal, por que namorar sem sexo?

por-que-namorar-sem-sexo-fer-guiFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com
A renúncia da relação sexual não é somente uma expressão de obediência à Igreja; é também uma manifestação de amor ao seu parceiro e a Deus: "Se me amais, guardai os meus mandamentos" (João 14,15). Não importa o que vocês viveram no passado, a pureza pode ser recuperada se um casal voltar o coração para o Senhor. Entretanto, um passo indispensável é a busca pelo sacramento da reconciliação.

Em entrevista ao Portal Canção Nova, o norte-americano Mark Evan, especialista em Teologia do Corpo, de São João Paulo II, afirma: "Uma menina sexualmente ativa com o namorado está basicamente dizendo-lhe: 'Estou disposta a fazer sexo com um homem, mesmo que ele não seja meu marido'. Felizmente, hoje, esse homem é você, mas amanhã pode ser qualquer outro".


A intimidade sexual no relacionamento pode cegar o casal e impedir que eles realmente se conheçam. Eles podem se casar com base no que sentem um pelo outro, e não com base em quem eles são um para o outro. Por isso, sempre é tempo de recomeçar, e o primeiro passo é reservar a intimidade sexual para o casamento.

Por que escolher viver a castidade?

A castidade é uma maneira segura de proteger o amor. Virtudes como a castidade, humildade, autocontrole, paciência e disposição para se sacrificar, que mantêm os matrimônios saudáveis, são desenvolvidos no namoro.

Se um casal não entende esses princípios, talvez eles não entendam o significado do sacramento do matrimônio. O casamento não é apenas um compromisso feito em um pedaço de papel, mas é um vínculo sobrenatural, uma aliança de Deus com o casal que só pode ser rompido com a morte. Na noite de núpcias, a relação sexual é a expressão visível dessa união invisível abençoado por Deus.


Se o casal coabita, é melhor deixar de viver juntos, porque é tentador dormir na mesma casa, uma vez que eles estarão mais propensos a cair nos velhos hábitos. Dormir e acordar juntos, na mesma casa, em uma rotina diária com uma pessoa que você ama, é um dom que deve ser reservado para o casamento.

O amor é paciente e os casais que são confidentes em seu amor e vivem a castidade sabem que eles terão o resto de suas vidas para desfrutar do sexo. Agora é o tempo propício para se preparar para o matrimônio e estabelecer as bases para o resto da vida juntos.

Deus abençoe a sua decisão!




Fernanda Soares

Fernanda Soares é missionária da Canção Nova. Foi apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Jornalista. Foi uma das apresentadoras no palco principal da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Autora dos livros "A mulher segundo o coração de Deus" e "A beleza da mulher a ser revelada". Hoje trabalha como produtora de conteúdo no setor de Internet da Canção Nova.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/por-que-namorar-sem-sexo/

13 de janeiro de 2016

O que a Igreja diz sobre suicídio assistido

Saiba o que a Igreja diz sobre suicídio assistido

Os pedidos para o suicídio medicamente assistido têm, recentemente, chamado a atenção da sociedade para a necessidade de um debate mais aprofundado. Eutanásia e suicídio assistido são temas que merecem reflexão e debate. A questão exige mais atenção quando é trazida para o debate público, para a vida das famílias, quando é apresentada ao vivo em documentários na TV, no cinema e na internet. O que, no entanto, a Igreja diz sobre suicídio assistido?

o-que-a-igreja-diz-sobre-suicidio-assistidoFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O termo eutanásia é usado quando uma pessoa age diretamente com a intenção de tirar a vida do outro. Por exemplo, quando um médico dá uma injeção letal ou tira um remédio para provocar a morte de alguém. Consiste, portanto, em apoderar-se da morte, provocando-a antes do tempo e, desse modo, pondo fim "docemente" à própria vida ou à vida alheia.

Usa-se o termo "suicídio assistido" ou "suicídio medicamente assistido" é usado quando uma pessoa morre com a ajuda de outra. O suicídio assistido ocorre quando alguém, que não consegue concretizar sozinha seu desejo de morrer, recorre ao auxílio de outra pessoa para ajuda medicamentosa ou encorajamento psíquico. Por exemplo, quando um médico prescreve um veneno ou quando uma pessoa põe no paciente uma máscara ligada a um botijão de monóxido de carbono e lhe dá instruções sobre como ligar o gás para provocar a própria morte. É chamado suicídio medicamente assistido, porque a pessoa dá fim à sua vida com a supervisão médica. A principal diferença das outras formas de morrer é que, no suicídio assistido, a responsabilidade e execução do ato final da indução da morte é da própria pessoa.


O auxílio ao suicídio de alguém pode ser feito por atos (prescrição de doses altas de medicação, indicação de uso ou auxílio na preparação) ou, de forma mais passiva, por meio de persuasão ou encorajamento. Em ambas as formas, a pessoa que contribui para a ocorrência da morte da outra se torna condescendente ou responsável.

Essas solicitações podem envolver também o uso de uma máquina, que, com o auxílio de um médico, instrui o indivíduo no seu uso. Este, dessa forma, é auxiliado a cometer suicídio. Em outras solicitações, o médico tem fornecido medicação ao indivíduo, com as informações sobre a dosagem que poderá ser fatal. O indivíduo, desta forma, recebe os meios para cometer o suicídio.

O que leva uma pessoa a pedir a ajuda de alguém para se matar?

Certamente, são indivíduos seriamente doentes, talvez em estado terminal, quando a dor se torna insuportável. Os pacientes que contemplam a possibilidade de suicídio, frequentemente, expressam perda do sentido para a vida, uma depressão que acompanha a doença terminal.

Debatemos a legitimação ou a moralidade do desejo de morrer. Perguntamos: há diferença de julgamento com atenuantes para o suicídio dependendo do momento vivido pela pessoa? Exemplificando: idosos com doença em estágio avançado e/ou com sofrimento intolerável teriam legitimação para encerrar sua vida? E se esse desejo fosse manifestado por um jovem com sofrimento físico ou psíquico? Como avaliar a intensidade do sofrimento? Desrespeitar o pedido de um idoso para finalização de sua vida não seria uma forma de matar sua individualidade, autonomia e desejo de finalizar a vida de forma digna? Considerando o reverso, oferecer morte sem sofrimento não é respeito à dignidade humana?

A Constituição fala sobre direito à vida. Podemos falar também em direito à morte? Posso afirmar que a pessoa é juiz de sua vida? É seu olhar e não dos outros que define o que é sua dignidade? Será que uma pessoa pode ser obrigada a viver mesmo que as condições de vida sejam as mais sofridas? Uma questão importante para reflexão: é possível julgar o processo de morrer escolhido pela pessoa? A escolha da morte é um ato da pessoa? Sendo a solidariedade e a compaixão atitudes altruístas da pessoa, será que elas valem também quando se trata de ajuda ao suicídio?

O suicídio medicamente assistido é eticamente ilícito e deve ser condenado pela sociedade e, sobretudo, pelos médicos. Quando a assistência do médico é intencional e dirigida deliberadamente para possibilitar que um indivíduo termine com a sua própria vida, o médico atua de forma eticamente inaceitável.

A opinião da Igreja Católica sobre suicídio assistido

O Magistério Católico apresenta um documento intitulado "Só Eu é que dou a vida e dou a morte (Dt 32, 39): o drama da eutanásia" e afirma: "No atual contexto, torna-se cada vez mais forte a tentação da eutanásia, isto é, de apoderar-se da morte, provocando-a antes do tempo e, deste modo, pondo fim docemente à vida própria ou alheia. Na realidade, aquilo que poderia parecer lógico e humano, quando visto em profundidade, apresenta-se absurdo e desumano. […] A decisão do suicídio medicamente assistido torna-se mais grave quando se configura como um homicídio que os outros praticam sobre uma pessoa que não o pediu de modo nenhum nem deu nunca qualquer consentimento para que fosse realizado.

Atinge-se, enfim, o cúmulo do arbítrio e da injustiça, quando alguns, médicos ou legisladores, se arrogam o poder de decidir quem deve viver e quem deve morrer. Aparece assim reproposta a tentação do Éden: tornar-se como Deus 'conhecendo o bem e o mal' (cf. Gn3, 5). Mas Deus é o único que tem o poder de fazer morrer e de fazer viver: 'Só Eu é que dou a vida e dou a morte' (Dt 32, 39; cf. 2Re 5, 7; 1Sm 2, 6). Ele exerce o seu poder sempre e apenas segundo um desígnio de sabedoria e amor. Quando o homem usurpa tal poder, subjugado por uma lógica insensata e egoísta, usa-o inevitavelmente para a injustiça e a morte. Assim, a vida do mais fraco é abandonada às mãos do mais forte; na sociedade, perde-se o sentido da justiça e fica minada pela raiz a confiança mútua, fundamento de qualquer relação autêntica entre as pessoas."

A eutanásia, entendida como "ação ou omissão que, por sua natureza e intenção, causa a morte com a finalidade de evitar qualquer dor", é um pecado conforme o Magistério Católico. Podemos equiparar a eutanásia ao suicídio/homicídio, à decisão de acabar com a vida de um paciente, mesmo com o argumento de que se age por compaixão, para eliminar um sofrimento insuportável. Suicídio, porque a eutanásia supõe o pedido ou o assentimento do doente. Homicídio, porque a morte é executada pelo médico. No caso de o doente não ser consultado ou informado, não se trataria mais de eutanásia, que significa boa morte, mas de cacotanásia, ou seja, morte com dor ou angústia.

O Magistério Católico, numa atitude de valorizar a vida em todas as fases do desenvolvimento ou condições, sempre ensinou que não somos proprietários da nossa vida, e sim Deus, por isso não podemos por fim a ela. Afirma o Catecismo da Igreja Católica no número 2280: "Cada um é responsável por sua vida diante de Deus, que lhe deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor. Devemos receber a vida com reconhecimento e preservá-la para honra dele e salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela".

O suicídio medicamente assistido contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao projeto de Deus para cada um de nós e ao amor por si mesmo. O suicídio assistido fere também o princípio da justiça que é o direito à própria vida e o direito que os outros têm da minha vida e existência; rompe injustamente a comunhão com as pessoas amadas da família e da sociedade. Para o monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, que chefia a Pontifícia Academia para a Vida, órgão do Vaticano responsável por temas de bioética, "o suicídio assistido é um absurdo".


Padre Mário Marcelo Coelho

Mestre em zootecnia pela Universidade Federal de Lavras (MG), padre Mário é também licenciado em Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque (SC) e bacharel em Teologia pela PUC-RJ. Mestre em Teologia Prática pelo Centro Universitário Assunção ( SP), o sacerdote é autor e assessor na área de Bioética e Teologia Moral; além de professor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/magisterio/o-que-a-igreja-diz-sobre-suicidio-assistido/

11 de janeiro de 2016

Como ajudar os filhos a viverem o Ano da Misericórdia?

Saiba como ajudar os filhos a viverem o Ano da Misericórdia

O Papa Francisco nos convida à misericórdia de Deus. Do dia 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016, somos chamados a refletir, vivenciar e ensinar nossos filhos a obterem as graças deste ano e ajudarem o mundo a ser mais cristão nos anos vindouros. Nossa bússola é o documento do Papa, que nos recorda as obras de misericórdia corporais e espirituais.

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Convido os pais a seguirem a trilha. Em primeiro lugar, "não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e nos impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói". Precisamos acordar desse torpor que nos invade e adormece a consciência de muitos. Quantas notícias, em jornais e televisão, de catástrofes com nossos irmãos, e continuamos a nossa vida normalmente! Diante da lama derramada numa cidade de Minas Gerais, quem contribuiu para alimentar os famintos e enviar água para os sedentos, ou preferiu apenas discursar na mesa sobre o fato?


Continuando a nossa caminhada, o Papa nos convida a irmos ao encontro dos irmãos. "Abramos nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda." Abramos nossos armários de comida e de louças, e ensinemos nossos filhos a abrirem os seus armários de roupas e brinquedos, para dividir com quem não os tem, ou seja, viver o Evangelho.

Nessa trilha, no entanto, nossas obras não se restringem apenas às coisas materiais, mas nos pede que "as nossas mãos apertem suas mãos e os estreitemos a nós, para que sintam o calor da nossa presença, amizade e fraternidade". Precisamos aprender a sair do individualismo e levar nossos filhos a auxiliar os enfermos, visitar presos e enterrar os mortos. A maioria dos pais querem poupar os filhos da dor do mundo, mas com isso os isolam dos acontecimentos que fazem parte do ciclo da vida familiar. Imagine se querem os filhos em contato com as dores do mundo! Com isso, nossas consciências estão adormecidas e as de nossos filhos nem foram despertadas.


Nessa reflexão, temos de nos lembrar não só das pessoas de fora, mas também de dentro dos lares e "que o seu grito se torne nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo". Isso acontece, porque o egoísmo está sendo gestado dentro dos lares, com o "discurso do meu", onde as crianças não estão sendo ensinadas a partilhar com os irmãos de sangue. Como ensiná-las e fazê-las partilharem com estranhos?

Somos chamados neste ano a buscar a perfeição, abrir mão dos pecados e confessá-los para sermos perdoados, mas também a buscar a indulgência plenária para a reparação desse mal. Muitas famílias não conhecem o que significa isso, mas precisam aprender a partilhar com os filhos essa encíclica de acordo com a faixa etária. Para os filhos pequenos, nossa ação será a melhor forma de eles entenderem ou não sobre a Misericórdia de Deus. Para filhos maiores, é preciso conscientizá-los, a fim de que conheçam e busquem a misericórdia de Deus e do Evangelho, em especial a oferecida neste ano.

Se nos colocarmos como peregrinos, com o coração aberto e a mente transformada, com certeza estaremos mostrando aos nossos filhos a meta a ser alcançada: "Sermos misericordiosos como o Pai é misericordioso", motivá-los à conversão e ao mergulho neste Ano da Misericórdia.


 


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-ajudar-os-filhos-a-viverem-o-ano-da-misericordia/

10 de janeiro de 2016

Por que procurar um psicólogo?

Saiba quais são os nove motivos que faz a pessoa procurar um psicólogo

O ritmo de vida, as escolhas pessoais e profissionais, as situações mais variadas da vida, as dependências e compulsões dos mais variados tipos, as perdas… Enfim, todos nós já vivemos ou temos alguém que passou por alguma dessas situações. Essas e outras possibilidades, muito mais do que popularmente se diz que "psicólogo é coisa pra doido", justificam a busca por psicoterapia.

or que procurar um psicólogoFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a busca por psicólogos e o processo de terapia não tem, necessariamente, ligação direta com a "loucura" propriamente dita. Ainda há um imenso preconceito na sociedade àqueles que buscam esse caminho. Além das situações apresentadas, passar pelo processo de autoconhecimento é um caminho que pode ser realizado através da psicoterapia.

Assim como buscamos um médico quando nosso corpo está fragilizado, também se faz importante a busca por ajuda quando notamos que nosso psiquismo está passando por "dores" e dificuldades.


Essas dores emocionais podem estar refletidas numa série de situações que vivenciamos: a autocrítica excessiva, o excesso de pensamentos negativos, o perfeccionismo, o ciúme, a necessidade de controle, a procrastinação (ou seja, a dificuldade em fazer algo agora e aquele comportamento de deixar para depois), os vícios de diversas naturezas ou atitudes que trazem prejuízo tanto para a pessoa quanto para os relacionamentos nos quais ela está envolvida.

Saiba quais são os motivos que podem levar a pessoa à psicoterapia

1. tristeza persistente que tira a vontade de fazer coisas que usualmente fazemos;

2. diagnósticos psiquiátricos com uso de medicação, pois estudos revelam que os melhores resultados envolvem medicação e psicoterapia;

3. luto patológico, ou seja, a persistência das emoções da perda de alguém continuam a existir, mesmo depois de muito tempo;

4. dificuldade em sentir prazer nas coisas que faz diariamente, mesmo quando se fala em lazer;

5. isolamento social excessivo;

6. sente grande irritação que se manifesta em agressividade física e verbal, com certo descontrole;

7. possui pensamentos repetitivos e de conteúdo negativo ou persecutório;

8. precisa de álcool ou drogas para conseguir passar pelos dias, sentindo falta quando não faz uso constante;

9. sua própria percepção de que algo não vai bem consigo, alguma questão emocional (mesmo que desconhecida) o aflige.

Podemos ter, ao pensarmos na terapia como uma alternativa, alguns questionamentos: "Quem procurar? É rápido ou demorado? Como vou falar da minha vida para um 'estranho'? Como será?" Como é um tratamento, não acontecerá em uma ou duas sessões, e a duração dependerá de cada caso. Os motivos apresentados, são apenas alguns que ilustram as possibilidades de busca de psicoterapia.

A intensidade da vivência das situações pode ser um bom indicativo para saber se precisamos ou não ir a um terapeuta. Duas pessoas podem passar pela mesma situação, mas não necessariamente ter a mesma resistência ou tolerância a viver esse fato, sendo já um bom critério para a busca ou não por terapia. E mais ainda: aquilo que é um sintoma emocional, se repetido e constante, pode dar a crescer um sintoma físico, que muitas vezes só será compreendido no processo psicoterapêutico.

A terapia funciona bem quando há um bom vínculo entre psicólogo e paciente/cliente, ou seja, quando há uma fluidez nas informações, quando o cliente se sente confortável para expressar suas ideias, pode encontrar um espaço para elaborar seus pensamentos e reposicionar-se frente às suas dificuldades.

É muito válido pensarmos que os sofrimentos humanos se expressam de diferentes formas e com diferentes reações. Com isso, cada um de nós passa por eles também sua forma particular. Portanto, as frases que dizem: "Psicólogo é bobeira, você não precisa disso" ou coisas do tipo, servem até mesmo para desencorajar, mas não são motivos efetivos para que você não busque ajuda. Não tenha vergonha de buscar ajuda para você, podendo então, superar suas dificuldades e ganhar em qualidade de vida.


Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Facebook: elaine.ribeiropsicologia Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/por-que-procurar-um-psicologo/

8 de janeiro de 2016

Santa Missa: ponto alto de nossa fé

O ponto mais alto da nossa fé é a celebração da Santa Missa

A Santa Missa é o ponto alto de nossa fé católica, a Celebração Eucarística que a Igreja vive desde que Cristo instituiu esse sacramento na Santa Ceia. Falando sobre a Celebração Eucarística na sua "Profissão de Fé", o Papa Paulo VI disse:

Os milagres eucarísticosFoto: Arquivo cancaonova.com

"Cremos que a Missa, celebrada pelo sacerdote, que representa a pessoa de Cristo em virtude do poder recebido no sacramento da Ordem e oferecida por Ele em nome de Cristo e dos membros do Seu Corpo Místico, é realmente o sacrifício do Calvário, que se torna sacramentalmente presente em nossos altares. Cremos que, como o Pão e o Vinho consagrados pelo Senhor, na Última Ceia, converteram-se no Seu Corpo e Sangue, que logo iam ser oferecidos por nós na cruz; assim também o Pão e o Vinho consagrados pelo sacerdote se convertem no Corpo e Sangue de Cristo, que assiste gloriosamente no céu. Cremos ainda que a misteriosa presença do Senhor, debaixo daquelas espécies que continuam aparecendo aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial" (n.24).

Saiba o que é transubstanciação

"Neste sacramento, pois, Cristo não pode estar presente de outra maneira a não ser pela mudança de toda a substância do pão no Seu Corpo, e pela mudança de toda a substância do vinho no Seu Sangue, permanecendo apenas inalteradas as propriedades do pão e do vinho, que percebemos com os nossos sentidos. Essa mudança misteriosa é chamada pela Igreja, com toda a exatidão e conveniência, de transubstanciação.

Assim, qualquer interpretação de teólogos, buscando alguma inteligência deste mistério, para que concorde com a fé católica, deve colocar bem a salvo que, na própria natureza das coisas, isto é, independente do nosso espírito, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de sorte que o Corpo adorável e o Sangue do Senhor Jesus estão na verdade diante de nós, debaixo das espécies sacramentais do pão e do vinho (31), conforme o mesmo Senhor quis, para se dar a nós em alimento e para nos associar pela unidade do Seu Corpo Místico" (n. 25).


"A única e indivisível existência de Cristo nosso Senhor, glorioso no céu, não se multiplica, mas se torna presente pelo sacramento, nos vários lugares da terra, onde o Sacrifício Eucarístico é celebrado. E depois da celebração do sacrifício, a mesma existência permanece presente no Santíssimo Sacramento, o qual no sacrário do altar é como o coração vivo de nossas igrejas. Por isso estamos obrigados, por um dever certamente suavíssimo, a honrar e adorar, na Sagrada Hóstia, que os nossos olhos veem, ao próprio Verbo Encarnado que eles não podem ver, e que, sem ter deixado o céu, se tornou presente diante de nós" (n.26).




Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/santa-missa-ponto-alto-de-nossa-fe/

6 de janeiro de 2016

Ninguém merece uma mulher mal-humorada

É realmente uma experiência desagradável e difícil conviver com uma mulher mal-humorada, amarga e rude

Olho para mim mesma e me faço algumas perguntas com coragem, mas com uma coragem nova, que me surpreende e me desinstala, que só pode ser fruto do Espírito Santo me visitando. Essas perguntas são de um tipo que me modifica simplesmente por enfrentá-las, pois se avalia, muitas vezes, a qualidade da alma de uma mulher pelas perguntas que ela é capaz de fazer a si mesma. E quero ser capaz de fazê-las!

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Pergunto-me profundamente e quase que com receio: "Sou uma mulher agradável?". Não dessas que gostam de se sair como "boazinhas" das situações e por isso "queridinhas" por todos; e também não dessas que são sempre azedas e que nada as conquista para um sorriso largo e leve, pois sempre estão reclamando de alguma coisa. Mas realmente agradável! Será que sou? A pergunta ganha eco em minha alma, e a minha resposta sincera é: "Nem sempre, pois preciso melhorar". Se você é uma dessas mulheres, seja bem-vinda à luta!

Feliz do homem que encontrou uma mulher agradável

É realmente incrível como a mulher consegue achar que é "justo e louvável" falar dos demais às escondidas e se deixar levar pela falsa sensação de alívio que esses pseudodesabafos trazem. Falamos por falar, reclamamos por reclamar e gastamos a substância da alma, que é o tempo, inutilmente. Ele vai sendo perdido em banalidades que nos trazem um fruto amargo de digerir: a tristeza.

A Bíblia diz: "Feliz do homem que encontrou uma mulher agradável para conviver!". E me pergunto outra vez: "Eu sou uma dessas?". Eis o desafio feminino que encontro: não ser "agradavelzinha" para os outros em nome de ganhos e benefícios sobre a alegria dos demais, mas ser realmente agradável com naturalidade simplesmente por ser grata, sem perder a firmeza ou a decisão. A gratidão muda tudo; nela encontro um caminho para ser agradável a Deus e, consequentemente, com quem convivo.

O que torna uma mulher feia

É uma experiência desagradável e difícil conviver com uma mulher mal-humorada, amarga e rude. Ela se torna realmente feia quando a leveza e a alegria não são suas marcas notáveis. E eu não escapo de ter de me perguntar se realmente apresento aos outros uma proposta de vida que provoque, sim, um agrado às suas almas e um sorriso encorajador nos rostos que me rodeiam. Pois ser agradável não é agradar inconsequentemente sempre, mas provocar algo melhor na vida do outro, algo que seja muito além das minhas reclamações, é apresentar, com minha forma de viver, o próprio Deus.


Pergunto-me mais uma vez e com uma porção redobrada de coragem se me sinto realmente uma mulher agradável e bela. A resposta fica aqui atravessada em minha garganta e percebo que preciso confiar muito em Deus para assumir a melhor resposta. Uma mulher não é bela somente por suas curvas, por seu olhar estonteante ou seus cabelos que mais se parecem com propaganda de TV, muito menos por uma beleza física forjada e artificial. Mas uma mulher que realmente se sente bela tem um brilho no olhar todo especial, uma originalidade, uma liberdade interior única, uma segurança rara. É muito mais uma beleza espiritual, interior, do que uma beleza comprada no shopping. Uma mulher bela é leve e tem uma alegria nobre, sem excessos nem falta. É uma alegria confiante que vai além da sua presença arredondada e perfumada. Ela inspira o eterno com sua leveza e alegria.

A alegria em uma mulher é sinal de elegância

A alegria verdadeira não é um contentamento qualquer, mas fruto de um relacionamento sagrado com Deus; é uma decisão que precisa ser revista e reassumida diariamente. A alegria em uma mulher é sinal de elegância, de uma boa escolha, e não de adereços comprados ou fabricados. Uma mulher é capaz de ser realmente feliz sem ao menos usar um brinco de bolinha na orelha.

"A alegria do Senhor é a minha força!", é o que diz a Palavra de Deus. E a alegria numa mulher é sinal de que ela escolheu o melhor dos melhores, pois o pior vem sem nem ao menos desejarmos. Para piorar a vida, só se ela deixar de decidir, nem é preciso esforço. A alegria é uma escolha inteligente e também exigente, que precisa ser baseada numa realidade que a mulher não pode perder de vista: a esperança. Uma mulher que espera em Deus não pode perder tempo murmurando, reclamando. Esse não é um conselho qualquer, mas o melhor cosmético que existe, a melhor coisa que pode acontecer na alma feminina: ser grata, segura de sua esperança em Deus. Agradecer por tudo, pelo bom e pelo ruim, pelo demorado ou rápido, pelo difícil e pelo fácil. A gratidão muda um rosto e abre a porta da alegria verdadeira.

A felicidade vem de dentro para fora, desse terreno sagrado que deve ser cuidado diariamente. É uma escolha de vida, uma escolha por um jeito sagrado de viver, pois é um "jeito" de quem confia, silencia e agradece. Isso muda tudo. Uma mulher grata experimenta realmente o que é ser feliz.

Não há mulher mais bela do que aquela que é grata. Gratidão é sinônimo de felicidade. A consequência? Uma beleza imbatível.



Ziza Fernandes

Ziza é cantora, compositora, musicoterapeuta, professora e mosaicista. Estudou piano por 12 anos no Conservatório Santa Cecília, Maringá – PR, aperfeiçoando-se com o professor Paulo Giovanini, na Universidade Estadual de Maringá.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/ninguem-merece-uma-mulher-mal-humorada/

4 de janeiro de 2016

Motivos para viver a castidade

Pessoas que optaram pela castidade tendem a ser mais leves

Quando tomamos uma decisão, em determinado momento da vida, geralmente nos deparamos com alguns conflitos que vêm nos apresentar prós e contras, possibilidades, dificuldades, desafios que poderemos enfrentar com a escolha. Nossos valores entram em jogo com bastante peso nesses momentos.

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Hoje, não é mais possível falar para as novas gerações: "faça isso", "não faça aquilo". O acesso fácil e rápido às mais diversas informações capacitou as crianças, adolescentes e jovens a questionarem mais sobre a maioria dos dilemas da vida.
Assim, quando falamos sobre a proposta de castidade, é necessário estar atento aos motivos pelos quais se adere a essa prática. É bom pensar profundamente sobre o assunto e provocar questionamentos a respeito das razões dessa escolha.


Autoconhecimento

1. Quando há a vivência da castidade, a tendência é que o indivíduo tenha mais domínio de si, fruto de um adequado autoconhecimento. Assim, autoconhecimento gera mais autodomínio, ou seja, a pessoa tem menor probabilidade de ser vítima das suas emoções e tensões mal trabalhadas;

Respeito como ponto central das relações

2. O relacionamento entre pessoas do sexo oposto pode ser mais saudável e livre, sem desconfianças e constrangimentos. Na castidade, o homem consegue olhar para a mulher com mais nitidez, porque pratica a pureza; a mulher, idem. O respeito aparece como ponto central nessas relações, e a amizade tende a ser mais profunda, honesta e descomplicada;


Valorizar de maneira adequada o  corpo

3. O indivíduo casto aprendeu a valorizar de maneira adequada um grande presente que Deus deu a cada indivíduo: o seu corpo. Ele conhece suas potencialidades e limitações com mais propriedade, consegue direcionar-se de maneira mais centrada nas diversas situações da vida e reconhece que o seu corpo e o corpo do outro são sagrados, lindos, bons e devem ser tratados com a alta dignidade que merecem;

Pensamentos mais livres para o aprendizado

4. Sabemos que a opção pela castidade não é sempre fácil, rápida ou simples. Cada pessoa tem o seu próprio caminho para conquistar essa virtude. Porém, quando ela é capaz de viver a castidade adequadamente, depois de passados os períodos mais turbulentos dessa luta, seus pensamentos tendem a ficar mais livres para o aprendizado, para a criatividade, a apreciação do belo e a construção do novo;

Conhecer-se mais

5. Espiritualmente, a pessoa acaba estreitando mais o seu relacionamento com Deus, por reconhecer que, sozinha, irá até um determinado ponto. Quando se propõe a viver a castidade, como dito acima, a pessoa tende a conhecer-se mais e, com isso, consegue apresentar-se mais inteiramente diante de Deus, reconhecendo suas fraquezas e limitações para pedir auxílio Àquele que tudo pode, que tudo vê e que deseja verdadeiramente ajudar Seus filhos no caminho da plenitude;

Pessoas que optaram pela castidade tendem a ser mais leves

6. Se você for atento e honesto, saberá responder essa: já notou que a alegria das pessoas castas é diferente daquela alegria que mistura malícia, desrespeito e baixarias? Diferente do que muitos podem pensar, as pessoas que optaram pela castidade tendem a ser mais leves nos seus contatos sociais, alegram-se puramente com coisas simples do cotidiano, riem muito (muito mesmo) de coisas que não precisam envolver maldade; conquistam aquela alegria natural e espontânea, um pouco rara hoje em dia;

Sabe que pode enfrentar e vencer outros desafios da vida

7. Por ter decidido viver a castidade, o indivíduo sabe que pode enfrentar e vencer outros desafios da vida, pois o esforço para ir numa direção contrária ao que a sociedade prega o deixou mais consciente e fortificado em tudo que o compõe: pensamentos, sentimentos, reações físicas e biológicas, atitudes etc.
Enfim, como dito acima, essa não pretende ser uma lista completa dos motivos para se viver a castidade, mas uma proposta de reflexão sobre o assunto. Quem sabe, esse não era o empurrãozinho que faltava para você se convencer de que a castidade é algo bom, moderno, bonito, jovial e que apresenta resultados que podem ajudá-lo no caminho da felicidade que você deseja para a sua vida?
Coragem! O caminho para desenvolver uma grande virtude pode ser uma aventura maravilhosa que envolve perigos, vitórias, desafios, lágrimas, suor, conquistas, risos e paz, mas que só será vivida se você tomar a sua decisão.


Milena Carbonari

Milena Carbonari Krachevski é Psicóloga, Pós-Graduanda em Educação e Terapia Sexual, missionária dos Jovens Sarados e membro do Apostolado da Teologia do Corpo Brasil. Contato: psicologa.milenack@gmail.com