28 de fevereiro de 2024

O mandato missionário da Igreja Católica


Todo batizado é chamado a missão. Entenda mais essa afirmação neste artigo de Rodrigo Santos da série sobre o Catecismo da Igreja Católica.

comshalom Foto: Expedição Shalom na Ilha do Marajó.

Entre os imperativos mais firmes efetuados por Jesus Cristo a Seus apóstolos, estão aqueles relacionados à missão, ao anúncio do Evangelho a todos os povos. Não apenas o povo judeu era destinatário da Paz que o Messias veio anunciar, mas todos os povos, raças, línguas e nações. Devido à gravidade dessa catolicidade da Igreja, o Catecismo dedica, então, alguns parágrafos sobre a temática da missão: 

"Enviada por Deus às nações, para ser o sacramento universal da salvação, a Igreja, em virtude das exigências íntimas da sua própria catolicidade e em obediência ao mandamento do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens. 'Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei. E eis que Eu estou convosco todos os dias, até ao fim do mundo' (Mt 28,19-20)" (CIC 849). 

Ser missionário é estar aberto a um constante compromisso de despojamento em prol da obra de Deus. Nem todos os batizados são vocacionados a deixar seu estado, sua pátria etc. Porém, todos são chamados a sair da terra do egocentrismo e ser missionários na realidade em que se encontram: No seio da própria família, comunidade, trabalho, faculdade, bairro etc. "O mandato missionário do Senhor tem a sua fonte primeira no amor eterno da Santíssima Trindade: 'Por sua natureza, a Igreja peregrina é missionária, visto ter a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo'. E o fim último da missão consiste em fazer todos os homens participantes na comunhão existente entre o Pai e o Filho, no Espírito de amor" (CIC 850).


A pergunta que muitos se fazem é: "Qual o motivo e razão de ser desse mandato missionário?" O Catecismo responde: "É ao amor de Deus por todos os homens que, desde sempre, a Igreja vai buscar a obrigação e o vigor do seu ardor missionário: 'Porque o amor de Cristo nos impele…' (2Cor 5,14).  Com efeito, 'Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade' (1Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos, mediante o conhecimento da verdade. A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito da verdade estão já no caminho da salvação. Mas a Igreja, à qual a mesma verdade foi confiada, deve ir ao encontro dos que a procuram para a levar. É por acreditar no desígnio universal da salvação que a Igreja deve ser missionária"(CIC 851).

Quando se fala desse mandato missionário, entra em cena, junto ao batizado, uma pessoa de importância essencial, trata-se do Espírito Santo. Ele é a grande promessa do Pai, efetuada e anunciada pelos lábios de Nosso Senhor Jesus Cristo.

"'O protagonista de toda a missão eclesial é o Espírito Santo'. É Ele que conduz a Igreja pelos caminhos da missão. E esta 'continua e prolonga, no decorrer da história, a missão do próprio Cristo, que foi enviado para anunciar a Boa-Nova aos pobres. É, portanto, pelo mesmo caminho seguido por Cristo que, sob o impulso do Espírito Santo, a Igreja deve seguir, ou seja, pelo caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação de si mesma até à morte – morte da qual Ele saiu vitorioso pela ressurreição'. É assim que «o sangue dos mártires se torna semente de cristãos" (CIC 852).

Essa evangelização e catequese precisaram ser cooperadoras inseparáveis ao longo dos séculos. Ir constantemente atrás de novas ovelhas para o rebanho do Senhor, mas sem se descuidar das que já estão no redil. Isso, no entanto, não se efetiva sem combate, sem provações, sem perseguições. Provações que muitas vezes resultam de fraquezas e inconsistências de seus próprios membros. Por isso, a Igreja também é consciente de quão distante está o ideal do que ela anuncia dos limites de seus membros. Daí a constante necessidade de intercessão e exame de consciência. O ser missionário da Igreja supõe ir onde estão os destinatários do anúncio.

"Pela sua própria missão, 'a Igreja faz a caminhada de toda a humanidade e partilha a sorte terrena do mundo. Ela é como que o fermento e, por assim dizer, a alma da sociedade humana, chamada a ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus'. O esforço missionário exige, portanto, paciência" (CIC 854).


O olhar paciente auxilia na missão, contribui ainda no processo de aprendizagem com os próprios erros. Surgem, daí, ainda críticas iluminadas por novas descobertas sobre o homem, sobre a vida, enfim sobre a própria natureza. Outro forte hiperativo provocado por esse mandato missionário da Igreja é a unidade dos cristãos. A missão exige o esforço rumo à unidade dos cristãos (cf. CIC 855). Implica ainda um diálogo respeitoso com os que ainda não aceitam o Evangelho (cf. CIC 856). 

Que o Espírito Santo não desista do povo do Senhor. Que a dureza de coração se renda às propostas da graça. 


Fonte: https://comshalom.org/o-mandato-missionario-da-igreja-catolica/


26 de fevereiro de 2024

Conheça o método de viver da Partilha e Transparência


São chaves capazes de abrir e fechar portas muito importantes.

Você já viveu situações complicadas com pessoas que você ama? Conversas atravessadas que se tornaram indigestas? Brigas que fazem pesar a consciência e, quando deitamos a cabeça no travesseiro, roubam o nosso sono? Pois é! Quem nunca?

Situações como essas, muitas vezes, levam anos para serem resolvidas, são irmãos que deixam de se falar, amizades perdidas, clima pesado no trabalho, algumas destas situações até evoluem para doenças; tudo porque houve um mal entendido ou, ao contrário, porque ficou tudo muito claro e muito duro.

Espero que não, mas acredito que, se você não experimentou nada disso, deve ter, no mínimo, presenciado algo do tipo! Pois é, não deveria acontecer, mas são coisas da vida e que acontecem com as melhores pessoas e nas melhores famílias até entre os melhores amigos.

Uma maneira de viver

Aqui, na Canção Nova, não é diferente, de vez em quando acontecem desentendimentos, desavenças, discussões, brigas… Contudo, na Canção Nova, encontramos um jeito de resolver isso, Deus inspirou ao Padre Jonas a Partilha e a Transparência, que, para nós, se tornou um Princípio de Vida. Em outras palavras significa dizer que ou colocamos em prática esse princípio ou colocamos a perder a nossa vocação. Ou vivemos ou, então, morremos.

Créditos: SDI Productions / GettyImagens / cancaonova.com

No entanto, posso afirmar que não é só para quem é da Canção Nova que isso funciona. Nós, antes de sermos missionários, também temos uma família e, quando vamos para casa em nosso período de descanso, colocamos em prática o que aprendemos no Carisma. Quando viemos para a Canção Nova trouxemos o que aprendemos em casa e, quando voltamos para casa, levamos o que aprendemos no Carisma. E é lindo demais ver os nossos familiares assumindo também para si aspectos do Carisma Canção Nova.

Levar a santidade

Também entre os nossos colaboradores já se nota a adesão ao jeito de ser e viver Canção Nova, ouso dizer que é esse jeito de ser e viver que os atraiu a quererem vir trabalhar conosco. Logo, funciona também para quem não é um missionário CN.

Mas entenda o porquê disso servir para você, o Padre Jonas dizia que a Canção Nova é uma "fábrica de santos", e ele não se refere apenas aos missionários, ele está dizendo que o nosso jeito de viver é uma fábrica de santos e qualquer pessoa, sem dúvida, pode assumir o nosso modo de viver, claro, para nós Partilha e Transparência é um Princípio, para você será um estilo de vida, o estilo de vida do Evangelho. E veja que interessante, a Igreja quando conferiu à Canção Nova o reconhecimento pontifício, atestou o que o Padre Jonas já havia percebido, nosso jeito de viver leva aqueles que o assumirem para uma vida santa.

Tudo muda por causa da visão do Evangelho

Como eu estava dizendo, aqui, na Canção Nova, acontecem desentendimentos, como na sua casa, contudo, por termos por regra de vida o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, então, buscamos moldar o nosso proceder ao Seus ensinamentos e, a partir disso, tudo o que vivemos precisa passar pelo filtro do evangelho.

Não precisa nem conhecer o Evangelho ou mesmo Nosso Senhor para saber que briga e desentendimento causam um mal danado. Tudo porque, diante de uma briga, o que sobra são sentimentos ruins, palavras "mal ditas" e, geralmente, tudo isso é guardado a sete chaves no nosso interior, ou é colocado para fora da pior maneira possível; e o que já estava ruim fica muito pior.

A Partilha e a Transparência são, por assim dizer, um "mecanismo" que usamos para não deixar entulhado no coração os mal entendidos, os sentimentos ruins, as brigas, as mágoas etc.; bem como para não colocar para fora no lugar errado, do jeito errado, na hora errada; e até para pessoa errada os nossos sentimentos e azedumes.


Trata-se de uma chave que abre o coração e a boca para a partilha e que também fecha o coração e boca para o que não corresponde à vivência do Evangelho. De maneira concreta, sempre que acontece uma situação que gerou um mal entendido, antes de tudo, nos colocamos em oração, deixamos decantar as emoções, nos desarmamos das nossas razões e interesses; e tão logo quanto seja possível (a regra aqui também é do Evangelho: "não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento") procuramos aquele irmão ou irmã para partilhar o que aquela determinada situação gerou em nós e vamos desmascarando as armadilhas do demônio naquela situação.

A gente fala o que sentiu, partilha o que nos fez mal, mas também escuta o nosso irmão, dá a ele oportunidade de se dizer. Muitas vezes, não passava de um mal entendido que poderia ter consequências desastrosas se não tivéssemos tido aquela conversa, difícil, mas extremamente necessária e salutar.

A partilha abre-nos ao perdão, à reconciliação; e nós já sabemos: o perdão é um santo remédio, mas reconciliação é um tema para outro momento.

Partilha e transparência são chaves também para abrir uma boa conversa, para dividir sonhos, inspirações, para inaugurar amizades, para restabelecer a confiança, para ganhar força num projeto novo, para sair de si e da zona de conforto, para ir ao encontro dar-se a conhecer e a conhecer o outro. E veja: isso tudo pode ser aplicado aí na sua casa ou no seu trabalho, não é exclusividade da Canção Nova.

Ser fiel à Palavra de Deus

Mas essa chave também serve para fechar, fechar a nossa boca e ouvidos dos comentários inoportunos, das fofocas, de tudo o que não é "puro, santo, verdadeiro, justo, amável, de boa fama, virtuoso e louvável, pois é isso que deve ocupar os nossos pensamentos", diz a Palavra de Deus (cf. Fl 4,8).

Perceba que partilha e a transparência é uma proposta de vida e santidade ao alcance de qualquer um que queira seguir os mandamentos de Jesus.

E, aproveitando que se trata de uma proposta, eu quero estendê-la a você que chegou até aqui comigo: que tal começar a passar a sua vida pelo filtro do Evangelho? Comece percebendo em seus relacionamentos o que não está de acordo, busque aquelas pessoas com as quais você tem alguma situação não ou mal resolvida, partilhe, seja transparente, exponha os seus sentimentos. Quando nos expomos, colocamos luz sobre realidades que estavam emboloradas na escuridão do nosso interior. Use essa chave e abra a porta do seu coração para acolher de volta aqueles que, talvez, você trancou do lado de fora.

Vale ressaltar, isso não significa que o outro vai te acolher, vai te perdoar, vai voltar tudo como era antes, às vezes, (graças a Deus não é a maioria), a pessoa não está disposta a te escutar e, apesar de parecer que seu esforço foi em vão, não foi. A porta do seu coração foi reaberta; e isso é cura e libertação pelo menos para você, e o seu esforço já terá valido a pena. E como dizem: quem ama dá sempre o primeiro passo. "Bora" caminhar? É uma linda aventura.

Quem sabe não nos encontremos pelo caminho!

Deus abençoe.



Carla Picolotto

Carla Picolotto é natural de São José das Missões (RS). Membro da Canção Nova desde 2009, Carla passou pelas missões de Lavrinhas (SP), Cachoeira Paulista (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE) e Queluz (SP). Neste último, ela fez parte da equipe de Formação do discipulado. Atualmente, está na missão de São José dos Campos (SP).


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/conheca-o-metodo-de-viver-da-partilha-e-transparencia/


22 de fevereiro de 2024

O corpo humano, uma maravilha de Deus!


Tratar o corpo humano é uma bênção, porque é a obra-prima da criação. A última coisa que o Senhor fez foi o homem, ao qual Ele deu a Sua imagem e semelhança.

E cada vez mais eu vejo, quanto mais aprofundo os meus estudos, o quanto Deus colocou absolutamente tudo para que o nosso corpo se defendesse dos problemas do dia a dia, inclusive os mecanismos imunológicos. Recentemente, por exemplo, eu observei em muitos estudos – e tenho falado demais – a importância da atividade física, porque se descobriu, há pouco tempo, que toda vez que você faz uma contração muscular você produz miosinas. Que é isso? São os anjos da guarda do nosso corpo para termos uma saúde fantástica. São substâncias produzidas no momento em que você faz uma contração muscular, e centenas de miosinas caem na corrente sanguínea e vão para todos os lugares do seu corpo que você imaginar. Para quê? Pra trazer mais saúde para você.

O valor do corpo humano

Então, nós temos, realmente, que encarar o corpo humano como templo do Espírito Santo e ajudá-lo. Temos uma informação dessas e temos que fazer uso dela. Deus nos permitiu chegar a esse conhecimento, mas nós o deixamos de lado, somos displicentes, e eu considero isso até um pecado.

Então, no Dia do Médico, eu quero fazer uma homenagem ao meu querido e amado esposo Roque Savioli, pois eu me sinto muito honrada em fazer parte da equipe médica dele. Deus os abençoe e feliz Dia do Médico.

São Lucas, rogai por nós que recorremos a vós!


Dr. Roque Savioli faz homenagem aos médicos

Dia do médico! Parabéns a todos os colegas médicos e aos profissionais de saúde que, junto com os médicos, cuidam da obra-prima do Senhor, que é o corpo humano. 

A responsabilidade que nós temos é muito importante, porque nós cuidamos da última coisa que Deus criou, o corpo humano. 

Nós profissionais de saúde somos instrumentos de Deus para manter essa obra-prima sempre com saúde. Então, feliz Dia do Médico. Que Deus os abençoe!

São Lucas, rogai por nós que recorremos a vós!



Dra. Gisela Savioli

Dra. Gisela Savioli, nutricionista Clínica Funcional e Fitoterapeuta – Escritora e Jornalista.

Nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo com especialização em Saúde da Mulher no Climatério pela Faculdade de Saúde Pública da USP, pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia pelo CVP-Unicsul. Graduanda do Applying Functional Medicine in Clinical Practice pelo Institute for Funcional Medicine.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/o-corpo-humano-uma-maravilha-de-deus/


19 de fevereiro de 2024

A família precisa ser o lugar do amor transformador


A Sagrada Escritura nos diz: "O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a uma mulher". Essa união querida por Deus tem uma missão especial de preparar seus membros para participar da grande família no Reino dos Céus. À família cabe a missão de guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida. Esse amor que se desdobrará nas alegrias e renúncias diárias para o bem de todos. Ele cresce à medida que exercitamos a virtude da caridade, e não quando buscamos nossos interesses, visando uma felicidade individualista. Olhar a família é contemplar um lar, lugar onde podemos sentir segurança, amor e pertencimento. Jesus nasce e cresce nesse ambiente de família e aprende com seus pais as virtudes que o fez crescer em sabedoria, estatura e graça. Diz ainda a Bíblia que Jesus era obediente aos seus pais.

O Concílio Vaticano II chamou a família de Igreja Doméstica. Logo, ao compreender que a família, da qual faço parte, é, antes de tudo, um projeto de Deus e um projeto para a minha felicidade, viver os seus desafios e conquistas será uma via que me unirá cada vez mais a Cristo, pois foi Ele quem me chamou para esta missão. A missão de tornar Deus — que reside na Igreja Doméstica, da qual faço parte —, conhecido, amado e adorado.

Créditos: AleksandarNakic / GettyImagens / cancaonova.com

Jesus deve estar presente na família

A presença de Jesus nas Bodas de Caná, em Jo 2,1-11, significa que o Senhor deseja estar no meio da família, ajudando-nos a vencer os nossos desafios, transformando nossa água em vinho novo, alegrando nossa vida e realizando aquilo que, muitas vezes, não sabemos fazer. Mas, infelizmente, paira sobre a nossa sociedade que a família é pesada, além disso, que viver para os filhos e o marido não nos traz realização pessoal. Mas por que não há realização, se estamos na vontade Deus, realizando a missão que Ele sonhou?

Deixemos de lado os modelos de família perfeitos que os filmes nos apresentam e olhemos com louvor e gratidão para a nossa realidade. Contemplemos a beleza da vida que nos foi confiada no rosto dos nossos filhos. Vejamos a graça do companheiro que Deus nos deu para a realização da missão. Diga, sem medo: "Eu não estou sozinha! O Senhor me deu alguém por companheiro". Você, homem, diga sem medo: "O Senhor me deu alguém para me ajudar!".


Jocelma Cruz – Comunidade Canção Nova 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/a-familia-precisa-ser-o-lugar-do-amor-transformador/


14 de fevereiro de 2024

Fora da Igreja Católica, há salvação?


Entenda como é a relação da Igreja Católica com os adeptos de outros credos, neste artigo da série sobre o Catecismo.

comshalom Foto: CATHOPIC

Apesar das tensões históricas e doutrinárias, o diálogo e comunhão da Igreja Católica com fiéis cristãos de origem ortodoxa ou protestante é um pouco mais simples, pois temos uma referência doutrinal de base comum, ou seja, as Escrituras Sagradas e a fé em Cristo. Mesmo o diálogo com Judeus pode ser bem promissor, pois acreditamos nos Mandamentos e numa instância última (Deus), causa eficiente e geradora de tudo o que existe, eles chamam de "Yahweh" e nós chamamos de "Pai".  Leia: 

"Aqueles que ainda não receberam o Evangelho estão também, de uma ou de outra forma, ordenados ao povo de Deus: A relação da Igreja com o Povo Judaico. A Igreja, povo de Deus na nova Aliança, ao perscrutar o seu próprio mistério, descobre o laço que a une ao povo judaico, «a quem Deus falou primeiro. Ao invés das outras religiões não cristãs, a fé judaica é já uma resposta à revelação de Deus na antiga Aliança. É ao povo judaico que 'pertencem a adoção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas […] e os patriarcas; desse povo Cristo nasceu segundo a carne' (Rm 9,4-5); porque 'os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis' (Rm 11,29)" (CIC 839).

 

A Igreja Católica, confiante num Deus-amor, além dos fiéis de outras denominações cristãs e com o povo judeu, vê com otimismo os princípios básicos e comuns, mesmo com muçulmanos: "O desígnio de salvação envolve igualmente os que reconhecem o Criador, entre os quais, em primeiro lugar, os muçulmanos que declarando guardar a fé de Abraão, conosco adoram o Deus único e misericordioso que há de julgar os homens no último dia" (CIC 841).

"A Igreja reconhece nas outras religiões a busca, «ainda nas sombras e sob imagens», do Deus desconhecido, mas próximo, pois é Ele quem a todos dá vida, respiração e todas as coisas e quer que todos os homens se salvem. Assim, a Igreja considera tudo quanto nas outras religiões pode encontrar-se de bom e verdadeiro, «como uma preparação evangélica e um dom d'Aquele que ilumina todo o homem, para que, finalmente, tenha a vida" (CIC 843).


Porém, não raramente se ouve em certos discursos: "Fora da Igreja não há salvação!" Como afirmar uma coisa, sem negar outra? O Catecismo explica:

"Formulada de modo positivo, significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça pela Igreja que é o seu Corpo: O santo Concílio «ensina, apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição que esta Igreja, peregrina na terra, é necessária à salvação. De fato, só Cristo é mediador e caminho de salvação. Ora, Ele torna-se-nos presente no seu Corpo, que é a Igreja. Ao afirmar-nos expressamente a necessidade da fé e do Batismo, Cristo confirma-nos, ao mesmo tempo, a necessidade da própria Igreja, na qual os homens entram pela porta do Baptismo. É por isso que não se podem salvar aqueles que, não ignorando que Deus, por Jesus Cristo, fundou a Igreja Católica como necessária, se recusam a entrar nela ou a nela perseverar" (CIC 846).

Resumindo, é diferente quem não está em plena comunhão de fé com a Igreja por ignorância, de alguém que embora tenha mergulhado nos tesouros doutrinais da fé, a renega por obstinação. "Esta afirmação não visa aqueles que, sem culpa da sua parte, ignoram Cristo e a sua igreja: 'Com efeito, também podem conseguir a salvação eterna aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo e a sua Igreja, no entanto procuram Deus com um coração sincero e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a sua vontade conhecida através do que a consciência lhes dita'" (CIC 847). 

Atualmente, temos inimigos muito mais ameaçadores do que as eventuais diferenças doutrinárias entre nós, cristãos. Além disso, Deus tem sua própria estratégia de ação. A Igreja, sem dúvida, é o caminho formal escolhido por Ele. Porém, reduzir Seu poder e capacidade de feitos às ações da Igreja, não seria o mais sábio. "Deus pode, por caminhos dele conhecidos, levar à fé todos os homens que sem culpa própria ignoram o Evangelho. Pois 'sem a fé é impossível agradar-lhe'. Mesmo assim, cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar todos os homens" (CIC 848). O diálogo e fidelidade na vivência da própria fé são o maior combate a heresias no seio da Igreja.


Fonte: https://comshalom.org/fora-da-igreja-catolica-ha-salvacao/


9 de fevereiro de 2024

O que é Cura entre gerações?


Por que será que em algumas famílias, há pessoas que morrem, todas elas com a mesma doença? Você já ouviu falar de famílias em que todas as gerações, houve alguém que morreu de problemas do coração? Ou de famílias inteiras perdidas no ocultismo e nas falsas doutrinas? Ou então de pessoas que temem quando algum dos seus vai viajar, porque naquela casa acontecem muitos acidentes de carro e muitos deles fatais?

Muitos desses problemas podem ser sanados quando oramos para a cura entre as gerações, uma das muitas áreas do ministério de cura. Graças a Deus, ao aprofundamento da fé e ao avanço da ciência, muitos irmãos têm sido agraciados com os benefícios deste poderoso ministério.

A cura entre as gerações é para nós cristãos, uma oportunidade de nos libertar das influências familiares negativas do passado que podem estar repercutindo em nossa vida. Um grande avanço do ministério de cura já havia sido a cura intra-uterina, isto é, rezar pela nossa cura desde o momento da concepção, passando por todo o tempo de gestação, até o nosso nascimento. Outro grande abraço foi a cura pelas etapas da nossa vida, pedindo para Jesus que é o mesmo ontem, hoje e sempre, visitar cada momento do nosso viver, curando-nos nos momentos traumatizantes, tristes ou doloridos. Mas, em certo momento percebeu-se que era preciso buscar, além dos vivos, o problema dos vivos. Foi aí que surgiu a cura entre gerações.

Cuidado! Não se trata de regressão, às vezes usada em alguns consultórios como parte integrante de terapia. Cura entre gerações também não é terapia de vidas passadas (pois só se vive uma vez e logo após vem o juízo). Cura entre gerações também não tem nada a ver com Espiritismo, evocação dos mortos ou ocultismo. Aos seus amados, Deus não os permite. Na verdade, os proíbe (Dt 18,11-12). Quando falamos de cura entre gerações, temos o respaldo da Sagrada Escritura (Rm 7,15; Ez 18,2; Lm 5,7; Ex 20,5-6), da tradição da Igreja (é costume antiqüíssimo da Igreja rezar pelos mortos) e da ciência. Só para citar, Santa Teresa d'Ávila e Santo Tomás de Aquino falam de benefícios para os vivos quando a Eucaristia é oferecida pelos mortos.

A cura entre gerações sugere a possibilidade de os atos e efeitos negativos de nossos antepassados poderem de algum modo entrar em nosso "sangue" e pesar sobre nossa vida e gerações futuras. Trata-se de curar e libertar a ligação com essas raízes perturbadoras. Em poucas palavras, cura entre gerações é a cura dos vivos, através da oração pelos mortos.

Também não se trata de colocar todas as nossas culpas nos nossos antepassados. A cura entre gerações é apenas um dos muitos meios dos quais Deus pode se utilizar para nos curar e libertar. Mas atenção: não importa o quanto os nossos antepassados possam ter nos influenciado. Há sempre oportunidades para escolhermos padrões sadios de comportamento, não importa sob que circunstâncias. Quando eu peco, todo o Corpo de Cristo é prejudicado. Da mesma maneira, quando faço algo de bom, todo o Corpo é beneficiado. Quando me santifico, elevo o mundo! Isto também acontece nas famílias. A verdade é que estamos mais enraizados uns nos outros do que imaginamos.

Coisas boas e ruins trazemos dos nossos antepassados. Carregamos heranças físicas ou biológicas, espirituais, emocionais e psíquicas. Herdamos cor e tipo de cabelo, cor dos olhos, estatura, habilidades, jeito de ser… Podemos, assim, ser herdeiros, de nossos antepassados, de doenças como câncer, diabetes, doenças do coração, pressão alta, maus dentes, bem como de males espirituais, que podem ir desde a falta de oração até o ateísmo. O mesmo se diz dos males psíquicos: tendências suicidas, crimes, timidez, famílias inteiras mafiosas ou com vícios.

Mas não é preciso ninguém se assustar. Se estamos falando de herança ou de bagagem física ou espiritual ou de qualquer ordem, é porque é algo que se repete muito e, assim sendo, começou em algum lugar. Tem também que terminar… É então, uma oportunidade que temos de pedir ao Senhor que Ele nos liberte. Pela cura entre gerações, cada um de nós levanta a bandeira da misericórdia divina para nossas famílias. Tornamo-nos porta de entrada para a libertação dos nossos familiares e por conseguinte, a nossa própria libertação.

Ore mais ou menos assim: "Em nome de Jesus e por sua autoridade, eu venho contra esta herança negativa ou maldição (pode citar o mal que se tem conhecimento…). Invoco o Preciosíssimo Sangue de Jesus e quebro esta herança negativa ou maldição sobre minha família ou pessoa, no nome de Jesus. Amém".

E não se esqueça de levar uma vida íntegra perante Deus e os homens, bem como de, na Santa Missa, orar por você e pelos seus. A Santa Missa é o que de melhor há pelos vivos e pelos falecidos.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/diversos/o-que-e-cura-entre-geracoes/  


7 de fevereiro de 2024

O termo misericórdia na Encíclica Dives In Misericordia


Podemos iniciar a nossa conversa sobre a misericórdia pelo sentido das palavras que designam o próprio termo misericórdia. Em latim, sabemos que há a junção de dois termos: "miser", que quer dizer a miséria do homem pobre e necessitado de ajuda e compaixão; e "cor", que quer dizer coração, bondade e amor. Assim, segundo São Tomás de Aquino, misericórdia designa alguém com um coração compassivo para com a felicidade de outra pessoa. Misericórdia é uma compaixão sincera e o desejo de remediar, se possível, o que causa dano aos nossos irmãos.

A nota explicativa número 52 da Carta Encíclica DIVES IN MISERICORDIA, de São João Paulo II, nos ajuda a entender, por meio de dois vocábulos, o que significa misericórdia. Misericórdia era designada, no Antigo Testamento, com o termo "Hesed" (bondade/fidelidade). Hesed era inicialmente entendida como uma atitude de bondade, mas quando se referia à atitude de uma pessoa para outra, Hesed se transformava num compromisso interior de fidelidade mútua.

Aliança entre Deus e o povo

Mas também significava fidelidade para consigo mesmo ao pacto feito com alguém. Depois de assumido esse compromisso, a fidelidade ganhava uma configuração jurídica de aliança entre Deus e o seu povo, Israel. Assim, se o povo fosse infiel, juridicamente Deus poderia rejeitá-lo. Mas é precisamente aí que se manifesta o sentido mais profundo do amor misericordioso de Deus que se mantém fiel a si e se doa pelo seu povo, não o abandona, mesmo quando este lhe dá motivo.

Créditos: KatarzynaBialasiewicz / GettyImagens / cancaonova.com

Também o Catecismo da Igreja Católica, no número 210, fala sobre esta fidelidade de Deus ao seu povo. Depois do pecado de Israel, que se afastou de Deus para adorar o bezerro de ouro, Deus atende a intercessão de Moisés e aceita caminhar no meio dum povo infiel, manifestando, deste modo, o seu amor. A Moisés, que Lhe pede a graça de ver a sua glória, Deus responde: «Farei passar diante de ti toda a minha bondade (beleza) e proclamarei diante de ti o nome de YHWH» (Ex 33,18-19). E o Senhor passa diante de Moisés e proclama: «O Senhor, o Senhor [YHWH, YHWH] é um Deus clemente e compassivo, sem pressa para se indignar e cheio de misericórdia e fidelidade» (Ex 34,6). Moisés confessa, então, que o Senhor é um Deus de perdão».


Continua a nota 52 da Carta Encíclica DIVES IN MISERICORDIA, de São João Paulo II, dizendo algo sobre o outro vocábulo do qual queremos nos servir para expressar o que é misericórdia:

"O segundo vocábulo que, na terminologia do Antigo Testamento, serve para definir a misericórdia é rahªmim. O matiz do seu significado é um pouco diverso do significado de hesed. Enquanto hesed acentua as características da fidelidade para consigo mesmo e da «responsabilidade pelo próprio amor» (que são características em certo sentido masculinas), rahªmim, já pela própria raiz, denota o amor da mãe (rehem= seio materno). Do vínculo mais profundo e originário, ou melhor, da unidade que liga a mãe ao filho, brota uma particular relação com ele, um amor particular. Deste amor se pode dizer que é totalmente gratuito, não fruto de merecimento, e que, sob este aspecto, constitui uma necessidade interior: é uma exigência do coração. É uma variante como que «feminina» da fidelidade masculina para consigo próprio, expressa pelo hesed. Sobre este fundo psicológico, rahªmim dá origem a uma gama de sentimentos, entre os quais a bondade e a ternura, a paciência e a compreensão, que o mesmo é dizer a prontidão para perdoar".

A misericórdia é uma palavra muito importante e bonita. Ela significa ter um coração bondoso e compassivo com as pessoas que precisam de ajuda. É como se fosse um abraço apertado que você dá em alguém que está triste ou passando por dificuldades. A gente aprende que a misericórdia é um compromisso de amor e fidelidade com os outros, assim como Deus fez com o povo de Israel no Antigo Testamento. E o mais legal é que a misericórdia nos ensina a perdoar e sermos pacientes com aqueles que nos magoam. Resumindo, nos mostra como a misericórdia é uma virtude muito importante para sermos mais solidários e amorosos uns com os outros. Vamos meditar esse tema e deixar que ele se torne vida em nós!



Padre Alexsandro de Lima Freitas

Biografia

Padre Alexsandro de Lima Freitas é Brasileiro, nasceu no dia 20/10/1986, em Natal, RN. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2006 no modo de compromisso do Núcleo.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-termo-misericordia-na-enciclica-dives-in-misericordia/


4 de fevereiro de 2024

Família é o lugar em que queremos e desejamos estar


É nossa família que abriga nossas raízes, nossa origem, nossa história. A família é o Santuário da Vida, assim afirmou São João Paulo II. Lugar onde a vida é gerada, não somente a vida corporal, mas na qual toda nossa existência é moldada, é nela que nosso caráter, virtudes, manias e defeitos ganham sua forma.

Nossa família é o lugar onde somos acolhidos em nossas vitórias e fracassos. Quando caímos doentes é nela que temos o apoio para sermos cuidados. Recordemos o grande Santo Padre Pio que, ao atravessar um tempo de grande debilidade na sua saúde, foi encaminhado para o lar de sua família de sangue para se recuperar. É inegável a força espiritual que se encontra no centro de toda família genuína. Essa graça escondida na família é capaz de nos retirar da morte, de ressuscitar as forças do corpo e da alma.

É na família que podemos ser o que somos sem máscaras. É na família que aprendemos a servir sem interesses, a servir por amor puro e autêntico, sem esperar nada em troca. Olhemos para a vida de Santa Terezinha do Menino Jesus, que aprendeu com seus santos pais, Luís e Zélia, de maneira exemplar, a superar o desejo de fazer a sua vontade para fazer sempre e em tudo a vontade de Deus. A pequena via, de amar ao próximo nas pequenas coisas, foi moldada em sua alma no seio de sua família em primeiro lugar.

Família é lugar do verdadeiro amor

A família também é o local da correção fraterna. Correção que se inicia logo nos primeiros anos de vida e segue permanente. Só o verdadeiro amor tem o dom de corrigir na medida certa, e esse dom é próprio da família. Pois, naturalmente, a família deseja nossa verdadeira felicidade. Olhemos para Santa Rita de Cássia, que lutou arduamente pela conversão de seu esposo e conquistou sua salvação. E Santa Rita, ao ver que os filhos desejavam a vingança pelo assassinato do pai, entregou em oração os filhos nas mãos de Deus, pedindo que mais que longos anos de vida, eles alcançassem a própria salvação. Foi assim que ela viu os filhos serem elevados ao céu, antes de cometerem qualquer outro terrível pecado. Amor verdadeiro que deseja O Supremo Bem ao próximo, e não apenas os bens materiais dessa vida.

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A família que o bom Deus deseja para nós e que Ele nos deixou como exemplo para iluminar nossa caminhada, por vezes, escura dessa vida, foi à Sua própria. Contemplemos a Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Não é um exemplo de uma família rica só de coisas materiais, com roupas de marca, com carro zero KM e com todo o conforto que uma casa pode dar. Mas eles são o exemplo das virtudes que toda família deve buscar alcançar, de um amor profundo. A doação de amor um para com o outro. Não é também uma família fake, do Instagram, que parece perfeito em tudo, como se nenhum problema fosse capaz de atingir seu telhado.

A família pode não ser perfeita, mas foi feita para o Céu

A família de Nazaré foi perseguida, viveram como refugiados, experimentaram a pobreza. Passaram por momentos de angústias e dúvidas, como não lembrar de São José, quando soube que Maria estava grávida, de um filho que não era dele, ou de quando vieram a perder o menino Jesus aos 12 anos, durante três dias. E como não lembrar de Maria ao ver seu filho Jesus sendo torturado e, por fim, sendo morto em uma Cruz, com o pior tipo de morte da época, reservada para os piores pecadores. Eles são reais, atravessarem esse vale de lágrimas, superaram juntos as incompreensões e provações. E tiveram em todos os momentos o conforto do Céu. A certeza de que a família foi criada para ser elevada junta ao Céu.

A família é esse lugar real, nem sempre perfeito. Talvez, hoje, a sua família não seja o lugar onde você deseja estar. Talvez, ela esteja desconfigurada ou em ruínas. Quantas vezes saímos de casa para não ouvir mais as brigas e discussões ou fugimos para não enfrentar a realidade. Por vezes, encontramos o contrário de tudo que deveria ser a família dentro de nossa casa, e isso nos abate e deprime a alma. Lembro do grande São Francisco de Assis que, ao buscar a Deus com todo seu coração, foi incompreendido pelo próprio pai. Sim, muitos santos também não tiveram lares "santos e perfeitos". Muitos foram perseguidos pelos da sua própria casa.


Família Celeste

Mas, antes mesmo da nossa família dessa terra, pertencemos à Pátria Celeste, temos uma família chamada Santíssima Trindade, que é puro amor. Se nos falta em alguns momentos, ou totalmente, o exemplo necessário em nosso próprio lar da terra, recorremos aos Céus. Olhemos para o Pai, o Filho e o Espírito Santo: eles são a fonte de onde nasce a família, e na própria perfeição podemos ter luzes para iluminar a nossa família terrestre.

E se for muito difícil encontrar com a Santíssima Trindade como exemplo, podemos olhar para a Sagrada Família, e pedir seu auxílio. Peçamos a Jesus, Maria e José a graça de transformar nossa família, a voltarmos a querer estar com os nossos. Por mais duro ou difícil que seja, foram essas pessoas que recebemos para aprender a amar, para doar nossa vida em primeiro lugar, a doar-se e amar sem pretensões. E, ao alcançar tão nobre meta, que nossa família seja luz para levantar outras tantas famílias que se encontram destruídas pela falta de amor e de fé.

Veja a família pelos olhos da fé

Façamos o exercício de sonhar com nossa família. Em Hebreus 11, 1, está escrito: "A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem". (Tradução da Bíblia CNBB). Por isso, é tão importante exercer o dom da fé, que é muito similar em "sonhar acordado".

Visualizamos, já pela fé, a nossa família conforme a vontade de Deus. Faça o exercício de já louvar pelo que você ainda não vê! Louve a Deus pela conversão dos seus filhos, dos seus pais, pela libertação de vícios, pela conquista das metas necessárias, pela reconciliação de quem está hoje separado. Louve a Deus pelas realidades materiais que sua família precisa alcançar, louve a Deus pelas realidades espirituais que sua família precisa conquistar. Louve a Deus pela paz, que pela fé você já pode ver! Você já pode sonhar!

Não se abata dizendo somente o que você não tem, transforme esse tempo para louvar pelo que você deseja, sonhe com sua família! Aquele lugar que todos querem estar, que todos querem voltar. Louve a Deus! O louvor é uma grande arma espiritual. O louvor aliado ao dom da fé é capaz de mover todas as montanhas de sua família.

Eu creio que sua vida não será mais a mesma ao terminar de ler esse artigo. Eu louvo a Deus porque, hoje, começa um novo tempo na sua família! Sim, a família é o lugar onde queremos estar, é o lugar onde você deseja estar e vai estar!

Louvamos-vos, ó Pai, Filho, Espírito Santo, por ter criado e pensado tão perfeitamente em nos conceber no seio de uma família.

Magda Ishikawa Florêncio – Comunidade Canção Nova 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/familia-e-o-lugar-em-que-queremos-e-desejamos-estar/