29 de março de 2018

O significado da celebração e o rito do Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal

Está chegando a Páscoa do Senhor, o período do Tríduo Pascal, que é celebrado sempre no dia de domingo e antecedida pela celebração da Sexta-feira Santa, feriado nacional.

É claro que, muitos de nós, pensamos em um determinado momento, no feriado prolongado, com planos de descansar, viajar ou de receber visitas, mas, no fundo, sabemos que não é só isso. O período de tempo que vai da tarde de Quinta-feira Santa até a manhã do Domingo de Páscoa é chamado de Triduum Sacrum; e nesses dias estão contidos o mistério pascal e o mistério Eucarístico.

A celebração desse período litúrgico nos garante a lembrança profunda dos fundamentos da nossa , que Jesus Cristo morreu e ressuscitou para nos livrar do pecado.

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Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Na carta do Papa João Paulo II aos sacerdotes, por ocasião da Quinta-feira Santa, do ano de 1999, encontramos: "o Triduum Sacrum, os dias santos por excelência, durante os quais, misteriosamente, participamos no regresso de Cristo ao Pai, por meio da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. De fato, a fé garante-nos que essa passagem de Cristo ao Pai, ou seja, a Sua Páscoa, não é um acontecimento que diga respeito só a Ele; também nós somos chamados a tomar parte nela: a Sua Páscoa é a nossa Páscoa".

De fato, a celebração do Triduum Sacrum representa nossa aproximação com a memória do sacrifício de Jesus Cristo por nós, do Cordeiro de Deus imolado, para remissão dos pecados. E não se resume em relembrar o sacrifício de Cristo, mas em nós mesmos nos voltarmos para o caminho de Deus, renovados pelo perdão.

Esperança de vida eterna

Participar do Triduum Sacrum é também cumprir o mandamento de guardar domingos e festas de guarda e obedecer à Doutrina Católica Apostólica Romana. É que o cânone 1.247 do Código de Direito Canônico dispõe que "No domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis têm obrigação de participar na Missa; abstenham-se ainda daqueles trabalhos e negócios que impeçam o culto a prestar a Deus, a alegria própria do dia do Senhor ou o devido repouso do espírito e do corpo".

Ao lembrarmos do mandamento de guardar domingos e festas de guarda, temos que reacender em nós a perseverança que nos mantêm no caminho dos céus.

Ao ser questionado sobre como alcançar a vida eterna, Jesus respondeu: "Por que você me pergunta sobre o que é bom? Há somente um que é bom. Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos" (Mt 19,17).

Papa Francisco também nos ensinou sobre o Decálogo (dez mandamentos) em sua Carta Encíclica Lumen Fidei: "O Decálogo não é um conjunto de preceitos negativos, mas de indicações concretas para sair do deserto do «eu» autorreferencial, fechado em si mesmo, e entrar em diálogo com Deus, deixando-se abraçar pela sua misericórdia, a fim de a irradiar".


Dessas palavras do Papa Francisco podemos refletir: que momento melhor para deixar a si mesmo e ir ao encontro do Deus, do que o tempo Pascal?

Não há dúvidas de que Deus nos recebe a todo momento de braços abertos, ainda que, saídos de um caminho de pecado, o Pai recebe o filho pródigo com uma festa. E se, por vezes, o retorno é sofrido, por estarmos com o coração cheio de mágoas, o tempo Pascal se mostra a oportunidade de retornar.

Tempo de perdão

É neste tempo que as paróquias costumam organizar as confissões comunitárias, mais acessíveis àqueles que estão a tempos afastados da Igreja. Também, o Catecismo da Igreja Canônica nos ensina os preceitos da Igreja que se inserem na linha duma vida moral ligada à vida litúrgica e nutrindo-se dela, sendo que o terceiro preceito (comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição) garante um mínimo da comunhão com o Corpo e Sangue do Senhor, em ligação com as festas pascais, origem e centro da liturgia cristã.

Nesta Páscoa, ainda que em viagem de turismo ou para visitar a família, mesmo que se dedique estes dias ao descanso, não podemos deixar de lado aquelas poucas horas em que acontecem as celebrações pascais.

Se for viajar, informe-se sobre as paróquias próximas e dos horários das celebrações. Se for receber visitas, faça aos hóspedes este belo convite, de celebrar com sua família a memória do sacrifício de Jesus Cristo em amor à humanidade.

REFERÊNCIAS:

A BÍBLIA SAGRADA. Edição Pastoral. 86 ed. São Paulo: Paulus. 2012.

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO, promulgado por João Paulo II, Papa. Conferência

Episcopal Portuguesa. 4. ed. Editorial Apostolado da Oração – BRAGA, 2007.

Disponível em: <http://www.vatican.va/archive/cod-iuris- canonici/portuguese/codex-

iuris-canonici_po.pdf>

JOÃO PAULO II. Carta do Papa aos Sacerdotes por Ocasião da Quinta-Feira Santa de1999. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/letters/1999/documents/hf_jp-ii_let_14031999_priests.html>

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano. Disponível em: <http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c3_142-184_po.html>

LUMEN FIDEI. Carta Encíclica do Sumo Pontífice Francisco: 29 de jun. 2013. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20130629_enciclica-lumen- fidei.html>


Luis Gustavo Conde

Advogado com atuação na área de Direito de Família e Direito Bancário. Professor de cursos técnicos. Catequista no Santuário de Nossa Senhora Aparecida em Ribeirão Preto/SP. Palestrante focado na doutrina cristã. Contato: lg.conde@icloud.com Twitter: @guconde12

28 de março de 2018

Luz da Fé: Onde encontrar a felicidade

Somente em Deus o homem há de encontrar a felicidade, que não cessa de procurar

Neste programa "Luz da Fé", quero refletir com você sobre o número 27 do Catecismo da Igreja Católica, que ensina o seguinte:

Foto ilustrativa: Jorge Ribeiro / cancaonova.com

O desejo de Deus

O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que, o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem para si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar:

«O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador»(1).

O GPS para a felicidade

Deixa eu contar algo pra você: certa vez, eu fui com a minha esposa a uma consulta médica numa cidade aqui do Vale do Paraíba. Ao final da consulta, a médica insistiu para que fizéssemos o medicamento num certo laboratório que havia naquela cidade. Ela, então, fez toda uma explicação demorada de como chegar naquele endereço (inclusive desenhou um mapa, numa folha para que eu não me perdesse). Eu tentava explicar, em vão, àquela médica que eu tinha um aparelho GPS no meu carro, ou seja, era só me dar o endereço que o GPS se encarregaria de indicar-me o caminho. Aceitei educadamente o mapa que ela fez, mas não o utilizei, pois usei o GPS mesmo.

Por que estou lhe contando isso? Porque nesse número 27 do Catecismo da Igreja Católica, vemos a indicação de um "GPS" que nos direciona rumo à felicidade. Sim, mais ainda: existe Alguém que nos guia acertadamente para a felicidade: "somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar".


Hoje, meu irmão, você sente-se infeliz? Então, busque a Deus; procure por Ele. Somente em Deus – nos ensina a Mãe Igreja – o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar. Então, não procure mais a felicidade no álcool, nos vícios, na prostituição. Não procure a felicidade onde ela não está.

A felicidade só encontramos em Deus. Ele é o "GPS" que nos indica, com segurança, o caminho. Você quer acertar a direção rumo à felicidade? A resposta está em Deus; com Ele você encontrará a felicidade para a sua vida.

Um forte abraço!

Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova

(1) Constituição Pastoral "Gaudium et spes" 19,1

26 de março de 2018

Todo pecado confessado na Missa é perdoado?

O pecado confessado na Missa nos ajuda a celebrar melhor a Eucaristia

A Eucaristia é o ápice da vida cristã, pois é o memorial do sacrifício de amor de Jesus. Logo, o homem, que só encontra a sua realização em Deus, deve celebrar com todo amor e zelo esse memorial. Para isso, o ato penitencial colabora e faz com que ele reconheça quem realmente é: um filho que tem pecado e necessita do amor.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

Missa: união com Cristo e perdão do pecado

O cristão, ao participar da Missa, comunga de duas mesas: da mesa da Palavra e da Eucarística. Mas, assim como antes de fazermos qualquer refeição lavamos as nossas mãos por motivos de higiene, o cristão também é chamado a "lavar as mãos" antes de participar desse banquete, e esse "lavar as mãos" é no sentido de pedir perdão pelos seus pecados no ato penitencial.

Há uma motivação do sacerdote que diz: "Preparemo-nos, pois, para celebrar dignamente esses santos mistérios, reconhecendo que somos pecadores". Assim, quando o cristão reconhece que é pecador e pede perdão, ele lava a alma, celebrando com mais dignidade os mistérios do Senhor.

Na Missa, o cristão é convidado a se unir mais a Cristo e progredir na amizade com Ele. Ela não é destinada a perdoar os pecados, tampouco se deve confundi-la com o sacramento da reconciliação (Cf. CIC 1396). Na Missa, Deus perdoa os nossos pecados veniais. Não que Ele não seja capaz de perdoar os mortais, mas, como um pai que não dá tudo fácil para o filho, a fim de educá-lo para os verdadeiros valores, é preciso dirigirmo-nos ao Sacramento da Reconciliação. Pois a Igreja ensina que "quem está consciente de um pecado grave deve receber o Sacramento da Reconciliação antes de receber a comunhão (CIC 1386).

O pecado: venial e mortal

O pecado é uma falha contra o verdadeiro amor para com Deus e para com o próximo, por causa dum apego perverso a certos bens (Cf. CIC 1850). O pecado venial é aquele ato que não priva o homem da amizade total com Deus. Já o pecado mortal é o ato pelo qual o homem, com liberdade e advertência, rejeita Deus. Mas "Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do batismo, cometeram pecado grave e, com isso, perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. É a eles que o sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar a graça da justificação. Os padres da Igreja apresentam esse sacramento como a segunda tábua (de salvação) depois do naufrágio que é a perda da graça" (CIC 1446).

Sobre o pecado mortal, na Encíclica "O Esplendor da Verdade" do Santo João Paulo II é mencionado o seguinte: "Separar a opção fundamental dos comportamentos concretos, significa contradizer a integridade substancial ou a unidade pessoal do agente moral no seu corpo e a alma" (67). A partir disso, João Paulo II acrescenta que alguns teólogos dizem que "o pecado mortal, que separa o homem de Deus, verificar-se-ia somente na rejeição de Deus, feita a um nível da liberdade que não é identificável com um ato de escolha, nem alcançável com consciência reflexa. Neste sentido — acrescentam —, é difícil, pelos menos psicologicamente, aceitar o fato de que um cristão, que quer permanecer unido a Jesus Cristo e à Sua Igreja, possa cometer pecados mortais tão fácil e repetidamente, como indicaria, às vezes, a mesma matéria dos seus atos" (69).


O sentido do ato penitencial

O cristão é convidado a reconhecer sua pequenez, sua limitação, sua condição de pecador no ato penitencial da Missa. Assim, Deus pode vir ao seu encontro com Sua graça, pois o homem é chamado a ser filho da luz. Santo Agostinho afirma que "a confissão das más obras é o começo das boas obras, contribui para a verdade e consegues chegar à luz".

Na Eucaristia, o homem é elevado a Deus e a comunhão com Ele e com os irmãos. A unidade do Corpo Místico vence todas as divisões humanas: "Todos vós, com efeito, que fostes batizados em Cristo, vos vestistes de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus" (Gl 3, 27-28).

O homem participa da comunhão dos santos, ou seja, cada alma que se eleva a Deus dignifica o mundo, porque existe uma solidariedade humana misteriosa. Assim, também há a solidariedade do pecado. Por isso, escreve São João Paulo II: "A esta lei da elevação corresponde, infelizmente, a lei da descida, de tal modo que se pode falar de uma comunhão no pecado, em razão da qual uma alma que se rebaixa pelo pecado arrasta consigo a Igreja, e, de certa maneira, o mundo inteiro" (Reconciliação e Penitência, 16). Desta forma, todo ato pecaminoso repercute na sociedade, assim como todo ato caridoso edifica a Igreja e o mundo. Reconhecer-se pecador, no ato penitencial, já é um início para edificar um mundo melhor.

Não tenhamos medo

Existe ainda o rito da aspersão da água que substitui o rito penitencial, pois lembra a aliança batismal que se renova em cada Missa e recorda o nosso compromisso de batizados, acentuando nossa identidade de povo sacerdotal.

Enfim, sempre sujamos as mãos no decorrer da história com o pecado, mas que não tenhamos medo de lavar as nossas mãos, ou seja, nossa alma. Recorramos à Misericórdia de Deus, porque na Missa somos perdoados dos nossos pecados veniais e, especialmente no Sacramento da Reconciliação, somos perdoados de todos os pecados. Assim, participamos dignamente do Banquete que Ele preparou, desde sempre, para nós.


Ricardo Cordeiro

Ricardo é membro da Comunidade Canção Nova. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP).  Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, Taubaté (SP) e pós-graduando em Bioética pela Faculdade Canção Nova.

23 de março de 2018

Luz da Fé: Deus está perto de você

Você que, hoje, está passando por tantas dificuldades, tome posse desta verdade: Deus está perto de você

Neste programa "Luz da Fé", quero refletir com você sobre o primeiro parágrafo do Catecismo da Igreja Católica, que ensina o seguinte:

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

A vida do homem – conhecer e amar a Deus

"Deus, infinitamente Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Eis por que, desde sempre e em todo lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo e a amá-lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade de sua família, a Igreja. Faz isto por meio do Filho, que enviou como Redentor e Salvador quando os tempos se cumpriram. Nele e por Ele, chama os homens a se tornarem, no Espírito Santo, seus filhos adotivos, e portanto os herdeiros de sua vida bem-aventurada".

Nossa vocação é algo maravilhoso! Somos chamados a viver uma vida de plenitude com Deus, uma vida bem-aventurada. O Catecismo da Igreja Católica nos traz esta importante afirmação: "Eis por que, desde sempre e em todo lugar, [Deus] está perto do homem". Que ótima notícia: Deus está perto de nós!

Você que, hoje, está passando por tantas dificuldades, tome posse desta verdade: Deus está perto de você. Diante das adversidades, podemos pensar que Deus nos abandonou, mas, o Catecismo da Igreja Católica afirma exatamente o contrário: Deus nunca nos abandona. Ele sempre está perto de nós.


Além de estar perto de nós, aprendemos nesse primeiro parágrafo que, o próprio Deus também chama o ser humano e o ajuda a procurá-Lo [Deus].

Deus se deixa encontrar

Recordo-me de uma brincadeira em família, que fazíamos durante o tempo de missão, o qual vivemos na cidade de Gravatá (Pernambuco). Lá, brincávamos de esconde-esconde dentro de casa. Só que era uma brincadeira um tanto diferente, pois, eu gostava de esconder-me em algum cômodo da casa como, por exemplo, na cozinha. Então, me "escondia" deitado sobre a mesa segurando um vaso de flor ou então me "escondia" ficando em pé no corredor da casa, com uma toalha cobrindo minha cabeça. Eram só risadas! Meus filhos diziam: "Mas o papai não se esconde coisa nenhuma!". E era aquela alegria dentro de casa, porque a ideia – durante a brincadeira – era a de que, deixasse-me ser encontrado pelos meus filhos.

É exatamente isso que, o Catecismo da Igreja Católica, nos transmite ao afirmar que Deus chama o homem e o ajuda a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças. Estamos diante deste Deus que deixa-se encontrar. Portanto, para você que, hoje, está sofrendo, creia que Deus não está "brincando de esconde-esconde" com você, mas Ele se deixa ser encontrado. Acredite que na sua dor e angústia, Deus está mais perto de você, mais do que você imagina.

Um forte abraço!

Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova

21 de março de 2018

Você quer se casar?

Vale a pena se casar!

Eu sempre nutri o sonho de me formar e de casar; sempre quis que o meu casamento fosse um testemunho positivo para o mundo, diante de tantas realidades negativas que vemos hoje relacionadas a isso.

Foto ilustrativa: aldomurillo by Getty Images

Eu posso lhe afirmar que vale a pena se casar! Sou plenamente realizada hoje. O matrimônio é a doação de um para o outro. É o morrer para si próprio para que o outro esteja bem, para que o outro seja feliz. O "destaque" precisa ser sempre o outro.

Namoro é tempo de conhecer e deixar-se conhecer nas qualidades e também nos defeitos. Por isso, o diálogo é muito importante nessa época. Procure partilhar e conhecer o outro.

Precisamos buscar acolher o outro como ele é realmente, e não ter medo de buscar a cura na história do outro. Nós trazemos muitas marcas de relacionamentos anteriores, e quando queremos viver um novo relacionamento em Deus, tudo isso vem à tona. Mas, não podemos ter medo de que o outro toque em nossas feridas.

Jovem, não tenha medo de falar de si mesmo; de falar dos seus sonhos e projetos para que o outro possa conhecê-lo profundamente. Só podemos fazer feliz a quem, de fato, conhecemos.

Meu testemunho sobre o casamento

Posso dizer sem medo que fui curada por meio do relacionamento com o meu esposo. Aprendi o significado real da palavra AMOR. Diante de minha história, eu não acreditava que seria possível amar de forma pura, respeitando a liberdade do outro, colocando limites. Pois, passei por relacionamentos nos quais o dito "amor" era egoísta. Hoje, em meu relacionamento com meu esposo, conheço o amor-doação, que é um amor também de amigos; fui curada disso porque nunca consegui ser amiga daquelas pessoas com quem me relacionava. Hoje, a maior conquista do nosso relacionamento é a amizade e a confiança que temos um no outro.


Dicas para as noivas

A noiva se preocupa muito com a roupa, com a festa, com os convidados. etc.; mas, eu vivi uma experiência de ficar muito linda, neste tempo de preparação, ao ficar perto da família, dos amigos, das pessoas que fizeram parte da nossa história. Este é um tempo de doação, não de preocupação.

Pode ter a certeza de que o seu casamento será o mais lindo do mundo, porque é o seu casamento, não tenha medo!

É um tempo também de se buscar a partilha com outros casais, com os quais converse muito e pergunte a eles como é a experiência de viver junto com o outro, principalmente nos primeiros meses.

Não é um tempo de se entregar à preocupação, mas de viver a alegria intensa da escolha de Deus para você e vivê-la sem medo.

Em meio a tudo isso, a oração é um ponto fundamental para sustentar quem está namorando e quem já está noivo. Se quisermos ter um bom casamento, precisamos ser pessoas de oração. Confiando em Deus experimentamos a Providência Divina em todas as coisas, no tempo adequado, seja nas coisas materiais, seja nas espirituais. A única coisa que não pode faltar nunca é a oração, a intimidade com Deus.

Eu consagrei meu matrimônio à Sagrada Família, essa é uma dica para você também: consagre-o à Sagrada Família para que seu matrimônio siga o exemplo da Família de Nazaré.

Testemunho: Cristiane Rocha

19 de março de 2018

Anjos maus existem e não podemos negar a existência deles

A Igreja ensina que os anjos foram criados bons, porque Deus não pode criar nada intrinsecamente mau

"Com efeito, o diabo e outros demônios foram por Deus criados bons em sua natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa" (IV Concílio de Latrão, em 1215; DS 800).

São Pedro fala do pecado desses anjos: "Pois, se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os precipitou nos abismos tenebrosos do inferno onde os reserva para o julgamento (…)"(2 Pe2, 4).

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

O pecado dos anjos não pode ser perdoado. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos ensina que: "É o caráter irrevogável da sua opção, e não uma deficiência da infinita misericórdia divina, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado" (§ 393).

São João Damasceno (650-749), doutor da Igreja, afirma que: "Não existe arrependimento para eles depois da queda, como não existe arrependimento para os homens após a morte" (Patrologia Grega, 94, 877C).

Dois erros devem ser evitados

Os últimos papas têm chamado à atenção dos católicos para a importância de estarem conscientes da existência, natureza e ação dos demônios. É lamentável que algum teólogo ainda afirme que o demônio não existe ou não age. Na verdade, esta atitude é tudo o que o maligno quer. Dois erros devem ser evitados: negar a existência dos demônios ou pensar que todo o mal é obra deles.


O Papa Paulo VI disse na Alocução "Livrai-nos do Mal":

"Quais são hoje as maiores necessidades da Igreja? Não deixem que a minha resposta os surpreenda como sendo simplista e, ao mesmo tempo, supersticiosa e fora da realidade. Uma das maiores necessidades da Igreja é a defesa contra este mal chamado Satanás. O diabo é uma força atuante, um ser espiritual vivo, perverso e pervertedor; uma realidade misteriosa e amedrontadora" (L'Osservatore Romano, 24/11/1972).

Duro Combate

O Catecismo nos lembra que devido à ação do demônio, a vida espiritual se tornou um duro combate:
"Pelo pecado original o Diabo adquiriu certa dominação sobre o homem, embora este continue livre. O pecado original causa a "servidão debaixo do poder daquele que tinha o império da morte, isto é, do diabo'" (Concílio de Trento, DS1511; Hb 2, 4) (§407). "Esta situação dramática do mundo, que o 'o mundo inteiro está sob o poder do Maligno' (cf. 1Jo 5,19; 1 Pe 5, 8), faz da vida do homem um combate".

"Uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história universal da humanidade. Iniciada desde a origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo as palavras do Senhor. Inserido nesta batalha, o homem deve lutar sempre para aderir ao bem; não consegue alcançar a unidade interior senão com grandes labutas e o auxílio da graça de Deus" (GS 37, §2) (§ 409).

Mas Deus não nos abandonou ao poder da morte e de Satanás; ao contrário, chamou o homem (cf. Gen 3,9) e lhe anunciou de modo misterioso a vitória sobre o mal. "Então o Senhor disse à serpente: "Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gen 3, 15).

Por que o Filho de Deus se manifestou

Jesus veio para tirar a humanidade das garras do demônio; e este teme o nome do Senhor. "Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio" (1Jo 3, 8).

"A Ressurreição de Jesus glorifica o nome do Deus Salvador, pois a partir de agora é o nome de Jesus que manifesta totalmente o poder supremo do nome acima de todo nome. Os espíritos maus temem seu nome" (At 16, 16-18; 19,13-16) / (Catecismo §434). O Catecismo ensina que pela Sua Paixão, Cristo livrou-nos de Satanás e do pecado. (§1708). Não há o que temer.

Cristo, hoje, vence o poder dos anjos maus sobre os homens, especialmente por meio dos Sacramentos, a começar do Batismo. O Catecismo nos ensina que: "Visto que o Batismo significa a libertação do pecado e do seu instigador, o Diabo pronuncia um (ou vários) exorcismo(s) sobre o candidato. Este é ungido com o óleo dos catecúmenos ou então o celebrante impõe-lhe a mão, e o candidato renuncia explicitamente a Satanás" (§1237).


Quando o Catecismo ensina sobre o conteúdo da oração do Pai-Nosso com relação ao último pedido que fazemos a Deus: "(…) mas, livrai-nos do Mal", afirma: "Neste pedido da oração do Pai-Nosso, o mal não é uma abstração (uma ideia, uma força, uma atitude), mas designa uma pessoa: Satanás, o maligno, o anjo que se opõe a Deus. O diabo é aquele que "se atravessa no meio" do plano de Deus e de sua "obra de salvação" realizada em Cristo" (§2851).

O que a Bíblia fala do "pai da mentira"?

"Homicida desde o princípio, mentiroso e pai da mentira" (Jo 8, 44), "Satanás, sedutor de toda a terra habitada" (Ap 12, 9), pois, foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo e é pela derrota dele definitiva que, a criação inteira será "liberta da corrupção do pecado e da morte" (Oração Eucarística, IV). "Nós sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca; o gerado por Deus se preserva e o Maligno não o pode atingir. Nós sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno" (1 Jo 5,18-19) e (CIC §2852).

"Ao pedir que nos livre do maligno, pedimos igualmente que nos liberte de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador" (CIC §2854).

O livro da Sabedoria mostra toda a maldade do diabo: "Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez imagem da sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão" (Sb 2, 23-24).

Jesus se referiu ao maligno como homicida e mentiroso: "Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8,44).

Importante ensinamento do Catecismo sobre o poder do demônio

Contudo, o poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e o seu Reino em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves danos de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam (Rom 8, 28) e (CIC § 395).



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino

16 de março de 2018

Quais são as características de uma mulher de valor?

Como alcançar a mulher de valor?

"A mulher de valor proporciona sempre o bem, a alegria, nunca desgosto. Trabalha prazerosamente e cinge-se com firmeza. Redobra a força de seus braços. Fortaleza e dignidade são seus adornos, ela sorri para o futuro. Abre a boca para a sabedoria e uma instrução bondosa está na sua língua" (confira Provérbios 31, 10-31).

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Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Onde está a mulher de valor? Como se pode alcançá-la? Ela é fruto da conquista de cada momento. É preciso fazer bem todas as coisas e dar sentido a tudo que se realiza. As decisões da vida cotidiana a constroem. Ela vai escolhendo bem a cada momento. Ela sabe viver bem o hoje, para assim, dar oportunidade a Deus de reconciliá-la com seu passado. Ela vive a simplicidade de cada momento e só assim sabe proporcionar alegria, sem nunca dar desgosto a ninguém. Sua beleza vem desta sabedoria de viver bem o tempo que se chama hoje. Ela é bondosa, porque sabe ser agradecida, fez a experiência de receber mais do que mereceu.


Ah! A mulher virtuosa! Onde encontrá-la? Ela está longe de mim? Ela parece um ideal, porque, na verdade, encontro outra pessoa dentro de mim. Eu a busco com todas as minhas forças.

"Senhor, transforma a mulher velha (em mim) em nova, dou-Lhe livre acesso. Eu quero ser a Sua alegria. Eu quero ser uma mulher de valor". Alegria, louvor, gratidão, acolhimento, disponibilidade, simplicidade, eis as características de uma mulher de valor.

Vera Lúcia Reis, missionária da Comunidade Canção Nova

14 de março de 2018

Compreenda o amor entre os homens e os animais

Entenda a ligação dos homens com os animais

O homem descobriu a afeição pelos animais, e o cão foi, posteriormente, eleito "o melhor amigo do homem". Enquanto algumas espécies de animais correm o risco de se extinguirem em nossas matas e florestas, outros se multiplicam dentro de nossas cidades e casas. É comum andar nas cidades e assistir a donos passeando nas ruas com seus animaizinhos.

A relação do homem com os animais é muito antiga. Parece que a mais remota é com os auroques (espécie de bovinos já extintos), que serviam para a sobrevivência do homem. Essa relação foi aprofundando-se e surgiu o "habitar o mesmo ambiente", com a domesticação de algumas espécies como ovelhas, aves e gatos. A domesticação dos cavalos trouxe grande progresso para a humanidade. Mais recentemente, projetos científicos mostraram e elaboraram formas de relacionamento que trazem benefícios psicológicos e até físicos para o homem, como é o caso da equitação.

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Humanos X animais

Os animais, então, serviam para o alimento,  para os serviços gerais, e certa amizade figurada na imagem do cão. Na ideia do domínio natural do homem sobre os animais, o termo usado para se referir aos bichos que alguém cuida, em sua propriedade, é "criação". Sempre, por mais que se amasse um animal, ele nunca seria mais do que uma "criação". Porém, no êxtase do individualismo da pós-modernidade, os animais estão ganhando um novo significado e status na relação com seus donos. É o status amoroso.

Em um mundo no qual o homem desiste dos homens, sobram os animais. Qualquer tipo de relação afetiva com uma pessoa humana é exigente, porque a perseverança no afeto pede o amor, e este é exigente. Para evitar esse risco, muitos decidiram ficar sozinhos e manter relacionamentos distantes, pouco comprometidos. Nessa lógica, muitos casais resolveram não ter filhos, ou, quando muito 1 ou 2, que para eles já é demais. Optaram pelo individualismo institucionalizado. Mas a solidão é o fruto indesejável desse individualismo, e o homem não foi feito para viver só. Então, como equacionar a crise da solidão individualista?

Os animais e a solidão do homem

O "amor" aos animais é a solução! É simples: compro um bichinho e passo a ter um relacionamento amoroso com ele. Ele passa a ser o amigo, o filho, o confidente. Ele satisfaz minhas carências, é uma companhia, mas anda segundo minhas determinações e obedece a meu estilo de vida, porque eu sou o dono dele. Ainda melhor, ele nunca vai exigir meu amor, simplesmente porque, não sendo livre, tem poucas vontades e, assim, o nosso amor nunca passará de um grande afeto. É uma boa solução, mas, na verdade, não resolve o problema da solidão, pois esta só é vencida na grandeza do amor entre duas pessoas.

A pessoa humana só é plenamente humana, só é feliz, quando persegue o verdadeiro amor. Claro, é muito mais fácil o afeto que o amor. Ainda mais com animais, que, não possuindo liberdade, subjugam-se aos sabores de seu dono. A questão é que o relacionamento de amor entre seres humanos – seja de amizade, esponsal, entre pais e filhos, ou outros (irmãos de uma mesma fé, profissional, coleguismos etc.) – tem a grandeza de nos fazer livres a partir da liberdade do outro.


Saber diferenciar afeto e amor

Esse costume generalizado na sociedade, de substituir o amor que nos torna livres por algum afeto, traz o perigo de uma cultura pseudo-humana. Não é necessário mais perseguir a grandeza da sexualidade e do amor humano, as virtudes, a capacidade de dar a vida por alguém, a liberdade de ser bom quando o outro é mau. Os relacionamentos se limitam a uniões afetivas, e o modelo de amor dentro de uma família se torna apenas mais uma opção, mas indesejável, porque é muito exigente e difícil e, é uma mera opção.

Os animais são criaturas de Deus, portanto, tem uma dignidade própria. Devem ser respeitados e podem receber dos homens uma grande afeição que, vulgarmente, chamamos "amor". O Catecismo da Igreja Católica 2418 diz: "Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas". As belas histórias de amizade entre pessoas, crianças e animais, se tornarão falácias no dia em que esses amores forem, à medida do amor humano, o máximo de amor que um ser humano pode dar a alguém. Se for assim, nos reduziremos à dignidade dos animais.

Amemos muito mais os homens, para que sejamos plenamente humanos!


12 de março de 2018

A influência da televisão na vida das crianças

A TV tem uma influência muito negativa, principalmente, na vida das crianças

Muitos problemas que vivemos são decorrentes de imagens televisivas que ficaram gravadas em nosso subconsciente e inconsciente. É claro que, a televisão amplia nossa visão de mundo, mas também sabemos o quanto desperta nossa curiosidade.

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Pesquisas realizadas, inclusive pelo Ministério da Justiça, concluem que, de fato, a TV tem uma influência muito negativa na vida das pessoas, especialmente na das crianças e adolescentes. Uma criança que fica vendo programas que mostram cadáveres, assaltos e outras formas de violência acaba perdendo a capacidade de ficar perplexa. A criança passa a achar que o mundo é assim mesmo. Não adianta afirmar que a TV mostra aquilo que o povo quer assistir. Sabemos que, os meios de comunicação, especialmente a televisão, são grandes formadores de opinião. Do contrário, não se investiria tanto em propaganda e marketing.

Quando às cenas de sexo, homossexualismo, troca de casais, etc., alguns poderiam dizer que é normal já que, a grande maioria das pessoas praticam sexo. Ora, esse é um argumento bem inconsequente, afinal de contas, todos nós precisamos ir ao banheiro algumas vezes por dia, mas nem por isso gostaríamos de nos ver filmados ou fotografados quando fazemos nossas necessidades naturais. Não é o fato de se fazer que autoriza a publicação.

Todas as coisas são boas e bonitas feitas na hora certa, do jeito certo e no lugar certo. Sexo tem a ver com intimidade, é um momento de profunda oração na vida de um casal. A sexualidade está ligada ao mistério do amor, tem relação com Deus e com a coparticipação na obra da criação. Mas do modo como é apresentada, passa a ser vulgar, pecaminosa, imoral e profundamente destruidora das consciências. A criança acostuma-se e começa a achar tudo isso normal. É até mesmo um crime despertar a criança para o genitalismo quando nem mesmo a sexualidade foi despertada. É crime maior ainda despertar e incentivar o genitalismo barato, pecaminoso e imoral.


Esse tipo de programação acaba reduzindo a infância, antecipando para a criança problemas que, só conheceria mais tarde como drogas, prostituição, traição e aborto.

Por que será que quando a televisão quer aumentar a audiência só pensa em violência, sexo e baixaria? Porque o povo gosta de ver essas coisas, poderiam responder alguns, no entanto, sabemos que isso não é verdade. Antes de apresentar esses fatos, a própria TV se encarrega de fazer chamadas sensacionalistas e dar grande ênfase às matérias que serão apresentadas. Primeiro, a TV desperta a curiosidade, depois vem com as imagens terríveis, que vão sendo gravadas no coração de todos nós, especialmente no das crianças. Por isso, além do uso racional da televisão, precisamos orar a partir dessas imagens distorcidas que ela provocou em nós.

Livro: "Seja feliz todos os dias"
Pe Léo

9 de março de 2018

O que é fofoca?

Fofocar é uma ação que tem, como intenção, denegrir a imagem do outro

Quando somos capazes de perceber a limitação, o defeito do outro? Quando convivemos com ele, não é mesmo!?

Créditos: kzenon by Getty Images

Pois é, então, poderia dizer que perceber as limitações e os defeitos dos outros é natural e bom. O problema consiste no que eu vou fazer após perceber a falha do outro. Diante disso, seguem algumas dicas de atitudes a serem tomadas:

– Não imitar (reproduzir/aprender) o que não é bom. Olhar para sua história e avaliar, se você não faz igual e nem percebe;

– Corrigir o amigo quando vocês estiverem sozinhos;

– Entender que, o processo de mudança requer tempo, e ir acompanhando com "lentes de aumento" os pequenos passos para a mudança;

– Aceitar as limitações do outro;

– Olhar o que o outro faz, o que para você é quase impossível fazê-lo. Analisar que você, também, tem dificuldades de mudar.

Com essas atitudes os dois crescem com o relacionamento. A amizade se concretiza. Amigo é aquele a quem você conhece e cresce com ele.

O que define fofoca?

Falar do outro não define que seja fofoca, porque, quando estamos falando bem do outro, não se costuma dizer que isso é fofoca. Avaliar com quem errou, também, não define uma fofoca. Da mesma forma que, quando sentamos com nosso superior para fazer avaliação individual da equipe de trabalho, também, não estamos fofocando.

Um pai conversando com a mãe sobre as características físicas e emocionais de cada filho não está fazendo fofoca. Pais explicando ao filho que não deverá andar na companhia de pessoas que usam drogas, também, não estão fofocando.


O que define fofoca é –  o objetivo que se quer atingir com o que se fala -, exemplo: uma filha, cuja mãe é católica, chega para essa e conta uma verdade: "Mãe, a "fulana" está indo todos os dias à Missa, rezando o Terço" (isso é real). No outro dia, ela conta à mãe que a "tal fulana" assiste a Canção Nova. Na semana seguinte, conta que a "dita pessoa" usa roupas discretas (…).

Mas, o objetivo da filha é ir preparando o caminho, para que a mãe lhe permita ir na casa da "tal fulana que está indo à Missa, assistindo a Canção Nova, etc.", pois, está namorando, escondido da mãe, o irmão dessa "fulana". Com que objetivo usou a informação?

Revelar um segredo é fofoca? Por exemplo, sou psicóloga, preciso ser ética e devo ao meu cliente sigilo. No entanto, esse usa um medicamento cujos efeitos colaterais desconheço, então, preciso me informar a respeito disso. Posso precisar trocar dados significativos sobre o uso desse medicamento com um médico para que, possa ajudar ao meu cliente. Se fizer isso, sem revelar quem é o cliente, não é fofoca.

Fofoca, um procedimento ardiloso

A fofoca é uma ação que, geralmente, é verbal, mas pode ser (também) não verbal. Como aqueles olhares, cutucões que, parecem sublinhar as falhas e os erros dos outros.

Fofocar é uma ação que tem, como intenção, denegrir a imagem do outro. Portanto, o que vai nos ajudar a identificar o que é fofoca é a intenção.

A fofoca é uma narração de um fato, em segredo, fazendo uso da astúcia e muitas vezes da maledicência. É um procedimento ardiloso. Poderíamos pensar em cilada, armadilha, traição, embuste, procedimento ardiloso. Alguém tecendo uma rede para complicar, confundir o outro. É importante pensar no processo repetitivo, no qual se repete a informação, dando-lhe uma ênfase especial.

Cláudia May Philippi
Membro da Comunidade Canção Nova – Segundo Elo

6 de março de 2018

Os princípios da crise do homem moderno sob a luz da Igreja

A Igreja tem o olhar voltado para o homem

O Concílio Vaticano II teve seu início não por conta de um problema da Igreja, mas sim, por conta da (como podemos chamar) "crise do homem moderno". Basta ler os documentos do Concílio, e será possível perceber que não haviam problemas dogmáticos na Igreja, e sim, problemas de como atingir o homem moderno que está cada vez mais perdido, especialmente, nos últimos 500 anos. A evolução científica, não é prova de desenvolvimento humano, moral, espiritual, e sim, somente do desenvolvimento técnico.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Na filosofia antiga já haviam sido detectados os problemas que o Concílio veio a perceber mais tarde. Porém, com o advento do cristianismo, as coisas melhoraram entre os gregos e o início da cristandade. Santo Agostinho, no livro "De vera religione" (A Verdadeira Religião), diz que os problemas (espiritual e moral) relatados pelos gregos no cristianismo, haviam sido superado. Com o tempo, as coisas foram se perdendo, e nos últimos 500 anos piorou com maior velocidade.

A importância da sabedoria

No mesmo Concílio é pedido, claramente, que se formem homens sábios, porque esses já não existiam mais. Dessa maneira, encontra-se manisfesto na Gaudium et Spes, um documento do Concílio Vaticano II,  que deixa claro a ajuda que a Igreja recebe do mundo com a contribuição dos sábios, dos crentes e dos que não creem. Frente a uma sociedade que modifica-se cada vez mais rápido, em que o pensamento está em transformação quase que de forma instantânea; é dever do povo de boa fé, especialmente pastores e teólogos, com a graça do Espírito Santo: ouvir, discernir e interpretar as várias linguagens do nosso tempo, pondo sob à luz da Palavra de Deus, a fim de que, a verdade revelada seja profundamente percebida, compreendida e expressa de maneira convincente (cf. GS 44).

A Santa Igreja, de maneira sábia, ainda orienta o povo de Deus que dedicando-se aos estudos da filosofia, da história, da matemática, das ciências naturais e ocupando-se também das artes, o homem contribui elevando-se aos níveis mais altos de verdade, bondade e de beleza, levando a um juízo de valor universal, sendo ele iluminado pela sabedoria (cf. GS 57). Mas o que é a sabedoria?

O que é a sabedoria?

A sabedoria é a capacidade de elevar a inteligência humana até o máximo de sua capacidade. Não é o acúmulo de informações, mas sim a capacidade de desenvolvimento intelectual e espiritual. A partir desse desenvolvimento, será possível estudar qualquer outra coisa. Até porque, a vida intelectual não se passa com o desenvolvimento do cérebro, mas com o desenvolvimento do homem em um todo. Infelizmente não ensina-se em lugar nenhum o desenvolvimento da sabedoria; ensina-se somente o desenvolvimento social para a produção econômica.

Desde o Concílio, já estava claro que, não viam-se mais pessoas sábias assim como os gregos, os santos padres e, consequentemente, não temos mais onde aprender a sabedoria. Para a formação de uma sociedade de homens sábios, é preciso que a sociedade esteja voltada para isso. Só se consegue uma sociedade voltada à busca da sabedoria, se nessa sociedade houverem homens sábios. Sem homens sábios, não se consegue mais construir uma sociedade de sábios (Platão).

4 de março de 2018

Como participar liturgicamente da Santa Missa?

Aprenda a participar liturgicamente da Santa Missa e a crescer na fé

Para que a nossa participação na Santa Missa seja consciente, ativa e frutuosa, é necessário conhecermos bem o que celebramos. Contudo, muitos católicos não receberam uma formação adequada acerca da liturgia da Santa Missa, e seguem aquilo que lhes foi ensinado sem questionamento algum.

A Igreja quer manter sempre a sua unidade. Não são várias Igrejas Católicas, mas uma única Igreja. Por isso mesmo, é necessário que haja uma unidade na liturgia, e aqueles que presidem as celebrações são os primeiros que devem vivenciar aquilo que celebram em plena unidade com a Igreja em todo o mundo. Por isso mesmo, todo presbítero deve ser o primeiro a aceitar e praticar as normas litúrgicas que regulam a liturgia. Triste é observarmos que, em muitos casos, o rito da celebração foi totalmente desfigurado por acréscimos que visam apenas inflar o ego de quem preside. Lembramos com carinho a frase de Adélia Prado: "A Missa é como um poema, não suporta enfeite nenhum".

Créditos: Daniel Mafra / cancaonova.com

Participação da assembleia na Santa Missa

Criou-se, em muitos lugares, o costume de a assembleia rezar junto com o sacerdote as orações que são próprias de quem preside a Santa Missa. Algumas orações são próprias de quem preside. A assembleia tem a sua participação em momentos próprios:

"Para fomentar a participação ativa, promovam-se as aclamações dos fiéis, as respostas, a salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as ações, gestos e atitudes corporais. Não deve deixar de observar-se, a seu tempo, um silêncio sagrado" (Sacrosanctum Concilium, 30).

"Sem dúvida, o povo participa sempre ativamente e nunca de forma puramente passiva: 'associa-se ao sacerdote na fé e com o silêncio, também com as intervenções indicadas no curso da Oração Eucarística, que são: as respostas no diálogo do Prefácio, o Santo, a aclamação depois da consagração e a aclamação 'Amém', depois da doxologia final, assim como outras aclamações aprovadas pela Conferência de Bispos e confirmadas pela Santa Sé'" (Redemptionis Sacramentum, 54).

Compreendendo a liturgia

Quando falamos em seguir as normas litúrgicas previstas, não estamos falando de coisas sem importância, mas de unidade eclesial. A liturgia não é nossa, mas sim um tesouro da Igreja. Celebrar segundo as prescrições significa, também, criar comunhão com o Corpo Místico de Cristo.

Ninguém tem autoridade para modificar ou variar os textos litúrgicos. Muitos tem transformado as celebrações litúrgicas em verdadeiros espetáculos de mau gosto. Desfiguraram tanto o rosto da Santa Missa, que chegam a confundi-la, muitas vezes, com um culto neopentecostal.


"Contudo, o sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da Sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa" (Instrução Geral do Missal Romano, 24).

"Cesse a prática reprovável de que sacerdotes ou diáconos, ou mesmo os fiéis leigos, modificam e variem, à seu próprio arbítrio, aqui ou ali, os textos da sagrada Liturgia que eles pronunciam. Quando fazem isso, trazem instabilidade à celebração da sagrada Liturgia e não raramente adulteram o sentido autêntico da Liturgia" (Redemptionis Sacramentum, 59).



Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor do livro "Amor Sem Fronteiras" pela Editora Canção Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: facebook.com/peflaviosobreiro