30 de junho de 2009

Liberte-se de toda cegueira

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Que a voz do Senhor possa fazer arder seu coração

O cego Bartimeu questiona os que tendo olhos não veem, pois, muitos são os que rejeitam a Jesus! Esse cego apresenta-se para nós como modelo de fé firme e viva: "Filho de Davi, tem piedade de mim, tende compaixão!" (Marcos, 10, 47; Lucas 18, 39). Modelo de verdadeiro discípulo que, curado, toma o caminho do seguimento, segue a Cristo. Pois, o milagre resume a experiência de quem muda radicalmente, manifestação de uma disposição autêntica de seguir verdadeiramente ao Senhor.

Ao invocar a Jesus, o cego experimenta a repreensão dos presentes que o querem calado, mas este sabe o que quer, assim como, tem a percepção de que o Mestre e Senhor, o Filho de Davi, passa por ali. É preciso ter essa liberdade diante do Senhor, nenhuma voz, comodidade, repreensão, enfim, nada pode nos calar ou nos impedir de viver esse encontro pessoal com profundidade. Talvez hoje muitas vozes o estejam repreendendo, oprimindo e o forçando a se calar diante de Cristo. Por isso, deixe de lado as vozes que o confundem, que produzem dúvidas, desânimo e derrotismo em seu interior e volte-se para a voz do Senhor.

Que a voz do Senhor, o Bom Pastor, possa fazer arder o seu coração e iluminar sua alma, sua vida, libertando-o de toda cegueira. Que a luz de Cristo brilhe em você. Eu devo estar convencido da necessidade de que tenho de contemplar a vida, de que preciso de Jesus e de que diante d'Ele devo expor minhas mais urgentes necessidades, sem medo d'Aquele que me ama incondicionalmente.

Devo seguir o exemplo de Bartimeu, ou seja, pedir e rezar como esse homem de fé, indo além de todas as barreiras que me são impostas pelas circunstâncias e até por pessoas. A atitude dele nos forma como discípulos, pois, Jesus mandou chamá-lo, e diante dessa graça do chamado, disseram-lhe: "Coragem! Levanta-te, Ele te chama" (Marcos 10, 49). O versículo 50 nos diz que aquele homem, deitando fora a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. Joga a capa para ir livre encontrar-se com o Messias, pois, não precisaria mais estar no caminho a mendigar nem voltaria cego. Vai até Jesus Cristo para se tornar um seguidor e um discípulo d'Ele.

O encontro com o Senhor exige essa atitude de lançar fora tudo aquilo que produz escravidão e que nos faz viver à margem da vida cristã. Faz-nos deixar de lado tudo o que nos paralisa no caminho e nos impede de estar a caminho como seguidores de Jesus. É preciso assumir a dignidade de filho. Não posso viver como um mendigo cego e sem direção, parado no caminho, estático perante a vida. Estar de prontidão é uma necessidade de vida, pois, sem prontidão e insistência diante do importante e fundamental, o Salvador passa por nós e permanecemos na mesma condição. Pois, no comodismo não acontece transformação de vida e muito menos dinamismo na graça do Espírito Santo, que tudo renova.

O discípulo verdadeiro de Cristo não deve estar na cegueira, precisa ver e contemplar o mistério, para que através do seguimento torne-se verdadeiro e profundo anunciador da Pessoa de Jesus. É preciso ser ativo, saber o que quer, pois, o sentido da busca define nossa salvação. Já que tudo aquilo que eu celebro na vida define minha história e determina o que eu sou, sejamos daqueles que sempre escolhem a melhor parte: celebrar a vida e não a morte! Filhos da Ressurreição, servos do Eterno Amor, chamados à Eternidade!

Tenha hoje em sua vida a atitude de Bartimeu, que não se acostumou com a mendicância, já que, parar nos restos, significa justamente deixar de viver e parar no espírito de morte. O Autor da Vida sempre está próximo a nós para transmitir vida em abundância; não se cale nem desista da vida! Grite como Bartimeu: "Filho de Davi, tende piedade, tende compaixão de mim!". Já que esse grito é de fé e de amor! Amém!

Padre Eliano Luiz Gonçalves, SJS
Fraternidade Jesus Salvador

26 de junho de 2009

Problemas do namoro

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A fase em que cada um vai conhecer o outro

O namoro é uma fase bela da vida, na qual duas almas se encontram com o desejo de realizar o anseio profundo de um dia viverem um para o outro, gerar os filhos e serem felizes. É um anseio que Deus colocou no coração de cada homem e de cada mulher; no entanto, esse tempo bonito pode se transformar em uma etapa triste na vida de muitos que não souberem enfrentar com coragem e sabedoria os seus problemas. Esses problemas não devem desanimar os casais de namorados, pois muitos deles podem ser evitados se antes de começarem a namorar tiverem um bom conhecimento recíproco, obtido por uma boa amizade anterior ao namoro.

Quando escrevi o livro "NAMORO", tive a sensação de que ele não seria muito lido pelos jovens, porque nele eu falo de um namoro responsável, sem o "ficar", sem vida sexual, entre outros. Mas eu estava enganado. Foi uma grande surpresa para mim e uma grande alegria constatar, depois de tantos anos, que de todos os livros que já escrevi, este é o mais lido por eles.

Eu e minha esposa recebemos centenas de cartas e e-mails de jovens que nos pedem orientação sobre o namoro e o noivado e seus problemas. Por isso escrevemos o livro "PROBLEMAS NO NAMORO", uma tentativa de completar o primeiro livro sobre esse assunto [namoro] e trazer um pouco mais de reflexão e orientação sobre os problemas mais comuns que surgem na vida dos namorados.

Analisamos mais de mil cartas e e-mails de jovens nos relatando os seus problemas e nos pedindo orientação; a partir desses depoimentos escrevemos essa obra. Achamos que, respondendo a essas perguntas, poderemos dar uma palavra mais objetiva e direta à juventude.

Preocupa-nos profundamente a falta de maturidade que hoje existe em muitos namoros e noivados; muitos dos quais se transformam apenas em relacionamentos sexuais, gerando muitas vezes uma gravidez, um aborto ou até mesmo um casamento imaturo que acaba durando pouco tempo. E isso vai levando a família ao esfacelamento, os filhos vão ficando sem a presença dos pais e sua formação e educação vão ficando prejudicadas.

Os problemas no namoro naturalmente surgem porque duas pessoas diferentes de repente se encontram e começam uma caminhada juntas. Nem sempre essa caminhada é fácil. São muitos problemas: traição, diferença de religião, relacionamento difícil com os pais, diferença de idade, dúvidas sobre a pessoa do outro. Desentendimentos e brigas no namoro, temperamentos diferentes, dúvidas e inseguranças no namoro; namoros muito longos ou muito curtos; ciúmes; a família do namorado; as diferenças de idades; traumas de namoros terminados; namoro e religião; diferença de religião; namoro de mãe ou pai solteiro; namoro com alguém que já foi casado; namoro pela internet; namoro à distância; namoro e sexo... e muito mais.

Muitas são as perguntas: Com quem namorar? O namorado do meu sonho pode ser o namorado que tenho? Quando namorar? Como namorar? Ficar e namorar? Devo continuar meu namoro? Por que não arrumo namorado? Quando se casar?

Esses são alguns dos problemas que centenas de jovens nos contaram e que pudemos analisar em 14 capítulos do citado livro. Como disse, é normal que surjam problemas durante esse período [namoro]; pois é a fase em que cada um vai conhecer o outro e isso nem sempre é fácil. Desse conhecimento surge a grande decisão de continuar ou não o relacionamento que pode se transformar futuramente em casamento.

Se há impasses intransponíveis, o casal não deve insistir demasiadamente em continuar o namoro e partir para um casamento "a qualquer custo". Isso pode ser destruidor para a vida de ambos. Os problemas precisam ser enfrentados com lucidez, coragem, honestidade e, sobretudo, com sinceridade.

Os valores essenciais de cada um não podem ser menosprezados; não se pode abdicar deles, especialmente quando se trata de valores morais e religiosos.

Todo casamento é um namoro que deu certo; e isso só acontece quando há uma convergência dos valores essenciais de cada um. Por isso, diante deles, não se pode "tapar o sol com a peneira"; se o obstáculo é intransponível, o relacionamento pode cessar, a amizade ser mantida e cada um partir para uma nova caminhada.

Por outro lado, se as divergências forem secundárias, por problemas que podem ser corrigidos com a presença e o amor, isso deve ser feito e é muito bonito. A grandeza de um namoro se mede especialmente pela capacidade de cada um fazer o outro crescer. Isso já é um treino para a vida a dois no casamento.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

24 de junho de 2009

Santidade ao alcance de todos

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A melhor resposta que damos ao amor de Deus

Desde a Antiga Aliança, realizada por intermédio dos Patriarcas, Deus chama o povo à santidade: "Eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Sereis santos porque Eu sou Santo" (Levítico 11,45).

O desígnio de Deus é claro: uma vez que fomos criados à Sua "imagem e semelhança" (cf. Gênesis 1,26), e Ele é Santo, todos nós temos de ser santos também. Isso é natural, porque fomos feitos para o Senhor; Ele não o deixa por menos.

São Pedro repete essa ordem dada ao povo no deserto, em sua primeira carta: "A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque Eu sou santo (Levítico 11, 44)" (I Pedro 1,15-16).

O grande apóstolo exortava os cristãos do seu tempo a romper com o pecado: "Luxúrias, concupiscências, embriaguez, orgias, bebedeiras e criminosas idolatrias" (1 Pedro 4,3), vivendo na caridade, já que esta "cobre a multidão dos pecados" (1 Pedro 4,8).

Da mesma forma, Nosso Senhor Jesus Cristo, no Sermão da Montanha, chama os discípulos à perfeição do Pai: "Sede perfeitos assim como o vosso Pai celeste é perfeito" (Mateus 5,48). Cristo se refere à bondade do Pai, que ama não só os bons, mas também os maus e que "faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos" (idem 5,45). E pergunta aos discípulos: "Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?" (idem, 46).

Para o Senhor, ser perfeito como o Pai celeste o é, é amar também os inimigos, os que não nos amam. "Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e vos maltratam" (idem, 44). E mais ainda: "Não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra" (idem, 39).

O Sermão da Montanha, relatado nos capítulos 5,6 e 7 de São Mateus, apresenta-nos o verdadeiro código da santidade. É como dizem os teólogos: é a "Constituição do Reino de Deus". É por isso que na Festa de Todos os Santos a Igreja nos faz ler no Evangelho esse discurso de Jesus.

São Paulo começa quase todas as suas cartas lembrando os cristãos, do seu tempo, de que são "chamados à santidade". Aos romanos, logo no início, ele se dirige a eles dizendo: "A todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos […]" (Romanos 1,7). Aos coríntios ele repete: "À Igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Cristo Jesus chamados à santidade com todos […]" (I Coríntios 1,2). Aos efésios ele também recorda, logo no início, que o Pai nos escolheu em Cristo "antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos" (Efésios 1,5). Aos filipenses ele exorta: "O discernimento das coisas úteis vos torne puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo" (Filipenses 1,10).

Para o grande apóstolo a santidade é a grande vocação do cristão. "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza […]" (I Tessalonicenses 4,3-5). "Purifiquemo-nos de toda a imundície da carne e do espírito realizando a obra de nossa santificação no temor de Deus" (II Coríntios 7,1). "Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor" (Hebreus 12,14).

Santa Teresa de Ávila afirma que: "O demônio faz tudo para nos parecer um orgulho o querer imitar os santos". A santidade ainda não é um fim, mas o meio de voltarmos a ser "imagem e semelhança" de Deus, conforme saímos de Suas mãos.

A santidade é a melhor resposta que damos ao amor de Deus. É esse amor retribuído que levou os santos a fazerem a vontade de Deus e chegarem à santidade.

O Concílio Vaticano II afirmou que: "Todos os fiéis cristãos são, pois, convidados e obrigados a procurar a santidade e a perfeição do próprio estado" (Lumen Gentium, 41). Essas palavras da Igreja mostram que a santidade não é, como se pensava antes, um caminho para poucos "eleitos" de Deus, privilegiados; mas um caminho para "todos" os cristãos. Esse chamado é uma "vocação universal".

Todos os batizados, portanto, sem exceção, são chamados à santidade. "Eles são justificados no Senhor Jesus – diz o Concílio – porquanto pelo batismo da fé se tornaram verdadeiramente filhos de Deus e participantes da natureza divina e portanto realmente santos" ( Lumen Gentium, 40).

Vemos então que cada um de nós "recebeu" a santidade no batismo e deve viver de modo a preservá-la e aperfeiçoá-la.

Certa vez, o saudoso Papa João Paulo II disse em Roma, citando Bernanos: "A Igreja não precisa de reformadores, mas de santos". Em outra ocasião, ele declarou aos catequistas: "Numa palavra, sede santos. A santidade é a força mais poderosa para levar a Cristo os corações dos homens" (L.R. nº 24, 14/06/92, pg 22 [338]).

Para viver a santidade devemos, como disse Santo Afonso de Ligório, "fazer o que Deus quer e querer o que Deus faz"; isto é, viver os mandamentos e aceitar a vontade do Senhor em tudo.

A Igreja existe para nos levar à santidade e nos oferece muitos meios de santificação: a oração, os sacramentos, os sacramentais, a Palavra de Deus, a fé. Além disso, nos santificamos pelos sofrimentos, pela vivência familiar como pais e filhos cumpridores de nossa missão; pelo trabalho realizado com amor. É no chão do lar, da fábrica, do asfalto, da rua, da luta diária que cada um de nós se santifica fazendo a vontade de Deus.

O mundo hoje precisa de muitos santos, como afirmou João Paulo II aqui no Brasil; santos modernos, de calça jeans, tocando violão e tudo o mais.

fonte: www.cleofas.com.br

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

22 de junho de 2009

Graça, acesso ou mistério intransponivel?

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É algo que de fato porta a acessibilidade ao Eterno

Certamente, é difícil expressar em conceitos aquilo que compreendemos por Graça, e como a percebemos agindo em nossa história. Contudo, nesse espaço de tempo, meu empenho se remete a tal conquista. Contemplando, perceberemos que nossa história é constantemente marcada pela Graça, por essa inafastabilidade do Definitivo que sempre abarcou aquilo que somos, sendo o significado perene e silencioso a investir nossas ausências, e a superar nossa compreensão a respeito da vida e de nós mesmos.

Graça: É uma daquelas realidades que "sabemos" o que é, que conseguimos reconhecer sua essencialidade em nossa vida, mas que, ao mesmo tempo, não conseguimos abarcar totalmente nem expressar com inteireza. É como o ar... Sabemos que ele está aí e nos sustenta na existência, no entanto, não podemos domesticá-lo nem aprisioná-lo em nossos cofres e contas bancárias.

Mas enfim: A Graça é algo que de fato porta a acessibilidade ao Eterno, sendo ponte para Ele? Ou, é um Mistério intransponível, que obscurece ainda mais as pequenas fagulhas de luz que temos acerca do Inabarcavel?. Acredito ser um pouco das duas coisas...

Percebo que a ambigüidade que obscurece a compreensão acerca de tal Mistério não acontece tanto em sua "imanência" enquanto Presença que se manifesta, mas sim na idéia/conceito que nutrimos referente à Ele, pois, a Graça sempre esteve presente no "aqui humano", mas nem sempre os corações tiveram a precisa sensibilidade para a descobrir e interpretar.

A Graça, enquanto inafastabilidade do Eterno, sempre povoou a história dos homens. Quando se faz, a partir d'Ela, uma leitura dos fatos percebe-se sua Ação e gerência silenciosa conduzindo os acontecimentos e engendrando grandes benefícios, até mesmo de imensas dores e desventuras épicas. Apalpa-se concretamente tal gerência também habitando a história da eclesiástica, onde a força do inverno nunca foi capaz de subtrair o brilho e a vida da primavera, mesmo em momentos onde existiram profundos erros e contradições.

Nesse sentido, a Graça sempre foi acesso para entender a história da vida humana, e para aproximar-se d'Aquele que sustenta essa história. Contudo, Essa também se estabelece como um mistério intransponível, que nos faz perceber nossa finitude para compreender tal Ação no tempo e na história e, consequentemente, nossa necessidade de abandonarmo-nos em Seu regaço de acolhida e proteção.

Graça é compreensão, é Presença, e é também, afastamento.

A ausência também é necessária. Ela ensina o valor da presença, e mais: Ela nos faz perceber o que verdadeiramente somos na relação com o Eterno e o devido lugar que devemos ocupar em tal relação, levando-nos a concretamente assumir nossa condição de dependencia e filiação.

O ocultamento também se estabelece como ação contínua e eficaz da Graça. Ele revela que precisamos estar sempre buscando para encontrar, pois nossa pátria não é "aqui" e estamos sempre a caminho. Ele – ocultamento da Graça - nos liberta do comodismo provocado pela suposta pretensão de sermos possuidores absolutos da Graça divina.

A Graça é uma realidade sempre presente e atuante na vida humana, mesmo na ausência de sua compreensão e na opacidade dos dias.

É preciso que desenvolvamos a devida sensibilidade para percebê-la e acolhê-la em Sua maneira peculiar de agir em nossa história. Assim seremos mais plenos de sentido na vida e construiremos significativamente, já aqui nessa terra, os alicerces de uma profunda comunhão com o Eterno, que atingirá o seu ápice na Vida que há de vir.

Recadinho do zandona Olá Dado!

Envio em anexo 1 novo artigo p o portal.. Ele é 1 pouco + trabalhado, pois possui endereço e finalidade definidos (no sentido de público alvo na net..). Gostaria q, sê possível, os seus termos e indicações não fossem modificados, devido a plastica q procurei imprimir nele.

Fica c Deus!

Adriano Zandoná

Foto Adriano Zandoná
artigos@cancaonova.com

19 de junho de 2009

Lutero e Calvino amavam e professavam a fé na Mãe de Deus

Arquivado em: 001.010 Em Defesa de Maria Santíssima, 002. Em defesa da Fé — caducn at 5:37 pm on segunda-feira, julho 30, 2007

No podcast dessa semana (que você pode ouvir clicando aqui), falamos sobre o título dado a Maria de Theotokos, ou seja, A Mãe de Deus. Hoje em dia, vemos muitos irmãos protestantes criticando Maria. O que é interessante, é que os fundadores da Reforma Protestante, como Lutero e Calvino, não criticavam a Mãe de Deus, mas ao contrário respeitavam, amavam e até pediam a sua intercessão. Por isso estarei colocando aqui alguns dos muitos pensamentos desses homens. Agora pense comigo: Por que esse desrespeito tão grande a Santíssima Mãe de Deus? De onde partiu? Qual a origem? Se isso não estava na base da Reforma Protestante, por que todo esse furor contra a Santíssima Virgem?

Veja o que Lutero dizia:

"Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei Davi) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar bastante (nunca poderemos exaltar o suficiente), a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade." (Martinho Lutero, "Comentário do Magnificat", cf. escritora evangélica M. Basilea Schlink, revista "Jesus vive e é o Senhor").

"Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat… Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amém." (Martinho Lutero, "Comentário do Magnificat").

"Maria é digna de suprema honra na maior medida." ("Apologia da Confissão de Fé de Augsburg", art. IX).

A respeito da Santa Mãe de Deus fala também João Calvino:

"Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus." (João Calvino, Comm. Sur l'Harm. Evang.,20)

Que nós católicos possamos reparar o Santíssimo Coração da Virgem Mãe de Deus a todas as ofensas cometidas a sua pessoa. Que nós possamos honrar a Santa Mãe de Deus com nossas orações e nosso testemunho de amor.

18 de junho de 2009

Um Deus mocinho ou bandido?

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Quando o sofrimento é do outro, tudo se explica

No meu ministério de atendimento aos sofredores de modo geral, uma coisa tem me intrigado: por que a maioria das pessoas atribui a Deus a "culpa" pela sua situação difícil? Isso seria consequência de uma formação religiosa superficial ao ensinar que, em vários sentidos, Deus é origem de todos os movimentos sobre a face da terra? Seria uma indevida aplicação da terceira lei de Newton com relação à espiritualidade, fazendo-nos pensar que, aí também, todo efeito tem uma causa? Seria essa mentalidade provocada pelo senso comum da narrativa literária ocidental ao afirmar que em toda história tem de haver necessariamente um mocinho e um bandido?

É incrível, mas pessoas piedosas e com grande abertura para o bem e para a paz, quando são assoladas pelo sofrimento, migram para o infrutífero lugar de vítima. Parece que enquanto o sofrimento está no outro, tudo se explica e se consola a poder de reza, tudo se encaixa na ordem do mundo espiritual e fica fácil falar em coisas perigosas como "os desígnios de Deus"; e é automático recorrer à imensa gama de clichês bíblicos que tentam impor a resignação. Mas quando o sofrimento chega pela porta dos fundos, ou seja, quando seu destinatário são essas mesmas pessoas piedosas, então nada daquilo que foi dito para o outro serve para si mesmas, todas as certezas parecem ruir e todo sólido discurso religioso parece dissolver-se no ar.

Muitos cristãos não conseguem assimilar o sofrimento como algo que faz parte da vida, mesmo sendo esse segredo o que há de melhor no Cristianismo. Tão familiarizados com a dor que mana do crucifixo e tão acostumados a reler Jesus alertando que a dor faz parte do nosso caminho – "no mundo, tereis aflições", "renuncia a ti mesmo, toma a tua cruz", "bem aventurados os que choram", entre outros –, nós às vezes sofremos como pagãos, como os que "não têm esperança" (cf. 1Ts 4,13).

Podemos nos colocar frente ao sofrimento pelo menos de duas formas bem distintas. Podemos considerá-lo uma espécie de "boletim de ocorrência" que precisa ser investigado até que se encontre o culpado (e quase sempre já iniciamos a investigação tendo Deus como único suspeito). Ou podemos encará-lo como um mistério; e ninguém ousa interrogar mistérios, porque soa desrespeitoso e inútil. Mistérios nós apenas contemplamos e nos deixamos tomar por eles. Se possível, buscamos encontrar neles alguma beleza ou algum aprendizado, para que não passem por nós em vão. Não há nada mais a fazer. O resto é silêncio, paciência e espera em Deus.

A Escolástica nos ensinou que Deus é sumamente imutável, impassível e feliz: nada pode abalar Seu estado de espírito, nada pode impeli-Lo de coisa alguma. Ensinou-nos também que o Altíssimo é Onipotente e pode absolutamente tudo. E que, se Ele pode tudo e não o faz, é certamente porque não o quer. Logo, o sofrimento de uma pessoa seria claramente vontade divina. Esse é o conhecimento teológico necessário para se formular a imagem de um Criador frio e indiferente. Portanto, é urgente acrescentar a tudo isso o maior atributo do Todo-poderoso: a compaixão. A natureza divina não sofre em si mesma, porque é perfeita e completa. Mas o Senhor sofre, sim, em relação aos outros. Ele sofre por amor a nós. Essa é a face de Deus Pai revelada por Jesus: um Deus que sofre com os que sofrem e chora com os que choram.

Amar não significa impedir, a todo custo, o sofrimento do amado, mas sim, manifestar-lhe companhia e apoio quando surgir o infortúnio inevitável. Se uma mãe estivesse determinada a impedir qualquer sofrimento de se aproximar de seu filho, ela não o deixaria sair do útero, nem cortaria o cordão umbilical, tampouco o deixaria brincar, ir à escola, entre outros. Isso, claro, não seria amor, e sim, absurdo egoísmo, "fagocitose" afetiva. Porque é impossível crescer e ser feliz sem experimentar o sofrimento, consequência natural do confronto de liberdades humanas.

Entender isso no geral é até fácil. Difícil é aplicá-lo concretamente na dor particular, no drama de um momento pontual. Também há desníveis na forma de encarar os diversos tipos de sofrimento: físico, psicológico, moral, acidental, provocado, e assim por diante.

Padre Juliano R. Almeida - Cachoeiro do Itapemerim
julianorial@gmail.com

15 de junho de 2009

Idolatria

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Idolatria é escolher um deus falso

Idolatria é escolher, adorar e servir um deus falso em lugar do Deus verdadeiro. São Paulo definiu muito bem essa prática: "Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos!" (Romanos 1,25).

Uma das diferenças do Deus verdadeiro do deus falso é que este é "oco". Por isso, no passado, um dos símbolos dos deuses falsos eram as imagens ocas. Representavam um "deus oco". Um deus "vazio", fraco!

Hoje, o grande erro é confundir a idolatria com as imagens. Idolatria é escolher um deus falso. Escolher adorar e servir à criatura em vez do Criador. Essas criaturas são as mais diversas. Não é difícil identificar os deuses falsos de hoje.

Os atuais ídolos, os deuses falsos e "ocos" dos nossos dias são: o Prazer, o Poder e o Ter. Esses são os ídolos, isto é, os "deuses ocos" dos tempos atuais. Por serem ocos não satisfazem nunca os que os buscam. Esta é, por exemplo, uma das razões pelas quais não encontramos nenhum ganancioso que diga: "Tenho dinheiro que chega, estou satisfeito". Quando o dinheiro se torna um ídolo, um deus oco, ele não preeenche o coração do ser humano.

O mesmo vale para o prazer. Quem faz do prazer um deus, este nunca se satisfaz. Busca-o desenfreadamente e sente-se sempre vazio. Vai à praia, ao jogo de futebol, viaja, come, bebe, mas se sente sempre vazio. Porque está indo atrás de um deus "oco", de um ídolo.

O mesmo podemos dizer do poder. Quem tem o poder, não para servir, mas para dominar, busca sempre tê-lo mais e nunca está satisfeito. Nesse caso o poder também se transforma num deus falso, oco, um ídolo.

A idolatria é o maior pecado. A árvore da qual brotam os outros nossos pecados. É uma escolha de um deus oco e não um cheio. Por isso, deixa vazios aos que escolhem adorá-la e servi-la.

Padre Alir

8 de junho de 2009

A família perfeita

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A restauração da minha família depende de mim

A família perfeita é aquela que não desiste de caminhar, de construir e restaurar o seu lar. A família é igual a uma casa em reformas, é o maior transtorno, às vezes, poeira, entulho, tudo que uma construção pode trazer. Penso que você consiga imaginar. Mas esse retrato de uma casa em construção demonstra que ninguém está parado em si ou acha que já esteja pronto; apesar dos incômodos está em construção, em reforma, em restauração. E ninguém restaura um bem se ele não for muito precioso, e isso é um sinal muito positivo. Quem já não leu este aviso em construções públicas: "Desculpe o transtorno. Estamos em construção para atendê-lo melhor".

A primeira coisa que precisamos notar é que em casa ninguém é igual, e estamos em níveis de maturidade diferentes. Os pais têm mais experiência, mas entre eles há diferenças. Os filhos estão crescendo, sendo construídos em todos os sentidos: no físico, no psicológico e no espiritual. Aqui entra em ação o material para construir cada um, que se chama respeito e paciência com o processo do outro. Por isso, a família precisa ser o ambiente propício para as mudanças, para o crescimento e até para as crises. Ninguém deve ter vergonha de ser o que é e de estar como está em casa. Em minha opinião, existem alguns pontos primordiais para construir e restaurar a família:

1º Restaurar o relacionamento com Deus: a base do sacramento do matrimonio é o amor, sem fazer a experiência de Deus é impossível amar de verdade. O amor real, muitas vezes, passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e tudo isso, sem Deus, é impossível superar. Mas é preciso respeitar a experiência religiosa de cada um, saber que ela também é individual, mas que dá para fazer um caminho para Deus, JUNTOS!

2º Fazer da minha casa um ninho de amor: na minha casa eu decido amar primeiro, o processo começa em mim, por essa razão, eu não posso cobrar aquilo que ainda não consigo dar. Procurar defeitos nos outros, culpados, não resolver as situações de tensão ou dificuldades vividas em casa, faz dela um inferno e não um pedaço do céu. Eu preciso sentir o desejo de voltar para casa, ela precisa ser o meu refúgio, meu oásis no meio do deserto. Minha casa e minha família precisam me atrair, significam porto seguro, lugar onde não importa a minha condição: EU SEI QUE SOU AMADO.

3º Partilha e diálogo: isso quer dizer onde todos crescem no conhecimento de si e dos outros. A falta de diálogo e partilha deixa crescer dentro dos membros da família os venenos que podem destrui-la, gerando os ressentimentos e as mágoas, a falta de perdão e o medo de se revelar. Dentro de casa precisa se promover um clima de confiança e aceitação do outro, eu preciso me sentir acolhido para partilhar a minha verdade. Outro dia ouvi a experiência de um movimento que se chama Equipes de Nossa Senhora, o qual trabalha com casais. Eles têm uma prática que se chama "direito de sentar-se". Sentar-se à cadeira, sentar-se à mesa, para falar e ouvir tudo que o outro precisa dizer. ISSO É CARIDADE.

Nós não podemos esquecer que cada um tem a sua parte essencial e importante na construção da família; os pais têm seu papel de pilar de sustentação e construção da casa, mas os filhos dão sentido, vigor e alegria aos genitores. E assim vamos construindo famílias restauradas.

Oração

Pai santo, Pai amado, a restauração da minha família depende da minha participação ativa e consciente. Do meu amor e compreensão, respeito e paciência com o processo dos meus pais e irmãos, por isso, que eu não sonegue amor e verdade, perdão e misericórdia para com os meus, que esse processo comece em mim primeiro. Eu decido amar primeiro em minha família e colaborar com a restauração do santuário da vida, que é minha casa. Amém.

Minha bênção fraterna.

Padre Luizinho - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/padreluizinho

4 de junho de 2009

Permaneço na Igreja onde sou bem acolhido

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...ou até não sofrer nenhuma decepção

Hoje em dia, a maioria da população vive na cidade. Cada vez mais aumenta o número dos que deixam os ambientes rurais e cidades pequenas para habitarem nos grandes centros urbanos. É indispensável que este dado seja considerado para que possamos nos dar conta da importância da acolhida em nossas igrejas e comunidades.

A vida no interior

No ambiente rural, nas vilas ou pequenas cidades, normalmente, todas as pessoas se conhecem. Podem não saber endereços, mas, com a maior facilidade, sabem indicar ou levar alguém aonde quer que este precise chegar. Estas localidades favorecem que as pessoas tenham muitas coisas em comum, que as aproximam e unem:

- Ali existe uma escola da qual se sabe o nome do diretor, professores e até dos funcionários;

- Ali pode existir um pequeno time de futebol para o qual todos torcem ferrenhamente;

- Existe uma igreja da qual todos se sentem membros e responsáveis;

- O dono da venda conhece, literalmente, todos os seus "fregueses de carteirinha";

- Quando alguém nasce, celebra-se um casamento ou uma festa na comunidade, todos ficam sabendo ou se sentem envolvidos.

- As pessoas têm amigos a quem recorrer na hora da necessidade.

- Em caso de morte, toda a vila para a fim de se juntar à família enlutada. E assim por diante…

A comunidade existe em toda a sua essência, ou seja, as pessoas têm muitas coisas em comum, conhecem e são conhecidas e acolhidas em qualquer casa e ambiente social.

A vida na cidade grande

No ambiente urbano há uma realidade totalmente distinta do ambiente rural:

- Pouquíssimos sabem quem é o diretor da escola, muito menos quem são os professores;

- Os pais dos alunos têm em comum apenas a pessoa que vai apanhar seus filhos na escola, mas poucos se conhecem e muito mal se cumprimentam;

- Não existe um time de futebol do bairro;

- Cada um faz suas compras em um local diferente, e muitas vezes de acordo com o que está em oferta. Ali é atendido por um caixa que no máximo pergunta: "Qual é a forma de pagamento?" Nas grandes cidades nada se adquire sem dinheiro. Nada de cadernetinha!…

E quanto à igreja da cidade?

Como é recepcionado um novo e desconhecido membro recém-chegado? É importante atentar para o fato de que, por sermos uma Igreja com muitos membros, podemos correr o risco de conhecer apenas os que participam do mesmo grupo de pastoral ou movimento. Quanto aos demais, quem conhecemos?

Infelizmente, não é raro acontecer de um fiel frequentar uma determinada igreja durante 20 anos e permanecer um anônimo no meio da multidão, por não estar engajado em nenhuma atividade que o torne conhecido. Assim, embora sua participação seja importante, pois está sempre presente nas celebrações, muitas vezes é dizimista, tem filhos na catequese, continua um desconhecido e sua ausência dificilmente será notada!…

Então, o que pode acontecer com o novato que timidamente chegou de fora, que tem dificuldade de relacionamento social ou se sente acanhado quando chega pela primeira vez em nossa comunidade? Habituado a um relacionamento caloroso e interpessoal na sua vila, roça ou cidade pequena, ao chegar à cidade grande e perceber a frieza do ambiente, fatalmente se sentirá deslocado. Então começa a girar de igreja em igreja à procura de uma acolhida melhor e mais calorosa.

Rodando pelas igrejas, num determinado dia, sente-se bem recebido e valorizado. A tendência é que diga: "Finalmente encontrei o que eu tinha no passado ou que sempre sonhei: pessoas com quem posso me relacionar e, junto, louvar e servir a Deus". A partir desse encontro, permanecerá ali. Passará a ouvir a Palavra e se tornará um membro ativo, ao menos enquanto não sofrer nenhuma decepção.

Este pode ser o caminho não apenas daquele que vem do interior, mas de muitos outros que sentem um vazio ou passam por momentos de crise em sua vida. Por isso procuram uma igreja. Mas também procuram pessoas com quem possam relacionar-se e ouvir palavras que possam dar um rumo em sua vida.

A vida na cidade é muito fria. As pessoas representam "perigo", "ameaça", são encaradas como "concorrentes" e não como amigas e companheiras em quem se possa acreditar e confiar. Por isso mesmo, ao encontrar irmãos que as acolham acabam ficando por ali mesmo. Muitas vezes, percebem que estar ali não é o mais correto, que doutrinalmente não é o melhor. Que há muitas coisas contra sua fé original e contra a Igreja a qual pertenciam. Mas, por causa do calor humano, permanecem ali. A acolhida e o calor humano acabam "falando mais alto" que as verdades teológicas e a fé recebida de berço e cultivada durante muitos anos numa Igreja. Eis, então, onde pode surgir nosso ardor missionário enquanto discípulos de Jesus: no acolher. Acolher com calor humano e com uma evangelização que faça com que cada católico tenha um encontro pessoal com Jesus Cristo, como nos foi pedido no Documento de Aparecida.

Nas cidades, o acolhimento passou a ser, para muitos, o primeiro e principal valor e referência. "Vou e permaneço onde sou bem acolhido", passou a ser a prática para muitos que foram batizados e permaneceram por um período na Igreja Católica. "Afasto-me e não volto mais quando ou onde sou mal acolhido, porque minha expectativa de ser bem recebido não foi correspondida".

Nas cidades não há mais a escola, o time de futebol, a venda, a igreja e os costumes que uniam essas pessoas aos outros. Nelas tudo é estranho e confuso. Não restaram mais os antigos valores. O que restou mesmo foi a acolhida. "Aqui cheguei. Aqui me encantei. Aqui ficarei. Porque aqui fui bem acolhido. Onde sou acolhido crio raízes"!

Portanto, conto com você: Reforçando o que foi citado no artigo anterior, "a acolhida faz a diferença" muitos deram suas sugestões, espero que você acolha este artigo e dê sugestões práticas de como cada um de nós, membros da Igreja Católica, independente do posto ou grau que ocupamos ou servimos, pode se tornar mais acolhedor.

Se este é o grande e esperado modo de conquistar nossos irmãos, cultivemo-lo!

A partir de ideias e sugestões prometo escrever um terceiro artigo visando aprofundar este assunto tão importante e pertinente.

Padre Alir

1 de junho de 2009

Tomar decisões fundamentadas

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Aprender é uma experiencia que nos acompanha até o fim

Para que uma pessoa se relacione melhor com ela mesma, ela precisa compreender-se e aceitar-se. O melhor caminho para isso é ter um bom conhecimento do seu potencial, das suas capacidades e das suas limitações. No frontispício do Templo de Apolo, em Delphos, já estava escrito: "Conhece-te a ti mesmo". Essa é a condição básica para qualquer pessoa assumir a sua identidade, aquilo que a singulariza, que a torna única. Quanto mais conhecimentos alguém tiver de si, maior será a sua capacidade de se posicionar corretamente frente aos desafios impostos pela vida.

Para se tornar autônoma e traçar seu próprio caminho no mundo, a pessoa necessitará de critérios consistentes para avaliar situações e tomar decisões diante delas. As boas decisões são aquelas que se fundamentam em nossas crenças, valores, pontos de vista e interesses. Como fazer isso, porém, sem se conhecer bem, sem saber onde está e aonde quer chegar? Informações e dados confiáveis são as matérias-primas mais evidentes de todo o processo de tomada de decisão, embora elas jamais sejam inteiramente substitutas da percepção intuitiva e da visão abrangente do todo.

Aprender com a experiência acumulada nos planos individual e social foi sempre uma das grandes vias de crescimento do ser humano. Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações do passado, e disso extrair lições e princípios orientadores sobre como conduzir no presente e no futuro, fez, faz e fará a diferença na vida das pessoas, das organizações, das sociedades, das nações e da própria humanidade. Em qualquer tempo e lugar, saber o que aconteceu outrora é uma fonte de elementos que nos ajudam a decidir sobre o que deve e o que não deve ser feito no presente e no futuro.

Quanto mais a pessoa for capaz de conhecer a si mesma, sua circunstância, onde se encontra e a trajetória a ser percorrida para chegar até aqui, tanto maior será a sua capacidade de visualizar aonde pretende ir e de traçar um caminho para chegar lá.

Quanto mais uma pessoa conhece aquilo que faz, tanto maior a sua capacidade de fazê-lo cada vez mais e melhor (produtividade e qualidade). A quantidade e a diversidade dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa ao longo da vida tornam-na mais polivalente e flexível, aumentando suas possibilidades de se adaptar às mudanças e de aproveitá-las para seu crescimento pessoal e profissional.

Compartilhar o que se sabe com outras pessoas e exercer uma influência construtiva sobre suas vidas é o principal caminho de que dispomos para ajudar outros seres humanos a desenvolver o seu potencial. O nome dado a esse caminho é educação. Esta abrange todos os processos formativos que ocorrem nos diversos âmbitos da existência humana: família, trabalho, escola, movimentos sociais, meios de comunicação e atividades culturais. E tende, cada vez mais, a ampliar os seus meios e o seu raio de ação, ocupando um maior espaço na vida das pessoas e das organizações.

Para gerar novos conhecimentos, a pessoa apóia-se na sabedoria que já detém, pois lhe serve como matéria-prima nesse processo. Quanto mais uma pessoa aprende, mais aumentam as suas necessidades de aprendizagem e sua capacidade de adquirir novos conhecimentos. Não podemos mais pensar em pessoas formadas. Todos nós estamos em formação ao longo de toda a vida. Aprender, portanto, é uma exigência que nos acompanha do início ao fim de nossa existência. Quanto mais conhecimentos adquirimos, mais aumenta a nossa área de contato com o desconhecido e, assim, cada vez mais ampliam-se as nossas necessidades de aprendizagem. Aprender é crescer. E nenhum tempo é inadequado para isso.

Artigo extraído do livro Educação

Antonio Carlos G. Silva