30 de maio de 2016

O que é violência sexual?

Entenda o que é violência sexual por meio do relato de uma vítima

o-que-e-violencia-sexualFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com
A escuridão preenchia as ruas da cidade, tímidas luzes da iluminação pública dispersavam as sombras pelo caminho. As aulas da faculdade haviam acabado a pouco e o frio da noite oferecia um caminho pouco confortável no regresso ao lar. Subitamente, um carro, um rosto conhecido, uma oferta de alento, uma dádiva para amenizar o esforço noturno. Afinal, que perigo haveria num rosto familiar? A triste constatação foi que aquela situação era um grande engano, as perversas intenções obscuras sobre as palavras, até então acalentadoras, se mostrariam muito piores do que o frio daquela noite.

Daniela (nome fictício), mãe e universitária de 25 anos, foi vítima de um estupro provocado por três homens, dos quais um era seu amigo há 15 anos e vizinho há nove anos. No retorno da faculdade, que é próxima a sua cidade, ele ofereceu carona para a Daniela, que, por causa do frio e por ser ele um amigo, aceitou. Foi a pior carona da vida dela, pois eles a levaram até um terreno abandonado e ali a espancaram, abusaram sexualmente dela e, insatisfeitos, enfiaram um pedaço grande de madeira com farpas em sua vagina.

Após ser socorrida e levada ao hospital, Daniela precisou levar 132 pontos e passar por um processo doloroso de perícia e depoimentos. Hoje, ela luta para superar essa trauma. Confira o testemunho de Daniela.


Padre Anderson Marçal explica que é preciso ter fé e esperança depois de um abuso. "A pessoa abusada precisa saber que a vida dela não acabou ali; mais do que isso, se uma pessoa abusou dela, há alguém que a ama, e esse alguém é Deus. Então, ela precisa ter esse olhar de que a vida não acabou ali. É um caso sério? É um caso sério. É grave? É grave. Traz consequências profundas? Traz consequências profundas. Mas não é a última palavra ainda."

Saiba o que é violência sexual e como buscar ajuda

Deparar-se com casos de violência sexual gera comoção. Um olhar externo e distante leva a questionamentos, porém, quando a vítima é um familiar ou até mesmo você, o ponto de vista e os conceitos mudam.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a "violência sexual é qualquer ato sexual, tentativa do ato não desejado ou atos para traficar a sexualidade de uma pessoa, fazendo uso de repressão, ameaça ou força física, praticados por qualquer pessoa independente de suas relações com a vítima e de qualquer cenário, não limitado ao lar ou trabalho". Ou seja, é uma agressão focalizada na sexualidade da pessoa, mas que a atinge em todo o seu ser.

A violência sexual pode tomar várias formas, e apesar de existir a falsa percepção de que o agressor em potencial se restringe a pessoas distantes, na verdade o mais comum é que seja realizada por pessoas próximas. Segundo a central de atendimento 180, em 46,96% dos casos de violência sexual, o agressor é parceiro da vítima, sendo que 25,27% é praticada por cônjuges.

Ao perceber que está sofrendo abuso, é fundamental que a pessoa busque apoio especializado como delegacias, advogados e psicólogos. O apoio de familiares e amigos é essencial, pois, neste momento, é fundamental criar laços que gerem na pessoa agredida uma sensação de segurança, cuidado e acolhimento.


Fernanda Soares

Fernanda Soares é missionária da Canção Nova. Foi apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Jornalista. Foi uma das apresentadoras no palco principal da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Autora dos livros "A mulher segundo o coração de Deus" e "A beleza da mulher a ser revelada". Hoje trabalha como produtora de conteúdo no setor de Internet da Canção Nova.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/violencia-sexual/o-que-e-violencia-sexual/

27 de maio de 2016

Como dominar os impulsos sexuais?

Controlar os impulsos não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível

Novelas, músicas, propagandas, outdoors, um passeio no shopping. Cenas, fatos, situações e momentos que, muitas vezes, estão recheados de um estímulo "mega-power-sexappeal", ou seja, estímulo sexual para todos os gostos! Somos provocados a ver sexo em tudo!

Sobreviver a esse cenário torna-se, de fato, uma "odisseia no espaço", uma "guerra nas estrelas", pois parece que, a todo momento, somos chamados a uma espécie de sombra do mal, a nos transformarmos de Anakin para Darth Vader! Oh, meu Deus, como controlar tantos impulsos sexuais se, a todo momento, somos estimulados a colocá-los para fora?

Alguns passos para sobrevivermos a esse cenário tão louco.

Como dominar os impulsos sexuais - 1600x1200Foto: Daniel Mafra


Primeiro passo: controlar e não dominar

Não gosto muito da palavra "dominar", soa como algo ruim, que precisa ser contido, reprimido, e não creio que Deus seja tão injusto a ponto de colocar, dentro de nós, os impulsos sexuais e exigir de nós a repressão deles. Também não acredito que Ele nos peça para os dominar como se fossem uma "força do mal" a ser exorcizada.

Prefiro a palavra "controle", ou seja, como controlar os impulsos sexuais? Controle é o mecanismo pelo qual medimos o resultado de um processo comparando-o a um valor desejado. Então, controlar os impulsos sexuais é ser capaz de viver os desejos, as vontades a partir do valor que temos e do valor que damos ao outro. Quando partimos da relação de valor, conseguimos controlar os impulsos e, assim, dar a eles um destino mais pleno e prazeroso.

Segundo passo: canalizar os desejos

Somos homens e mulheres com desejos. Os impulsos sexuais não estão em nós como algo desconexo, mas dizem de nossa identidade. Vou além: eles dizem de nossa identidade de filhos de Deus.

O Senhor nos criou homens e mulheres. Não tem essa de "Deus, tire de mim os desejos sexuais!". Não! Sinto muito lhe dizer, mas Ele não os tirará! Eles estão aí para serem canalizados. São os desejos que levam um homem a se encontrar com uma mulher, são impulsos, forças que nos levam a viver uma relação. O que precisamos pedir é: "Deus, ajude-nos a canalizar esses desejos sexuais para uma vida mais plena e saudável. Ensine-nos a canalizar o que sentimos, baseando-nos no valor que temos e possuímos". Se temos bem claro, na cabeça e no coração, que somos chamados a viver um amor total, fiel, livre e fecundo, daremos conta de canalizar nossos impulsos para relações totais, fiéis, livres e fecundas. Quando vier o impulso sexual, de querer o outro para nós, podemos, nessa hora, usar essa força para termos o outro dentro de nós, como alguém que merece nosso amor, nosso valor!

Diante de uma linda mulher, que chame sua atenção – sexualmente falando – você pode:

a) olhar, desejar e trazer para sua mente como uma possibilidade de tocar, manipular e obter prazer! Ou:

b) olhar, apreciar e trazer para sua mente como uma realidade de amar, valorizar e promover.


Você escolhe (a) ou (b), ou seja, ao ver uma mulher muito bonita, você teve o impulso sexual, a atração, o desejo por ela, mas, nessa hora, escolhendo a alternativa (b), canalizou esse impulso e o enobreceu, não o reprimindo. Deu a ele um lugar de nobreza! Sabe aquela passagem da Bíblia que diz: "É do coração humano que saem coisas boas e ruins?" Então, você vê e, no coração, dá destino ao impulso que surgiu! Escolha (a) ou (b).

Terceiro passo: Conhecer a força da força!

Todos temos impulsos sexuais. Isso é inerente ao nosso ser! Mas precisamos conhecer esses impulsos, saber a força que eles têm, ou seja, saber quando surgem, quando é mais ou menos intenso, o que faz dentro de nós, o que fazer quando eles vêm. Conhecê-los é a melhor maneira de controlá-los e identificá-los, é o jeito de melhor encontrar um destino para eles. As pessoas perdem essa batalha quanto querem lutar contra algo que não conhecem. Não se trata de uma luta contra algo do mal, mas sim para integrar isso que faz parte de você. É uma luta para juntar: impulso sexual+valor+amor+Deus. Por aí vai! Sem autoconhecimento não há vitória.

Quarto passo: Fugir ou encarar?

Quando conhecemos nossos impulsos sexuais, a força que eles têm, o lugar e as situações para onde querem nos levar, podemos ficar em uma encruzilhada: encarar ou fugir? Na verdade, os dois. Encarar, tomar conhecimento ou fugir, ou seja, viver esse processo que acontece depois do "encarar", isto é, perceber e, depois, por saber que não daremos conta, fugir. Mas sabendo do que está fugindo.

Muitas vezes, não escutamos o movimento que rola em nosso interior e ficamos mais presos às relações por medo de nós mesmos. Fugir, conhecendo e buscando compreender do que estamos fugindo, para ficar mais fortes para o próximo combate. Pois ele virá! Nessa hora, é preciso se perguntar: Quais meus pontos fracos? Onde sou mais vulnerável? O que me desordena afetivamente? Mais uma vez, conhecer-se é a arte de se controlar!

Quinto passo: Retornando ao estado de Jedi

No epsisódio 'O Retorno de Jedi', podemos ver como Luke acredita na bondade existente ainda em Darth Vader; e por acreditar nisso, assistimos, numa cena fantástica, a "redenção de Vader". Enquando o Imperador Palpatine estava para matar Luke com uma rajada final, Darth Vader, com o seu braço, ou melhor, com o que restou dele, agarra Palpatine e o lança no poço do reator principal da Estrela da Morte, destruindo, definitivamente, o diabólico Senhor dos Sith, assim concluindo a profecia na qual os Sith são exterminados.

Vader torna-se, novamente, Anakin Skywalker. Sim, ele volta a ser o que era! E o que isso tem a ver o com controle dos nossos impulsos sexuais? Tudo! Muitas vezes, somos como o jovem Anakin, que se deixa levar pela corrupção do mal. Nós, às vezes, nos deixamos levar pela corrupção da pornografia, do sexo fora do casamento; enfim, por uma vida sexual sem a marca do amor verdadeiro como Deus pensou; consequentemente, passamos a viver como Darth Vader, escravos de nossos impulsos e não senhores deles!

Assim, quero lhe dizer: sempre podemos recomeçar. Há, em nosso coração, um profundo desejo de amar de verdade e viver a plenitude do que somos. Nossos afetos, desejos e vontades, ordenados para o amor verdadeiro, sempre nos fazem retornar ao que de melhor nós temos e somos. O sacramento da confissão, a Eucaristia, uma vida de oração sincera e um bom diretor espiritual são nossas armas para vencer. Mesmo que, ao ler este texto, você se sinta incapaz de dar uma resposta mais cristã perante uma vida de erros, eu quero lhe dizer que foi com o que restou de um braço que Darth Vader venceu o imperador do mal. Acredito que, dentro de você, restou muito mais que um braço, restou a vontade de ser feliz e amar de verdade. Então, não perca tempo e recomece!

Esteja aberto para conquistar o Céu!


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/como-dominar-os-impulsos-sexuais/

25 de maio de 2016

Oração para fazer diante de Jesus Eucarístico

Oração para iniciar a adoração

Meus Senhor Jesus Cristo, que por amor aos homens ficais dia e noite nesse sacramento, todo cheio de misericórdia e amor, esperando, chamando e acolhendo todos os que vêm visitar-­Vos, eu creio que estais presente no sacramento do altar.

oração

Adoro-Vos do abismo do meu nada e dou-­Vos graças por todos os Vossos benefícios, especialmente por Vos terdes dado a mim neste sacramento, por me terdes concedido por advogada Maria, Vossa Mãe Santíssima, e, finalmente, por me haverdes chamado para Vos visitar nessa igreja.

Saúdo, hoje, Vosso coração amantíssimo. Primeiro, em agradecimento pelo grande dom de Vós mesmos; segundo, em reparação pelas injúrias que Tendes recebido neste sacramento.

Meu Jesus, amo-­Vos de todo o meu coração. Arrependo-­me de, no passado, ter ofendido tantas vezes Vossa bondade infinita. Proponho, com Vossa graça, não mais Vos ofender no futuro. Nesta hora, miserável como sou, consagro-­me todo a Vós, dou e entrego-Vos minha vontade, meus afetos, meus desejos e tudo o que me pertence. Daqui em diante, fazei de mim e de tudo o que sou eu o que Vos aprouver.

Somente Vos peço e quero Vosso amor, a perseverança final e o perfeito cumprimento da Vossa vontade.

Recomendo-Vos as almas do purgatório, especialmente as mais devotas do Santíssimo Sacramento e da Virgem Maria. Recomendo-­Vos também todos os pobres pecadores. Enfim, amado Salvador meu, uno todos os meus afetos aos afetos do Vosso coração amantíssimo e, assim unidos, eu os ofereço a Vosso eterno Pai, pedindo-­Lhe em Vosso nome e, por Vosso amor, que se digne a aceitá-­los e atendê-­los.

Ó Jesus, Pão vivo descido do Céu, como é grande Vossa bondade! Para perpetuar a fé em Vossa presença real na Eucaristia, com extraordinário poder, dignastes-Vos mudar as espécies do pão e do vinho em Carne e Sangue, como se conservam no Santuário Eucarístico de Lanciano.

Aumentai sempre mais a nossa fé em Vós, Senhor sacramentado! Ardendo de amor por Vós, fazei com que, nos perigos, nas angústias e nas necessidades, só em Vós encontremos auxílio e consolação, ó divino Prisioneiro dos nossos tabernáculos, ó fonte inesgotável de todas as graças.

Suscitai em nós a fome e a sede do Vosso alimento eucarístico, para que, saboreando este pão celeste, possamos gozar da verdadeira vida, agora e sempre. Amém.

Oração ao Coração de Jesus na Eucaristia

Coração de Jesus na Eucaristia, amável companheiro do nosso exílio, eu Vos adoro! Coração Eucarístico de Jesus, Coração solitário, eu Vos adoro!
Coração humilhado, eu Vos adoro!
Coração abandonado, Coração esquecido, Coração desprezado, Coração ultrajado, eu Vos adoro!
Coração desconhecido dos homens, Coração amante, eu Vos adoro! Coração bondoso, eu Vos adoro!
Coração que desejais ser amado, Coração paciente em esperar-nos, eu Vos adoro!
Coração interessado em atender-­nos, Coração desejoso de ser suplicado, eu Vos adoro!
Coração, fonte de novas graças, silencioso, que desejais falar às almas, eu Vos adoro!
Coração, doce refúgio dos pecadores, eu Vos adoro!
Coração, que ensinais os segredos da união divina, eu Vos adoro!
Coração Eucarístico de Jesus, eu Vos adoro!

Oração a Jesus Sacramentado

Meu Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, eis-­me aqui em companhia da Santíssima Virgem, dos Anjos, dos Santos do Céu e dos justos da Terra, para visitar-­Vos e adorar-Vos nesta Hóstia Consagrada. Creio firmemente que estais tão presente, poderoso e glorioso como estais no Céu; e pelos Vossos méritos, espero alcançar a glória eterna, seguindo em tudo Vossas divinas inspirações; e em agradecimento de Vosso divino amor, quero amar-­Vos com todo o meu coração e minha alma, potências e sentidos.

Suplico-­Vos, Salvador de minha alma, pelo Sangue precioso que derramastes em Vossa circuncisão e em Vossa Santíssima Paixão, que exerciteis comigo este ofício de Salvador, dando-­me, pela intercessão de Vossa Santíssima Mãe, os dons da oração juntamente com a perseverança, para que, quando deixar esta vida, me guieis à glória eterna que gozais no Céu. Amém.

Oração a Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento

Ó Virgem Maria, Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, glória do povo cristão, alegria da Igreja Universal, Salvação do mundo, rogai por nós e despertai em todos os fiéis a devoção à Santíssima Eucaristia, a fim de que se tornem dignos de comungar todos os dias.

Ó Santíssima e Imaculada Senhora, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e nossa, nós, os pecadores, pedimos-vos que nos alcanceis de vosso Divino Filho Sacramentado todos os dons e graças de que necessitamos, para vivermos sustentados de Seu amor, para adquirirmos os merecimentos de Seus fiéis escravos e para termos a felicidade de, com Ele e convosco, viver por todos os séculos dos séculos. Amém.

Salve, Rainha…

Eu Te adoro, ó Cristo, Deus no Santo Altar. Em Teu Sacramento vivo a palpitar!
Dou-Te partilha, vida e coração, pois de amor me inflamo na contemplação!
Tato e vista falham, bem como o sabor; só por meu ouvido tem a fé vigor. Creio no que disseste, ó Jesus, meu Deus!
Verbo da Verdade vindo a nós dos céus!
Tua divindade não se viu na cruz, nem a humanidade vê-se aqui, Jesus!
Ambas eu confesso como o bom ladrão, e um lugar espero na eterna mansão!
Não me deste a dita, como a São Tomé, de tocar-­Te as chagas, mas eu tenho fé!
Faze que ela cresça como o meu amor, e a minha esperança tenha novo ardor!
Dos Teus sofrimentos é memorial esse Pão de Vida, Pão Celestial!
Dele eu sempre queira mais me alimentar, sentir-­Lhe a doçura divinal sem par!
Bom Pastor piedoso, Cristo, meu Senhor, lava no Teu Sangue a mim, tão pecador!
Pois que uma só gota pode resgatar do pecado o mundo e o purificar!
Ora Te contemplo sob espesso véu, mas desejo ver-­Te, Bom Jesus, no Céu, face a face.
Um dia, poderei de Ti gozar, nessa doce pátria, e sem fim Te amar.

Oração retira do livro "Uma vista ao Santíssimo Sacramento"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oracao-para-fazer-diante-do-santissimo-sacramento/

23 de maio de 2016

Verdades fundamentais sobre o matrimônio

Quatro verdades fundamentais do Sacramento do Matrimônio

Iluminados pela Exortação Apostólica Amoris Laetitia e por catequeses contidas em meu livro "Papa Francisco às Famílias", vamos refletir sobre quatro aspectos essenciais da família: indissolubilidade, unidade, fidelidade e abertura à vida. Nessa mútua recepção unida à graça de Cristo, "os noivos prometem um ao outro entrega total, fidelidade e abertura à vida, e também reconhecem como elementos constitutivos do matrimônio os dons que Deus lhes oferece, tomando a sério o seu mútuo compromisso, em nome de Deus e perante a Igreja", afirma o Pontífice.

Verdades fundamentais sobre o matrimônio - 1600x1200Foto: Arquivo CN

Depois de dois anos de reflexão sobre a família no mundo atual, o resultado foi um lindo hino à instituição base da sociedade sobre a alegria do amor na família. Católicos de todos os continentes puderam contribuir, respondendo questionários enviados às dioceses. A partir desse material, dois Sínodos confrontaram ideias de maneira aberta, permanecendo e fortalecendo-se a convicção de verdades fundamentais do Sacramento do Matrimônio.

"O próprio mistério da família cristã só se pode compreender plenamente à luz do amor infinito do Pai, que se manifestou em Cristo entregue até ao fim e vivo entre nós. Por isso, quero contemplar Cristo vivo que está presente em tantas histórias de amor e invocar o fogo do Espírito sobre todas as famílias do mundo", destaca o Santo Padre no terceiro capítulo do documento.

Indissolubilidade

Elemento essencial do ensinamento da Igreja acerca do matrimônio e da família é a indissolubilidade. Francisco afirma: "O que Deus uniu não o separe o homem" (Mt 19,6). Isso não deve ser entendido como um peso, mas um presente. O caminho do casal é acompanhado pela bondade divina. Por meio da graça, o coração é curado e transformado. Vocação recebida pela Igreja ao longo do tempo, o matrimônio é um dom do Senhor (cf. 1 Cor 7, 7) que deve ser cuidado. "Seja o matrimônio honrado por todos e imaculado o leito conjugal" (Heb 13, 4). Esse dom de Deus inclui a sexualidade: "Não vos recuseis um ao outro" (1 Cor 7, 5).

Unidade


Ao viver essa unidade, a família torna-se "comunidade de vida e amor (cf. n. 48)", como definiu o Concílio Ecumênico Vaticano II na Constituição pastoral Gaudium et spes sobre a promoção da dignidade do matrimônio e da família (cf. nn. 47-52). O ponto de unidade é o amor no centro da família. A união dos esposos integra a dimensão sexual e a afetividade. Na raiz dessa unidade, Cristo Senhor "vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do matrimônio" (n. 48).

A exortação Amoris Laetitia recorda ainda que a união sexual é caminho de "crescimento na vida da graça para os esposos". A união dos corpos é expressa nas palavras do consentimento, pelas quais se acolheram e doaram reciprocamente para partilhar a vida toda. Tal consentimento e união dos corpos são instrumentos da ação divina que os torna uma só carne.

Fidelidade

Mais que um sinal de visível compromisso, o matrimônio é um dom para santificação e
salvação dos esposos, porque sua pertença recíproca é a representação real da mesma
relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja, a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar.

Abertura à vida

"Nenhum ato sexual dos esposos pode negar esse significado, embora, por várias razões, nem sempre possa efetivamente gerar uma nova vida". Amoris Laetitia recorda que também "os esposos a quem Deus não concedeu a graça de ter filhos podem ter uma vida conjugal cheia de sentido, humana e cristãmente falando". A escolha da adoção e do acolhimento exprime uma fecundidade particular da experiência conjugal. O matrimônio é, em primeiro lugar, uma "íntima comunidade da vida e do amor conjugal", que constitui um bem para os próprios esposos; e a sexualidade "ordena-se para o amor conjugal do homem e da mulher". O bebê que chega "não vem de fora juntar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio coração desse dom mútuo, do qual é fruto e complemento". A abertura à vida implica em uma vivência harmoniosa e consciente do casal em sintonia com uma paternidade responsável.




Rodrigo Luiz dos Santos

Rodrigo Luiz dos Santos é editor-chefe de Jornalismo da TVCN e apresentador de programas relacionados à Igreja. Missionário na Canção Nova, estudou Filosofia e formou-se em Jornalismo pela Faculdade Canção Nova.

Casado com Adelita Stoebel, missionária na mesma comunidade católica, Rodrigo é pai de Tobias.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/verdades-fundamentais-sobre-o-matrimonio/

20 de maio de 2016

Por que desejar o batismo no Espírito Santo?

Desejar o batismo no Espírito Santo é querer ter sua vida transformada por Ele

Em 2014, o Papa Francisco falou que a Renovação Carismática Católica é uma grande força no serviço do Evangelho, na alegria do Espírito Santo. No início, o Papa afirmou que não era simpatizante do movimento, mas quando começou a conhecer, entendeu o bem que a RCC faz à Igreja. Assim, abordarei sobre "por que desejar o batismo no Espírito Santo", pois a falta de conhecimento pode ser o motivo de preconceitos ainda hoje sobre o assunto.

Por que desejar o batismo no Espírito Santo - 1600x1200Foto: SDenisov, iStock.by Getty Images

Destaca-se que o efeito mais comum do batismo no Espírito Santo é de o próprio Espírito passar a ser um fato vivenciado e não mais somente um objeto de fé intelectual. Padre Raniero Cantalamessa ainda diz que, antes da manifestação dos carismas, Ele é percebido como Espírito que transforma interiormente, que concede o gosto de louvar a Deus, que leva à descoberta de uma alegria nova, que abre a mente à compreensão das Escrituras e, sobretudo, ensina a proclamar que Jesus "é o Senhor".

Certa vez, visitei um grupo de oração e um servo orou por mim. Lembro que senti algo indescritível e lágrimas surgiram dos meus olhos. Muito mais do que isso, foi uma fé viva que brotava do meu coração, uma transformação de vida. Não posso negar que foi um batismo no Espírito. O teólogo Karl Rahner explica:

"Não podemos negar que o homem possa ter, nesta vida, experiências da graça que lhe possam proporcionar uma sensação de libertação, que lhe abram horizontes totalmente novos, que o marquem profundamente, que o transformem e plasmem, mesmo por muito tempo, a sua atitude cristã mais íntima. Nada impede de chamar tais experiências de batismo do Espírito".

O que é o bastimo no Espírito Santo

O batismo no Espírito Santo que ouvimos dos movimentos da Renovação Carismática Católica é um dos modos com que Jesus ressuscitado continua Sua obra essencial, que é a de batizar a humanidade "no Espírito" (At 1,5). É uma renovação do acontecimento de Pentecostes, bem como uma renovação do sacramento do batismo e da iniciação cristã em geral, mesmo sendo certo que ambas as realidades coincidem e que nunca devem ser separadas ou contrapostas, afirma Raniero Cantalamessa.

João Paulo II diz que "graças ao Espírito Santo, o nosso encontro com o Senhor acontece no tecido ordinário da existência filial, no face a face da amizade, fazendo experiência de Deus como Pai, Irmão, Amigo e Esposo. Este é o Pentecostes!".

É certo que o batismo no Espírito Santo, como diz K. Ranaghan citado por Yves Congar, não substitui o batismo e a confirmação. Ele se apresenta como reafirmação e uma renovação adulta desses sacramentos, uma abertura de nós mesmos para todas as suas graças. Para não confundir, a CNBB propõe termos como "efusão do Espírito Santo", "derramamento do Espírito Santo".

Desejar o batismo no Espírito é querer ter sua vida transformada por Ele, é viver a alegria de uma fé viva, que se renova a cada sacramento. É proclamar que Jesus é o Senhor e ter uma atitude cristã nova, como em Pentecostes.

Portanto, rezemos:

"Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com Vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus Excelso, dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli e concedei-nos a Vossa paz;
Se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por Vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.
Amém!"



ricardocordeiro

Candidato às Ordens Sacras na Comunidade Canção Nova. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP).  Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, Taubaté (SP) e pós-graduando em Bioética pela Faculdade Canção Nova. Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário Pai das Misericórdias e Confessionários.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/por-que-desejar-o-batismo-no-espirito-santo/

19 de maio de 2016

Como ter um matrimônio mais feliz

10 orientações do Papa Francisco para o amor no cotidiano do matrimônio, em Amoris Laetitia

O Papa Francisco, na sua Exortação a "Alegria do Amor", diz que "não poderemos encorajar um caminho de fidelidade e doação recíproca se não estimularmos o crescimento, a consolidação e o aprofundamento do amor conjugal e familiar".

Dez orientaçõẽs para viver bem o matrimonio do Papa Francsico sobre a Enciclica - 1600x1200Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Confira 10 orientações do Papa para viver o amor no cotidiano matrimonial.

1 – Paciência

É importante ter clareza de que "a paciência é uma qualidade do Deus da Aliança, que convida a imitá-Lo também na vida familiar", tarefa não fácil, mas possível no amor, pois, no matrimônio e na família, a pessoa "mostra-se paciente, quando não se deixa levar pelos impulsos interiores e evita agredir", ou seja, procura viver com paciência os incômodos e infortúnios do dia a dia. Dessa forma, compreende-se mais sobre o verdadeiro amor ao descobrir, como aponta o Papa, que, "se não cultivarmos a paciência, sempre acharemos desculpas para responder com ira, acabando por nos tornarmos pessoas que não sabem conviver, antissociais incapazes de dominar os impulsos; e a família tornar-se-á um campo de batalha."

2 – Atitude de serviço

O Papa, diante das palavras de São Paulo sobre a paciência, que é "acompanhada por uma atividade, uma reação dinâmica e criativa perante os outros", assinala para uma atitude de serviço. Essa prontidão para servir "indica que o amor beneficia e promove os outros", ocasionando urgência no seio familiar e matrimonial de pessoas boas que vivam a bondade nas ações cotidianas na doação ao próximo, pois a atitude de serviço nos lança em direção ao outro no amor concreto, eficiente e sem reservas, "permitindo-nos experimentar a felicidade de dar, a nobreza e a grandeza de doar-se de forma superabundante, sem calcular nem reclamar pagamento, mas apenas pelo prazer de dar e servir".

3 – Curando a inveja

Compreender que "a inveja é uma tristeza pelo bem alheio, demostrando que não nos interessa a felicidade dos outros, porque estamos concentrados exclusivamente no nosso bem-estar" é imprescindível para vencer tal fraqueza, pois, "no amor, não há lugar para sentir desgosto pelo bem do outro (cf. At 7,9; 17,5)", mas sim alegria por tais realizações e conquistas. Assim, como ensina o Pontífice, "o verdadeiro amor aprecia os sucessos alheios, não os sente como uma ameaça, libertando-se do sabor amargo da inveja".

4 – Sem ser arrogante nem se orgulhar

O orgulho e a arrogância "não se trata apenas duma obsessão por mostrar as próprias qualidades; é pior: perde-se o sentido da realidade, a pessoa considera-se maior do que é, porque se crê mais espiritual ou sábia". No matrimônio e "na vida familiar, não pode reinar a lógica do domínio de uns sobre os outros, nem a competição para ver quem é mais inteligente ou poderoso, porque essa lógica acaba com o amor". Por isso, muitas vezes, é necessário ser humilde, atitude que "faz parte do amor, porque, para poder compreender, desculpar ou servir os outros de coração, é indispensável curar o orgulho e cultivar a humildade".


5 – Amabilidade

Ser amável "significa que o amor não age rudemente, não atua de forma inconveniente, não se mostra duro no trato. Os seus modos, as suas palavras, os seus gestos são agradáveis; não são ásperos nem rígidos". A predisposição para um encontro verdadeiro com o outro requer amabilidade, porém, "isso não é possível quando reina um pessimismo que põe em evidência os defeitos e erros alheios, talvez para compensar os próprios complexos. Um olhar amável faz com que nos detenhamos menos nos limites do outro, podendo assim tolerá-lo e unirmo-nos num projeto comum, apesar de sermos diferentes". Já que "ser amável não é um estilo que o cristão possa escolher ou rejeitar: faz parte das exigências irrenunciáveis do amor, por isso todo o ser humano está obrigado a ser afável com aqueles que o rodeiam".

6 – Desprendimento

O desapego ou desprendimento conduz para um compreensão de que "muitas vezes, para amar os outros, é preciso primeiro amar a si mesmo. Todavia, esse hino à caridade afirma que o amor não procura o seu próprio interesse ou não procura o que é seu". O Papa diz que "uma pessoa que seja incapaz de se amar a si mesma sente dificuldade em amar os outros", já que, nas Escrituras, a orientação é que "não tenha cada um em vista os próprios interesses, mas todos e cada um exatamente os interesses dos outros (cf. Fl 2,4)." Essa postura em relação ao próximo demonstra um amor que pode transbordar gratuitamente "sem nada esperar em troca" (Lc 6, 35), até chegar ao amor maior, que é "dar a vida" pelos outros.

7 – Sem violência interior

Para superar um interior violento é preciso "à paciência, que evita reagir bruscamente perante as fraquezas ou erros dos outros", pois a "reação interior de indignação provocada por algo exterior", seja nas várias situações da vida, "trata-se de uma violência interna, uma irritação recôndita que nos põe à defesa perante os outros, como se fossem inimigos molestos a evitar". Diante dessa ira excessiva, a solução mostrada pelo Papa é que "nunca se deve terminar o dia sem fazer as pazes na família." Desta forma, entende-se que "a indignação é saudável, quando nos leva a reagir perante uma grave injustiça; mas é prejudicial, quando tende a impregnar todas as nossas atitudes para com os outros".

8 – Perdão

"Se permitirmos a entrada dum mau sentimento no nosso íntimo, damos lugar ao ressentimento que se aninha no coração." Contrário a esse ressentir, o Papa Francisco instrui que o perdão é "fundado numa atitude positiva que procura compreender a fraqueza alheia e encontrar desculpas para a outra pessoa, como Jesus que diz: Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem (cf. Lc 23, 34)". Porém, a tendência humana "costuma ser a de buscar cada vez mais culpas, imaginar cada vez mais maldades, supor todo o tipo de más intenções; assim, o ressentimento vai crescendo e cria raízes"; e no matrimônio, "qualquer erro ou queda do cônjuge pode danificar o vínculo de amor e a estabilidade familiar". Então, "se aceitamos que o amor de Deus é incondicional, que o carinho do Pai não se deve comprar nem pagar, então poderemos amar sem limites, perdoar aos outros, ainda que tenham sido injustos para conosco."

9 – Alegrar-se com os outros

O Papa diz que "alegra-se com o bem do outro, quando se reconhece a sua dignidade, quando se apreciam as suas capacidades e as suas boas obras". Mas "isso é impossível para quem sente a necessidade de estar sempre a comparar-se ou a competir, inclusive com o próprio cônjuge, até o ponto de se alegrar secretamente com os seus fracassos". O matrimônio e "a família deve ser sempre o lugar onde uma pessoa que consegue algo de bom na vida, sabe que ali se vão congratular com ela". Assim, diz o Pontífice que "nosso Senhor aprecia de modo especial quem se alegra com a felicidade do outro".

10 – Tudo desculpa

Tudo desculpar "implica limitar o juízo, conter a inclinação para se emitir uma condenação dura e implacável: não condeneis e não sereis condenados (cf. Lc 6, 37)". Assim, no amor cotidiano matrimonial, "os esposos, que se amam e se pertencem, falam bem um do outro, procuram mostrar mais o lado bom do cônjuge do que as suas fraquezas e erros. Em todo caso, guardam silêncio para não danificar a sua imagem. Mas não é apenas um gesto externo, brota duma atitude interior. Também não é a ingenuidade de quem pretende não ver as dificuldades e os pontos fracos do outro, mas a perspectiva ampla de quem coloca essas fraquezas e erros no seu contexto; lembra-se de que esses defeitos constituem apenas uma parte, não são a totalidade do ser do outro: um fato desagradável no relacionamento não é a totalidade desse relacionamento". Por fim, o Papa fala que "o amor convive com a imperfeição, desculpa-a e sabe guardar silêncio perante os limites do ser amado".


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/como-ter-um-matrimonio-mais-feliz/

17 de maio de 2016

Oração antes de dormir

Oração para ser feita antes de dormir

Oração antes de dormir - 1600x1200 Foto: Blue_Cutler, iStock. by Getty Images

No silêncio da noite, que convida à serenidade da alma,
venho diante de Ti, Senhor, com meu coração agitado.
Nem sempre é fácil amar quando há tanto desamor
em almas que errantes caminham semeando ódio,
e cultivando discórdias.

Eu, porém, sigo firme em Teu amor.
Santo ainda não sou, mas em Ti
busco santificar-me.

Ensina-me a cuidar das coisas da Terra
como se já vivesse no Céu.
Faz de minhas palavras o bálsamo que cura as feridas do coração
e alivia as dores da alma.

Sim, em Ti busco suportar as ofensas,
porque na cruz que carrego
contemplo a glória da vida,
que doa e se faz nova em cada gesto de amor.
Faz-me florir no jardim onde Tu me plantastes.
Amém.


Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).

Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: www.facebook.com/peflaviosobreiro


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oracao-antes-de-dormir/

13 de maio de 2016

A preciosa bênção dos pais

A Sagrada Escritura nos alerta sobre a necessidade dessa bênção

Quando eu era criança, estava acostumado a pedir a bênção aos meus pais a qualquer hora que saísse ou chegasse em casa. Era um apressado "bênça, pai!", bênça, mãe!"," tão apressado que quase não se ouvia a resposta. Todos nós, quando crianças, estávamos tão acostumados a pedir a bênção dos pais que, quando saíamos sem ela, parecia-nos que faltava algo à nossa segurança ou ao sucesso de nossos planos.… Ao menos quatro vezes por dia eu e meus oito irmãos pedíamos a bênção a nossos pais: ao acordarmos, ao irmos para a escola, ao voltarmos da escola e ao nos deitarmos.

A preciosa bênção dos pais

Hoje, passados os anos, tenho profunda consciência da importância da bênção dos pais na vida dos filhos. É a Sagrada Escritura que nos alerta sobre a necessidade dessa bênção. Toda a Bíblia está repleta de passagens indicando a importância que Deus dá aos pais na vida dos filhos. Os pais são os cooperadores de Deus na criação dos filhos e, dessa forma, são também um canal aberto para que a bênção divina chegue a eles [filhos].

O livro do Deuteronômio registra o quarto mandamento: ""Honra teu pai e tua mãe, como te mandou o Senhor, para que se prolonguem teus dias e prosperes na terra que te deu o Senhor teu Deus"" (Dt 5,16). Dessa forma, o Senhor promete vida longa e prosperidade àqueles que honram os pais. São Paulo disse que esse é "o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa de Deus" (Ef 6,2).

Os livros dos Provérbios e do Eclesiástico estão cheios de versículos que trazem a marca da presença dos pais. Eis um deles: ""A bênção paterna fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces"" (Eclo 3,11). Esse versículo mostra que a bênção dos pais (e também a maldição!) não é simplesmente uma tradição do passado ou mera formalidade social. Muito mais do que isso, a Sagrada Escritura nos assegura que a bênção dos pais é algo eficaz e real, isto é, um meio que Deus escolheu para agraciar os filhos. O Senhor quis outorgar aos pais o direito e o poder de fazer a Sua bênção chegar aos filhos. É a forma que Deus usou para deixar clara a importância dos genitores. Analisemos estas passagens marcantes:

"Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos, pois Deus quis honrar os pais pelos filhos e, cuidadosamente, fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles. Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro. Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração. Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência, a fim de que ele te dê sua bênção, e que esta permaneça em ti até o teu último dia. Pois um homem adquire glória com a honra de seu pai, e um pai sem honra é a vergonha do filho. Como é infame aquele que abandona seu pai, como é amaldiçoado por Deus aquele que irrita sua mãe!" (Eclo 3, 2-3.5-6.9-10.13.18).

Todos esses versículos do capítulo 3 do Eclesiástico mostram claramente a grande importância que Deus dá aos pais na vida dos filhos e, de modo especial, à bênção paterna e materna. Infelizmente, muitos pais já não sentem a prerrogativa de que Deus lhes deu para educar formar e abençoar os filhos. Muitos já não acreditam no poder da bênção paterna e nem mesmo ensinam os filhos a pedi-la.

Os pais têm uma missão sagrada na terra, pois deles dependem a geração e a educação dos filhos de Deus. Eles são os primeiros mensageiros de Deus na vida dos filhos, sobre os quais têm o poder de atrair as dádivas divinas. Não importa qual seja a idade do filho, ele sempre deve pedir a bênção de seus pais. E também não importa se o velho pai é um doutor ou um analfabeto, o filho não deve perder a oportunidade de ser abençoado por ele, se possível todos os dias, mesmo já adulto.

Se você ainda tem seus pais (ou apenas um deles) não perca a oportunidade que Deus lhe dá de lhes beijar as mãos e lhes pedir a bênção, para que Deus o abençoe, guiando seus passos e protegendo sua vida. Importa jamais nos esquecermos de que, enquanto "a bênção paterna fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces" (Eclo 3,11).

 


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/a-preciosa-bencao-dos-pais/

10 Anos!!! Obrigado Senhor Jesus Cristo!!!




Hoje comemoramos 10 anos do nosso Blog, uma longa caminhada até aqui, obrigado a todos seguidores e a todos que passam aqui para ler os artigos publicados. Agradeço a todos que colaboram e as fontes onde busco os artigos aqui publicados. Me ajudam e ajudam muitas pessoas no Brasil e no mundo. Hoje dia de Nossa Senhora de Fátima, uma benção ter a proteção de nossa mãe querida.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para Sempre Seja Louvado.

Tudo Por Jesus!
Nada sem Maria.

11 de maio de 2016

Por que desejar o batismo no Espírito Santo?

Desejar o batismo no Espírito Santo é querer ter sua vida transformada por Ele

Em 2014, o Papa Francisco falou que a Renovação Carismática Católica é uma grande força no serviço do Evangelho, na alegria do Espírito Santo. No início, o Papa afirmou que não era simpatizante do movimento, mas quando começou a conhecer, entendeu o bem que a RCC faz à Igreja. Assim, abordarei sobre "por que desejar o batismo no Espírito Santo", pois a falta de conhecimento pode ser o motivo de preconceitos ainda hoje sobre o assunto.

Por que desejar o batismo no Espírito Santo - 1600x1200


Destaca-se que o efeito mais comum do batismo no Espírito Santo é de o próprio Espírito passar a ser um fato vivenciado e não mais somente um objeto de fé intelectual. Padre Raniero Cantalamessa ainda diz que, antes da manifestação dos carismas, Ele é percebido como Espírito que transforma interiormente, que concede o gosto de louvar a Deus, que leva à descoberta de uma alegria nova, que abre a mente à compreensão das Escrituras e, sobretudo, ensina a proclamar que Jesus "é o Senhor".

Certa vez, visitei um grupo de oração e um servo orou por mim. Lembro que senti algo indescritível e lágrimas surgiram dos meus olhos. Muito mais do que isso, foi uma fé viva que brotava do meu coração, uma transformação de vida. Não posso negar que foi um batismo no Espírito. O teólogo Karl Rahner explica:

"Não podemos negar que o homem possa ter, nesta vida, experiências da graça que lhe possam proporcionar uma sensação de libertação, que lhe abram horizontes totalmente novos, que o marquem profundamente, que o transformem e plasmem, mesmo por muito tempo, a sua atitude cristã mais íntima. Nada impede de chamar tais experiências de batismo do Espírito".

O que é o bastimo no Espírito Santo

O batismo no Espírito Santo que ouvimos dos movimentos da Renovação Carismática Católica é um dos modos com que Jesus ressuscitado continua Sua obra essencial, que é a de batizar a humanidade "no Espírito" (At 1,5). É uma renovação do acontecimento de Pentecostes, bem como uma renovação do sacramento do batismo e da iniciação cristã em geral, mesmo sendo certo que ambas as realidades coincidem e que nunca devem ser separadas ou contrapostas, afirma Raniero Cantalamessa.

É certo que o batismo no Espírito Santo, como diz K. Ranaghan citado por Yves Congar, não substitui o batismo e a confirmação. Ele se apresenta como reafirmação e uma renovação adulta desses sacramentos, uma abertura de nós mesmos para todas as suas graças. Para não confundir, a CNBB propõe termos como "efusão do Espírito Santo", "derramamento do Espírito Santo".

Desejar o batismo no Espírito é querer ter sua vida transformada por Ele, é viver a alegria de uma fé viva, que se renova a cada sacramento. É proclamar que Jesus é o Senhor e ter uma atitude cristã nova, como em Pentecostes.

Portanto, rezemos:

"Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com Vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus Excelso, dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli e concedei-nos a Vossa paz;
Se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por Vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.
Amém!"

Ricardo Cordeiro
Seminarista da Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/por-que-desejar-o-batismo-no-espirito-santo/

9 de maio de 2016

Vou me casar! O que fazer?

Conselhos do Papa Francisco para os noivos que vão se casar

vou-me-casar-o-que-fazerFoto: Daniel Mafra/ cancaonova.com
Maio é um mês dedicado às noivas. Muitas mulheres sonham com esse dia, isto é, o dia do seu casamento, pois consideram que, depois de realizarem esse sonho, serão muito felizes. Mas como se preparar para esse momento? O que fazer?

Conselhos do Papa Francisco

Na exortação pós-sinodal Amoris Laetitia podemos tirar possíveis conselhos do Papa Francisco, para que as noivas vivam bem esse momento especial e, assim, descubram o valor e a riqueza do matrimônio.

1- Ter a coragem de ser diferente. Papa Francisco alerta sobre não se deixar levar pela sociedade do consumo e da aparência. "O que importa é o amor que vos une, fortalecido e santificado pela graça."

2- Priorizar o amor. Não se concentrar nos convites, na roupa nem na festa com seus inúmeros detalhes. Por causa disso, o Papa fala que "os noivos chegam desfalecidos e exaustos ao casamento, em vez de dedicarem o melhor das suas forças a se prepararem como casal para o grande passo que, juntos, vão dar".

3- Optar por uma festa simples. Porque, diz o Papa, os noivos pensam demasiadamente "nas elevadas despesas da festa, em vez de darem prioridade ao amor mútuo e à sua formalização diante dos outros". Mais uma vez, o amor deve estar acima de tudo.


4- Viver com profundidade a celebração litúrgica. Aqueles que desejam se casar precisam compreender bem cada gesto da celebração, pois o matrimonio cristão é interpretado como sinal do amor do Filho de Deus feito carne, que se uniu com a sua Igreja em aliança de amor.

5- Valorizar a promessa que será feita. Por detrás do 'sim' que é dado um ao outro, existe um "sentido teológico e espiritual, que é o consentimento. O Papa destaca que o consentimento mostra que "liberdade e fidelidade não se opõem uma à outra; aliás, apoiam-se reciprocamente. "A honra à palavra dada e a fidelidade à promessa não se podem comprar nem vender. Não podem ser impostas com a força nem guardadas sem sacrifício".

6- Não se preocupar tanto com o dia do casamento. Por causa disso, acontece o esquecimento de um compromisso que dura a vida inteira. Papa Francisco salienta que "o sacramento não é apenas um momento que depois passa a fazer parte do passado e das recordações, mas exerce a sua influência sobre toda a vida matrimonial, de maneira permanente".

7- Promover a vida e estar aberto a ela. O maior significado procriador da sexualidade matrimonial é a abertura para acolher a vida, dom de Deus. Essa sexualidade


se expressa na linguagem do corpo e dos gestos de amor vividos na história de um casal. Tudo isso pode se dizer que é uma contínua e ininterrupta liturgia do matrimônio.

8- Rezar juntos. É bom chegarem ao matrimônio como pessoas orantes! "Pedir ajuda a Deus para serem fiéis e generosos, perguntando juntos a Deus que espera deles".

9- Consagrar-se a Maria. O Papa pede para que o amor dos noivos seja consagrado diante de uma imagem de Maria.

10- Não perder a oportunidade de acolher Jesus. Foi nas bodas de Caná que Jesus iniciou o seu primeiro sinal ao transformar água em vinho. Acolher Jesus é ter a certeza de que, em todas as situações difíceis que poderão surgir, Ele sempre estará presente para que o "vinho do amor" não venha faltar.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/vou-me-casar-o-que-fazer/

6 de maio de 2016

Seminarista: quem é e o que faz?

Não são raras as vezes em que surgem as seguintes dúvidas: Quem é o seminarista? O que ele faz?

Muitos não conhecem a trajetória de um homem para chegar ao sacerdócio, e quando a descobrem, admiram-se pelo tempo de formação. Para uma melhor compreensão e uma resposta satisfatória, voltemos um pouco na história da Igreja e nas reflexões elaboradas pelos recentes Papas.

Seminarista, quem são e o que fazem
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


Foi a partir do Concílio de Trento (1563) que realmente foram criados os seminários nas dioceses, voltados para a formação da razão e da fé do futuro presbítero da Igreja. Antes disso, o homem que desejasse ser padre, logo recebia as ordens sacras, ajudando seu bispo local. Percebe-se, então, a contribuição desse concílio e mais especificamente a sua aplicação na vida de São Carlos Borromeu, que fundou seminários e escreveu regulamentos. Posteriormente, o Concílio Vaticano II e o Código de Direito Canônico elaboraram melhor sobre como deve ser a formação do clero. Atualmente, existem vários documentos que tratam do assunto, como o Decreto Optatam Totius, Pastores Dabo Vobis, Documento 93 da CNBB entre outros.

Missão na Igreja

Seminarista é aquele que recebeu um chamado de amor de Deus e, na liberdade, responde a Ele. O Papa emérito Bento XVI, no encontro com os seminaristas nos EUA, em 2008, diz que seminaristas são "jovens que se encontram num tempo forte de busca de um relacionamento pessoal com Cristo, um encontro com Ele, na perspectiva de uma importante missão na Igreja".

Nas residências, geralmente seminários que podem ser o Menor ou Maior, os seminaristas recebem formação que convergem para a unidade da pessoa. Viver no seminário é estar neste tempo da descoberta de Cristo. É tempo de acolhimento e amadurecimento do dom recebido da iniciativa de Deus e não por méritos da pessoa. Tempo importante de relacionar-se com Deus, que se expressa de forma significativa na oração para um correto discernimento.

A idade, a retidão dos candidato, a idoneidade espiritual, moral e intelectual, a saúde física e psíquica, são critérios examinados pela Igreja na aprovação daqueles que desejam ingressar no seminário. (Optatam Totius, 6).

Quatro pontos importantes aos futuros sacerdotes

De forma simples e direta, o Papa emérito Bento XVI, na carta aos seminaristas, em 2010, ressalta alguns pontos para os futuros sacerdotes:

1- O seminarista deve ser um homem de Deus (1Tm 6,11). Jesus deve ser o ponto de referência de toda a sua vida;
2- Os sacramentos. Deve-se celebrar com íntima participação da Eucaristia. A penitência leva à humildade, e deixando-se perdoar, aprende-se a perdoar os outros. Também o Papa pede para não excluir piedade popular, porque, por meio dela, a fé entrou no coração dos homens;
3- Estudar com empenho, porque a fé possui uma dimensão racional e intelectual. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura. Amar o estudo da teologia;
4- Ser exemplo de homem maduro.

A formação humana, espiritual, intelectual e pastoral deve ser bem trabalhada pela equipe formativa dos seminários, mas o seminarista deve ser o primeiro interessado por ela.

Formação na Canção Nova

O tempo de formação do seminarista pode variar muito de acordo a realidade eclesial na qual ele está inserido. Hoje, na Comunidade Canção Nova, o candidato ao sacerdócio leva, pelo menos, 12 anos para ordenar-se. Nos dois anos iniciais, ainda dentro da comunidade, ele aprende sobre o carisma Canção Nova. Depois, estuda três anos de filosofia. Após um ano pastoral numa das casas de missão, ele cursa quatro anos de Teologia. No fim, se a Igreja e a comunidade admitirem, ele receberá as ordens sacras. No decorrer de todo esse caminho, ele precisa ser orante, fraterno e trabalhador.

Papa Francisco



O Bispo de Roma, como sempre, trabalha toda sua reflexão em três pontos. Em 2014, ele disse que o seminarista deve ser fraterno, orante e missionário. Identificam-se com os mesmos princípios da Canção Nova. A fraternidade é parte integrante do chamado, não se pode viver individualmente. A oração deve ser um convite ao Espírito Santo, como no Cenáculo, pois d'Ele depende a construção da Igreja, o guia dos discípulos e o dom da caridade pastoral. A missão deve torná-los discípulos humildes capazes de preferência pelas pessoas marginalizadas, aquelas das periferias. Levar as pessoas a acolherem a ternura de Cristo.

O seminarista não é um solteirão, mas um homem comprometido com o Senhor e Sua Igreja. Não está se preparando para receber uma profissão, mas para se configurar à imagem de Cristo, o Bom Pastor. Por fim, é preciso ter disposição, caso contrário é preciso buscar outra via para a santidade, pois a formação será permanente. É difícil a vida clerical, mas é bela se levada com seriedade. É admirável!

 Ricardo Cordeiro
Comunidade Canção Nova 


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/vocacao/sacerdocio/seminarista-quem-e-e-o-que-faz/

4 de maio de 2016

Dez motivos para as famílias lerem a Exortação Alegria do amor

O Papa relata todas as situações da família com muito amor e bondade

São muitas as razões para nós católicos lermos essa exortação do Papa Francisco. Eu gostaria de relacionar aqui, ao menos, dez dessas razões. É uma palavra do Santo Padre que enche de esperança os fiéis ante as dificuldades e as diversas situações das famílias e matrimônios. É um texto fácil de ser lido, embora extenso. O Papa conseguiu falar de todas as situações da família com muito amor e bondade, com o olhar de Jesus onde ninguém deve sentir-se condenado nem desprezado.

Dez motivos para as famílias lerem a Exortação Alegria do amor
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

1. O Papa aborda amplamente as realidades da vida familiar: no primeiro capítulo, ele nos dá um conjunto de citações bíblicas referentes à família; no segundo, faz uma colocação geral sobre a situação; no terceiro, indica a vocação da família; no quarto e quinto, fala do amor conjugal; no sexto, indica as atividades pastorais necessárias para a família; no sétimo capítulo, ele fala da importância da educação dos filhos; e no oitavo, explica sobre a integração dos divorciados recasados, os chamados de "segunda união".

Ameaças nos dias de hoje

2. Ele mostra que a família está sendo muito ameaçada nos dias de hoje, e fala dessas ameaças com clareza: o divórcio, o casamento de pessoas do mesmo sexo, a adoção de crianças, o aborto, a eutanásia, o suicídio assistido, a pílula abortiva do dia seguinte, o útero de aluguel, as manipulação de embriões, inseminação artificial, controle artificial e exagerado da natalidade, uniões livres com simples coabitação, sexo sem compromisso, ataques feministas à família, ao casamento e maternidade, ideologia de gênero etc.

3. O Papa exorta as famílias a viverem com coragem as dificuldades de cada dia. "Como Maria, (as famílias) são exortadas a viver com coragem e serenidade, os desafios familiares tristes e entusiasmantes, e a guardar e meditar no coração as maravilhas de Deus (cf. Lc 2, 19.51)" (n.30). Ele exorta os casais a nunca acabar o dia "sem fazer as pazes em família", a dialogar sem rancores, a falar bem reciprocamente, tratando de "mostrar o lado bom do cônjuge para além de suas fraquezas e erros", a ter confiança no outro sem controlá-lo, deixando "espaços de autonomia". E convida também para "contemplar" o cônjuge, recordando que "as alegrias mais intensas da vida brotam quando se pode provocar a felicidade dos outros".


A importância de defender a família

4. O Santo Padre fala da importância de se defender a família e o matrimônio frente às ideologias que os desvalorizam: "Como cristãos, não podemos renunciar a propor o matrimônio, para não contradizer a sensibilidade atual, para estar na moda, ou por sentimentos de inferioridade face ao descalabro moral e humano". (n.35)

5 – O Papa fala da importância de a família ter uma forte vida espiritual com os meios que a Igreja nos oferece: "A família é chamada a compartilhar a oração diária, a leitura da Palavra de Deus e a comunhão eucarística, para fazer crescer o amor e tornar-se cada vez mais um templo onde habita o Espírito". (n. 29)

6. Os jovens são uma grande preocupação do Papa em relação à família. Ele disse: "Precisamos encontrar as palavras, as motivações e os testemunhos que nos ajudem a tocar as cordas mais íntimas dos jovens, onde são mais capazes de generosidade, de compromisso, de amor e até mesmo de heroísmo, para convidá-los a aceitar, com entusiasmo e coragem, o desafio de matrimônio" (n. 40). Ele diz aos jovens que devido à "seriedade" do "compromisso público de amor", o matrimônio "não pode ser uma decisão apressada", mas também não se deve adiá-la "indefinidamente", e que desejos, sentimentos, emoções "ocupam um lugar importante no matrimônio".

7. O Papa mostra que hoje há um perigo dos direitos individuais estarem superando e prejudicando os direitos da família: "Uma família e uma casa são duas realidades que se reclamam mutuamente. Esse exemplo mostra que devemos insistir nos direitos da família, não apenas nos direitos individuais. A família é um bem de que a sociedade não pode prescindir, mas precisa ser protegida" (n. 44). E faz uma defesa contundente da família: "Ninguém pode pensar que o enfraquecimento da família como sociedade natural, fundada no matrimônio, seja algo que beneficia a sociedade. Antes, pelo contrário, prejudica o amadurecimento das pessoas, o cultivo dos valores comunitários e o desenvolvimento ético das cidades e das aldeias". (n. 52)


O modelo para as famílias

8. A sagrada família de Nazaré é colocada pelo Papa como modelo para as famílias: "A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre esse fundamento cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo". (n. 66)

9 . O Papa chama à atenção para a importância do casamento na Igreja: "O sacramento do matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo dum compromisso. O sacramento é um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque "a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja, a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar". (n. 72)

10. Enfim, o Papa se preocupa com muitos outros problemas ligados à família, como a queda demográfica, devido "a uma mentalidade antinatalista e promovida pelas políticas mundiais de saúde reprodutiva", e diz que "a Igreja rejeita, com todas as suas forças, as intervenções coercitivas do Estado em favor da anticoncepção, da esterilização e inclusive do aborto". Ele condena a "violência verbal, física e sexual, perpetrada contra as mulheres em alguns casais, contradiz a própria natureza da união conjugal". Condena a "grave mutilação genital da mulher em algumas culturas, mas também a desigualdade de acesso a postos de trabalho dignos e aos lugares onde as decisões são tomadas". "Condena a instrumentalização e mercantilização do corpo feminino na atual cultura midiática". Valoriza a atividade sexual do casal dentro do plano de Deus. O próprio Deus "criou a sexualidade, que é um presente maravilhoso para as suas criaturas". Ele cita que São João Paulo II rejeitou a ideia de que o ensinamento da Igreja implique "uma negação do valor do sexo humano" ou que simplesmente o tolere "pela própria necessidade da procriação".

Tudo isso e muito mais você poderá ler e meditar na Exortação do Papa.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/vocacao/matrimonio/dez-motivos-para-as-familias-lerem-exortacao-alegria-do-amor/

3 de maio de 2016

Quero ter filhos ou quero ser mãe?

Parece que a pergunta é uma só, mas existe uma diferença muito grande entre cada uma delas

A primeira pergunta, na verdade, podemos dizer que é fruto de um desejo bem egoísta, uma satisfação do próprio ego. Muitas mães têm seus filhos como troféu, pois ela os expõe constantemente, exibindo aquele que "salvou" o casamento depois de seu nascimento. Exibir as belas roupas caras que é capaz de dar para esse filho, expor seu desenvolvimento e talento, afinal de contas, o filho é especial.

Quero ter filhos ou quero ser mãe - 1600x1200Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Muitas mães colocam os filhos nesse lugar, e isso é perigoso, porque colocam neles um peso que ainda não são capazes de suportar, mesmo que lhes pareça interessante ou divertido, não é próprio de sua idade. As mães expõem seus filhos como forma de mostrar que sua família é perfeita. Será que é? Ou será que criou um conto de fadas para essa criança viver? Quando ela descobrir que não é a princesa ou o príncipe, qual será a reação dela?


Toda criança passa naturalmente pela fase do narcisismo, egoísmo e egocentrismo. Porém, se essas fases forem estimuladas, pode ser que a criança não dê conta de superá-las e continue presa a elas por toda vida. Pense como é chato e desgastante uma relação com adultos narcísicos, que só pensam no quanto eles podem ser bons, belos e ostentar tudo o que têm! Ou um adulto que possui um grande sentimento de posse, que quer tudo, não se satisfaz com nada e fica às voltas com "ter coisas e pessoas", todas no mesmo lugar de objetos de pertença. Quem sabe um adulto egocêntrico, que se diz o dono da verdade, que sua palavra e seus pensamentos são sempre os melhores. Tenho certeza que não será fácil conviver com essas pessoas.

Mães que desejam ser mães

Ter filhos é uma resposta à sociedade! Isso revela que sou capaz e viril! Mas a via do amor passa um pouquinho distante dessa relação social. Não que aqueles que desejam a todo custo ter um filho não os amem, mas é uma manifestação de amor diferente.
Aquelas mães que desejam ser mães querem os filhos da forma que eles vierem. Seja saudável, enfermo, biológico ou do coração. Não importa a forma que ela vem, importa que tenho amor para dar a essa criança que me foi confiada. Se você recebesse a notícia de que não poderia gerar filhos, qual seria a sua reação? Adotaria um cachorro e daria a ele todo "amor" que acredita ter? Ficaria presa em seus sentimentos de impotência, doença ou maldição e amargaria a vida e a Deus por não realizar seu sonho? Ou seria capaz de acolher uma criança que foi gerada no ventre de outra pessoa? Difícil resposta, não é?

Uma vez, ouvi uma mãe dizer a Deus que precisava encontrar seus filhos, porque ela sofria a falta deles e sabia que eles também sentiam a falta do amor de mãe. Deus a ouviu e lhe deu uma filha do coração. Esse é o verdadeiro sentido de ser mãe! Saber que possui um amor tão grande que sente a ausência desse filho, o qual, muitas vezes, vem de forma surpreendente.

Adotar uma criança pode ser um risco para aqueles que não sabem amar. Você quer ser mãe ou quer ter filhos?



Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é psicóloga há 10 anos, pós-graduada em Psicanálise Aplicada à Saúde Mental com formação em transtornos alimentares e MBA em gestão de pessoas. Lecionou durante sete anos na Faculdade Pitágoras e está cursando pós-graduação em Terapia Cognitiva Comportamental. Aline é missionária do segundo elo da Comunidade Canção Nova.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/quero-ter-filhos-ou-quero-ser-mae/

2 de maio de 2016

As dúvidas durante o namoro

O namoro é o tempo propício para as averiguações

Há namoros complicados que se prolongam por muitos anos sem uma definição, havendo, às vezes, várias separações e voltas, sem que o relacionamento amadureça e chegue ao casamento. Então, é preciso examinar bem as razões pelas quais esses casais de namorados já se separaram tantas vezes. Os problemas que geraram as separações foram resolvidos ou será que ambos "taparam o sol com a peneira"? Se os motivos das separações foram importantes e eles souberam resolver em cada caso os problemas em suas raízes, e isso serviu até para uni-los mais, tudo bem, o namoro deve continuar. Mas se os problemas são os mesmos, se eles se repetem e não não resolvidos, é preciso pedir a ajuda de alguém que os oriente, no sentido de tomarem uma decisão.

As dúvidas durante o namoro
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

A importância das crises

Não se pode ficar no namoro como um carro atolado no mesmo lugar. O carro pode até atolar, mas deve sair e continuar a viagem. Faço uma pergunta aos dois: esse namoro os ajuda a crescer? Cada um de vocês sente falta da presença do outro? Toda crise, qualquer que seja, enfrentada com coragem, lucidez, trabalho e uma boa orientação, pode gerar crescimento para a pessoa e para o casal. Uma crise de relacionamento pode até ser um aprendizado para uma futura vida de casados, quando essas crises acontecem e com mais frequência.


O mais importante, repito, é não "tapar o sol com a peneira,; isto é, fingir que resolveram os problemas e irem empurrando o namoro com a barriga até o casamento. Quando um casal briga muito nesse período [namoro], pode estar certos de que vai brigar mais ainda depois de casados. Vale a pena isso? Então, se o relacionamento não vai bem e não melhora, é melhor terminá-lo. O namoro é para isso mesmo, para verificar se a outra pessoa é adequada para viver conosco para sempre, constituir família e ter filhos. Não caiam jamais no erro do ""engana-me, que eu gosto""; que é a mesma coisa do avestruz que enfia a cabeça na areia para não ver a tempestade à frente; enfrente a tempestade ou fuja dela.

Os problemas são resolvidos com diálogo

Nenhum casal de namorados deve partir para o casamento com dúvidas sérias sobre o outro; há muitos casos de separações de casados por causa disso. Há problemas graves, que podem ser resolvidos com um bom diálogo, compreensão de ambas as partes, oração, orientação, paciência. O que não pode é acomodar-se com o problema. O rato morto não pode ficar no porão da casa, porque vai fermentar e exalar mau cheiro.

É preciso aprender a dialogar, tentar entender as razões do outro, saber calar-se e esperar o outro falar tudo o que tem para falar. Um segredo que evita muitas brigas no namoro é saber combinar as coisas. Muitos brigam, porque não combinam as coisas a fazer. Por exemplo, quando ir à casa de cada um, quando fazer um programa ou outro. Tudo deve ser combinado antes, com antecedência, para que as surpresas da vida não os leve a brigar. O povo diz, e com muita razão, que "o combinado não é caro". Então, se as coisas são combinadas antes, muitas brigas podem ser evitadas, isso vale inclusive para o noivado e casamento.


Ato que fortalece o relacionamento

Se você tem consciência de que errou e machucou o outro, então a primeira coisa a fazer é pedir perdão e prometer-lhe que não fará mais isso. Esse ato de humildade fortalece o relacionamento e o torna mais humano. Mas mesmo assim, você terá de reconquistar a confiança que talvez tenha sido abalada quando errou e magoou o outro.

Algumas vezes, há coisas mal-entendidas no relacionamento. É preciso esclarecer isso muito bem; não deixe que a fofoca destrua o namoro, coloque as coisas às claras, com sinceridade e honestidade. A humildade é a fortaleza dos que amam, e aquele que tem maior amor deve dar o primeiro passo, vencer o orgulho e ir ao encontro do outro.

Reze e peça a Deus a graça de poder falar, com clareza e sabedoria, o que precisa ser dito. Consagre seu namoro a Deus e peça a Ele que os conduza.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/as-duvidas-durante-o-namoro/