28 de fevereiro de 2018

Não existe a fórmula perfeita para ser mãe. Não se cobre tanto!

Toda mãe traz em si a obrigação de ser infalível, mas não existe mãe perfeita

Quem não chegou em um momento da vida que precisou se deparar com as fragilidades de sua própria mãe? Que frustração! Ela era uma heroína, quase "imaculada" àqueles olhos infantis. Nesse dia, passamos a ter de compreender que ela tem muitas fraquezas e não dá conta de tudo como imaginávamos.

Quando fomos introduzidos em nossa cultura, herdamos essa imagem materna de alguém que não erra, que nos protege, que é forte e quase podemos dizer que é dotada de "superpoderes".

Foto ilustrativa: Daniel Mafra / Fotografia

Toda mãe traz em si essa enraizada "obrigação" de ser infalível para seus filhos. Principalmente nos dias atuais, em que é preciso dar conta de uma jornada de trabalho longa, cuidar da saúde dos filhos, assim como escola, atividades extras, alimentação, roupa, higiene, organização da casa, relacionamento com o marido, agenda da família, e assim vai. Ufa! E, ainda, tem o cuidado com si mesma. Por que isso só me veio à lembrança por último? Sim, é assim que acontece. Toda mãe traz consigo o dom da renúncia e de querer fazer o melhor possível para os filhos, mesmo que esse melhor requeira não colocar a si mesma na lista de prioridades.

Com essa "obrigação" de acertar em tudo, perde-se também o direito de cometer falhas. E quando elas acontecem, desmorona um "mundo" sobre os próprios ombros, justamente porque sabemos que nos foi confiado alguém que depende totalmente de nós. "Educar e suprir as necessidades de um filho não é uma tarefa fácil, pois consome todo tempo e energia da mãe. É um cuidado integral, de intensa dependência, que pode, muitas vezes, gerar sentimentos de angústia, ansiedade, fracasso e culpa", esclarece a psicóloga Lisandra Borges.

Os motivos que fazem as mães não se sentirem ideais

Comum é encontrar alguém não se sentindo a mãe ideal, e os motivos são díspares. Algumas vezes, porque se acham muito protetoras ou muito ausentes. Outras vezes, porque são muito rígidas ou ainda não conseguem ter a firmeza necessária. Quantas vezes choramos depois de gritarmos com as crianças, mas também, porque percebemos nossas omissões e limitações. Ou ainda sentimos aquela angústia e medo por não conseguirmos dar para eles o que precisam. Se o desenvolvimento do filho não está da melhor forma, se as notas na escola estão baixas, se tem ficado doente com frequência ou se o filho está muito rebelde… Ai, meu Deus! Onde estou errando? Tudo pode se tornar motivo de preocupação dentro da cabeça de uma mãe, pois ela entende que suas atitudes são determinantes na vida dos filhos.

Esse sentimento é fruto do muito amor, de alguém que não sabe fazer nada além de se doar, um verdadeiro martírio, como tem citado Papa Francisco, ressaltando também que esse dom não é só o de gerar o filho, mas de lhe dar a vida, a sua própria vida no dia a dia, nas suas escolhas.


Por outro lado, na vivência desse dom, a mulher é chamada a cuidar de si mesma para que esteja também em boas condições para lidar com aqueles que tanto ama e para que tenha saúde e disposição para as lutas diárias. Lisandra Borges dá algumas dicas que favorecem esse processo.

"Lembre-se de que a mãe perfeita não existe, pois somos seres humanos e estamos aprendendo todos os dias. Além disso, nenhuma criança vem com manual de instruções, então, aprendemos no dia a dia, com a experiência. Aceite a imperfeição, isso já é um começo! É importante saber que você está fazendo o melhor, atendendo as necessidades do seu filho, mas nunca as conseguirá sanar cem por cento. Aproveite os bons momentos junto com os filhos, valorizando mais os sentimentos positivos", ensina a psicóloga.

Cuidar-se

Esse consumir-se provoca um esgotamento, por isso é necessário dar-se o direito de ser cuidada, sem culpa; e aqui vale reafirmar: sem culpa mesmo. Não é porque você se tornou mãe, que vai esquecer de si mesma. Quando nos sentimos bem, os filhos colhem o melhor de nós e são os primeiros beneficiados. Quando você se sente bonita, por exemplo, tudo muda, principalmente o humor.

Separar um tempo para si

Em meio a tanta correria, não é fácil ser prioridade, porém vale muito a pena separar um tempo para si. De repente, cuidar das unhas, do cabelo ou fazer algo que lhe dê prazer. Que tal encontrar-se com os amigos de que tanto gosta? Separar um momento para estar a sós com Deus? Ou então deixar as crianças com alguém para curtir um cineminha com o marido? De repente, um jantar a dois!

Filhos são os melhores presentes que uma pessoa pode receber de Deus, mas, as mães precisam respirar novos ares de vez em quando, retomar as forças para dar o melhor de si para esses tesouros.

É preciso também, e principalmente, olhar para o Senhor

Ele sabe das nossas intenções, como está em 1 João 3,19-20: "Nisto conheceremos que somos da verdade, e diante dele tranquilizaremos o nosso coração; porque se o coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas".

Com isso, a mãe é chamada a confiar na graça de Deus. Aliás, mulheres heroínas só existem nas telas de cinema e revistas em quadrinhos. Nós, simples pecadoras, dependemos da graça de Deus. Uma boa forma de nos depararmos com nossas fragilidades e limitações é entendermos que sem Ele não conseguimos realizar nossa missão, que não somos suficientes.


Sempre é tempo de retomar

Pedir ajuda é uma excelente saída. Muitas vezes, escondemo-nos atrás de lamúrias ou autopiedade, para não enfrentarmos os problemas.

"Se o sentimento de culpa realmente tiver fundamento e você conseguir identificar alguns pontos que pode melhorar, faça isso, encontre soluções práticas para resolver o problema. Se você se sente culpada por não estar sempre presente com seu filho, encontre uma hora para estar somente os dois", diz a psicóloga Lisandra Borges.

Aproveite para escutar seu filho e refletir o que está fora do equilíbrio e, talvez, minando sua maternidade. Os nossos exageros como mães, muitas vezes, deixam-nos cegas. Porém, dá para respirar fundo e recomeçar.

A Palavra de Deus nos diz ainda que "a mulher será salva pela maternidade, contanto que permaneça com modéstia na fé, na caridade e na santidade" (I Tm 2,15). Portanto, abandonemo-nos nas mãos de Nosso Senhor, pois, à medida que fazemos isso, o fardo se torna leve. A maternidade não é algo que possuímos, mas um presente que nos faz participar da criação e paternidade de Deus. Uma linda experiência do amor de Deus.

Não deixe que a tristeza tome conta de seu coração. Cuide de você sem culpa, cuide de seu filho e acredite na graça de Deus. Celebre, porque Deus, Aquele que realmente é perfeito, faz festa com sua maternidade!

Elzirene Pereira
Jornalista e Missionária da Comunidade Canção Nova 



26 de fevereiro de 2018

Você sabe o significado do termo "narcisismo digital"?

O narcisismo digital é um sintoma de que algo não vai bem

Você é daquelas pessoas que não perdem a oportunidade de apontar o celular para si e tirar uma selfie? Fica angustiado quando ninguém curte sua foto e extremamente realizado quando percebe um "pontinho vermelho" ali nas notificações do facebook? Não consegue mais viver sem estar em evidência nos mais diversos grupos de "amigos" online? Se a resposta for sim, você pode estar apresentando os sintomas do que os especialistas chamam de: narcisismo digital.

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Foto ilustrativa: master1305 by Getty Images

O que é narcisismo?

A mitologia grega nos fala de um jovem com imensurável beleza chamado Narciso, que vendo a sua bela imagem refletida nas águas de um lago apaixonou-se por si mesmo e acabou sendo tragado pela própria beleza, caindo no lago e morrendo afogado. Este mito foi usado mais tarde pela psiquiatria e pela psicanálise para classificar pessoas que são extremamente preocupadas com a autoimagem, geralmente muito vaidosas, precisam chamar atenção a todo momento numa tentativa de estar sempre em evidência. Tudo isso porque há um investimento da libido (energia psíquica) voltado para a própria pessoa, que – inconscientemente – acaba regredindo em comportamentos infantis de melindres, dramaticidade e insegurança, como se fosse perder o amor da pessoas amada ou sofrer abandono por parte dos pais.

A sociedade da imagem

O mundo moderno gira entorno do espetáculo da imagem. O importante é o corpo, a aparência glamurosa, excitante, bonita, impecável. A televisão, as revistas, as mídias sociais produzem e lucram nos oferecendo este modelo de imagem "perfeita" e "bem sucedida", ao mesmo tempo em que nos mostram as referências que precisamos imitar para estar "bem na foto". Sem nos darmos conta, estamos lá, postando a nossa selfie com a roupa igual da atriz da novela, o "corpo sarado" daquele(a) modelo, o mesmo corte de cabelo e tatuagem daquele jogador de futebol.

Um exemplo deste fenômeno da superexploração da imagem é que hoje um dos itens mais importantes nas academias – mais do que os próprios aparelhos – é o espelho. O problema do espelho é que ele não nos mostra o vazio interior e a angustia da alma, mas ele tem revelado que, por trás de cada cada foto – seja dos bíceps, do peitoral, dos glúteos ou apenas de um rostinho bonito – talvez encontra-se um grito de socorro.


Mundo digital e o novo "lago de Narciso"

Assim como Narciso viu a sua imagem reflexa no lago e apaixonou-se por si mesmo até as últimas consequências, hoje temos novas águas que refletem e amplificam uma imagem inflada de nós mesmos. Todos nós conhecemos alguém que não perde uma oportunidade de se mostrar na internet, inclusive ao ridículo.

O problema, no entanto, não é da internet e nem das redes sociais em si, mas de algo que não está bem na pessoa. Cada tentativa de postar uma nova foto ou receber uma curtida pode esconder a necessidade de aceitação externa para compensar a baixa autoestima, muito comum em pessoas narcísicas. Essas pessoas precisam de ajuda para não se "afogarem" no mar do mundo digital, ao ponto de perderem o contato com a realidade.

Como perceber se sou narcisista digital?

– Consigo ficar mais de um dia sem postar fotos pessoais nas diferentes redes sociais?
– Fico triste, depressivo ou angustiado quando minhas postagem não me dão um feedback, tipo curtidas?
– A cada troca de roupa me dirijo ao espelho para tirar foto de mim mesmo (a) e logo em seguida postar?
– Passo uma imagem na internet que não corresponde à minha realidade?
– Sinto inveja e/ou raiva quando outras pessoas ficam em maior evidência do que eu na internet?
– Costumo me comparar com outras pessoas e assumir uma postura de competição nas redes sociais?

Se a resposta para a maioria das perguntas acima for "sim", é preciso buscar ajuda.


Daniel Machado

Daniel Machado de Assis, natural de São Bernardo do Campo-SP, é membro da Canção Nova desde 2002. Psicólogo formado pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo, também estudou filosofia pelo Instituto Canção Nova. Atualmente é coordenador do Núcleo de Psicologia Canção Nova que tem por objetivo assessorar e auxiliar a formação dos membros desta instituição.



23 de fevereiro de 2018

A felicidade é um mito?

Pode-se dizer que a felicidade é um mito?

Um mito é uma coisa inacreditável, um enigma, uma utopia, uma pessoa ou coisa incompreensível. É, também, uma interpretação alegórica de um fato real. Algumas pessoas são consideradas mitos, porque fizeram algo extraordinário, impensável para a época, quase impossível. Dependendo da lente com a qual enxergamos o mundo e nos posicionas nele, a felicidade pode ser um mito para nós.

Se, por exemplo, digitarmos a palavra "felicidade" no Google, aparecerão mais de 34 milhões de possibilidades. Os primeiros resultados mostram frases feitas, atribuídas a pensadores, personalidades, intelectuais, artistas e pessoas desconhecidas. É essa a verdadeira felicidade da qual falamos e que nós cristãos almejamos? No dicionário, a felicidade se traduz em bem-estar, contentamento e bom êxito; é o estado de quem é feliz.

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Novelas e redes sociais

Revistas, filmes, novelas e redes sociais nos apresentam pessoas sempre bonitas, bem vestidas, muito sorridentes em suas belas casas, desfrutando de longas viagens em lugares paradisíacos, com seus carros do ano, roupas de grife e cabelos da moda. São vidas que parecem tão absolutamente perfeitas, que alçam pessoas comuns ao status de "mito", e atribui aquele estilo à felicidade. Afinal, nem todos nós teríamos condições de, um dia, usufruir essa vida cara, estereotipada e padronizada que nos é apresentada como modelo de felicidade.

Nessa ótica, talvez passemos pela vida considerando a felicidade um mito, se assumirmos que precisamos de tal padrão para sermos felizes. Infelizmente, o que há de pessoas que não conseguem enxergar nem valorizar o que tem e, por isso, consideram-se infelizes, "não está no gibi"!

Jesus dá uma receita

Jesus deu uma receitinha boa de felicidade, que não tem nada de mitológica, ao contrário, está completamente ao nosso alcance, ao alcance da nossa essência, e se torna mais fácil ou mais difícil de viver conforme nosso comprometimento com Seu Evangelho. Essa "receita" está na passagem conhecida como o sermão das bem-aventuranças. Não vou descrever todas aqui, apenas atentar-me a um ponto: "Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia" (Mt5,7).

Tivemos no ano de 2016 o Jubileu da Misericórdia. Nesse ano, o Papa Francisco abriu a Porta Santa e o declarou um Ano Santo, ou Jubileu da Misericórdia, isso significou a abertura de um caminho extraordinário para a salvação, um convite para voltarmos às raízes do Cristianismo, que não exclui ninguém, mas está de portas abertas para acolher a todos, sem distinção. Nisso consiste a verdadeira felicidade. A misericórdia não é um mito, ela é real, mas depende de nós para que se materialize em felicidade para nossa vida e para a vida dos demais.

A palavra "misericórdia" é a junção de dois termos latinos: miseratio (compaixão) + cordis (coração). Trazendo essa junção para nossa vida, entendemos como "ter o coração compadecido" pelos demais, com sentimentos e ações que demonstrem essa misericórdia. A compaixão pelo outro nos recorda a compaixão que o próprio Deus tem por cada um de nós.


Quem de nós é digno e merecedor

Quem de nós é digno e merecedor de tudo aquilo que Deus faz em nossa vida? Ele tem uma misericórdia infinita, que não leva em consideração nossa pequenez nem fraqueza, e só isso já deve ser motivo suficiente para sermos felizes. Por mais que não consigamos perceber a mão de Deus nas diferentes situações de nossa vida, a misericórdia nos alcança. Sejamos felizes por isso!

Eu o desafio a fazer um propósito em 2018: pare de falar que você não é feliz. Se as coisas estão ruins, reze e faça a sua parte, busque sair do seu lugar e tente fazer as coisas de maneira diferente. Passe menos tempo admirando a vida dos outros e esses estereótipos de felicidade, e mais tempo cultivando a sua vida, a sua família, os seus amigos, e construindo a sua história de felicidade. Seja misericordioso com quem está mais perto de você. Isso mesmo!

A felicidade é acessível

Então, que tal se, antes do julgamento, praticássemos a misericórdia entre nós, na nossa casa, no nosso trabalho e com a vizinhança? Que saiamos da superfície das relações, para agir com misericórdia, aproximando nosso coração do coração do outro. Que o nosso coração se dobre com a dor e a dificuldade do outro, que saibamos ser Jesus na vida das pessoas que estão perto de nós.

A felicidade não é um mito. Ela é acessível a nós e não depende de dinheiro, fama ou de seguirmos nenhum estereótipo. Ela passa entre outras bem-aventuranças, como a nossa atitude de misericórdia no mundo. Façamos as escolhas que podemos fazer e sejamos felizes com elas. Quanto àquilo que não podemos escolher, acreditemos na misericórdia de Deus e sejamos misericordiosos com quem está perto de nós.

Desejo a todos nós um 2018 de menos mitos e mais misericórdia!

 

 


Mariella Silva de Oliveira Costa

Mineira , esposa, católica, feliz e amante de uma boa prosa. Jornalista, pesquisadora e professora universitária, é doutora em Saúde Coletiva (UnB), mestre em tocoginecologia (Unicamp), especialista em jornalismo científico (Unicamp) e graduada em comunicação social (UFV). Participa da RCC desde 1998 tendo atuado no Ministério Universidades Renovadas e no Ministério de Comunicação Social. Cofundadora do projeto Muitas Marias.com
Contato: mariellajornalista@gmail.com Twitter: @_mari_ella_


21 de fevereiro de 2018

Para que realmente foram criados os contraceptivos?

Os contraceptivos foram criados para evitar gravidez indesejada. Será?

Essa é uma pergunta que, à primeira vista, parece óbvia: os contraceptivos foram inventados para evitar uma gravidez indesejada. Será? Para evitar uma gravidez, sempre existiu um método 100% seguro e eficaz, chamado abstinência. Portanto, a única conclusão possível é que os métodos contraceptivos foram criados para justificar nossa entrega à luxúria, pois querem nos poupar do trabalho que experimentamos ao ter de optarmos pela abstinência. Os animais não possuem controle sobre a sua vontade e seus instintos, por isso, precisamos castrá-los caso não desejemos que se reproduzam. Ao utilizar os contraceptivos, estamos nos rebaixando aos animais, porque estamos dizendo que, por não conseguirmos controlar o nosso instinto sexual, precisamos nos "castrar" (temporária ou permanentemente) para não procriarmos.

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Foto Ilustrativa: areeya_ann by Getty Images

Nega a liberdade do autodomínio

Dessa forma, a contracepção está nos negando a liberdade que nos foi dada para amar, porque afirma que a pessoa não pode abster-se. Esses métodos são ilícitos, porque desvirtuam as leis da natureza e podem também prejudicar a saúde, e alguns deles chegam a provocar o aborto. Por isso, São João Paulo II diz que "os métodos anticoncepcionais são algo profundamente ilícito, que nunca, por nenhuma razão, poderão ser justificados" (Audiência de 17.09.83) Os meios contraceptivos ainda facilitam a infidelidade conjugal, cooperam para o descontrole sexual ou fomentam a falta de domínio dos impulsos mais primários; propiciam o perigo de instrumentalizar a mulher, colocando-a a serviço do egoísmo masculino; facilita à autoridade pública invadir, com diferentes métodos, a intimidade conjugal. "Portanto, se não se quer expor ao arbítrio dos homens a missão de gerar a vida, devem-se reconhecer necessariamente limites intransponíveis no domínio do homem sobre o próprio corpo e sobre as suas funções; limites que a nenhum homem, seja ele simples cidadão privado ou investido de autoridade, é lícito ultrapassar. Esses mesmos limites não podem ser determinados senão pelo respeito devido à integridade do organismo humano e das suas funções" (Paulo VI, no n.º 17 da Encíclica Humanae vitae).

Abrir portas para uma sexualidade egoísta

Os métodos contraceptivos abriram a porta a uma sexualidade cada vez mais egoísta e impessoal. Usa-se e abusa-se da relação sexual "segura", pois já não existe o "perigo" de uma gravidez indesejada. Isso ajudou a aumentar a trágica realidade que se dá na vida íntima dos esposos, na qual o ato conjugal se pratica desligado da comunicação pessoal, do diálogo e da afetividade.


A Igreja Católica não se opõe ao controle da natalidade

Ao contrário da crença popular, a Igreja Católica não se opõe ao controle da natalidade, ela se opõe ao contraceptivo. Contracepção é a escolha que, por qualquer meio, impede o potencial procriativo de um ato sexual. Em outras palavras, o casal que escolhe a contracepção optaram por ter uma relação sexual, mas, vendo que seu ato pode gerar uma nova vida, eles intencionalmente suprimem sua fertilidade. Isso pode ser feito ao empregar uma grande variedade de dispositivos artificiais e hormônios, ou a esterilização por procedimentos cirúrgicos. Isso pode ser feito sem usar nada artificial, como o caso do coito interrompido.

Espaçar a gravidez é um ato de responsabilidade

Além disso, a Igreja ensina a Paternidade Responsável quando há justa razão para espaçar a gravidez; não porque é "natural" como oposto a "artificial", mas porque não é, de maneira nenhuma, contraceptivo. Um casal que vive a paternidade responsável não escolhe impedir o potencial procriativo de um ato sexual. Trata-se de uma "contracepção natural", e não é, de nenhuma forma, contracepção.

A promiscuidade sexual tem conexão direta com a cultura atual, onde se vende a relação sexual como algo que se deve ter, sem qualquer limite ou barreira. Tudo é permitido, desde que a pessoa tenha prazer. Partindo dessa premissa, se devemos ter a relação sexual quando queremos, devemos também ter a contracepção para atender essa demanda. Seguindo os passos da contracepção, temos o aborto como plano alternativo caso a contracepção falhe. As mulheres são as que mais sofrem as consequências nefastas desse comportamento; e o advento da pílula anticoncepcional foi o catalisador do aumento de outros grandes males sociais, como o divórcio, as doenças sexualmente transmissíveis, a gravidez fora do casamento e o aborto.[2]

Usar a contracepção é ter a mentalidade do "toma lá da cá" dentro do casamento, tornando-o mais como um relacionamento contratual do que um matrimônio fundado na vontade de tornarem-se "uma só carne". "(…) um ato conjugal imposto ao próprio cônjuge, sem consideração pelas suas condições e pelos seus desejos legítimos, não é um verdadeiro ato de amor, pois nega uma exigência da reta ordem moral nas relações entre esposos. Assim, quem refletir bem deverá reconhecer, de igual modo, que um ato de amor recíproco, que prejudique a disponibilidade para transmitir a vida que Deus Criador de todas as coisas nele inseriu segundo leis particulares, está em contradição com o desígnio constitutivo do casamento e com a vontade do Autor da vida humana. Usar desse dom divino, destruindo seu significado e sua finalidade, ainda que só parcialmente, é estar em contradição com a natureza do homem, bem como com a da mulher e da sua relação mais íntima; e, por conseguinte, é estar em contradição com o plano de Deus e sua vontade." (Humanae Vitae no. 13)

O Papa Paulo VI fez ainda previsões muito acertadas, em 1968, pois, na Encíclica Humanae Vitae, disse que aconteceriam quatro grandes problemas sociais caso a contracepção fosse disponível amplamente:

(1) haveria um rebaixamento generalizado da moralidade;
(2) o respeito à mulher decairia dramaticamente;
(3) os governos adotariam políticas coercitivas de controle da natalidade;
(4) nós "perderíamos a reverência ao organismo como um todo e suas funções naturais".

Infelizmente, todas essas previsões concretizaram-se, como facilmente comprova-se hoje.

Autoras:

Foto- Fabiana  Fabiana Azambuja,  educadora e  coordenadora Centro de Atendimento Especializado em Regulação da Fertilidade no Posto Médico Padre Pio da Rede de Desenvolvimento Social da Canção Nova.

Flávia Ghelardi_Foto  Flávia Ghelardi ,educadora , advogada , escritora e  membro do Movimento Apostólico de Schoenstatt.

Referências do texto:
[1]WEST, Christopher Teologia do Corpo para Principiantes – Uma introdução básica à revolução Sexual de João Paulo II. Ed. Myriam. Porto Alegre. 2008 pg 119

[2] http://www.eumed.net/rev/cccss/11/ntrs.htm, acessado em 05.01.2015 http://new.d24am.com/noticias/saude/pesquisa-revela-que-pilula-anticoncepcional-pode-aumentar-incidencia-de-dsts/16410, acessado em 05.01.2015 http://providafamilia.org/doc.php?doc=doc58376, acessado em 05.01.2015 http://www.providafamilia.org.br/doc.php?doc=doc97368, acessado em 05.01.2015


Fabiana Azambuja

Fabiana Azambuja é instrutora Qualificada do Método de Ovulação Billings™ e Coordenadora do 'Centro de Formação Famílias Novas', no Posto Médico Padre Pio, em Cachoeira Paulista (SP). familiasnovas@cancaonova.com



19 de fevereiro de 2018

Quando falar de sexo com os filhos?

Os pais precisam conhecer os filhos para identificar a hora certa para falar sobre sexo com eles

Infelizmente, o mundo atual exige receitas prontas. Quando devo fazer isso? Quando falar sobre aquilo? O quê? Quando? Por quê? Quantas indagações o ser humano sofre ao longo de sua vida! No entanto, é preciso saber que cada um é único e não há receita de bolo para todos.

Quando falar de sexo com os filhos

Foto Ilustrativa: Sneksy by Getty Images

No quesito filhos também é assim. Por mais que os pais desejem acertar, e assim procure informações que lhes dê a direção certa, não há como definir o futuro das crianças.

Como acertar, então, na educação dos filhos? O ideal é acompanhar o desenvolvimento de cada um deles. Uma família nunca educa seus filhos da mesma forma que a família dos colegas de escola, mas, nem por isso, as crianças deixam de sofrer a influência dos colegas. Dentro de casa, os pais podem educar os filhos da mesma forma, mas, cada criança dará uma resposta diferente.

Existe hora certa?

Ao compreendermos essa amplitude do ser humano, podemos dizer que não há hora, minuto ou segundo certo para falar de sexo com os filhos, pois, cada um despertará sua curiosidade sobre o assunto em momentos diferentes. Há crianças que, aos oito anos, compreendem essa realidade; em contrapartida, há outras que, aos 17, não sabem nada nem possuem tanto interesse. Diante dessa realidade, como ter um diálogo saudável e assertivo?

Quando os pais acompanham seus filhos, quando os conhecem, conseguem perceber o momento certo. Não é interessante que esse questionamento venha dos pais, o ideal é que surja dos filhos. Eles terão a iniciativa de perguntar sobre o assunto, e assim, conforme a linguagem que ele compreenda, nasce o diálogo. Não há como tratar esse assunto tão sério e necessário de forma adulta com seu filho de nove anos, como também, não terá proveito algum tratar o assunto de forma lúdica com um adolescente de 15 anos. Essa curiosidade surgirá a partir dos estímulos recebidos, ou seja, daquilo que ela tem visto.


O que explica a Psicologia?

Segundo Wallon (psicólogo que se dedicou ao estudo da Psicologia do Desenvolvimento), o ser humano tem uma tendência natural e instintiva de copiar o outro, de experimentar e atribuir-se aos sentimentos do outro. Baseado nisso, podemos nos questionar: "O que meu filho tem imitado/copiado? O que essa criança assiste na TV? O que ela escuta nas músicas e nas conversas? Que tipo de comportamento é estimulado?". É difícil não ter um filho que se desperte para o relacionamento sexual se vive em um ambiente sexualizado. Talvez, você esteja pensando que não tem tanta importância e que tais situações não despertem tanto para a sexualidade, mas se esquece de que o adulto é o espelho da criança. Essa teoria é aceita em maior parte das abordagens de Psicologia, principalmente aquelas que trabalham o desenvolvimento humano.

A criança, naturalmente, despertará para o autoconhecimento. A manipulação dos órgãos genitais irá conduzi-la a uma via de prazer desconhecida. Porém, é passageiro, faz parte do autoconhecimento. O que muda é a forma com que o adulto, referência dessa criança, lidará com isso: de forma assustada, estimuladora ou natural?

Passar por essa fase instruindo e não supervalorizando ou escandalizando-se é a melhor forma. Por isso, inverto a pergunta: "Como estou estimulando meu filho na vida sexual? Estou vivendo essa fase de forma sadia?". Fica aí a reflexão.

 


Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.



16 de fevereiro de 2018

Como não cair na rotina do casamento?

Reflita com algumas dicas para não deixar o casamento cair na rotina

Quem busca construir um casamento feliz, provavelmente, já percebeu que o amor é a base de tudo. Por sua própria natureza, ele é forte, dinâmico, criativo e, por isso, coloca-nos sempre em movimento. No entanto, para manter acesa a centelha do amor entre o casal, é preciso estar atento a alguns aspectos importantes, e um deles é fugir da rotina.

Foto ilustrativa: UberImages by Getty Images

Fases do casamento

O relacionamento passa naturalmente por fases, quando acontece, por exemplo, o enamoramento, um tempo cheio de descobertas, geralmente marcado pela jovialidade do casal com inúmeras opções de atividades, sobrando pouquíssimo tempo até mesmo para pensar em rotina. Depois, vem o noivado com as realidades próprias dessa fase, onde o conhecimento se aprofunda e já surgem as ideias para a construção do novo lar, o envolvimento com a família, a preparação da festa de bodas etc.; é também muito raro, o casal ser atingido pela rotina nessa época.

Até mesmo, nos primeiros meses ou anos de casados, o clima de descobertas e entusiasmos mantêm o relacionamento em estilo "lua de mel". Depois, vem a gravidez, os filhos, e as ocupações mudam de foco. Aí, se não estivermos atentos,  a rotina se instala e pode abalar as estruturas que o amor levou tanto tempo para firmar.

Então, surge a pergunta: como fugir da rotina no casamento? Existem muitos passos que podem ser dados. Indico cinco, os quais considero mais importantes, e fico na torcida para que, colocando-os em prática, seu casamento seja fecundo, feliz e renovado pelo amor a cada dia!

Partilhar antes de tudo

Cada pessoa é única e seu jeito de amar e demonstrar amor, também, são exclusivos, por isso, a partilha é fundamental. Quer fugir da rotina? Comece por uma boa conversa com seu cônjuge a respeito do relacionamento.

Tenha a coragem de perguntar o que ele pensa, o que sente e o que gostaria de fazer para avivar a chama do amor que os uniu. Muitas vezes, temos ideais maravilhosas quando o assunto é demonstrar amor, mas será que a pessoa amada concorda com nosso jeito de amar? É muito importante partilhar o que se pensa e se sente, para o conhecimento mútuo e o crescimento no amor.

Cuide bem do que é seu

Desde criança, fui aconselhada a cuidar bem do que era dado a mim, mesmo que fosse um simples brinquedo, um sapato etc., acredito que isso também se aplica quando o assunto é relacionamento.

Penso que cuidar do casamento é como cultivar uma planta: você a recebe linda e cheia de vida e, se continuar cuidando dela de maneira adequada, certamente vai viver bem e florescer diante dos seus olhos. Se não cuidar, ela vai gradativamente murchar e morrer. Então, se você quiser saber como sair da rotina no casamento, primeiro reveja suas atitudes. Pense como você tem cuidado da pessoa que Deus lhe deu.

Priorize o relacionamento

À medida que, os compromissos próprios de uma vida a dois vão se tornando rotina, a tendência é o casamento entrar no pacote. Há sempre uma conta para pagar, uma casa para arrumar, um trabalho extra para fazer; e quando você finalmente tiver terminado tudo, o que mais deseja é simplesmente dormir.


Nessas situações, a tendência é ir deixando para amanhã o tempo exclusivo que dedicaria ao seu cônjuge. Porém, no dia seguinte, surgirão novas atividades e você provavelmente não vai ter um tempo livre. Então, a dica é: caia na real e coloque seu amor no topo da lista de prioridades. Se for preciso, até marque na agenda, mas não abra mão de um tempo dedicado só a ele. Converse, ouça, olhe nos olhos e fique juntos sem dividir o tempo com ninguém, inclusive com o celular que, aliás, tem roubado o tempo de qualidade que o amor merece.

Passeiam juntos

Lembra do início do relacionamento quando só em pensar em saírem juntos era motivo para ser feliz? Pois é, no casamento isso pode e deve continuar acontecendo. Mesmo que já tenham filhos e o dinheiro seja pouco, sair junto, nem que seja para tomar um suco na esquina, é uma das melhores dicas de como fugir da rotina.

Para isso, programe-se: vista-se bem, use um bom perfume e vá com boa vontade, de coração aberto, pensando na felicidade que é amar e ser amado. No encontro, evite conversar sobre os filhos e tarefas de casa. Se possível, pode até voltar no tempo e relembrar o que os uniu. Se foi o amor pelos livros, por exemplo, que tal visitar uma livraria? Se gostam de praia, que tal caminhar na areia do mar de mãos dadas? Agindo assim, vão manter o foco em uma atividade prazerosa e, além do mais, sair da rotina.

Demonstre amor com gestos

Dom Bosco tem uma frase famosa que diz: "Não basta que os jovens saibam que são amados, eles precisam sentir o amor". Acredito que no relacionamento também é assim. Por mais que o outro saiba que você o ama, é preciso manifestar o amor; nessa hora, os pequenos gestos fazem toda diferença!

Um telefone fora de hora só para dizer "eu te amo", uma flor, um bilhetinho apaixonado, um presente fora de datas comemorativas, elogios espontâneos e tantas outras coisas simples que, oferecidas com amor, fazem toda diferença.

Na verdade, o casal não precisa de grandes coisas para ser feliz, precisa é dar e receber atenção, dedicar-se e cuidar do outro, rompendo com a rotina no relacionamento todos os dias.

Todas essas dicas, apesar de importantes, não podem tirar a espontaneidade do casal. De vez em quando, deixe espaço para o improviso e dê liberdade para as coisas acontecerem naturalmente.

Traçar a rotina de todos os fins de semana, por exemplo, faz com que pareça que todos são iguais, e assim por diante. Então, fique atento, priorize realmente o amor em sua vida e verá que não é tão difícil assim fugir da rotina e ter um casamento feliz!


Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às terças-feiras, está à frente do programa "De mãos unidas", que apresenta às 21h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.



14 de fevereiro de 2018

Qual é o convite que a Quarta-feira de Cinzas nos faz?

Entramos no tempo da Quaresma com a Quarta-feira de Cinzas, período que antecede a Semana Santa

Ocasião de nos preparemos para a maior de todas as celebrações da Igreja: a Ressurreição de Cristo, nossa Páscoa. E este tempo de preparação se inicia hoje, na Quarta-feira de Cinzas. Na celebração deste dia, cinzas são colocadas na nossa cabeça ou na testa para que nos lembremos de onde viemos e para onde vamos: "Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem, porque ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó" (Sl 102,14).

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Foto ilustrativa: sterlsev by Getty Images

Este é um tempo favorável a nós. Mas, para que possamos ressuscitar com Cristo, talvez seja necessário mudarmos a direção da nossa vida. Por isso, no momento em que recebemos as cinzas, ouvimos o seguinte versículo bíblico: "Convertei-vos e crede no Evangelho" (cf. Mc 1,15). Mas, vamos antes entender onde está situado esse importante alerta de conversão.

No Evangelho de São Marcos, esse trecho está no capítulo 1 (um). O livro tem uma abertura, na qual apresenta o objetivo principal do Evangelho: a afirmação de que Jesus é o Filho de Deus (1,1). Segue com a apresentação de João Batista (1,2-8). No versículo 9, Cristo aparece pela primeira vez no Evangelho para ser batizado por João (1,9-11). Por fim, Ele passa 40 dias no deserto onde é tentando pelo demônio (1,12-13).


No Evangelho de São Marcos, todas estas passagens são apresentadas sem que se ouça a voz de Jesus. Todos os diálogos d'Ele, nessas cenas que conhecemos de outros Evangelhos, São Marcos suprime. A primeira fala de Jesus colocada por esse evangelista é a primeira pregação feita pelo Mestre, e é sobre conversão: "Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus e dizia: 'Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e crede no Evangelho'" (Mc 1,15).

Essa primeira fala de Jesus, no Evangelho de São Marcos, pode ser divida em três partes:

1) Cumpriu-se o tempo – a espera das promessas do Antigo Testamento relacionadas à vinda do salvador acabou, pois, Ele está no meio de nós.

2) O Reino de Deus está próximo – este reino é o próprio Jesus. Ele que vem ao encontro de cada um de nós.

3) Convertei-vos e crede no Evangelho – mas, para que nós experimentemos essa presença real de Jesus, para que vivamos o seu reino é preciso conversão.

E converter significa mudar de caminho. É necessário assumir o caminho proposto no Evangelho, que é o próprio Cristo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Cf. Jo,14,6).

Assim, começamos a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas, ouvindo, segundo o Evangelho de Marcos, a primeira pregação de Jesus, um convite à conversão. Um convite para que, nestes quarenta dias, possamos refletir por quais caminhos temos andado. Um convite para conhecermos e seguirmos pelo caminho que é o próprio Cristo. Um convite para, no caminho que é Cristo, encontrarmos uma vida nova, a ressurreição.


Denis Duarte

Denis Duarte é graduado em letras, especialista em Bíblia e mestre em Ciências da Religião. Professor e vice-diretor da Faculdade Canção Nova.