Essas perguntas incomodam muitas mulheres, colocam-nas em crise. Estar em crise significa não saber em que se ater, em que se agarrar para conduzir a sua vida. São Tomás dizia que está na nossa alma a nossa essência, ela diz o que somos e aquilo que devemos ser.

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Se nos debruçando sobre a alma feminina, encontraremos duas respostas através da santa e doutora da Igreja Edith Stein, que dedicou boa parte da sua vida e dos seus estudos para investigar a essência e a missão da mulher.
A essência diz aquilo que somos, e a missão diz o que devemos ser
A resposta se desdobra em duas, e nela você encontra a sua essência e sua missão: a mulher é chamada a ser esposa e mãe. E assim nos explica Edith:
"Ser esposa significa ser apoio e segurança como companheira do marido, da família e da comunidade humana. Ser mãe tem o sentido de cuidar e desenvolver nos outros a verdadeira humanidade. Ambos: o companheirismo e a maternidade da alma não estão restritos aos limites da relação física de esposa e mãe, eles se estendem a todas as pessoas que entram em contato com a mulher."
Deus concedeu à mulher uma alma companheira e materna, é isso que ela afirma nessas linhas. Isso não diz respeito somente ao casamento, aos filhos de sangue, como ela afirma, isso diz sobre um coração companheiro e materno para com todos aqueles que cruzam o seu caminho e que se realiza plenamente num casamento, num celibato ou numa dedicação integral a uma causa fora de si mesma.
Conhecer e reconhecer quem somos é de fundamental importância para termos uma vida cheia de felicidade e realização. Quando entendemos essa realidade, descobrimos que aquilo que nos faz livres está dentro de nós e não fora. Mergulhar na essência, tocar no projeto de Deus para a alma feminina é um caminho, uma jornada que se abre diante de nós e que nos impulsiona, cada dia, a sermos melhores. É, sem dúvida, um caminho de cura e crescimento.
Por que trilhar esse caminho de companheirismo e maternidade nos cura e nos faz crescer?
Porque, em ambos, saímos do centro; e o outro – que pode ser o nosso esposo, nossos filhos, mas também os nossos pais, colegas de trabalho, amigos, enfim pode ser qualquer um daqueles que fazem parte da nossa vida – fica no centro, no alvo. Isso nos faz olhar para fora, não nos determos em nós mesmas, nessa sociedade egoísta que nos ensina a colocar todas as nossas necessidades acima das de qualquer pessoa. Primeiro eu e meus sonhos, meus projetos, meus anseios; as famosas frases "E eu? Quando terei tempo pra mim?", "Mas se eu pensar só nos outros, como cuidarei de mim?" , "Não posso me anular!", "Preciso pensar em mim também"… Sei que muitas dessas frases fazem parte da nossa vida enquanto mulheres, mas a nossa vocação original nos aponta para outro horizonte, aponta-nos para o outro, para amar, cuidar, zelar, formar e educar. Companheira do homem e mãe de todo vivente, quer dizer que a mulher precisa estar inclinada, voltada, dedicada ao outro.
Não tenha medo de viver sua vocação original, não tenha medo de amar. Nascemos para isso, e só seremos felizes assim. Acredite!
Meiriane – Missionária da Comunidade Canção Nova
Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/mae-e-companheira-vocacao-original-da-mulher/