7 de junho de 2025

A importância das Novas Comunidades na Igreja

Mas, afinal, você sabe qual é a importância dessas obras de evangelização? Confira, neste artigo do professor Felipe Aquino, qual é a função delas no Catolicismo. "O Papa João Paulo II pediu à Igreja uma 'Nova Evangelização', com 'novo ardor, novos métodos e nova expressão'. Certamente, o Sumo Pontífice sentiu no coração essa inspiração de Deus em face dos grandes desafios da Igreja no século XXI: um laicismo agressivo contra a Igreja Católica, a presença das seitas que retiram os filhos de Deus dessa instituição; a aprovação e propaganda de muitas práticas ofensivas a Deus, como o aborto, a eutanásia, a manipulação de embriões humanos e a prática homossexual.

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Creio que essa Nova Evangelização está acontecendo com as Novas Comunidades. Nota-se aí a 'nova expressão' de vida cristã pedida pelo Santo Padre. Aí está um 'novo ardor' no fogo do Espírito Santo; e 'novos métodos' de evangelizar, sobretudo, pelos meios de comunicação. A Igreja já não está mais andando de carroça no asfalto.

O Espírito Santo, que é alma da Igreja, sempre a socorre especialmente nos momentos mais difíceis de sua história. Nos tempos modernos, Ele suscitou  a partir do Concílio Vaticano II  uma 'Primavera na Igreja', como declarou João Paulo II. As flores e os frutos dessa Primavera podem ser vistos, sobretudo, nos Novos Movimentos e nas Novas Comunidades de Vida e de Aliança, envolvendo especialmente os jovens, que deixam tudo, os prazeres do mundo, a família, para servir a Deus unicamente.

As novas comunidades

Assim, é notório e inegável que uma das grandes obras que o Espírito Santo tem feito na Igreja, nos últimos quarenta anos, como um fruto, sobretudo da Renovação Carismática Católica [RCC], são as Novas Comunidades de leigos e consagrados, que se multiplicam a cada dia. Só no Brasil já são centenas dessas comunidades; algumas de vida; outras de aliança; e muitas com as duas opções.

Elas são como que 'um rosto novo da Igreja' que surge; fiel às suas origens. Sou testemunha de que elas resgatam a vivência do Cristianismo puro, observando toda a riqueza da nossa fé católica. A reza do Rosário foi resgatada, uma prática antes tão abandonada e para as Novas Comunidades é alimento espiritual diário indispensável. Da mesma forma, a Santíssima Virgem Maria é venerada com todas as honras a que tem direito como Mãe de Deus. E o povo voltou a rezar o Terço, a Ladainha Lauretana, o Ofício da Imaculada, a fazer peregrinações aos santuários marianos.

Nelas [Novas Comunidades], Nosso Senhor Jesus Cristo é amado, servido e adorado verdadeiramente como Senhor e Salvador. O que importa é que o Seu Reino seja implantado na terra pela evangelização; missão primeira dessas Comunidades. Os jovens são evangelizados com ardor e parresia, a castidade lhes é apresentada como uma fonte de vida; os casais são chamados a viver a fidelidade a Deus e ao cônjuge entre outros.

Confissão e Eucaristia

Os Sacramentos são vividos com toda a intensidade e plenitude; sobretudo, a Confissão e a Eucaristia são amadas e desejadas. A bênção do Santíssimo Sacramento, tão abandonada antes, agora é celebrada com alegria, fé e profundidade. A adoração do Santíssimo, como tem pedido Sua Santidade, já há muito é realizada nas Novas Comunidades, especialmente pela realização do "Cerco de Jericó", por meio do qual o Senhor Eucarístico é adorado por sete dias e sete noites ininterruptas.

Os carismas de serviço são os mais variados em cada uma delas: algumas se dedicam a recuperar jovens drogados e viciados no álcool; outras se dedicam aos mendigos e abandonados; outras se dedicam à evangelização pelos meios de comunicação, e muitas coisas mais. Nas Comunidades Novas, a hierarquia da Igreja é amada; a sua necessidade é entendida; e trabalha-se em comunhão com ela. E isso é fundamental, pois assim, evita-se o perigo de ser formar "igrejas paralelas" ou independentes da única Igreja que Cristo instituiu.

Assim como na unidade dos membros de uma Comunidade está a força desta, assim também na unidade das Novas Comunidades entre si estará a força da Igreja. Cada Comunidade tem que se sentir irmã das demais e responsável por cada uma delas. Não pode haver rivalidade e competição entre elas; ao contrário, é preciso haver amor e auxílio mútuo.


O carisma e o serviço próprio de cada uma devem estar sempre à disposição das outras para que todas se edifiquem e juntas construam o Reino do Senhor na terra. Não pode haver a menor concorrência entre uma Comunidade e outra, pois isso seria a negação da caridade e do serviço ao Reino.

Para se enfrentar o secularismo avassalador de nossos dias, as Comunidades são imprescindíveis, mas para isso precisam ser fortes; e essa força depende muito da comunhão entre elas. Os seus líderes e coordenadores precisam se conhecer de perto, partilhar seus problemas, ajudarem-se reciprocamente: tudo para a edificação do Reino de Deus.

Praticamente, não há hoje uma diocese no Brasil e no mundo que não se beneficie do bom trabalho dessas Comunidades de Vida e de Aliança, que a serviço da evangelização estão aí presentes. Com isso, multiplicam-se as rádios católicas, jornais, revistas, retiros, acampamentos, shows, aprofundamentos, trazendo o povo de Deus de volta para a Igreja. As Comunidades e os movimentos eclesiais estão ajudando a Igreja a devolver Deus para aqueles que estavam perdidos".

 



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/a-importancia-das-novas-comunidades-na-igreja/

6 de junho de 2025

Ser amigo do Espírito Santo

Aproximar-se do Espírito Santo e ser amigo d'Ele faz o homem conhecer Sua Palavra e Seu poder

"Crer no Espírito é, portanto, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, «adorado e glorificado com o Pai e o Filho». É por isso que tratamos do mistério divino do Espírito Santo na «teologia» trinitária. Portanto, aqui só trataremos do Espírito Santo no âmbito da «economia» divina" (Catecismo da Igreja Católica, n. 685).

Essa é a experiência de nossa fé, sendo uma Pessoa, nós podemos nos relacionar com Ele [Espírito Santo], ser amigos, próximos e íntimos d'Ele, porque não dizer. E é exatamente isso que essa Pessoa da Trindade deseja ardentemente de nós para poder nos revelar o amor do Pai e do Filho, e o conhecimento dos dois. Esse é o primeiro grande benefício de sermos amigos dessa Pessoa Divina e nos aproximarmos d'Ele.

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"O Espírito Santo, pela sua graça, é o primeiro no despertar da nossa fé e na vida nova que consiste em conhecer o Pai e Aquele que Ele enviou, Jesus Cristo" (CIC n. 684).

O Espírito Santo de Deus é o nosso mestre de vida de oração, Ele nos ensina a rezar como convém, isto é, a alcançar, na oração, a vontade de Deus, que alimenta e plenifica a nossa alma. "Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis" (Rom 8,26).

"Ninguém conhece o que há em Deus, senão o Espírito de Deus" (I Cor 2, 11). Ora, o Espírito, que O revela, faz-nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra viva; mas não Se diz a Si próprio. "Aquele que falou pelos profetas" faz-nos ouvir a Palavra do Pai. Mas a Ele, nós não O ouvimos. Não O conhecemos senão no movimento em que Ele nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-Lo na fé" (Catecismo da Igreja Católica, n. 687).

Amizade com o Espírito Santo

Aproximar-nos desta Pessoa Divina e sermos amigos d'Ele nos faz conhecer Sua Palavra e o Seu poder. Só pelo Espírito Santo podemos dizer: Jesus Cristo é o Senhor. E pelo mesmo Espírito, conhecer e experimentar o amor de Deus Pai.

O primeiro grande fruto da amizade com o Espírito Santo é a experiência do amor de Deus e a salvação em Jesus Cristo, proclamando Seu senhorio. "Ninguém será capaz de dizer: 'Jesus é Senhor', a não ser sob influência do Espírito Santo" (cf. I Cor 12, 3b).

Ele nos purifica dos nossos pecados. "Manda teu espírito, são criados, e assim renovas a face da terra" (Sl 104, 30). Ilumina e abre a nossa inteligência: "O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo" (cf. Jo 14,26). O Espírito Santo nos ensina a ser dóceis e a obedecer aos mandamentos do Senhor: "Porei em vós o meu espírito e farei com que andeis segundo minhas leis e cuideis de observar os meus preceitos" (cf. Ez 36, 27).

Este Amigo Divino confirmará a esperança da vida eterna, pois Ele é o penhor da herança dada por Cristo Jesus: "Nele acreditastes e recebestes a marca do Espírito Santo prometido, que é a garantia da nossa herança, até o resgate completo e definitivo, para louvor da sua glória" (Ef 1, 13-14). Ele revela aos nossos corações que de Deus nós somos filhos, devolve a dignidade e a convivência perdida pelo pecado original: "E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: 'Abbá, Pai!'"  (Gl 4, 6).


Ele é o nosso conselheiro nas dúvidas e nos mostra qual a vontade de Deus: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas. 'Ao vencedor darei como prêmio comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus'" (Ap 2, 7). Anima-nos e levanta-nos do abatimento: "Deu-me o Senhor Deus uma língua habilidosa para que aos desanimados eu saiba ajudar com uma palavra. Toda manhã, ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção" (Is 50,4).

A amizade com o Espírito conduz à santidade

Ele é o nosso advogado contra o mundo, defensor contra o pecado e, principalmente, defende-nos de nós mesmos quando não conhecemos os desígnios de Deus: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós" (cf. Jo 14,16-17).

Sendo amigos do Espírito Santo, recorrendo a Ele, pedindo o socorro do Seu auxílio, chegaremos à vontade do Pai, cuja missão é imprimir em nossa alma, em nossa vida, a santidade: "Eleitos conforme a presciência de Deus Pai e pela a santificação do Espírito, para obedecerem a Jesus Cristo e serem aspergidos com o seu sangue" (I São Pedro 1, 2). "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (I Ts 4, 3).

"Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei" (cf. Gl 5, 16. 22-23).

Imagine ter um amigo tão virtuoso e cheio de santidade, disposto a dividi-la com você. Comecemos, agora, a falar com Ele:

Vem, Espírito Criador!

Vinde, Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus, excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer. Amém!

Equipe de Formação da Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/ser-amigo-do-espirito-santo/

5 de junho de 2025

A oração é o segredo de todo comunicador

Cultivar a vida espiritual

Lembremo-nos sempre que, como comunicadores católicos, precisamos nos capacitar, tanto no requisito técnico quanto no cultivo de nossa vida espiritual. Um grande exemplo disso nos dá o apóstolo Paulo. Ele era um excelente orador, muito bem formado, nas escrituras sagradas, pela escola de Gamaliel, um dos rabinos mais sábios de seu tempo. Mas para se tornar comunicador de Jesus, precisou capacitar-se pela oração. Após encontrar-se pessoalmente com Jesus e levar um tombo, ele se retira para o silêncio, à penitência e à oração.

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Quando o Senhor manda Ananias se encontrar com Saulo e ele tem medo, porque esse homem era um perseguidor dos cristãos, Deus lhe dá um sinal para reconhecer a transformação de Saulo em Paulo: "Ele está orando" (At 9, 11). Isto é, quem reza se abre para o Amor divino, que se irradia no amor ao próximo.

Os comunicadores da era digital

Se, naquele tempo, os apóstolos comunicadores de Jesus enfrentavam a oposição dos judeus e dos que detinham o poder de governo, hoje nós, comunicadores católicos, enfrentamos também forças inimigas que só podemos vencer na força da oração.

Nós, comunicadores nesta era digital, encontramos dificuldades para rezar, porque não é fácil mantermos o foco da atenção em Deus. Os acessos contínuos às Redes Sociais e aplicativos de conversas agitam nossa mente, desviam a atenção do momento presente e podem ser meios pelos quais fugimos dos problemas reais. Pela busca do sentimento de satisfação, multiplicamos os clicks e adiamos o momento de nos retirarmos a sós diante do Tabernáculo, para rezar o terço ou estarmos diante de Deus.


O encontro pessoal com Jesus

O encontro pessoal com Jesus não se dá na virtualidade, mas, quando estamos diante dele com nosso verdadeiro eu, olho no olho, coração com coração. Em outras palavras, quem quer cultivar a espiritualidade, para ser cada vez mais um comunicador, segundo o coração de Jesus, precisa dedicar tempo para silenciar, escutar e para falar pessoalmente com Deus, para rezar, tanto em vários momentos de seu dia, como no encontro com ele pelos sacramentos e em adoração junto ao tabernáculo.

Assim como ensinou Jesus a falar com o Pai, Maria pode ajudar-nos a rezar bem  e encontrar tempo e meio para estar com Deus. Junto dela, os apóstolos não ficaram encerrados em suas culpas e medos, mas, se abriram para acolher o Espírito Santo.

Ao terminar de ler esse artigo, fale com ela o que você precisa para rezar melhor.

Aprofunde essa reflexão, pela leitura do livro: A vocação do comunicador católico, de Ir. M. Nilza P. da Silva

Equipe de Formação da Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/oracao-e-o-segredo-de-todo-comunicador/

4 de junho de 2025

Buscar a plenitude do Espírito Santo

O Espírito Santo é nosso guia e protetor

Afirmou Bento XIV que, hoje, a Igreja "sente, sobretudo o vento do Espírito Santo que nos ajuda, nos mostra o caminho reto; e assim, com novo entusiasmo, estamos a caminho e damos graças ao Senhor" (Saudação à Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, 27/10/2012).

O Espírito Santo é Senhor (2Cor 3,17-18) e, portanto, Ele tem todo o direito de nos dar ordens para executarmos alguma coisa (At 8,29) ou para não fazermos algo (At 16,6).

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São Paulo Apóstolo e os demais apóstolos foram impedidos pelo Espírito Santo "de anunciar a palavra na Ásia" (cf. At 16,6).

Essa ordem, aparentemente inusitada, levou São Paulo a refletir sobre o Espírito Santo e a registrar suas reflexões na Carta aos Gálatas:

"Apenas isto quero saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da Lei ou pela aceitação da fé?" (Gl 3,2). "Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós, acaso o faz pela prática da Lei, ou pela aceitação da fé?" (Gl 3,5). "A prova de que sois filhos, é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Abbá! Pai!" (Gl 4,6). "Quanto a nós, é pelo Espírito que aguardamos a justiça que só a fé pode revelar" (Gl 5,5). "Deixai-nos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis aos desejos da carne" (Gl 5,17). "O fruto do Espírito é amor, caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura e temperança" (Gl 5,22-23).

Deus se revela por meio do Espírito Santo

Entretanto, apesar dessas afirmações de São Paulo, há cristãos que continuam entristecendo (Ef 4,30) e oferecendo resistência ao Espírito Santo (At 7,51), fazendo-O se extinguir em suas vidas (1Ts 5,19).

Esses cristãos ainda não entenderam que o Espírito de Deus sabe, de antemão, todas as coisas, e que é por meio d'Ele que Deus no-las revela (1Cor 2,10) e ensina (Jo 14,26; 16,13).

Graças ao bom Deus, os cristãos que vivem no Espírito e seguem com dedicação as Suas orientações e ordens (Gl 5,25) são em quantidade bem maior.

Esses cristãos estão constantemente pedindo: "Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor"! "Quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo é realista, sabe medir e avaliar a realidade, e também é fecundo: a sua vida gera vida em seu redor", ensina o Papa Francisco. (L'osservatore Romano, 23/06/2013, p. 8).


Se guiado pelo Espírito

Escreve o Papa Francisco: "Muitas vezes, seguimo-Lo e acolhemo-Lo, mas até um certo ponto; sentimos dificuldade em abandonar-nos a Ele com plena confiança, deixando que o Espírito Santo seja a alma, o guia da nossa vida, em todas as decisões; temos medo que Deus nos faça seguir novas estradas, faça sair do nosso horizonte frequentemente limitado, fechado, egoísta, para nos abrir aos seus horizontes".

A novidade que Deus traz à nossa vida é verdadeiramente o que nos realiza, o que nos dá a verdadeira alegria, a verdadeira serenidade, porque Deus nos ama e quer apenas o nosso bem.

Se nos deixamos guiar pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca dão origem ao conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja.

O Espírito Santo faz-nos entrar no mistério do Deus vivo e nos salva do perigo de uma Igreja gnóstica e de uma Igreja narcisista, fechada no seu recinto; impele-nos a abrir as portas e sair para comunicar a alegria da Fé, do encontro com Cristo.

"O Espírito Santo é a alma da missão" (Missa de Pentecostes, 19/05/2013).

Foco central da vida espiritual

Belíssimo conselho do Apóstolo São Paulo: "Buscai a plenitude do Espírito Santo" (Ef 5,18). Essa deve ser a nossa meta, o foco central da nossa vida espiritual.

Num mundo tomado pelo engano de um espiritualismo comercial da Nova Era, do sincretismo religioso e do misticismo neopagão, só com absoluta certeza que a verdadeira espiritualidade tem como fundamento a Pessoa do Divino Espírito Santo.

Este é a fonte da plenitude do poder, do amor e dos dons espirituais, da santificação, comunhão e da evangelização.

Buscar a plenitude é buscar viver de forma abissal a espiritualidade carismática renovadora, avivada e sempre reavivada.

Não há outra fonte para vida espiritual autêntica, salutar e fecunda sem o Espírito Santo. O mercado religioso tem oferecido uma tremenda falsidade da espiritualidade.

Em tudo isso, mora o terrível perigo do engodo, do estelionato, da perda da fé, da perda dos bens materiais, do sentido da vida e do encontro com a ilusão e com a loucura.

Daí a nossa grande responsabilidade de buscar com intensidade o poder do Espírito Santo para anunciar com ardor a verdadeira espiritualidade.

Esta sim é o caminho para uma profunda vida espiritual e fortaleza na jornada à casa do Pai Celestial.

Sem perda de tempo, busquemos a "plenitude do Espírito Santo"!

Equipe de Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/buscar-a-plenitude-do-espirito-santo/

3 de junho de 2025

Dicas para escolher a profissão ideal

Nesse momento, é fundamental ajudar e não pressionar o jovem

Chega um momento importante na vida das pessoas em que elas precisam escolher uma profissão. E a pergunta que surge para os jovens é: "Estou preparado para saber o que eu quero ser para o resto da minha vida?".

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Normalmente, nossos jovens não estão preparados para responder essa pergunta, mas podemos ajudá-los nessa escolha difícil, sem tentar realizar os sonhos dos pais nos filhos. A resposta para a segunda parte da pergunta é que nossas escolhas de hoje não são para sempre; podemos, na vida profissional, realizar pós-graduações e mestrados e reposicionar a carreira inicial escolhida. Existem algumas dicas que podem ajudar esses jovens a tomar uma decisão correta.

A escolha da profissão ideal exige autoconhecimento

Comece pensando quais atividades ou hobbies você gosta de realizar, pois a tendência é fazer aquilo de que goste e que lhe dê prazer. O autoconhecimento é fundamental nessa hora.

Para isso, é preciso fazer um SWOT, ou seja, um diagnóstico de cenários internos e externos. Para estabelecer o cenário interno, o caminho é um levantamento de qualidades e defeitos pessoais para conhecer suas forças e seus desafios. O autoconhecimento das potencialidades e das dificuldades individuais ajuda o estudante a alinhar o que gosta com as suas habilidades.

Definir o cenário externo começa com o conhecimento das profissões do momento, mas pensando a longo prazo. Conhecer as profissões é possível com orientações de profissionais da área comportamental e dos que atuam no mercado escolhido.

Não deixe as pessoas influenciarem sua escolha, siga o seu próprio caminho!

É preciso analisar a profissão desejada, buscar possibilidades acadêmicas e profissionais, conhecer as competências exigidas pelas organizações. Cuidado com a pressa! Faça isso ao longo do tempo e não às vésperas de um vestibular. Outro lembrete: não deixe as pessoas e as situações influenciarem sua escolha, pois quem vai atuar na profissão é você, portanto, a escolha é sua. A leitura correta do cenário externo ajuda a delimitar melhor as escolhas e facilitar as decisões.

Com o diagnóstico do SWOT em mãos, é momento de planejar a carreira, definir o que vai ser feito com métodos, prazos e responsabilidades; então, finalmente, colocar em ação o plano estabelecido.

O vestibular é uma etapa deste plano que deve ser o coroamento de todo o estudo realizado anteriormente; portanto, o sucesso começa com 1% de inspiração e 99% de transpiração na busca de seus objetivos.


Se houver dúvidas entre o que gosta e o que tem habilidade de fazer, a orientação é que faça faculdade das duas opções mais viáveis; com o tempo, acontecerá o amadurecimento da escolha. Toda escolha tem ônus e bônus, e, às vezes, uma carreira rentável exige uma vida intensa de trabalho; outras serão menos rentáveis, porém, vão oferecer melhor qualidade de vida. Qual bônus para você é mais importante?

Estágios: Oportunidade de colocar o conhecimento adquirido em prática

Outra etapa importante são os estágios para testar se as escolhas foram corretas, pois todo plano precisa de adequações ao longo da execução. Colocar o conhecimento adquirido em ação permite testar habilidades, facilita a análise e a escolha.

Na etapa profissional, é válido lembrar que uma carreira não termina com a entrada num emprego ou com a abertura de um negócio; é apenas o fechamento de um ciclo e o início de outro. Portanto, invista tempo no levantamento e na análise de informações, pois elas ajudarão no balizamento da escolha de sua profissão.

Equipe de Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/vocacao/profissao/dicas-para-escolher-a-profissao-ideal/

2 de junho de 2025

Enquanto esperamos a Sua vinda

Ascensão de Jesus e a Missão dos discípulos

"Jesus foi elevado, à vista deles, e uma nuvem o retirou aos seus olhos. Continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apresentaram-se a eles então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: 'Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que, do meio de vós, foi elevado ao céu, virá assim, do mesmo modo como o vistes partir para o céu'" (At 1,9-11). Na narrativa de São Marcos, assim está escrito: "Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus. Então, eles foram anunciar a Boa Nova por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra pelos sinais que a acompanhavam" (Mc 16,19-20).

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Compromisso assumido! O mesmo Jesus vai manifestar-se como foi visto partir para o céu, mas permanece misteriosamente conosco: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos" (Mt 28,20). Inaugurou-se então um novo tempo, o Tempo do Espírito, entre a efusão do mesmo Espírito que celebraremos dentro de poucos dias no Pentecostes e a vinda gloriosa do Senhor. Este é também o Tempo da Igreja, no qual a visibilidade das ações do Senhor é entregue à nossa responsabilidade. De formas diversas, o Senhor continua presente, e até aqui o Senhor nos ajudou, dando-nos a certeza de que o fará sempre. Com essa disposição, continuamos clamando "Vem, Senhor Jesus!".

Quais são as tarefas confiadas à Igreja, enquanto esperamos a vinda do Senhor? Cabe-nos olhar para frente e para o alto (Cf. Cl 3,1), pois quem fica parado já está regredindo. Seremos, diante do mundo, homens e mulheres peregrinos de esperança, como nos propõem o tema e a espiritualidade do Jubileu em curso, na certeza do sentido da existência pessoal e da história, plantando esta força em todos os ambientes em que nos encontrarmos. Cabe-nos superar e ajudar a superar o desânimo e o esmorecimento.

A missão da Igreja na cultura urbana

E o tempo em que vivemos lança à Igreja o desafio significativo que são as cidades, a pastoral e a mentalidade urbana, que envolvem não só os que habitam a cidade, mas também as pessoas que bebem da mesma mentalidade, levando em conta a circulação de ideias e costumes, cujos limites se ampliaram e provocam os cristãos a dar uma resposta, e esta é a evangelização, missão irrecusável da Igreja e dos cristãos. Nossa Igreja assumiu o compromisso de ter suas portas abertas e contribuir para que a cidade seja repleta de alegria!

Avançando nesse processo, especialmente diante da cultura urbana, cada vez mais abrangente, cabe-nos fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão, se quisermos ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas mais profundas do mundo (cf. São João PauloII, Novo Millenio ineunte 43). Para oferecer essa casa acolhedora aos homens e mulheres de nosso tempo, é fundamental que a Igreja aponte para a santidade e a busca da perfeição da caridade.


Ela deverá ser um apelo constante a uma vida melhor, sem nivelar pelo rodapé da existência os ideais a serem oferecidos. Cada vez que uma pessoa experimentar a vida da Igreja, sentir-se-á convocada a ser santa! E os cristãos precisam estimular-se reciprocamente nesta aventura, contando também com o estímulo das gerações de santos e santas que são hoje oferecidas como exemplo.

O alimento da santidade na Igreja está na vida sacramental. Aqui, resplandece de forma inequívoca, a Eucaristia, o tesouro mais precioso da Igreja. A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social totalmente baseado no vínculo espiritual, mas concreto com Cristo. Como afirma o apóstolo Paulo: 'Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão' (1 Cor 10,17).

A força da Eucaristia na vida e missão da Igreja

Sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria. De fato, é a Eucaristia que faz de uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus. O Espírito Santo, que transforma o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, transforma também quantos o recebem com fé em membros do corpo de Cristo, de modo que a Igreja é, realmente, sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles" (cf. Bento XVI, Angelus do dia 26 de junho de 2011).

A ela se liga todo o edifício da vida espiritual e da oração, que a Igreja deve cultivar. Recolher-se em oração pessoal, fazer a leitura orante da Palavra de Deus, rezar em família! Rezar na Comunidade e nos tantos grupos de oração, nas várias modalidades existentes! Podemos pensar na grande quantidade de Grupos de Oração formados a partir dos Movimentos Eclesiais e Carismas existentes na Igreja!

No tempo da Igreja, que é o tempo de hoje, continuam os cristãos na missão de serem sal, luz e fermento, alimentados pela Palavra de Deus. Muitas vezes, será silencioso este testemunho, outras pedirão a saída à vida pública, a parceria com homens e mulheres de boa vontade que aspiram os mesmos ideais de fraternidade e justiça dos cristãos. O que não é possível é a omissão! E aqui se encontra o compromisso de servir às causas dignas do Evangelho e o serviço a todos, especialmente os mais pobres e fragilizados da sociedade, na caridade!

Transformar o mundo com fé e ação

Tenhamos a ousadia de assumir um roteiro de vida enquanto esperamos a vinda do Senhor: ser homens e mulheres peregrinos de esperança (1); Fazer da Igreja de Belém uma Igreja de portas abertas, para que a cidade seja repleta de alegria! (2); Cada cristão ou cristã se sinta convocada à santidade! (3); Considerar a Eucaristia, o tesouro mais precioso da Igreja como o coração pulsante da própria Igreja (4); Como a Eucaristia transforma o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, transforme também quem a recebe com fé em membro do corpo de Cristo, para que a Igreja seja realmente sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles (5); Vida espiritual e oração, cada pessoa em seu estado de vida e vocação específica no coração da Igreja (6); Rezar em Comunidade e nos tantos grupos de oração, nas várias modalidades existentes (7);

No tempo da Igreja que é o tempo de hoje, os cristãos sejam sal, luz e fermento para transformar o mundo, alimentados pela Palavra de Deus (8); Testemunho dos valores do Evangelho, muitas vezes no silêncio ou na família e no trabalho cotidiano (9); Segundo a vocação de cada pessoa, muitas vezes os cristãos deverão sair à vida pública, em parceria com homens e mulheres de boa vontade que aspiram os mesmos ideais de fraternidade e justiça, para servir às causas dignas do Evangelho e o serviço a todos, especialmente os mais pobres e fragilizados da sociedade, na caridade! O que não é possível é a omissão! (10).

Não é um decálogo, pois já o temos resumido no amor a Deus e ao próximo, mas não será difícil identificar nas dez propostas um reflexo da lei de Cristo e da Igreja, num tempo fecundo e positivamente provocante, tempo da Igreja, enquanto esperamos a sua vinda! Estamos prontos a responder "sim"!?

DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/enquanto-esperamos-a-sua-vinda/

1 de junho de 2025

Fortes apelos em uma década

Laudato Si' completa dez anos

A Carta Encíclica Laudato Si' – sobre o cuidado da casa comum, pérola do pontificado do Papa Francisco, completa dez anos e seus fortes, pertinentes, apelos continuam a reverberar em todo o mundo. Mas não são poucos os governantes que fazem "ouvidos de mercador" diante das advertências da Carta Encíclica, promulgada em 24 de maio de 2015.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT.

Indicações que exigem uma compreensão mais lúcida capaz de inspirar conversão no horizonte do que se entende por ecologia integral. Promessas e acordos até são estabelecidos para preservar a casa comum, mas prevalecem os interesses por um lucro egoísta, e busca-se um equivocado caminho para se encontrar o bem-estar social.

A Carta Encíclica Laudato Si' continua, assim, muito atual, pois a sociedade precisa dialogar mais para encontrar formas de salvaguardar o planeta. Os debates não podem se restringir às cúpulas dos poderosos que não efetivam compromissos para enfrentar os desafios ambientais, delineando um futuro sombrio. 

A complexidade da crise ecológica atual

Reconheça-se que o movimento ecológico já percorreu um caminho rico e longo em todo o mundo, alcançando conquistas relacionadas à conscientização. Mas as vitórias são insuficientes para consolidar novos estilos de vida e de organização social mais condizentes com os parâmetros de sustentabilidade. Diante da urgência de mudanças, muitos permanecem desinteressados em rever seus próprios hábitos. Há ainda a recusa explícita de poderosos diante de proposições lúcidas e pertinentes, negando o desafio ecológico e promovendo a indiferença em relação à devastação ambiental.

Na solução dos problemas enfrentados pela humanidade, cegamente confiam apenas nas soluções técnicas. Por isso, o cuidado com o conjunto da Criação precisa se tornar, de modo crescente, uma atuação cidadã, envolvendo cada pessoa e todas as instituições. Sublinhe-se que cuidar do planeta é importante dimensão social que interpela também a prática da fé: os cristãos, certos de que o planeta é obra de seu Criador, Deus, devem cuidar da Criação.

Não se pode continuar minimizando a complexidade da crise ecológica atual, consideradas as suas dimensões éticas e espirituais, conforme alerta a Carta Encíclica Laudato Si'.  Percebe-se que há longo percurso educativo a ser trilhado. Mesmo assim, iniciativas que podem ajudar no percorrer deste itinerário, a exemplo da Campanha Junho Verde, compromisso governamental e legislativo brasileiro, encontram dificuldade para deslanchar.  

O Junho Verde, instituído a partir de contribuição da Igreja Católica, sob inspiração da Laudato Si', convoca a sociedade para a vivência de um processo educativo que permite vencer visões limitadas aos interesses de um lucro egoísta, com força para manipular decisões, aprovações e permissões, para beneficiar somente pequenos grupos, a partir da deterioração dos recursos naturais.

A falta de educação ambiental desenha no horizonte uma dívida social emoldurada por uma relevante dívida ecológica.  No lugar de avanços para o bem de todos, configuram-se privilégios oligárquicos. A insistência pertinente é buscar um novo estilo de vida que seja resposta adequada à crise climática e ecológica.

Laudato Si' permanece atual

A Carta Encíclica Laudato Si', no seu décimo ano, permanece atual, pois suas indicações são contraponto à indiferença e à ignorância que justificam as ações em nome do acúmulo egoísta de bens. Diante da urgência para mudar hábitos e garantir um desenvolvimento sustentável, há resistência até mesmo de alguns que professam a fé cristã, desconsiderando que Deus é criador de todas as coisas e que tudo precisa ser tratado com o devido respeito, pois é obra do Criador.


Sinal dessa desconsideração é a atitude de maravilhar-se diante das singularidades da obra de Deus e, ao mesmo tempo, não repudiar extrativismos predatórios do meio ambiente. A omissão diante da urgência de se preservar a natureza se desdobra em contínuas ameaças ao bem comum e no distanciamento de um desenvolvimento humano sustentável, integral. Por isso deve-se qualificar o olhar que interpreta a realidade, para enxergar seus reais problemas e desafios.

A força da ecologia integral

Abrir-se aos ensinamentos da Carta Encíclica pode levar a uma nova década mais proveitosa no que diz respeito à educação ambiental. Uma capacitação para que todos adotem nova lógica na regência da própria vida e das relações estabelecidas no planeta, a partir do paradigma da ecologia integral. Lógica com propriedades corretivas capazes de inspirar mais sustentabilidade e equilíbrio socioambiental. Sem o horizonte da ecologia integral, continuarão a ser alimentadas a desigualdade, as discriminações e exclusões.

A força educativa da ecologia integral impulsiona e ilumina o princípio da subordinação da propriedade privada ao destino universal dos bens, asseverando a função social de qualquer forma de propriedade privada. Ora, o rico e o pobre têm igual dignidade, pois todos são igualmente filhos de Deus. Assim, o meio ambiente é, afirma a Carta Encíclica, um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade, responsabilidade de todos.

Os apelos da Carta Encíclica Laudato Si' precisam continuar a ecoar, sempre mais fortes, de modo a possibilitar o tratamento da raiz humana que leva à crise ecológica. Importa avaliar e reconfigurar o agir da humanidade no planeta, à luz de reflexões emolduradas pelo paradigma da ecologia integral. Ao celebrar uma década da Carta Encíclica Laudato Si', renove-se o compromisso de acolher seus apelos, para que sejam alcançadas novas formas de desenvolvimento, em harmonia com o dever de se cuidar da casa comum.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/fortes-apelos-em-uma-decada/