30 de maio de 2025

Família, torna-te quem és!

O Jubileu das Famílias nos convida a renovarmos a esperança 

A família, célula fundamental da sociedade, sempre esteve sob o olhar materno da Igreja. Recentemente, ao receber o Corpo Diplomático no Vaticano, o Papa Leão XIV reafirmou o ensinamento da Igreja, dizendo que a família é "fundada na união estável entre o homem e a mulher, uma 'sociedade muito pequena certamente, mas real e anterior a toda a sociedade civil'" (LEÃO XIII, Discurso aos membros do Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, 16 de maio de 2025).

Crédito: sedmak / GettyImages

A verdade dessas palavras tem por base a própria revelação bíblica, apresentada no livro de Gênesis, que trata sobre a origem da criação, e deixa claro o plano de Deus ao criar o homem e a mulher e lhes dar a missão de multiplicar (cf. Gn 1-3). Sem tal união, é impossível o crescimento e o futuro da humanidade. Sobre o homem e a mulher recai a responsabilidade de serem cocriadores, participantes da obra de Deus, mas não apenas isso: cabe também a formação dos filhos para assumir com dignidade seus papéis na sociedade. Nesse sentido, podemos afirmar que, quando a família não vai bem e se desestrutura, toda a humanidade sofre. É por isso que essa instituição é vista com bastante zelo pela Igreja.

A vocação matrimonial leva à santidade

Nos próximos dias, católicos do mundo inteiro viverão o Jubileu das Famílias, uma oportunidade de aprofundar ainda mais a missão e o sentido dessa vocação. O encontro será marcado por momentos de celebração, mas também de reflexão sobre famílias que conseguiram viver a perspectiva cristã e dar grandes frutos para a sociedade, como, por exemplo, a Família Martin, de onde nasceu Santa Teresinha do Menino Jesus, cujos pais também alcançaram os altares. Sem dúvida, com eles, cada pessoa pode perceber que a vocação matrimonial leva à santidade, se vivida com zelo e entrega de vida.

Nesse sentido, podemos dizer que, sem a perspectiva da fé, ser família se torna uma missão pesada, porque é a fé que dá sentido às renúncias e aos sacrifícios diários de todos. Somente em Cristo poderemos viver esses desafios, confiando que há neles um grande valor, com a esperança nos frutos que partem de tudo isso. É a fé que nos faz entender que a caridade verdadeira existe na entrega e que o amor que o Senhor nos manda ter não se restringe à dimensão do sentimento, mas o ultrapassa, alcançando as ações cotidianas.

A transmissão da fé na família

O Papa Bento XVI sempre destacou a importância da transmissão da fé na família, lugar primordial onde os filhos a recebem e aprendem através do testemunho, da oração e da prática cristã dos pais e avós. A transmissão da fé na família é um ato de amor e uma condição essencial para a vitalidade da Igreja. Bento XVI também ressaltava como os avós cumprem essa missão no seio familiar. O valor dos idosos será outro grande tema tratado neste Jubileu. Por fim, a celebração da Família no Ano Santo de 2025 lança um olhar sobre os desafios atuais das famílias e quer levá-las a assumir seu papel e protagonismo na sociedade.

A família não precisa se moldar ao mundo

Entender o que é ser família e qual a grandeza desse chamado é tarefa de todos nós. Cada um só pode assumir o que é, conhecendo sobre si mesmo. Família, torna-te quem és! Assuma o seu lugar na sociedade, seja protagonista de vida em comunidade, para mostrar ao mundo que é possível ter paz, mesmo unindo pessoas com formas diferentes de pensar. A família não precisa se moldar ao mundo. Ela pode, sim, dar ao mundo atual – marcado pela lógica do consumismo, do individualismo, da solidão, do hedonismo e da competitividade – a experiência de uma convivência harmoniosa.

Se quisermos mudar a sociedade, comecemos pelas pequenas atitudes em família. O próprio Cristo já nos havia pedido para sermos fiéis no pouco, a fim de que ele nos confie muito mais (cf. Mt. 25, 23).

Elane Gomes


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/familia-torna-te-quem-es/

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