31 de outubro de 2025

A Retórica no Púlpito: Como Usar a Linguagem de Forma Eficaz para Tocar os Corações



Introdução

A pregação, ou homilia, é o momento em que a Palavra de Deus se torna viva e acessível para a assembleia de fiéis. Para que essa comunicação seja eficaz, o pregador precisa dominar não apenas o conteúdo teológico, mas também a arte de falar em público. A Retórica, historicamente ligada à Homilética, oferece as ferramentas necessárias para que a mensagem do Evangelho seja transmitida com clareza, paixão e, principalmente, com a capacidade de tocar e persuadir os corações [1].
Este artigo explora a importância da retórica no púlpito, apresentando dicas práticas sobre como usar a linguagem de forma eficaz para que a Palavra de Deus cumpra sua missão de converter, edificar e enviar à missão.

1. Homilética e Retórica: Uma Aliança a Serviço do Evangelho

A Homilética é a ciência e a arte de preparar e proferir sermões ou homilias. Ela se concentra na fidelidade ao texto bíblico e à doutrina da Igreja. A Retórica, por sua vez, é a arte de persuadir e de usar a linguagem de forma eloquente. No contexto do púlpito, a retórica não é um fim em si mesma, mas um meio para que a verdade do Evangelho seja comunicada com o máximo de impacto [2].
A eloquência do pregador deve ser um reflexo da sua paixão pela Palavra e pelas almas. Um discurso bem estruturado e bem entregue facilita a compreensão e a aceitação da mensagem, removendo barreiras que a linguagem desleixada ou confusa poderia criar.

2. Elementos-Chave da Retórica Aplicada à Pregação

A retórica clássica se baseia em três pilares: Logos (razão), Pathos (emoção) e Ethos (credibilidade). Na pregação, esses elementos se traduzem em:
Elemento Retórico
Aplicação no Púlpito
Objetivo
Logos (Razão)
Clareza e Estrutura: A mensagem deve ser lógica, bem organizada e fácil de seguir. Use pontos principais e subpontos para manter o foco e evitar repetições desnecessárias [3].
Garantir que a Palavra seja compreendida.
Pathos (Emoção)
Paixão e Expressividade: O pregador deve transmitir a mensagem com paixão. O uso de ilustrações, histórias e variações de tom de voz e gestos tornam a pregação dinâmica e envolvente, tocando o coração do público [4].
Mover o ouvinte à conversão e à ação.
Ethos (Credibilidade)
Testemunho de Vida: A maior credibilidade do pregador vem de sua coerência de vida e de sua intimidade com Deus. O pregador deve ser o primeiro a viver a Palavra que anuncia [5].
Assegurar a autoridade moral da mensagem.

3. Dicas Práticas para uma Linguagem Eficaz

Para que a linguagem no púlpito seja eficaz e toque os corações, o pregador deve atentar para os seguintes pontos:
Linguagem Adaptada: Use uma linguagem que seja compreensível para a congregação, evitando jargões teológicos complexos ou um vocabulário excessivamente rebuscado. A Palavra deve ser acessível [6].
Variação Tonal e Expressividade: Evite a monotonia. Use variações de tom de voz, ritmo e volume para enfatizar pontos importantes. A expressividade facial e os gestos devem complementar a mensagem, e não distrair [7].
Pausas Conscientes: As pausas são ferramentas poderosas. Elas permitem que a congregação assimile a mensagem e criam expectativa. Use-as para pontuar frases importantes, em vez de preencher o silêncio com vícios de linguagem (como "né", "tá", "aí") [8].
Ilustrações e Exemplos: Use ilustrações e exemplos da vida cotidiana para conectar a verdade bíblica com a realidade dos fiéis. Histórias bem contadas tornam a mensagem memorável e aplicável.
Combate aos Vícios de Linguagem: Identifique e elimine vícios de linguagem e de oratória que possam prejudicar a clareza e a credibilidade do discurso.

Conclusão

A Retórica no Púlpito é uma arte nobre a serviço da Palavra de Deus. Quando o pregador une a fidelidade à Homilética com as ferramentas da Retórica, ele se torna um instrumento mais eficaz para que o Espírito Santo atue. A paixão pela mensagem e o amor pelas almas são o fogo que deve incendiar a linguagem, transformando a pregação em um verdadeiro encontro com Cristo, capaz de tocar, persuadir e converter os corações. Que todo pregador busque aprimorar sua arte para que a Palavra de Deus seja sempre anunciada com a força e a beleza que ela merece.

Referências

[1] Lirio Católico. Homilética(Homiletics) - Significado Católico Completo. Disponível em:
[2] Scribd. Apostila - Homilética e Retórica. Disponível em:
[3] Facebook. 1. Identifique seus vícios de linguagem Grave suas. Disponível em:
[4] Livraria Book Café. Como elaborar uma boa pregação? Disponível em:
[5] Sejapregador. Como Pregar Bem – Falando de Forma Compreensível e. Disponível em:
[6] Youtube. 5 Dicas de Oratória para fazer uma Pregação de Impacto. Disponível em:
[7] Tumblr. Homilética — Retórica e dialética. Disponível em:
[8] Youtube. Homilética e Retórica - Prof. André Soares. Disponível em:

29 de outubro de 2025

A Infalibilidade Papal: O Que a Igreja Realmente Ensina sobre o Magistério do Papa



Introdução

O conceito de Infalibilidade Papal é um dos temas mais debatidos e, frequentemente, mal compreendidos da doutrina católica. A ideia de que o Papa "nunca erra" é um mito que precisa ser desmistificado. A infalibilidade não se refere à impecabilidade pessoal do Pontífice, nem se aplica a todos os seus pronunciamentos. Trata-se, na verdade, de um dom especial do Espírito Santo concedido à Igreja para proteger o depósito da fé [1].
Este artigo visa esclarecer o que a Igreja Católica realmente ensina sobre a Infalibilidade Papal, as condições sob as quais ela é exercida e a sua importância para a preservação da verdade da fé.


1. O Que Não é a Infalibilidade Papal

Antes de definir o que é o dogma, é crucial entender o que ele não é:
Não é Impecabilidade Pessoal: O Papa, como qualquer ser humano, é um pecador e precisa da Confissão. A infalibilidade não o isenta de cometer erros em sua vida pessoal, em suas opiniões privadas ou em suas decisões pastorais e administrativas.
Não se Aplica a Tudo o Que o Papa Diz: A infalibilidade não cobre discursos, homilias, entrevistas, cartas pessoais ou documentos que não atendam às condições estritas para o seu exercício.
Não é uma Revelação Nova: O Papa não pode criar novas doutrinas. A infalibilidade serve para preservar e explicar o Depósito da Fé, que foi revelado por Cristo e transmitido pelos Apóstolos (Escritura e Tradição) [2].


2. A Definição do Dogma: Quando o Papa é Infalível

O dogma da Infalibilidade Papal foi solenemente definido no Concílio Vaticano I (1870) e reafirmado no Concílio Vaticano II (1962-1965). O Papa é infalível apenas quando fala "ex cathedra" (do latim, "da Cadeira" ou "da Cátedra" de São Pedro), ou seja, quando atende a quatro condições estritas [3]:
Condição
Descrição
1. O Papa age como Pastor e Doutor de todos os cristãos: Ele deve se dirigir a toda a Igreja, e não apenas a um grupo específico.
2. Usa sua autoridade apostólica suprema: Deve ser claro que ele está usando a plenitude de seu poder como Sucessor de Pedro.
3. Define uma doutrina de fé ou moral: O assunto deve ser sobre a fé ou a moral, que são o objeto do Depósito da Fé.
4. Tem a intenção de obrigar os fiéis a aceitá-la: Deve ser evidente que a doutrina é definitiva e deve ser crida por toda a Igreja.
Quando essas condições são atendidas, o ensinamento é considerado irreformável "por si mesmo, e não pelo consentimento da Igreja" [4].


3. O Magistério Ordinário e Universal

É importante notar que a infalibilidade também se manifesta no Magistério Ordinário e Universal da Igreja, que é o ensinamento dos Bispos dispersos pelo mundo, em comunhão com o Papa, quando concordam em propor uma doutrina como definitiva [5].
A infalibilidade, portanto, é um dom de Cristo a toda a Igreja, sendo o Papa o seu garante visível. Ela assegura que, em questões de fé e moral, a Igreja não se desviará da verdade revelada.


Conclusão

A Infalibilidade Papal é um dom de amor de Deus à Sua Igreja, uma garantia de que a verdade de Cristo será preservada e transmitida fielmente através dos séculos. Longe de ser um poder arbitrário, é um serviço à fé. O Papa, quando fala ex cathedra, age como a voz da Tradição e da Escritura, confirmando os irmãos na fé e apontando o caminho seguro para a salvação. O fiel é chamado a acolher com obediência da fé os ensinamentos definidos pelo Papa e pelo Colégio Episcopal em comunhão com ele.


Referências

[1] CNN Brasil. "O papa nunca erra?": Entenda o que é a infalibilidade papal. Disponível em:
[2] O Fiel Católico. A infalibilidade papal: o Papa é infalível? Quando? Como? Disponível em:
[3] Vatican News. O dogma da infalibilidade. Disponível em:
[4] Wikipédia. Infalibilidade papal. Disponível em:
[5] Diocese de Porto Nacional. O QUE NOS ENSINA SOBRE ISSO O MAGISTÉRIO ORDINÁRIO E UNIVERSAL DA IGREJA. Disponível em:

27 de outubro de 2025

O Jejum e a Penitência na Vida Cristã: Instrumentos de Conversão e Intimidade com Deus



Introdução

Na tradição cristã, o jejum e a penitência são práticas espirituais que transcendem o mero cumprimento de regras. Eles são instrumentos poderosos de conversão, autodomínio e aprofundamento da intimidade com Deus. Longe de serem atos de autopunição, representam um caminho de renúncia e sacrifício que nos une ao sofrimento de Cristo e nos prepara para a alegria da ressurreição [1].
Este artigo explora o significado profundo do jejum e da penitência na vida cristã, seus fundamentos teológicos e práticos, e como essas disciplinas podem nos ajudar a crescer na fé, dominar nossas paixões e nos aproximar do coração de Deus.


1. Jejum e Penitência: Conceitos e Fundamentos

Embora frequentemente usados em conjunto, jejum e penitência possuem significados distintos, mas complementares na vida espiritual:
Jejum: É a forma de penitência que consiste na privação voluntária de alimentos (ou, em um sentido mais amplo, de algo que nos é lícito e agradável). Seu propósito não é dietético, mas espiritual: tornar a nossa natureza humana submissa ao Espírito Santo e nos ajudar a viver sob a primazia da alma sobre o corpo [2].
Penitência: É um conceito mais amplo, que envolve uma reorientação radical de toda a vida em direção a Deus, uma ruptura com o pecado e a aceitação das cruzes da vida. A penitência pode se manifestar de diversas formas, como a oração mais intensa, a esmola (caridade) e o próprio jejum [3].
A Igreja Católica orienta que essas práticas sejam vividas com um espírito de oração e caridade, e sempre com a intenção de nos aproximarmos de Cristo e de nos identificarmos com Seu sacrifício [4].


2. O Significado Espiritual e os Benefícios

O jejum e a penitência não são fins em si mesmos, mas meios eficazes para o crescimento espiritual:
Conversão e Arrependimento: São expressões concretas do nosso desejo de nos afastar do pecado e de nos voltarmos para Deus. O sacrifício nos ajuda a reconhecer nossa fragilidade e a depender da misericórdia divina.
Fortaleza e Autodomínio: A renúncia voluntária de prazeres lícitos nos ensina a dominar as inclinações da carne, fortalecendo a vontade e preparando-nos para resistir às tentações maiores [5].
Intimidade com Deus: Ao nos privarmos de algo, criamos um "vazio" que deve ser preenchido pela oração e pela meditação da Palavra de Deus. O jejum se torna, assim, uma ferramenta que potencializa a busca por Deus [6].
Solidariedade e Caridade: O que economizamos com o jejum pode ser destinado aos pobres e necessitados (esmola), transformando o ato de penitência em um ato de amor ao próximo e de solidariedade com os que sofrem [7].
"A penitência não é somente para colocarmos sobre nós aquilo que merecemos, por nossas culpas; é também para reconstruir o nosso coração, que se encontra destruído por causa do pecado." - Padre Paulo Ricardo [8]


3. Como Praticar o Jejum e a Penitência de Forma Frutífera

Para que o jejum e a penitência sejam instrumentos de graça, é fundamental vivê-los com a reta intenção e com sabedoria:
Discernimento: A penitência deve ser escolhida com discernimento, evitando excessos e buscando a orientação de um diretor espiritual, se possível. O que é penitência para um, pode não ser para outro.
Oração e Esmola: O jejum deve ser sempre acompanhado de uma oração mais intensa e de atos de caridade. Sem a oração, o jejum se torna apenas uma dieta; sem a caridade, ele se torna um ato estéril.
Secreto e Humildade: Jesus ensinou a praticar o jejum em segredo, sem ostentação, para que a recompensa venha do Pai que vê o que está oculto (Mateus 6,16-18). A humildade é essencial para que a penitência não se torne motivo de orgulho.
Penitências Cotidianas: Além dos jejuns formais, podemos oferecer a Deus pequenas penitências no dia a dia, como aceitar com paciência um incômodo, renunciar a um prazer lícito, ser mais gentil ou cumprir o dever do próprio estado com mais perfeição.


Conclusão

O Jejum e a Penitência são dons de Deus para a Igreja, caminhos seguros para a conversão e para o crescimento na santidade. Ao abraçarmos essas práticas com fé, humildade e caridade, permitimos que o Espírito Santo nos molde à imagem de Cristo, fortalecendo-nos para o combate espiritual e aprofundando nossa intimidade com Aquele que nos amou primeiro. Que possamos redescobrir a beleza e a força dessas disciplinas, transformando nossa vida em um constante "sim" ao amor de Deus.


Referências

[1] Canção Nova. Qual a diferença entre jejum e penitência? Disponível em:
[2] Liturgia. Jejum e penitência. Disponível em:
[3] Canção Nova. Como entender a penitência como virtude? Disponível em:
[4] Diocese de Santo André. Mitos e verdades sobre o jejum e a abstinência. Disponível em:
[5] Ministério Pão Diário. Jejum espiritual — Maturidade espiritual. Disponível em:
[6] Orvalho.com. O Que é Jejum? Disponível em:
[7] Paulus. O significado do jejum. Disponível em:
[8] Padre Paulo Ricardo. Para que serve a penitência? Disponível em:

26 de outubro de 2025

A Oração de Louvor e Gratidão: Cultivando um Coração Agradecido em Todas as Circunstâncias

Introdução

No coração da vida cristã, a oração é o elo que nos conecta a Deus. Entre as diversas formas de orar, a oração de louvor e gratidão se destaca como uma das mais elevadas e transformadoras. Ela não apenas reconhece a grandeza e a bondade divinas, mas também molda nosso interior, cultivando um coração agradecido capaz de encontrar a paz e a alegria em todas as circunstâncias, sejam elas de bonança ou de adversidade [1].
Este artigo explorará os fundamentos bíblicos da oração de louvor e gratidão, seus profundos benefícios espirituais e oferecerá dicas práticas para cultivarmos um coração que transborda em reconhecimento ao Criador, transformando nossa vida em um hino constante de louvor.



1. Fundamentos Bíblicos da Oração de Louvor e Gratidão

A Bíblia está repleta de exemplos e exortações à oração de louvor e gratidão. Desde os Salmos, que são um verdadeiro hinário de louvor e súplica, até as epístolas paulinas, que nos convidam a dar graças em tudo, a Palavra de Deus nos ensina a importância de um coração grato [2].
Salmos: Muitos salmos são expressões de louvor e gratidão a Deus por Suas obras poderosas, Sua fidelidade e Sua misericórdia (Ex: Salmos 103, 138, 150). O Salmo 75, por exemplo, diz: "Damos-te graças, ó Deus, damos-te graças, pois perto está o teu nome; todos falam dos teus feitos maravilhosos" (Salmo 75:1) [3].
Novo Testamento: Jesus nos ensina a agradecer ao Pai (Mateus 11:25). São Paulo exorta os fiéis: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco" (1 Tessalonicenses 5:18) [4]. A gratidão é apresentada não apenas como uma emoção, mas como uma atitude constante que fortalece a fé e a confiança em Deus.


2. Benefícios Espirituais de um Coração Agradecido

Cultivar a oração de louvor e gratidão traz inúmeros benefícios para a nossa vida espiritual e até mesmo para o nosso bem-estar psicológico e físico [5, 6]:
Fortalece o Relacionamento com Deus: A gratidão nos aproxima de Deus, pois reconhecemos Sua soberania e bondade em nossa vida. Ela aprofunda nossa intimidade com Ele.
Traz Paz e Reduz a Ansiedade: Ao focar nas bênçãos recebidas, desviamos o olhar das preocupações e ansiedades, encontrando paz na providência divina.
Promove a Alegria: Um coração agradecido é um coração alegre. A gratidão nos ajuda a ver a beleza e a bondade de Deus mesmo nas pequenas coisas do dia a dia.
Desenvolve a Humildade: Agradecer nos lembra que tudo o que temos e somos vem de Deus, combatendo a soberba e o orgulho.
Abre Caminhos para Novas Bênçãos: A gratidão é uma atitude que atrai mais motivos para agradecer, pois nos torna mais conscientes da graça de Deus em nossa vida.

3. Como Cultivar um Coração Agradecido na Vida Cotidiana

A gratidão não é apenas um sentimento, mas uma prática que pode ser cultivada diariamente. Algumas dicas para desenvolver um coração agradecido incluem:
Diário de Gratidão: Reserve um momento do dia para anotar pelo menos três coisas pelas quais você é grato. Isso ajuda a treinar o olhar para as bênçãos [7].
Oração Constante: Faça da oração de louvor e gratidão uma parte regular da sua vida. Comece e termine o dia agradecendo a Deus.
Reconhecer as Pequenas Coisas: Aprenda a ver a mão de Deus nos detalhes do cotidiano: o nascer do sol, um alimento na mesa, a saúde, a companhia de amigos e familiares.
Superar a Reclamação: Esforce-se para substituir a reclamação pela gratidão, mesmo diante das dificuldades. Isso muda a perspectiva e abre o coração para a esperança.
Agradecer pelas Dificuldades: Em um nível mais profundo, a fé nos convida a agradecer também pelas provações, pois elas podem ser instrumentos de purificação e crescimento espiritual [8].

Conclusão

A oração de louvor e gratidão é um tesouro na espiritualidade cristã. Ela nos convida a uma relação mais profunda e autêntica com Deus, transformando nossa visão de mundo e nossa própria vida. Ao cultivarmos um coração agradecido em todas as circunstâncias, não apenas glorificamos a Deus, mas também experimentamos uma paz e uma alegria que o mundo não pode dar. Que possamos, a cada dia, elevar ao Céu um hino de louvor e gratidão, reconhecendo a infinita bondade do Pai que nos ama incondicionalmente.


Referências

[1] Versículo Vivo. O Poder da Gratidão: 12 benefícios de agradecer a Deus. Disponível em:
[2] Bíblia Online. Estudo Bíblico sobre Oração: há poder nas orações feitas. Disponível em:
[3] Bíblia Online. 7 Salmos de Gratidão a Deus. Disponível em:
[4] Pensador. 57 salmos de gratidão e de louvor a Deus. Disponível em:
[5] Nena Fonseca. O Poder da Gratidão: Como Cultivar um Coração Agradecido para uma Mente Saudável. Disponível em:
[6] Dra. Filó. Oração de Agradecimento a Deus pelas Graças Recebidas. Disponível em:
[7] Instituto Signativo. 4 dicas para cultivar um coração agradecido. Disponível em:
[8] RCC Brasil. Cultivar um coração agradecido. Disponível em:

24 de outubro de 2025

A Importância da Confirmação (Crisma) na Vida do Cristão: O Sacramento que Fortalece e Envia à Missão

Introdução

No caminho da iniciação cristã, após o Batismo e a Eucaristia, o Sacramento da Confirmação, ou Crisma, surge como um marco fundamental. Ele não é um ponto final, mas um novo começo, onde o cristão é fortalecido pelo Espírito Santo para viver sua fé de forma mais madura e consciente, e para assumir sua missão evangelizadora no mundo [1]. Longe de ser um rito de passagem para a idade adulta, a Crisma é um sacramento que capacita e envia.
Este artigo explorará o significado profundo da Confirmação, seus ritos, os efeitos espirituais que concede e a importância de viver a plenitude do Espírito Santo para testemunhar Cristo no cotidiano, transformando o crismado em um verdadeiro soldado de Cristo.



1. O Que é a Confirmação? Um Pentecostes Pessoal

A Confirmação é um dos sete sacramentos da Igreja Católica e, juntamente com o Batismo e a Eucaristia, completa os Sacramentos da Iniciação Cristã. Ela é a efusão do Espírito Santo, que já recebemos no Batismo, mas agora de forma mais plena e consciente, como ocorreu com os Apóstolos no dia de Pentecostes [2].
Significado: A palavra "Crisma" vem do grego chrisma, que significa "unção". Esta unção com o óleo do Crisma simboliza a força do Espírito Santo que penetra na alma do fiel, marcando-o com um selo indelével. O crismado torna-se, assim, um "cristão" no sentido pleno, ou seja, um "ungido" [3].
Ritos Essenciais: O rito central da Confirmação consiste na unção com o Crisma na fronte do batizado, feita pelo Bispo (ou presbítero delegado), acompanhada da imposição das mãos e das palavras: "Recebe por este sinal o Dom do Espírito Santo" [4].

2. Efeitos Espirituais: Fortalecimento e Missão

Os efeitos da Confirmação são profundos e transformadores, capacitando o cristão para uma vida de fé mais intensa e para o cumprimento de sua missão no mundo:
Aumento da Graça Batismal: A Confirmação aperfeiçoa a graça batismal, unindo-nos mais firmemente a Cristo e aumentando em nós os dons do Espírito Santo [5].
Fortaleza para Testemunhar: O sacramento confere uma força especial do Espírito Santo para difundir e defender a fé pela palavra e pela ação, como verdadeiras testemunhas de Cristo, para nunca se envergonharem do nome de Cristo [6].
Selo Espiritual Indelével: Assim como o Batismo, a Confirmação imprime na alma um caráter espiritual indelével, um "selo" de Cristo, que não pode ser apagado [7].
Dons do Espírito Santo: Recebemos os sete dons do Espírito Santo (Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus) de forma mais plena, que nos auxiliam a viver as virtudes e a responder aos desafios da vida cristã [8].

3. A Confirmação e a Missão do Cristão no Mundo

Com a Confirmação, o cristão é enviado à missão. Não se trata apenas de um fortalecimento pessoal, mas de uma capacitação para ser "sal da terra e luz do mundo" (Mt 5,13-14). O crismado é chamado a:
Testemunhar a Fé: Viver e proclamar o Evangelho em todos os ambientes, com coragem e convicção, defendendo a verdade da fé diante dos desafios do mundo contemporâneo.
Engajar-se na Igreja: Participar ativamente da vida da comunidade eclesial, contribuindo com seus dons e talentos para a construção do Reino de Deus.
Transformar o Mundo: Atuar na sociedade, na política, na economia, na cultura, buscando impregnar todas as realidades temporais com os valores do Evangelho, promovendo a justiça, a paz e a caridade [9].
A Confirmação nos torna "soldados de Cristo", não no sentido de uma luta violenta, mas de um combate espiritual contra o mal, armados com a verdade, a justiça e o amor [10].

Conclusão

A Confirmação é, portanto, um sacramento de profunda importância na vida do cristão. Ela nos insere mais profundamente no mistério pascal de Cristo, nos fortalece com os dons do Espírito Santo e nos envia à missão de testemunhar o Evangelho em todas as dimensões da vida. Ao receber a Crisma, o fiel assume um compromisso sério com sua fé, tornando-se um adulto na fé, capaz de discernir, amar e servir. Que cada crismado possa viver plenamente essa graça, sendo um instrumento dócil nas mãos do Espírito Santo para a edificação do Reino de Deus.


Referências

[1] Opus Dei. O que é a crisma ou confirmação? Disponível em:
[2] Canção Nova. A importância do sacramento da Crisma. Disponível em:
[3] Biblioteca Católica. O que é o Sacramento do Crisma? Disponível em:
[4] Catecismo da Igreja Católica, n. 1293-1301. Disponível em:
[5] Guia Santo. O Sacramento da Crisma: A Plenitude do Espírito Santo. Disponível em:
[6] Cúria Regional Santana. Efeitos do sacramento da confirmação. Disponível em:
[7] Revista Arautos. O Sacramento da Crisma – Uma Igreja de soldados! Disponível em:
[8] Catecismo da Igreja Católica, n. 1303. Disponível em:
[9] Fé que se entenda! Confirmação ou Crisma. Disponível em:
[10] Santo Tomás de Aquino. Suma Teológica, III, q. 72, a. 5. Disponível em: