1 de julho de 2025

Jovens impulsionados pelos desafios da nossa sociedade

Quais os desafios dos jovens da nossa sociedade? O que eles buscam?

Muitos jovens esperançosos se aventuram em exames que lhes possibilitem o acesso à Universidade. Outros, ainda jovens, concluem seus cursos e buscam o lugar na sociedade, procurando encontrar trabalho e emprego. Pelas ruas, rostos carregados da sofreguidão e passos, muitas vezes, agitados de quem procura pagar suas dívidas, comprar uma casa, recolocar-se no mercado de trabalho, ansiedades, dificuldades financeiras ou as lutas pela própria saúde e da família.

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Nas curvas da vida, a morte de pessoas queridas, acidentes, crises no casamento e na convivência familiar, escândalos. Para todos nós, a insegurança gerada pela violência de cada dia ou pelos desacertos administrativos que percorrem, de alto a baixo, a prática política brasileira.

E como administrar (agora é conosco) esses e outros tantos desafios que se apresentam?

Nosso tempo traz consigo perigos a serem superados pelo cristão. De um lado, uma fuga das responsabilidades que a vida oferece, mas também um risco à mundanização: fazem as pessoas mergulharem de tal forma no seu dia a dia, que elas perdem o rumo e a esperança. O equilíbrio se chama vigilância (Cf. Mt 25,1-13), prontidão para enfrentar com serenidade e seriedade todos os desafios, sem esquecer o Senhor e Suas promessas. Também reconhecer as muitas "visitas" do Senhor, certos de que Ele virá. Prontos para acolher as demoras de Deus, sabedores de que ele é o Senhor da história.

A seriedade do momento presente exige preparação, prontidão, envolvimento pessoal, responsabilidade. Um dia, o Senhor virá para consumar as bodas com a humanidade. Poderão participar da festa as pessoas que se encontrarem preparadas. Não podem faltar a dedicação, o óleo para manter acesa a lâmpada; e para que a fé, a esperança e o amor permaneçam acesas: fidelidade e perseverança. Vamos por passos.


O que buscar?

Não esquentar a cabeça, contar de um até dez, acalmar-se, alguns até recomendam um chá de camomila! São recomendações bem populares e práticas, a serem elevadas a um nível inigualável, quando as pessoas se abrem para aquela sabedoria que vem do alto, e essa é um dom do Espírito Santo, que nos possibilita descobrir o gosto que Deus pôs nos acontecimentos alegres ou tristes. A Palavra de Deus (Sb 6,12-16) aponta para a Sabedoria resplandecente e sempre viçosa! Madrugar por ela, contemplá-la por amá-la, meditar, exercitar-se na prudência. Acolher a sabedoria que é um dom do Espírito Santo, para viver nesta terra com os critérios que vêm do alto.

Há que se procurar a sabedoria, desejá-la e amá-la. Como? Na oração, na leitura da Bíblia, na partilha de nossa vida cristã, no conselho de pessoas mais experimentadas nos caminhos de Deus, saber perguntar a respeito de Sua vontade! E Ele quer sempre alguma coisa de nós, mas sempre o bem e o que constrói a vida com dignidade!

Olhar ao nosso redor, identificar as pessoas que têm o mesmo sonho de fidelidade a Deus e anseiam pelo seu Reino, gente que ama a Igreja e quer percorrer um caminho diferente, para compartilhar experiências positivas de vivência do Evangelho. São muitos os grupos de cristãos comprometidos, nas Comunidades, Paróquias e Movimentos Eclesiais que significam verdadeiros oásis, nos quais é possível rezar juntos, alimentar-se da Palavra de Deus, encontrar companhias autênticas, socorrer os que se encontram fragilizados, estabelecer parcerias inteligentes com quem quer fazer o bem. Talvez essas pessoas não falem tanto, mas agem, utilizam critérios novos, são verdadeiros tesouros escondidos a serem descobertos e valorizados. São incontáveis aquelas que tenho encontrado e aprendido a valorizar.

Vigilantes e preparados

Vigilância significa também a coragem para tomar posições corajosas, diante da mentira e das muitas ideologias correntes. Cada pessoa, no campo que lhe é próprio, pode e deve perguntar-se se pode fazer algo mais para defender a verdade e viver os valores do Evangelho. É hora ainda de apelar a muitos que agora se encontram em posições importantes na sociedade e na política, a fim de que sejam coerentes com suas raízes cristãs e católicas. Vigilância significa lutar contra o torpor e a negligência para alcançar a meta.

A conclusão de Jesus, ao final da parábola das dez virgens, cinco previdentes e cinco imprevidentes, serve para compreendermos o que o Senhor disse, ao contar uma história ambientada numa festa de casamento: "Vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora" (Mt 25,13). Deus pode vir a qualquer momento da nossa vida. Todos devemos estar preparados, como as jovens virgens prudentes. Precisamos estar prontos ao serviço a sermos oferecidos a Deus e ao próximo.

Dá para rezar e até cantar: "Vigia esperando aurora, qual noiva esperando o amor, é assim que o servo espera, a vinda do seu Senhor. Ao longe, um galo vai cantar seu canto, o sol no céu vai estender seu manto, na madrugada eu estarei desperto, que já vem perto o dia do Senhor. A minha voz vai acordar meu povo, louvando a Deus, que faz o mundo novo. Não vou ligar se a madrugada é fria, que um novo dia logo vai chegar. Se é noite escura, acendo a minha tocha, dentro do peito, o sol já desabrocha, filho da luz, não vou dormir: vigio! Ao mundo frio vou levar o amor!" (Padre Jonas Abib).



Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/jovens-impulsionados-pelos-desafios-da-nossa-sociedade/

Redes sociais e fé cristã: um chamado à missão digital no século XXI

O Dia Mundial das Redes Sociais, também conhecido como Social Media Day, comemorado em 30 de junho, é uma data que não pode passar despercebida. Em meio a tantas discussões sobre o assunto em várias áreas do conhecimento, também a Igreja tem olhado para este tema com bastante atenção. Devido à amplitude de abordagens que podem ser tratadas sobre as redes sociais, gostaria de me restringir a uma reflexão sob o ponto de vista da fé cristã.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Começo lembrando que o próprio Papa Leão XIV reconheceu que este tempo de revolução digital será uma preocupação do seu pontificado. Quatro dias depois de sua eleição, ao receber a imprensa mundial, presente em Roma para a cobertura do sepultamento do Papa Francisco e o Conclave, o Santo Padre afirmou: "A comunicação, de fato, não é apenas a transmissão de informações, mas a criação de uma cultura, de ambientes humanos e digitais que se tornam espaços de diálogo e discussão" (Discurso de Leão XIV aos profissionais da imprensa em 12 de maio de 2025). Com essa afirmação do Santo Padre, podemos levantar alguns pontos que nos ajudam a entender formas de lidar melhor com essas mídias, que revolucionaram a maneira de viver do século XXI.

Dois pontos importantes sobre as redes sociais

O primeiro destaque que faço é sobre os objetivos das redes sociais. Desde que surgiram as primeiras, vimos que a proposta central era colaborar nas relações. O que começou para reunir pessoas em grupos e comunidades se transformou em grandes modelos de negócios e plataformas, onde riscos, verdades e mentiras circulam a todo instante.

Neste sentido, um segundo ponto importante a ser ressaltado é o de que as mídias em si não são boas ou más, por mais que se questione os mecanismos dos algoritmos e suas finalidades. O que prova essa afirmação é que as mesmas redes são usadas por grupos diversos tanto para construir pontes quanto muros; ou tanto para erguer o ser humano ou destruí-lo. A grande questão em relação às redes sociais está na forma como as usamos. Isso inclui finalidade, frequência e diálogos.

Retomando a afirmação do Papa, nossa preocupação precisa estar no tipo de ambiente que criamos nestas mídias. Diferentemente dos meios tradicionais, nestas novas plataformas, não falamos com um público massivo, mas com pessoas que fazem ou não parte de nossos grupos. Nelas não apenas emitimos nossas opiniões, mas ouvimos as dos outros. Porque eles têm espaço para se manifestar diante das nossas declarações. 

Como cristãos, precisamos enxergar que o espaço de escuta, o direito de resposta das pessoas e a palavra oportuna têm o seu lugar. Por isso as várias formas de "cancelamento" que acontecem jogam contra a própria natureza das redes (o das relações).

O que cabe aos cristãos nas redes sociais?

Os que creem em Cristo podem estar nestes ambientes, posicionando-se a partir dos valores de Jesus não só nas palavras, mas também nas formas de uso. Que termos temos usado nas redes? Quem incluído é quem cancelamos em nossos discursos?

Sabemos também do quanto uma grande quantidade de horas expostos nessas plataformas mexem com nosso cérebro, interferindo de fato em nossa produção hormonal, em nosso sono e capacidade de concentração e em tantas outras questões.  O que não dizer de pessoas que entram em depressão ou pensamentos suicidas por não serem acolhidas em grupos ou por terem sofrido agressões ou dislikes?

Com isso, o que afirmo é que precisamos reassumir o controle dessas redes. O ser humano, imagem e semelhança de Deus – com capacidade de pensar, liberdade para decidir e dar sentido às coisas – transcende tudo isso e deve se impor. De que forma?


Como "ser humano" nas mídias digitais?

1. Responsabilizando-se pelo que você posta. As pessoas anseiam por exemplos genuínos e palavras autênticas que expressem a verdade que conhecemos em Deus. Não nos cabe transmitir ou replicar conteúdos mentirosos, sem antes discernir a veracidade dos fatos. É um dever lembrar se estaremos ou não ofendendo o próximo, porque o amor é a nossa lei maior.

2. Discernindo quem seguimos. Cabe aqui também a reflexão sobre aqueles que "seguimos". A cada dia, surge um novo influencer. O nome dessa nova profissão, por si só, já é um convite à vigilância: por quem estamos nos deixando influenciar? O que essa pessoa pensa? Quem já decidiu seguir a Cristo, não pode ter outros senhores! A primazia é de Jesus!

3. Saber selecionar. Podemos, sim, escolher usar as redes para construir o Reino de Deus, decidindo não nos escravizarmos por elas. Aproveitemos seu imenso potencial para criar ambientes cada vez mais humanos, sem deixar que elas nos roubem o olhar nos olhos, a percepção da beleza das pessoas e a apreciação da natureza, obras da criação divina.

Há um potencial enorme nas mídias sociais para a evangelização, que torna possível alcançar pessoas em todas as partes do mundo, onde valores construtivos podem ser disseminados e a produção de conteúdo não é mais restrita a pequenos grupos. A sabedoria de grandes evangelizadores como São Paulo nos inspira a "examinar tudo e reter o que é bom!" (1 Ts 5,21).

Pense nisso e que a Virgem Maria, Rainha da Comunicação, interceda por nós!



 


Elane Gomes

Missionária da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Professora de Língua Portuguesa, radialista e especialista em Comunicação e Cultura. Mestra em Comunicação e Cultura. Atualmente trabalha no Jornalismo da TV Canção Nova de São Paulo. Prega em encontros pelo Brasil e atua como formadora de membros da Comunidade. É esposa, mãe e trabalha também com aconselhamento de casais.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/redes-sociais-e-fe-crista-um-chamado-missao-digital-no-seculo-xxi/