24 de maio de 2023

O lugar das Sagradas Escrituras na Doutrina da Igreja, segundo o Catecismo


Com efeito, por muito diferentes que sejam os livros que a compõem, a Escritura é una, em razão da unidade do desígnio de Deus, de que Jesus Cristo é o centro e o coração, aberto desde a sua Páscoa.

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Como comentamos nas matérias anteriores, o Catecismo, entre os parágrafos 81 a 83, já começa a explicar a relação entre a Sagrada Tradição e as Sagradas Escrituras. Porém, a importância dada à Palavra de Deus é tão notória, que o Catecismo, em seus parágrafos 101 e 102, continua evidenciando o valor dos textos bíblicos.

Leia: "Na condescendência de sua bondade Deus, para se revelar aos homens, fala-lhes em palavras humanas: 'As palavras de Deus, com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o Verbo do eterno Pai se assemelhou aos homens assumindo a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens. Por meio de todas as palavras das Sagradas Escrituras, Deus pronuncia uma só Palavra, seu verbo único, no qual se expressa por inteiro".

Essas convicções expressas pelo documento, fazem lembrar um belo princípio que alguns atribuem a São Francisco de Assis: "Às vezes é difícil para um pobre vir até nós. Então precisamos ir ao encontro do pobre". Deus, como um Pai atento e rico de glória e poder, vem ao nosso encontro e fala conosco, seus pobres filhos, numa linguagem simples e compreensível no âmbito da fé e da própria razão. 

As Escrituras Sagradas, como professa a fé da Igreja, tiveram como autor o próprio Deus. Sobre esse ponto, leia o que o Catecismo diz no parágrafo 104: "Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra continuamente o seu alimento e a sua força, porque nela não recebe apenas uma palavra humana, mas o que ela é na realidade: a Palavra de Deus. 'Nos livros sagrados, com efeito, o Pai que está nos Céus vem amorosamente ao encontro dos seus filhos, a conversar com eles'".

Deus conversa, ou melhor, entra em relação com o homem, usando como instrumentos os componentes próprios da condição humana, tais como sensibilidade, afeto e, principalmente, a razão. A faculdade da razão é essencial para se ter fé, pois a razão é a instância relacional que induz o homem a se questionar sobre a essência e sentido último de tudo o que existe. Foi apoiado nessa convicção que o Papa João Paulo II fez essa belíssima declaração: "A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio" (Fides et Ratio, 1998). 

 A graça de Deus, por meio da fé, ilumina a razão e as duas juntas contribuem para esse mergulho relacional do homem em Deus, por meio das Escrituras Sagradas. 

O Espírito Santo, grande intérprete dos textos bíblicos

Outra verdade que o Catecismo evidencia de forma bela é que a interpretação correta e profunda da Palavra de Deus só pode ser feita por meio do mesmo Espírito que a inspirou: "Nas Sagradas Escrituras, Deus fala aos homens à maneira dos homens. Para interpretar a Escritura é preciso, portanto, estar atento àquilo que os autores humanos quiseram realmente afirmar e àquilo que Deus quis manifestar-nos pelas palavras deles" (CIC 109).   

Para mergulhar nos ensinamentos bíblicos, então, faz-se necessário levar em conta os fatores históricos, religiosos e culturais nos quais seus autores viveram. Não espere que um autor bíblico fale sobre celular, televisão, rádio, aviões, fogão a gás etc.. Eles não dispunham desses recursos modernos, logo, Deus não falaria com eles usando isso como tema de exortação e consolação. No entanto, eram tão essenciais e antropológicos os conflitos e dúvidas que eles traziam, que as respostas que encontraram na relação com Deus podem iluminar os homens de todos os tempos e lugares. A Palavra, dessa forma, se faz viva e mais que atual.

Depois, atento aos constantes perigos de equívocos e mau uso dos textos bíblicos, o Concílio Vaticano II indicou três critérios para uma interpretação correta dos mesmos, como vemos nos parágrafos 112 a 114 do Catecismo:

Parágrafo 112: "Prestar muita atenção ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira"; 

Parágrafo 113: "Ler a Escritura dentro da Tradição viva da Igreja inteira, os ensinamentos dos grandes nomes da Patrística etc.";  

Parágrafo 117: "Estar atento ao sentido espiritual, literal, alegórico, moral e analógico da fé. Por 'analogia da fé' entendemos a coesão das verdades da fé entre si e no projeto total da Revelação".

Além dessas orientações doutrinais para a interpretação dos textos bíblicos, o Catecismo também chama a atenção para um olhar particular que se deve ter para o Antigo e o Novo Testamentos, de modo que a experiência com Cristo e sua Boa Nova seja a "lente de contato" para a leitura frutuosa dos textos da antiga Aliança:  "Os cristãos leem, pois, o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. Esta leitura tipológica manifesta o conteúdo inesgotável do Antigo Testamento. Mas não deve fazer-nos esquecer de que ele mantém o seu valor próprio de Revelação, reafirmado pelo próprio Jesus, nosso Senhor. Aliás, também o Novo Testamento requer ser lido à luz do Antigo. A catequese cristã primitiva recorreu constantemente a este método. Segundo um velho adágio, o Novo Testamento está oculto no Antigo, enquanto o Antigo é desvendado no Novo" (CIC 129).

Tamanha é a importância da Palavra de Deus na vida da Igreja, que o Catecismo termina esse capítulo dizendo: "É tão grande a força e a virtude da Palavra de Deus, que ela se torna para a Igreja apoio e vigor e, para os filhos da Igreja, solidez da fé, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual. É necessário que 'os fiéis tenham largo acesso à Sagrada Escritura'".  

Que o nosso estudo das Sagradas Escrituras seja, portanto, como a alma da Sagrada Teologia e do anúncio de Jesus. 

 



Fonte: https://comshalom.org/o-lugar-das-sagradas-escrituras-na-doutrina-da-igreja-segundo-o-catecismo/

22 de maio de 2023

Quantos abraços são necessários para sobreviver?


O abraço reduz o estresse, aumenta a proteção, dá a segurança, envolve a dor, consola o choro, acolhe a felicidade, direciona no medo, acalma o desespero, aquece o frio, libera o perdão e restaura a confiança. O abraço tem os mesmos braços que podem consolar um luto de uma partida, como podem segurar uma vida que acabou de nascer.

Dessa forma, as feições físicas ajudam a manter em harmonia as nossas emoções, e o abraço pode reduzir o estresse, pois, estimula a liberação de dopamina — "hormônio do prazer" —, bem como a serotonina — "hormônio do bem estar"—, e a ocitocina —"hormônio do amor".

"Precisamos de 4 abraços por dia para sobreviver. Precisamos de 8 abraços por dia para nos manter. Precisamos de 12 abraços por dia para crescer" (Psicoterapeuta norte-americana Virginia Satir). Ao abraçar, promovemos benefícios para a saúde física e mental, tanto para si quanto para o outro que é abraçado.

Créditos: PeopleImages by GettyImages/cancaonova.com

Os abraços salvam vidas

Diversos estudos evidenciam que o abraço pode reduzir batimentos cardíacos, pressão sanguínea, tudo isso devido ao contato da pele que possui uma rede de centros de pressão que estão em contato com o cérebro, por meio de nervos que estão em conexão com vários órgãos, dentre eles o coração.

Dentro do abraço temos o contato que ativa os receptores de pressão da pele, os corpúsculos de Pacini, que respondem, principalmente, à pressão profunda, emitindo sinais para o nervo vago imediatamente. Há uma estimulação do nervo vago que desempenha um papel importante no sistema parassimpático, o que seria uma espécie de freio quando estamos com muito estresse.


O afastamento causado pela pandemia de Covid-19

E ainda após a pandemia, muitos se encontram com receio de abraçar e de se aproximar, mas com toda essa explicação podemos perceber que o abraço nos causa mais benefícios do que malefícios.

Quantos abraços não dados, quantas vidas não tocadas, quantos corações não consolados; mas basta um olhar atento e um pouco mais demorado ao redor para perceber quem precisa desse abraço, e quem ainda pode ser abraçado.

Quando foi a última vez que você abraçou quem você ama? Os seus pais? Os seus filhos? O seu marido? A sua esposa? Os seus irmãos? Ou ainda aquele amigo que você tanto ama? Ou parabenizou alguém com um abraço bem dado? Ou consolou alguém?

Abrace agora!

No ano passado, após um acidente, eu precisei de uma cirurgia para conservar o movimento do meu braço, e também respeitar o tempo de repouso, sendo assim, eu tive de economizar nos abraços. E quanto isso me fez falta! A nossa vida é um brevíssimo segundo.

Se você pode abraçar, abrace agora! Se você pode amar, ame agora! Que sejamos lembrados pelo que fomos e agimos! Que possamos construir o nosso legado agora, começando pelas nossas atitudes a serem eternizadas aqui, nesta terra.

Rafaela Rodrigues – Missionária, Psicóloga, Pós Graduanda em Análise Existencial e Logoterapia Frankliana.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/quantos-abracos-sao-necessarios-para-sobreviver/


19 de maio de 2023

A Ascensão de Jesus Cristo: entronização à direita de Deus


A Ascensão de Jesus Cristo é um evento que marca a partida física de Jesus Cristo da Terra. Após a ressurreição, Jesus apareceu aos Seus discípulos várias vezes durante um período de quarenta dias, ensinando-os e preparando-os para a missão que teriam pela frente.

No quadragésimo dia, Jesus levou Seus discípulos para o Monte das Oliveiras. Abençoou-os e, em seguida, subiu ao céu diante de seus olhos. A Ascensão de Jesus é celebrada como um evento importante na tradição cristã. É considerada como a conclusão do ministério terreno de Jesus Cristo e a Sua entronização à direita de Deus Pai.

Dogmas da fé

A Ascensão é celebrada, geralmente, ocorrendo 40 dias após o domingo de Páscoa, um dos dogmas da fé cristã. Dogmas são verdades de fé fundamentais que são consideradas inquestionáveis e essenciais para a doutrina cristã. A proclamação do dogma da Ascensão de Jesus Cristo não ocorreu em um único evento ou concílio específico, mas foi gradualmente aceita e desenvolvida pela tradição cristã ao longo dos séculos, pautada na revelação contida nas Sagradas Escrituras.

Créditos: sedmak by GettyImages/cancaonova.com

A crença na Ascensão de Jesus Cristo

A crença na Ascensão de Jesus Cristo é claramente afirmada em vários livros do Novo Testamento, incluindo os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos. Além disso, os primeiros cristãos acreditavam na Ascensão e celebravam-na como um evento importante, evidenciado por algumas obras dos primeiros séculos da era cristã. No século VI, foi incluído no Credo de Santo Atanásio. A crença na Ascensão de Jesus tem sido uma parte integral da doutrina e tem sido defendida pelos concílios ecumênicos, como o Concílio de Trento no século XVI.


Passagens de celebração

As bases contidas nas Sagradas Escrituras podem ser vistas a seguir:

"Então, o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus." (Marcos 16,19)
"E, levantando as mãos, os abençoou. E aconteceu que, enquanto os abençoava, se apartou deles e foi elevado ao céu." (Lucas 24,50-51)
"Enquanto os abençoava, ele se afastou deles e foi elevado ao céu." (Atos dos Apóstolos 1,9)
"Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir". (Atos dos Apóstolos 1,11)
"Porque não foi a um santuário feito por mãos que Cristo entrou, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora aparecer diante da face de Deus por nós."  (Hebreus 9,24)

Essas passagens descrevem a Ascensão de Jesus Cristo ao céu, onde Ele se sentou à direita de Deus. São frequentemente lidas e refletidas durante a celebração da Ascensão, que é um feriado litúrgico importante para muitas denominações cristãs.

Assim diz o prefácio da Ascensão I: "Vencendo o pecado e a morte, vosso Filho, Jesus, rei da glória, subiu (hoje) ante os anjos maravilhados ao mais alto dos céus. E tornou-se o mediador entre vós, Deus, nosso Pai, e a humanidade redimida, juiz do mundo e Senhor do universo. Ele, nossa cabeça e princípio, subiu aos céus não para se afastar de nossa humildade, mas para nos dar a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade…



Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/a-ascensao-de-jesus-cristo-entronizacao-a-direita-de-deus/


17 de maio de 2023

Matrimônio, sinal do amor


No sacramento do matrimônio, os noivos vão aceitar essa missão. Vão dizer ao Senhor: "Sim, aceito que meu amor se transforme em reflexo do Seu". Quero amar meu cônjuge não segundo meus desejos, mas tratar de os amar como o Senhor ama a Igreja, como Ele ama a humanidade inteira, como ama cada ser humano.

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Na primeira Carta de S. João podemos ler não somente quem é Deus, mas também qual a razão de tudo o que somos e temos: "Deus é Amor". Deus ama porque é o Amor, e nós amamos porque Deus nos amou primeiro. No Catecismo da Igreja Católica explica do mistério do casamento e da família justamente transmitindo isto:

"Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação inata e fundamental de todo ser humano. Pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é Amor. Tendo-os criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom aos olhos do Criador."

E este amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e realizar-se na obra comum de preservação da criação: "Deus os abençoou e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a" (Gn 1,28)".

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Cada ser humano criado no mundo é chamado a ser fecundo, a multiplicar-se, encher a terra e submetê-la. E de modo muito especial, os casais estão no mundo para realizar isto e encontrar através deste chamado a felicidade nesta vida e na vida definitiva.

Como encontrar meios?

Mas onde vamos encontrar os meios e a capacidade, de sermos, como família no mundo, a imagem e semelhança do amor absoluto e sem defeito de Deus por nós? Podemos começar conhecendo, digamos assim, o "código genético" do nosso ser mais profundo: à imagem e semelhança da Santíssima Trindade.

"A Santíssima Trindade é compreendida como família ou comunhão originária que realiza e goza eternamente o Mistério do Amor. Nesta Família existe um só coração e uma só alma como se dizia dos primeiros cristãos: cada Pessoa dá aos outros tudo o que possui. Desta forma, em mistério de unidade, as três Pessoas da Santíssima Trindade realizam o encontro de amor originário". Cada membro da Santíssima Trindade dá, acolhe e compartilha gratuitamente tudo o que é, tem e faz. Cada Pessoa não é individualista, nem se fecha sobre si mesma se opondo às outras, mas ao contrário cada um é comunicação e entrega incessante de si mesma.

Vivemos à imagem deste Amor Divino. Por isto, quando uma pessoa humana decide viver em isolamento, possuindo e desfrutando a só de si mesma, vai destruindo a si mesma e aos outros. Mas quando uma pessoa, tomando como fonte o modelo trinitário, dá tudo e se dá toda como o Pai, acolhe tudo como o Filho e compartilha tudo como o Espírito Santo, ela tem vida e gera muitas vidas.

Façamos aqui, três hipóteses para ilustrar a necessidade que cada membro da família humana tem de viver a imagem dos membros da Santíssima Trindade: Se Deus Pai, resolvesse deixar de dar-se inteiramente, para se resguardar de sofrer, estaria deixando de viver como Pai, destruindo a si mesmo. Da mesma forma aconteceria se Deus Filho, por falta de confiança, resolvesse recusar o dom do pai, inclusive o dom da Sua vontade, que é sempre amor, perderia a vida de Ressuscitado, a glória que encontra hoje ao lado do Pai. Assim também com o Espírito, se recusasse ser eternamente esse dom de amor, esse laço que une o Pai e o Filho em eterna doação mútua, perderia a razão de existir. E nós nem existiríamos.

Da mesma forma, cada membro da família humana, criada à imagem e semelhança da família divina, quando deixa de dar, acolher e ser laço que une, deixa de ser amor, e esta família não existe, não tem razão de ser. Essa terceira Pessoa da Família divina só pode se revelar a nós, em nós e através de nós quando damos a vida e acolhemos a vida.

Chegamos assim ao fundo do mistério do amor da família humana, onde cada membro precisa dar, acolher e unir, conforme cada situação concreta que vive a cada instante. Cada membro da família tem imenso valor, não pelo que é, faz ou tem, mas pelo seu ser criado á imagem e semelhança de Deus. Às vezes supomos que Deus é simplesmente amor que dá, e por isso parece-nos que receber é inferior, indigno de pessoas responsáveis. Outras vezes nos colocamos apenas numa posição receptiva, cobrando tudo do outro, sem nos abrirmos para perceber em Deus, o que estamos recusando a dar. Outras vezes estamos em situação de sermos ponto de discórdia entre os outros membros da família, esperando que outros nos unam.

Mas na família divina, a imagem da qual nasce toda família humana, não é mais quem dá, nem é menos quem recebe, nem quem à todo custo, deixa de resguardar a própria individualidade, e esquece de si mesmo para ser laço de união, compartilhando tudo o que é, tem e faz com os outros.

Assim vivia o primeiro casal humano antes do pecado. Do mesmo modo, Jesus nos dá a Graça de viver, porque Ele deu a vida para que voltemos a sermos um, como Ele e o Pai são um, no Espírito Santo, porque assim é o fruto comum do amor. Nossa família precisa ser cheia do Espírito de Deus, para ser expressão criada da perfeita comunidade de Amor divino.

Diante disso, nossa primeira atitude diante de Deus, é o agradecimento, pelo valor que temos diante de Deus, que criou cada um de nós em Cristo, para amar indistintamente, e como famílias, nos chamou a ser imagem do seu Amor. E a segunda atitude, é abrir o coração, a fim de deixar que seu Espírito de Amor penetre em nossa casa e  realize esse processo de amor em nossa vida.


Fonte: https://comshalom.org/matrimonio-sinal-do-amor/


15 de maio de 2023

A mensagem evangélica de Nossa Senhora de Fátima


A mensagem de Nossa Senhora de Fátima se inicia na primeira aparição, com uma ordem vinda do céu: "Não tenhais medo". Ela Traz em si um resumo do Evangelho, ou seja, é uma mensagem evangélica! O "não tenhais medo" não foi uma ordem apenas para aquele momento que viviam os pastorinhos e toda a humanidade, mas é para o agora, o hoje e para o futuro. É a ordem de Deus, que sabe dos desafios que enfrentaremos conosco mesmo e também com o mundo secularizado.

Quantos medos enfrentamos no nosso dia a dia? Diante de todos eles, temos o único e verdadeiro Deus, que nos ama e está conosco em toda e qualquer situação. Ele é a nossa força e coragem! Foi assim na vida dos pastorinhos de Fátima, receberam a ordem: "Não tenhais medo", que os guiou por toda a vida. Durante e após as aparições, nas provações, perseguições, mesmo chamados de mentirosos e levados para a prisão, embora com medo, permaneceram fiéis até o fim.

A mensagem evangélica de Fátima

Nossa Senhora transmite uma mensagem do Pai que ama, vê e está conosco. Ela sempre nos trás Jesus e o Espírito Santo que é a nossa força, coragem e nos faz perseverar com fidelidade no seguimento de Cristo.

Somos filhos amados! Recordemos que o próprio Deus nos diz diversas vezes: "Não temais". Estudiosos afirmam que existem 366 menções do termo "não temais" na Bíblia, um para cada dia do ano, inclusive o ano bissexto.

Créditos: Santuário de Fátima, Portugal/cancaonova.com

Confie em Deus

Em Isaías 41,10: "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo e te sustento com a destra da minha justiça". Quando estiver com medo, lembre-se de Deus. No livro de Josué 1,9: "Não mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares".


Portanto, quando vier o medo, creia que você tem um Deus que é maior do que qualquer dificuldade. Confie n'Ele! Ele está sempre presente para nos ajudar. Peça a ajuda de Nossa Senhora, assim como fez a Sua prima Isabel. Experimente a força do Alto, o Espírito Santo, e siga com fé.

Nilza Maia, Comunidade Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/a-mensagem-evangelica-de-nossa-senhora-de-fatima/


13 de maio de 2023

Oração pedindo os Dons do Espírito Santo

É hora de intensificarmos nosso pedido: Vinde, Espírito Santo! Vinde sobre nós pessoalmente. Vinde sobre toda Igreja. Vinde sobre toda a cristandade. Nesta semana de Oração pela unidade dos cristãos Vinde sobre nós católicos, sobre os Ortodoxos, sobre os Evangélicos. Vinde sobre a humanidade inteira. Rezemos clamando nestes dias de preparação para a Solenidade de Pentecostes os sete dons do Espírito de Deus: SABEDORIA, INTELIGÊNCIA, CONSELHO, FORTALEZA, CIÊNCIA, PIEDADE E TEMOR DE DEUS:


DOM DA SABEDORIA

"Mal podemos compreender o que está sobre a terra, dificilmente encontramos o que temos ao alcance da mão. Quem, portanto, pode descobrir o que se passa no céu? E quem conhece vossas intenções, se vós não lhe dais a Sabedoria, e se do mais alto dos céus vós não lhe enviais vosso Espírito Santo? Assim se tornaram direitas às veredas dos que estão na terra; os homens aprenderam as coisas que vos agradam e pela sabedoria foram salvos". (Cf. Sb 9,16-18)

Vinde Espírito de sabedoria! Instruí o meu coração para que eu saiba estimar os bens celestes e antepô-los a todos os bens da terra.

Oração: Ó Deus Todo-poderoso concedei-nos o Dom da Sabedoria, a fim de que cada vez mais gostemos das coisas divinas e, abrasados no fogo do vosso amor, prefiramos com alegria as coisas do céu a tudo que é mundano e nos unamos para sempre a Jesus, sofrendo tudo neste mundo por amor. Por Jesus cristo, vosso Filho na unidade do Espírito santo.

DOM DA INTELIGÊNCIA

"Sabemos que aquele que nasceu de Deus não peca; mas o que é gerado de Deus se acautela, e o Maligno não o toca. Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o Maligno. Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos
em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna". (1Jo 5,18-20)

Vinde espírito de Inteligência! Iluminai a minha mente Para que entenda e abrace todos os mistérios da fé e mereça alcançar um pleno conhecimento Vosso, do Pai e do Filho.

Oração: Ó Deus concedei-nos o Dom do Entendimento, para que pela luz celeste de vossa graça, bem entendamos as sublimes verdades da salvação e a doutrina da santa religião. Por Jesus Cristo, vosso Filho na unidade do Espírito Santo.

DOM DO CONSELHO

"Ouve os conselhos, aceita a instrução: tu serás sábio para o futuro. Há muitos planos no coração do homem, mas é a vontade do Senhor que se realiza". (Pr 19,20-21).

Vinde Espírito de Conselho! Assisti-me em todos os assuntos desta vida instável, torna-me dócil às inspirações e guiai-me sempre pelo caminho dos divinos mandamentos.

Oração: Ó Deus concedei-me o Dom do Conselho, tão necessário em tantos passos melindrosos da vida, para que sempre escolhamos o que mais vos agrada, e sigamos em tudo vossa divina graça. Por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

DOM DA FORTALEZA

"Demais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade. Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas ele me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte". (2Cor 12,7-10).

Vinde espírito de Fortaleza! Fortalecei o meu coração em todas as perturbações e adversidades e daí à minha alma o vigor necessário para resistir ao pecado e ao maligno.

Oração: Ó Deus concedei-nos o Dom da Fortaleza, para que desprezemos todo o respeito humano, fujamos do pecado, pratiquemos as virtudes da fortaleza com santo fervor e afrontemos com paciência e mesmo com alegria de espírito os desprezos, prejuízos e perseguições. Por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

DOM DA CIÊNCIA

"Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende triunfante, por cima de todos os céus. Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra"! (Sl 8,2. 5-7. 10).

Vinde Espírito de Ciência! Fazei-me ver a vaidade de todos os bens caducos deste mundo, para que não use senão para Vossa glória e salvação de minha alma.

Oração: Ó Deus concedei-nos o Dom da Ciência, para que conheçamos cada vez mais a nossa própria miséria e fraqueza, a beleza das virtudes e o valor inestimável da alma e para que sempre vejamos claramente as ciladas do demônio, da carne, do mundo, a fim de evitá-las. Por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

DOM DA PIEDADE

"Recomenda esta doutrina aos irmãos, e se rás bom ministro de Jesus Cristo, alimentado com as palavras da fé e da sã doutrina que até agora seguiste com exatidão. Exercita-te na piedade. Se o exercício corporal traz algum pequeno proveito, a piedade, esta sim, é útil para tudo, porque tem a promessa da vida presente e da futura". (1Tm 4,6. 8).

Vinde Espírito de Piedade! Vinde morar no meu coração e inclinai-o para a verdadeira piedade e santo amor a Deus.

Oração: Ó Deus concedei-nos o Dom da Piedade, para que aprendamos a amar-vos como nosso Pai e a todos os homens como nossos irmãos. Pó Jesus cristo, vosso filho, na unidade do espírito Santo.

DOM DO TEMOR DE DEUS

"Meu filho, se acolheres minhas palavras e guardares com carinho meus preceitos, ouvindo com atenção a sabedoria e inclinando teu coração para o entendimento; se tu apelares à penetração, se invocares a inteligência, se tu apelares à penetração, se invocares a inteligência, então compreenderás o temor do Senhor, e descobrirás o conhecimento de Deus, porque o Senhor é quem dá a sabedoria, e de sua boca é que procedem a ciência e a prudência." (Pr 2,1-6).

Vinde Espírito de Temor de Deus! Repassai a minha carne com o Vosso santo temor, de modo que tenha sempre Deus presente e evite tudo o que possa desagradar aos olhos de Sua divina majestade.

Oração: Ó Deus concedei-me o Dom do Santo Temor, para que sempre nos lembremos com suma reverencia e profundo respeito da vossa divina presença, e evitemos praticar tudo quanto possa vos desagradar. Por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

TERÇO DO ESPÍRITO SANTO:

Creio / Pai Nosso / 3 Ave Marias

Nas contas do Pai Nosso: "Recebereis o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas". (At. 1,8)

Nas contas da Ave Maria: Vinde Espírito Santo! Vinde Espírito Santo!


Padre Luizinho,
Missionário Canção Nova

11 de maio de 2023

A Liderança e o Discernimento dos Espíritos


Discernir é a capacidade de separar com plena distinção o certo do errado, de avaliar com tino e clareza a situação que se apresenta. Há várias formas de discernimento, que podem vir através da virtude da prudência (reflexivo e doutrinal), dos dons intelectuais de santificação (principalmente o dom do conselho) ou por manifestação carismática, sobre a qual pretendemos tratar.

Do conjunto das graças chamadas gratia gratis data(graça dada gratuitamente), a ação do Espírito Santo que revela o princípio animador de todas as coisas, que pode ser divino, humano ou diabólico, recebe o nome de dom carismático do discernimento dos espíritos. Trata-se de um dos dons comentados por São Paulo quando escreve aos Coríntios 12, 10c: "a outro o discernimento dos espíritos".

Esse tipo de manifestação carismática merece especial atenção da parte da liderança da Renovação Carismática Católica, a qual, pretendendo seguir devotamente o Espírito Santo, lida com uma grande obra de evangelização que requer clareza sobre a vontade de Deus em seu itinerário.

Como qualquer carisma extraordinário, o discernimento é dom de serviço que se manifesta conforme a necessidade. No caso, discernir os espíritos é necessidade imperiosa no apostolado carismático, seja no uso de outros carismas, como o de línguas, de profecia, seja nalgumas propostas ou situações que se apresentam, enfim, no dia a dia da vida carismática.

Mas, o mais importante nisso tudo é compreender que é Deus quem diz o que realmente é necessidade para o homem, para uma obra. Por isso, São Paulo afirma em I Cor 12, 7 que "a cada um é dada a manifestação do Espírito", e que o "Espírito distribui todos esses dons, repartindo a cada um como lhe apraz" (I Cor 12, 11), e existem tesouros maravilhosos nessas expressões do Apóstolo. Primeiro, pode-se entrever que o Espírito Santo é o grande maestro da sinfonia carismática, da manifestação dos dons. Aleluia! Segundo, que o mesmo Espírito tudo dirige como lhe apraz, como quer. Aleluia!

É claro para o Movimento que discernimento dos espíritos "é o 'dom do Espírito Santo através do qual uma pessoa percebe, intuitiva e instantaneamente, quais espíritos estão presentes e operantes em uma palavra, ação, situação ou pessoa'" (Módulo Básico).

Evidente que essa percepção tem natureza de revelação divina. Não há qualquer esforço que se possa fazer capaz de produzir uma manifestação do Espírito de tal índole. Isso nos coloca inteiramente na dependência de Deus, pois, é "Deus que opera tudo em todos" (cf. I Cor 12, 6b). Se Ele não vier com os esplendores de sua ação, nada acontece, estamos perdidos na incerteza da procedência dos moveres que nos cercam, como um navio sem rota.

Por fim, coloquemo-nos ao inteiro dispor de Deus. Ele conhece as nossas necessidades, as necessidades de nosso Movimento. Ele sabe a melhor hora de se manifestar. Se cultivarmos a docilidade para com Ele, temos um caminho aberto para as feituras de grandes coisas. E Deus, que "não é Deus de confusão, mas de paz"(cf. I Cor 14, 33), nos socorrerá com o auxílio de sua graça, que deve ser suplicada incessantemente por cada um nós.

 

Pedro Ferreira do Nascimento

Grupo de Oração Magnificat- Várzea Grande (MT)


Fonte: https://novoportal.rccbrasil.org.br/blog/a-lideranca-e-o-discernimento-dos-espiritos/