20 de fevereiro de 2017

Namoro, um envolvimento sem pular etapas

Muitos hoje pulam as etapas do namoro e vão para a cama sem mesmo conhecer quem está ao lado

Nós só enxergaremos o que Deus traz para nós se estivermos puros; da mesma forma, nós só viveremos um bom relacionamento se formos puros, pois a impureza desfigura nossos relacionamentos. Quando, no namoro ou no casamento, damos espaço para a impureza, afastamo-nos de Deus.

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Foto: skynesher, 19970184, by iStock getty images

Uma vez, ouvi alguém dizer que o sexo é como uma coceirinha que temos de coçar. Logo me lembrei de um rapaz que conheci, ele tinha uma mancha branca na perna, que coçava sempre, a qual se transformou numa ferida e, pouco tempo depois, virou um caroço do tamanho de um limão. Por mais que ele escondesse, aquilo foi percebido por sua família. Esta o levou ao médico e este disse que teriam de amputar a perna dele, pois aquilo tinha virado um tumor. Tempos depois, ele veio a falecer por causa daquela enfermidade, que foi tomando conta de várias partes de seu corpo.

Aquela coceirinha desfigurou aquele rapaz, pois ele perdeu a perna; depois lhe tirou a vida. Isso, muitas vezes, acontece conosco por causa daquilo que vivemos em nossos relacionamentos. Muitas vezes, pensamos que não há nada demais em viver um relacionamento de forma errada, mas se vivemos na impureza, aos poucos o vamos matando. Podemos até não morrer, mas se aquela pessoa era para ser seu marido ou sua esposa, acaba não o sendo por causa de um relacionamento vivido de forma errada.

Existem dois medos das pessoas que querem ter alguém em sua vida: o primeiro medo é morrer sem ninguém, é o medo de não achar a pessoa certa para sua vida. Mas quem já tem alguém também tem um medo. Você, às vezes, ainda é assombrado pelo medo de estar ao lado da pessoa que não era para estar, ou seja, da pessoa errada. Você quer saber o que deve fazer para descobrir a pessoa certa para sua vida? Você quer ter a certeza de que a pessoa que está ao seu lado é a certa para você?


Quando Deus criou o homem, Ele mesmo disse que não era bom que este ficasse só, e que iria dar-lhe uma ajuda que lhe fosse adequada. Se você não tem a sua esposa ou o seu marido como melhor amigo ou amiga, alguma coisa errada tem. A pessoa que entrar na sua vida para ser seu marido ou esposa tem que ser trazida por Deus.

É necessário que conheçamos bem a pessoa, pois muitos hoje pulam as etapas do namoro e vão para a cama sem mesmo conhecer quem está ao lado. Dão seu corpo ao outro, muitas vezes, sem nem saber o nome dele.

Pessoas com 20 anos de casamento não se conhecem totalmente, imagine as que se conheceram há alguns meses! Espere essa pessoa lhe provar que você é a única para ele, que você é o único para ela. Não se case com um traidor, pois ninguém se torna traidor, geralmente já o é antes mesmo de se casar. Conheça a pessoa, pois se você não a conhece corre o risco de ser traído.

Você não pode enganar ninguém! Se você não tem coragem de terminar um relacionamento, hoje, porque pensa em se separar se o casamento não der certo, provavelmente seu matrimônio não dará certo. Você precisa temer o Senhor, dar a Ele o lugar que é d'Ele.

Você tem coragem de dizer tudo à pessoa amada?

Eu converso tudo com minha mulher. Você tem coragem de dizer tudo à pessoa que está ao seu lado? Você tem coragem de dizer à pessoa sobre seus fracassos, pecados e tentações? Partilhando tudo com minha mulher, antes mesmo de nos casarmos, eu pude conhecê-la sem ter de ir para a cama com ela. E nós fomos nos conhecendo melhor sem queimar etapas.

Aprenda a conversar com seu namorado, com sua namorada, pois nós só amamos aquilo que conhecemos. Você vai reconhecer em Deus a pessoa que é para você. É impossível, aos olhos do mundo, um amor puro entre homem e mulher, mas para nós cristãos o amor é lei. Os cristãos eram reconhecidos pelo amor que tinham um pelo outro, e nós precisamos ser reconhecidos assim também, tanto no namoro como no casamento.

Esse desejo louco que você sente de encontrar alguém é apenas a confirmação de que Deus tem alguém reservado para você!

Márcio Mendes
Escritor, teólogo e missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/namoro-um-envolvimento-sem-pular-etapas/

16 de fevereiro de 2017

Radicalidade nos desejos e sentimentos

A radicalidade nos sentimentos pode levar à decepção

Partimos agora para a radicalidade nos desejos, o qual, às vezes, nos enganam e levam à perdição. Na sua profundidade, os desejos não são pecados, mas podem se tornar um grande meio para o pecado. Eles significam vontade de possuir ou de gozar, anseio, aspiração etc.; e estão ligados ao agir humano, pois revelam o mais profundo do homem. Desvelam o homem e expõem a sua intimidade, aquilo que, muitas vezes, está oculto no mais profundo do seu ser.

Todos nós temos desejos por alguma coisa, e nossa vida gira em volta de alguns deles. Quem não quer ser feliz ou fazer o outro feliz? Isso já está dentro de cada um, mas os nossos desejos foram feridos pelo pecado e passamos a entregá-los à ação do mal, pois o desejo do mundo presente é a nossa perdição; a maior ambição do demônio é nos ver no inferno, longe da graça de Deus.

Radicalidade nos desejos e sentimentosFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Não seguir os desejos da carne

Veja dentro de você se existem somente desejos para o bem e a pureza. Geralmente, queremos aquilo que o nosso corpo deseja ou vai satisfazer os prazeres carnais. "A carne, em seu sede, opõe-se ao Espírito, e o Espírito à carne; entre eles há antagonismo, por isso não fazeis o que quereis" (cf. Gl 5,17).

Precisamos querer somente Deus, inclinar-nos para Ele e buscar o Alto. Não nos deixemos ser seduzidos pelas vontades humanas nem influenciados pelos outros. Canalizemos tudo para o Senhor.

O amor deve ser a aspiração maior do nosso coração, pois causa em nós o desejo do bem ausente e a esperança de consegui-lo" (cf. CIC 1765). Queremos o mal e aquilo que nos leva para longe de Deus, porque ainda não experimentamos o amor d'Ele em nossa vida, que é capaz de preencher toda solidão e ausência de bem. ""A graça desvia o coração dos homens da ambição e da inveja, e o inicia no desejo do Sumo Bem; instrui-o aos desejos do Espírito Santo, que sacia sempre o coração do homem" (CIC 2541).


Há dentro de cada ser humano a vontade de buscar Deus e a bem-aventurança, as quais respondem ao desejo natural de felicidade, cuja origem é divina: Deus o colocou no coração do homem a fim de atraí-lo para si, pois só Ele pode satisfazê-lo" (CIC 1718).

Cabe a nós purificarmos nossos desejos de toda impureza e somente buscar o que Deus planeja para nossa vida, que é a nossa santificação. Isso não quer dizer que todos os nossos desejos sejam maus, mas é necessário que purifiquemos aqueles que nos afastam de Deus e não nos levam à santidade.

O amor não é só sentimento

Quanto aos sentimentos, esses, muitas vezes, enganam e levam-nos a nos perdermos neles, pois o sentir não é pecado, mas o consentir. Não podemos confundir amor com sentimento. O amor não é só sentimento, mas adesão e iniciativa. O sentimento pode ser consequência das emoções, e não podemos nos guiar pelas emoções, pois estas são traiçoeiras e enganadoras, vêm de maneira rápida e desaparecem de repente. O sentimento é sensibilidade.

Tornamo-nos sensíveis de acordo com determinadas situações. É um estado de espírito, e não podemos usar de sentimentos no nosso relacionamento com Deus; este precisa ser concreto e radical, não viver de sentimentalismo. Purifiquemos os nossos sentimentos de toda impureza.

 

14 de fevereiro de 2017

A relação entre o Antigo e o Novo Testamento

Para entendermos as Sagradas Escrituras, é necessário termos essa visão de unidade entre o Antigo e o Novo Testamento

A Constituição Dogmática Dei Verbum, sobre a revelação divina nas Sagradas Escrituras, ensina-nos que Deus, inspirador e autor dos livros dos Testamentos, dispôs tão sabiamente as coisas que o Novo Testamento está latente no Antigo, e o Antigo está patente no Novo.

Isso indica que há uma relação viva entre o Antigo e o Novo Testamento. E é também por isso que, às vezes, encontramos na Bíblia palavras ou expressões que parecem estar soltas, sem sentido naquele texto. Nessa hora, é preciso entender que existe uma ligação entre os textos e ficar atentos ao campo semântico a que essas palavras e expressões talvez pertençam.

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Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com

Mas o que é campo semântico? É um grupo de palavras que se relacionam entre si, pois se ligam pelo sentido que representam. Por exemplo, quando dizemos um grupo de palavras como: multa, semáforo, pedestres, saberemos que essas palavras fazem parte do campo semântico do trânsito, pois elas se relacionam e adquirem sentido.

A ligação entre os textos acontece, porque muitas expressões, em uma dada cultura, possuem um sentido específico que, em geral, não são compreendidas por pessoas de outro meio cultural. Por exemplo: em Minas Gerais (MG), se você disser a palavra trem, um mineiro vai entender que essa palavra é utilizada para fazer referência a várias coisas e não só ao meio de transporte com locomotiva e vagões. Se um estrangeiro chega a Minas e não conhece a cultura local, dificilmente vai entender o uso amplo que essa palavra possui nessa região do Brasil.

Da mesma maneira acontece com os textos bíblicos que possuem essas chamadas tradições linguísticas. Algumas vezes, para entender uma passagem, precisamos recorrer a outro livro bíblico, a outro texto no qual teremos a explicação de alguma palavra, trecho ou expressão que não entendemos. Essa ligação entre os livros bíblicos faz com que o autor de um texto utilize um conhecimento prévio que já foi citado em outro livro e, por isso, a compreensão total de uma passagem depende de outra.

Como identificar e entender essas tradições e ligações literárias na Bíblia? Nossas traduções, em geral, dão-nos condições de encontrar essas passagens que se relacionam e explicam o texto que estamos lendo. Em algumas Bíblias, essas referências veem na lateral da página, em letras miúdas, indicando outras passagens bíblicas. Em outras traduções, essas referências estão na nota de rodapé.


Você pode ainda, consultar uma Chave ou Concordância Bíblica. Esses são livros que apresentam determinadas palavras e em quais lugares elas aparecem na Palavra de Deus. Você pode adquirir essas obras ou, de maneira mais prática, conferir se no final de sua Bíblia existe uma espécie de glossário bíblico que, muitas vezes, trazem a palavra a ser explicada, juntamente com algumas passagens nas quais essa mesma palavra se encontra.

Para entendermos as Sagradas Escrituras, é necessário termos essa visão de unidade entre o Antigo e Novo Testamento. Sabendo disso, a Igreja orienta que nossas traduções nos deem esse aparato para melhor compreendermos a Bíblia.

Concluindo, completo a citação que abriu esse artigo sobre a unidade de ambos os Testamentos, pois, apesar de Cristo ter alicerçado a Nova Aliança no seu sangue (cf. Lc 22,20; 1 Cor 11,25), os livros do Antigo Testamento, ao serem integralmente assumidos na pregação evangélica, adquirem e manifestam a sua plena significação no Novo Testamento (cf. Mt 5,17; Lc 24,27; Rm 16,25-26; 2 Cor 3,14-16), que por sua vez o iluminam e explicam.

Denis Duarte
Especialista em Literatura Bíblica e Mestre em Ciências da Religião


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/a-relacao-entre-o-antigo-e-o-novo-testamento/

11 de fevereiro de 2017

Amar dói

Entenda por que o amor dói

Um dia, alguém me disse que o amor, para ser amor, tinha de doer. Não acreditei muito nisso, mas hoje percebo que é verdade, pois amar é morrer a cada dia para as nossas vontades, é buscar sempre o último lugar, é querer antes a felicidade do outro que a nossa. Tudo isso é muito doloroso, pois dentro de nós há um desejo de sermos reconhecidos pelo que fazemos, um desejo de sermos retribuídos da mesma forma.

Amar-doiFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

O verdadeiro amor é gratuito, não pede nada em troca, é silencioso, discreto e exigente. Alguns dizem que o amor é um verbo; outros, que é um sentimento; uns, que é uma decisão, mas o que mais me chamou à atenção foi ouvir que ele é um comportamento, pois se alguém me magoa ou me decepciona, vou continuar amando-o, pois o amor dentro de mim é maior que essa frustração. Isso não é ser falso, é ser verdadeiro, pois se fosse um sentimento, na primeira decepção deixaríamos de amar.

Por que o amor dói?

O amor dói, porque exige esse comportamento de sempre esperar, sempre acreditar e descobrir jardins em meio a desertos de tantos corações. Corações feridos por causa de um mundo que prega o amor fútil, de conveniência, de prazer e que vai formando, hoje, pessoas cada vez mais insensíveis, com medo de amar, pois já sofreram muito com esse "tal de amor", vivido de forma incoerente, que escraviza e oprime, ilude e até mata.

Jesus soube viver de forma tão humana quanto divina esse amor-comportamento; na verdade, foi Ele quem nos deixou o caminho livre para vivê-lo. Ele sim amou verdadeiramente até doer, sofreu, porque nos amou incondicionalmente.

Aliás, o amar e o sofrer andam lado a lado, pois o amor não nos impede de sofrer, assim como o sofrimento também não nos impede de amar. Mesmo que doa, você deve continuar amando. Interessante que o amor "doa", visto que essa palavra tem um duplo sentido: doa de "doer" e de "doar". Faça de sua forma de amar a alegria para os outros e você verá que essa dor de amor é algo sublime e simples.

Bom, a decisão é sua para levar essa novidade tão antiga a esse mundo tão carente do amor verdadeiro.

Se até hoje não amamos, talvez seja porque não tenhamos sido amados. Dê o primeiro passo e ame, pois o amor que cura é o amor que damos aos demais. Então, você perceberá que vale a pena amar, mesmo doendo.

Deus abençoe você.


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Formado em filosofia e Psicologia. Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!", "Quero um Amor Maior" e " Agora e Para Sempre: como viver o amor verdadeiro".


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/amar-doi/

8 de fevereiro de 2017

O pecado da luxúria

A luxúria impossibilita o homem de viver a castidade no corpo, nos pensamentos e nas atitudes

Deus quis dar um prazer sensível ao alimento, para que o homem, alimentando-se daquilo que lhe parecia saboroso, mantivesse a vida. Da mesma maneira, o Senhor concedeu à humanidade a realização do prazer sexual, por meio do qual também a espécie humana se multiplica. É um prazer íntimo, permitido ao casal, unido pelo matrimônio, que se abre também à graça da procriação. No entanto, o pecado da luxúria vem desvirtuar aquilo que é belo, estabelecendo uma desordem, provocando a degradação de algo bom no que toca a dimensão sexual, fragilizando o indivíduo e levando-o ao vício.

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Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com

A luxúria impossibilita o homem de viver a castidade no corpo, nos pensamentos e nas atitudes. É uma desordem que toma conta da pessoa na sua totalidade. Mas isso acontece de maneira lenta. A pessoa se mantém consumindo demoradamente produtos como vídeos, revistas, internet entre outros, os quais a levarão à realização de desejos perniciosos, provocados pelas fantasias.

Tal como a gestação, essas desordens acabam levando ao nascimento do pecado. A pessoa se concentra apenas no prazer impuro e fecha-se inteiramente em função de realizar o prazer desmedido.

O estrago da luxúria no casamento

Esse mal também afeta muitos casados que, em consequência de um desvio provocado por esse prazer desmedido, faz do cônjuge um objeto. Dessa forma, conduzida pelo desejo, a pessoa presa aos prazeres grosseiros pouco se interessa por aquilo que a faz crescer.


Toda vez que se procura esse tipo de prazer maléfico, pratica-se o pecado mortal da luxúria, que levará a pessoa cada vez mais por caminhos mais e mais promíscuos, destruindo aquilo que lhe foi reservado de belo, saudável e bom.

Um jovem que tem como hábito ficar com várias meninas ao mesmo tempo, certamente terá dificuldade em manter a fidelidade a apenas uma mulher.

Os vícios impuros paralisam os gostos para tudo aquilo que é nobre. A amizade pura quase desaparece, pois quem vive o desequilíbrio torna-se escravo das paixões.

Deus nos fez para o equilíbrio e para o bem, de modo que as desordens provocadas pelo pecado nos afastam d'Ele.

Jamais será possível conquistar a vitória sobre tais paixões se não nos empenharmos na fuga das ocasiões de pecado e buscarmos a convicção profunda para uma mudança de atitude. Se aspiramos alcançar o Céu, precisamos ter convicção para a superação de nossos pecados.

O pecado da luxúria nos leva aos níveis mais animalescos e irracionais. Se a justificativa de alguém para o pecado é dizer que "a carne é fraca", então, não se pode colocar à prova a fraqueza da carne.

É possível se libertar da luxúria

Nada é impossível para o coração orante, por isso, apoiados na graça, precisamos reconhecer que o prazer maléfico nos atrai, mas precisamos nos abrir também àquilo que Deus quer para nós. Quem é consciente da própria fraqueza não se expõe ao perigo, pois quem ama o perigo nele perece.

Para vencer o pecado da luxúria é preciso romper com as paixões provocadas pela ilusão, pela fantasia. A nossa fragilidade diante do pecado, muitas vezes, é resultado de uma decepção ou situação mal resolvida.

Padre Eliano


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-pecado-da-luxuria/

6 de fevereiro de 2017

O Evangelho precisa nos transformar

O anúncio do Evangelho ensina que não temos de ficar com as nossas poeiras e impurezas

É tão fácil cairmos na "religião" do mito! O tempo todo Jesus já nos alertava sobre o risco aos ídolos, pois a idolatria é um dos principais problemas religiosos no mundo. Esse é um risco que todos nós corremos, quando a nossa admiração por alguém ou por uma pessoa se torna essencial, colocada acima, em termos de importância, d'Aquele a quem anunciamos. Decepcione-se comigo, mas que a sua decepção não seja com Aquele a quem eu anuncio por meio do Evangelho.

O Evangelho precisa nos transformar
Foto: ArquivoCN/cancaonova.com

A palavra profética molda a consciência

Temos de viver uma religião capaz de mexer com as estruturas da nossa consciência, a ponto de nos fazer acordar para tudo aquilo que não sabíamos existir dentro de nós. Já estávamos inconscientes e acostumados com o nosso jeito ciumento de amar, de possuir as pessoas, achando que isso era amor. Muitos de nós já éramos desonestos nas pequenas coisas e já estávamos acostumados com isso também. Até que um dia uma palavra profética varou as estruturas da nossa vida e nos incomodou.

Uma palavra profética tem o poder de acordar os surdos e aqueles que estão dormindo e que já não escutam mais nada, num sono letárgico ou até mesmo num cumprimento de rituais inférteis, que já não servem de nada para a nossa salvação.

Os sacramentos nos transformam

É a continuidade da Santa Missa que nos salva, é a história que fica diferente em cada comunhão comungada, em cada mesa partilhada, em cada confissão realizada, é o que se segue a partir daí que nos salva. O sacramento não é a mágica de um momento, mas a continuidade da vida que vai sendo incorporada, porque o sacramento aconteceu em nós.

É disso que Jesus fala: "Não venha me dizer o que você fazia antes, não me importa o que você fazia. Importa-me o que você era. O que faz diferença para mim é o quanto a minha Palavra conseguiu transformar o seu coração a ponto de transformá-lo numa pessoa melhor". De você olhar para trás e dizer: ""Antes, eu era assim, mas, pela força da Eucaristia, do Evangelho, do terço, eu mudei"– todas as manifestações religiosas que você pode ter e viver." Você percebe que a sua vida não é mais a mesma, porque você mudou o seu jeito de pensar, modificou o seu jeito de ser.

A virtude da humildade: Cristo sempre o modelo

Humanidade é isso: trazer a luz do Ressuscitado para nós e ver que há muito para ser limpo em nosso interior. O anúncio do Evangelho é para aprendermos que não temos de ficar com as nossas poeiras e impurezas. A religião que Jesus quer de nós é essa: que fixemos os olhos no céu, que busquemos o céu. Religião que só nos mostra a cruz é infértil, porque não somos filhos do Calvário; somos filhos do Ressuscitado! E quem eu anuncio sempre é o Ressuscitado.

Você não pode ficar parado no "calvário da sua vida"; todos nós passamos todos os dias por ele. Você acha que a gente vai ser santo sem sacrifício? A semente passa por todo um processo de crescimento, mas ela sabe que se não deixar de ser o que é, não atingirá seu objetivo.

A dor é o preparo. A sua dor não pode ser em vão. O que você faz com o seu sofrimento? Faz um quadro? Faz música? A genialidade está em transformar a lata velha em ouro. Ou a dor me destrói ou eu a transformo em processo de ressurreição.

Nossa vida é um desafio diário e não há tréguas. É um "lapidar" constante, tirando tudo o que é excesso em nós. Se eu não tivesse sofrido do jeito que sofri, se eu não tivesse amado do jeito que amei, eu não teria nada para contar a vocês.

Não sinta vergonha de nada que você sofreu, porque, depois que passou por aquele momento, você sabe o que sofreu para chegar aonde chegou.


3 de fevereiro de 2017

A verdadeira devoção a Nossa Senhora dos Navegantes

Nossa Senhora dos Navegantes é a Estrela que nos conduz no mar, por vezes tempestuoso e sombrio, da história da salvação

A devoção a Nossa Senhora dos Navegantes remonta a Idade Média, na época das Cruzadas, e está intimamente ligada ao título "Estrela do Mar". Naquele tempo, os cruzados atravessavam o Mar Mediterrâneo rumo à Palestina para proteger os peregrinos e os lugares santos dos infiéis. Tendo em vista os perigos que enfrentariam, esses bravos homens invocavam a Santíssima Virgem Maria pelo nome de "Estrela do Mar", pois, sob esse título, ela era conhecida como aquela que protegia os navegantes, mostrando-lhes sempre o melhor caminho e um porto seguro para a sua chegada.

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Antes das travessias, os navegantes participavam da Santa Missa, na qual pediam proteção de Nossa Senhora dos Navegantes para enfrentar, com coragem, os perigos do mar, as tempestades e os ataques dos piratas.

Com o início das grandes navegações, por parte dos portugueses e espanhóis, e a descoberta de novas rotas comerciais e terras pelo mundo, a devoção a Nossa Senhora dos Navegantes cresceu ainda mais e chegou a terras cada vez mais longínquas. Sob esse título, a Santa Virgem é a padroeira dos navegantes e dos viajantes, e é também chamada de Nossa Senhora da Boa Viagem.

A origem da devoção a Nossa Senhora dos Navegantes

Essa devoção tem sua origem mais remota no título mariano "Estrela do Mar". Até nossos dias, não foi possível datar com precisão e saber a origem desse título. No entanto, o hino litúrgico em latim "Ave maris stella", que pode ser traduzido por "Ave, do mar estrela", composto por volta do século VII, atesta a antiguidade da devoção a Santíssima Virgem sob esse título. Todavia, não há uma unanimidade quanto à autoria e a data da composição do hino litúrgico.

Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, no seu comentário "A Saudação Angélica", ensina-nos que a Virgem Maria foi isenta de toda maldição e é bendita entre as mulheres. Nossa Senhora é a única que suprime a maldição, traz a bênção e abre as portas do paraíso. Por isso, convém-Lhe o nome de Maria, que significa "Estrela do mar"1. Da mesma forma que os navegadores são conduzidos pela estrela do mar ao porto, os cristãos são conduzidos à glória do Reino dos Céus por Maria.

Em uma de suas memoráveis homilias, São Bernardo de Claraval, Abade e Doutor da Igreja, afirma que a Virgem Maria é comparada muito apropriadamente a uma estrela, pois esta dá a sua luz sem se alterar, tal como Nossa Senhora deu à luz o seu Filho sem danificar o seu corpo virgem. "Ela é efetivamente essa nobre 'estrela surgida de Jacob'2, cujo esplendor ilumina o mundo inteiro, que brilha nos céus e penetra até aos infernos. […] Ela é verdadeiramente essa linda e admirável estrela que havia de elevar-se acima do mar imenso, cintilante de méritos, iluminando pelo exemplo"3.


Nossa Senhora, a padroeira dos navegantes e dos viajantes

A primeira razão da devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, ou Nossa Senhora da Boa Viagem, é obviamente por sua proteção contras os perigos do mar, o seu socorro nas tempestades. Foi por esse motivo que essa devoção chegou aqui, juntamente com os navegantes portugueses, desde a época do descobrimento do Brasil em 22 de abril de 1500. Naquele tempo, as embarcações eram menores e não tão seguras quanto as atuais. Por isso, as pessoas que viajavam de barco não sabiam se retornariam com vida. Além disso, os recursos de navegação eram quase inexistentes. Então, era muito comum que os marinheiros se orientassem pelo sol, durante o dia; e pelas estrelas durante a noite. Dessa forma, a "Estrela do Mar", que é a Virgem Maria, tornou-se a Senhora dos navegantes, que por ela se orientavam nas "noites escuras" das suas viagens.

Muitas são as comunidades paroquiais, e até cidades, que tem Nossa Senhora dos Navegantes como padroeira por todo o Brasil. A sua festa é celebrada no dia 2 de fevereiro. Especialmente nas cidades litorâneas, que têm muitos pescadores e se usa muito o transporte marítimo, a devoção a Virgem Maria sob este título é muito popular, atraindo milhares de peregrinos em suas festas. Na tradicional Festa de Nossa Senhora dos Navegantes de Porto Alegre (RS), que chega este ano à sua 140ª edição, a previsão é de que cerca de 300 mil peregrinos participem4. Na cidade de Navegantes (SC), comemora-se a 120ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, que é a Padroeira da cidade5. No entanto, a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, que tem sua raiz na devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, não se limitou às cidades litorâneas, mas chegou a lugares bem distantes do mar, como Belo Horizonte (MG), de onde ela é padroeira.

A devoção a Nossa Senhora dos Navegantes é associada popularmente a Iemanjá. Entretanto, a primeira, que é uma devoção católica, não tem nenhuma relação com a segunda, a não ser que as suas festas são comemoradas no mesmo dia, 2 de fevereiro. Iemanjá é um orixá feminino do Candomblé, da Umbanda e de outras crenças afro-brasileiras, que é comemorada também nos dias 15 de agosto e 8 de dezembro, datas marianas, talvez para associá-la a Nossa Senhora. A raiz dessa associação entre ambas está historicamente ligada à religiosidade do tempo da escravatura, na qual os portugueses não permitiam aos escravos o culto aos seus "deuses". Em vista disso, muitos escravos continuaram a cultuar essas entidades nas imagens católicas, para evitar problemas com seus senhores. Infelizmente, isso ainda está enraizado na cultura e na religiosidade de muitas pessoas, que continuam a associar a Senhora dos Navegantes com Iemanjá.

Nossa Senhora dos Navegantes, a Estrela do Mar

A segunda e mais importante razão da devoção a Nossa Senhora dos Navegantes está associada com o título que lhe deu origem: "Estrela do Mar". A Virgem Maria é essa estrela luminosa, que nos guia, que nos mostra a direção certa no mar por vezes tempestuoso da nossa história, para chegarmos ao porto seguro, que é Jesus Cristo. Dessa forma, compreendemos que a Senhora dos Navegantes não é somente a protetora e a intercessora dos navegantes, mas de todos nós, que navegamos nessa grande embarcação que é a Igreja, no mar tantas vezes agitado e perigoso deste mundo.

Seja nas calmarias ou em meio às tempestades, sigamos a Estrela do Mar pelo caminho espiritual indicado por São Bernardo: "Vós todos, quem quer que sejais, seja o que for que sentirdes hoje, em pleno mar, sacudidos pela tormenta e pela tempestade, longe da terra firme, mantende os olhos na luz dessa estrela para evitar o naufrágio. Se se levantarem os ventos da tentação, se vires aproximar-se o escolho das provações, olha para a estrela, invoca Maria! Se te sentires sacudido pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência ou do ciúme, eleva os olhos para a estrela, invoca Maria. […] Se te sentires perturbado pela enormidade dos teus pecados, humilhado pela vergonha da tua consciência, assustado pelo temor do julgamento, se estiveres a ponto de naufragar nas profundezas da tristeza e do desespero, pensa em Maria. No perigo, na angústia, na dúvida, pensa em Maria, invoca Maria!
Que o seu nome nunca saia dos teus lábios nem do teu coração. […] Seguindo-a, não te perderás; rezando-lhe, não desesperarás; pensando nela, evitarás enganar-te no caminho. Se Ela te agarrar pela mão, não te afundarás; se Ela te proteger, nada temerás; conduzido por Ela, ignorarás a fadiga; sob a sua proteção, chegarás ao objetivo. E compreenderás, pela tua própria experiência, como são verdadeiras essas palavras: 'O nome da virgem era Maria'6"7.

Nossa Senhora dos Navegantes, a Estrela da Esperança

Nossa Senhora dos Navegantes, portanto, é a "Estrela do Mar", que guia e protege os pescadores, marinheiros e viajantes em suas jornadas pelos mares e os leva a um porto seguro. Em sentido ainda mais profundo e espiritual, a Virgem Maria é a Estrela que nos conduz ao porto seguro da salvação, que é Jesus Cristo. Da mesma forma que os magos do oriente foram guiados pela estrela para Belém, para lá encontrar o Menino Deus e o adorar8, também nós somos guiados pela Estrela do Mar até nos encontrar definitivamente com seu divino Filho, no porto seguro, que é o Reino dos Céus. Por isso, Nossa Senhora é modelo de Igreja, intercessora e auxílio nas tribulações, e Mãe de todos nós, seus filhos e escravos de amor. Diante dessa bela e luminosa Estrela do Mar, que é Maria Santíssima, não temos que temer as tempestades, os mares revoltos, as grandes ondas que por vezes ameaçam nos levar ao naufrágio.

Como disse o Papa Emérito Bento XVI: "A vida é como uma viagem no mar da história, com frequência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente, Jesus Cristo é a luz por antonomásia, o sol erguido sobre todas as trevas da história. Mas para chegar até Ele precisamos também de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida da luz d'Ele e oferecem, assim, orientação para a nossa travessia. E quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela de esperança?"9

No mar tempestuoso da história da salvação, a Virgem Maria é esta Estrela da Esperança, que nos guia principalmente quando a escuridão, ou densas névoas, não nos permite enxergar para onde vamos. Por isso, não tenhamos medo, mas nos confiemos inteiramente a Nossa Senhora: "Vós permaneceis no meio dos discípulos como a sua Mãe, como Mãe da esperança. Santa Maria, Mãe de Deus, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco. Indicai-nos o caminho para o Seu Reino! Estrela do mar, brilhai sobre nós e guiai-nos no nosso caminho!"10

Nossa Senhora dos Navegantes, rogai por nós!

Referência:
1 – SÃO TOMÁS DE AQUINO. O Pai-Nosso e a Ave-Maria.
2 – Cf. Nm 24, 17.
3 – SÃO BERNARDO. Homílias sobre estas palavras do Evangelho: "O anjo foi enviado".
4 – A12. Festa de Navegantes: 140 anos de devoção em Porto Alegre.
5 – NAVEGANTES. Santuário divulga programação da 120ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes.
6 – Lc 1, 27.
7 – SÃO BERNARDO. Op. cit.
8 – Cf. Mt 2, 1-12.
9 – PAPA BENTO XVI. Carta Encíclica Spe Salvi, 49.
10 –  Idem 50.

1 de fevereiro de 2017

A água benta e seu sentido na vida cristã

A importância da água para vida humana, seja física e espiritual

A água, como fórmula química H2O, é elemento fundamental para a vida humana. Desde os primórdios até os dias de hoje, o homem necessita e depende do uso diário da água para sua subsistência.

Nas Sagradas Escrituras, a água é considerada símbolo de purificação (cf. Sal 51,4; Jo 13,8) e de vida (cf. Jo 3,5; Gal 3,27). Como dom de Deus, a água é instrumento vital, imprescindível para a sobrevivência e, portanto, um direito de todos. (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 484).

A água benta e seu sentido na vida cristãFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Contudo, a água, quando abençoada, passa a ter um sentido também espiritual. No Ritual Romano da celebração das bênçãos, no número 1090, diz que, com a bênção da água, recordamos Cristo, que é a Água Viva, e o sacramento do batismo, que nos fez renascer pela água e pelo Espírito Santo. Por isso, sempre que formos aspergidos com essa água ou nos benzermos com ela ao entrar na igreja ou dentro das nossas casas, dêmos graças a Deus pelo seu dom inestimável e imploremos o Seu auxílio para que, na nossa vida, sejamos fiéis.

Água benta é um sacramental

A água benta não é uma espécie de mágica ou superstição para quem a utiliza, pelo contrário, ela é uma eficaz forma de se chegar às realidades espirituais por meio de sinais sensíveis e visíveis, o que no caso da água benta se denomina como sacramental.

O que é um sacramental? "A santa mãe Igreja instituiu os sacramentais, que são sinais sagrados pelos quais, à imitação dos sacramentos, são significados efeitos principalmente espirituais, obtidos pela impetração da Igreja. Pelos sacramentais, os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias da vida" (Catecismo da Igreja Católica, n.1667)

Assim, o ministro ordenado, seja um padre ou diácono, ao abençoar a água, conforme prescreve a Santa Igreja Católica, obtém-se um sacramental, que possui grande eficácia para as pessoas nas diversas realidades da vida. Essa água benta também pode ser usada para a aspersão nos vários ritos que a Igreja celebra para a santificação do povo.

Com isso, "os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela" (CIC 1670).


O sentido da água benta

O sentido da água benta, portanto, não é uma representação imaginária, mas sim um sinal concreto e efetivo utilizado com fé e piedade pelo povo de Deus.

Para os católicos, "segundo um costume muito antigo, a água é um dos símbolos que a Igreja usa com frequência para abençoar os fiéis. A água ritualmente benzida evoca nos fiéis o mistério de Cristo, que é para nós a plenitude da bênção divina. Ele próprio Se apresentou como água viva e instituiu para nós o batismo, sacramento da água, como sinal de bênção salvadora" (Ritual Romano – Celebração das bênçãos, n.1085).

Na Introdução Geral do Missal Romano, número 51, quando se trata do ato penitencial, a água benta tem um determinado sentido, quando se afirma que "ao domingo, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado ato penitencial, pode fazer-se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo", ou seja, a água benta tem ação importante na Liturgia da Igreja.

Um outro aspecto é que, na maioria das bênçãos sobre pessoas, casas e objetos, é feita a seguinte oração: "Esta água nos recorde o nosso batismo em Cristo, que nos remiu com a Sua Morte e Ressurreição". É realizada uma oração que nos une a Jesus, o centro da vida do cristão; após essa oração, pode acontecer a aspersão com a água benta sobre a pessoa ou objeto abençoado.

A água benta é um sacramental, que, conforme a Igreja, pode-se ingerir, persignar, aspergir a si e aos outros, a objetos e lugares. Ela é uma graça que traz muitos benefícios para o corpo e para a alma daqueles que, com fé e devoção, a utilizam para o bem próprio e comum.


Márcio Leandro Fernandes

Natural de Sete Lagoas (MG), é missionário da Comunidade Canção Nova e candidato às Ordens Sacras. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), Márcio Leandro é também Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, em Taubaté (SP). Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/liturgia/catequese-liturgica/agua-benta-e-seu-sentido-na-vida-crista/

29 de janeiro de 2017

É o amor que humaniza a sexualidade

O amor torna humana a sexualidade, gerando o comprometimento –que tem sua máxima expressão no matrimônio sacramental

Amor: somente ele pode, de fato, humanizar a sexualidade. No entanto, em nossos dias, esse termo se encontra envolto em uma complexa confusão em seu sentido e compreensão. Muitos o têm reduzido apenas à dimensão do prazer e à sua especificidade erótica. É certo que essa palavra engloba também essa dimensão, contudo, ele não se encerra apenas em tal expressão.

O amor –em seu sentido agápico (do grego 'Ágape') –significa capacidade concreta de doação em favor do outro, buscando a devida interação com a verdade dele. E isso também deve ser aplicado à concepção humano/erótica do amor, pois, para este ser autêntico, não poderá ter o egoísmo como única força motriz.

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Foto: Teksomolika by Getty Images

O amor não se resume à utilização do outro como objeto de prazer sexual. Ele não pode permitir a utilização momentânea e descartável de um "alguém humano" por meio de aventura descompromissada e irresponsável. O autêntico amor comporta o compromisso.

Estamos acostumados a ouvir os gritos de uma sociedade que elevou à máxima potência a necessidade de satisfazer os próprios desejos e instintos a qualquer custo, transmutando assim o valor da pessoa e o colocando em segundo plano. Dentro desse universo de compreensão, o que importa é satisfazer o desejo, não se importando se o outro é utilizado como um mero "brinquedo" por alguns instantes, sendo depois jogado nas mãos do destino.

É o amor/compromisso que humaniza a sexualidade, do contrário ela se torna apenas egoísmo animalesco. A vivência sexual sem o amor deixa de ser humano e torna-se escravidão instintiva.

Quem verdadeiramente ama é capaz de assumir o outro integralmente, com todas as suas consequências, sem querer usá-lo apenas para uma satisfação superficial.


O amor torna humana a sexualidade, gerando o comprometimento –que tem sua máxima expressão no matrimônio sacramental e o bem, necessários para que a devida interação aconteça, sinalizando o outro como fim e não como meio. O ser humano possui uma dignidade inviolável, ele é pessoa e nunca deverá ser diminuído à categoria de objeto.

O amor traz cor e sabor à vida, ele inaugura uma primavera de sentido para toda e qualquer relação.

A virtude a que somos chamados consiste em contemplar pessoas e relacionamentos sob a ótica do autêntico amor. Assim, a doação sincera em vista do bem inspirará nossas atitudes e nos permitirá elevar o ser à sua altíssima e verdadeira condição: a de filho amado, querido e respeitado por Deus.


Padre Adriano Zandoná

Adriano Zandoná é padre e missionário da Comunidade Canção Nova. Graduado em Filosofia e Teologia, exerce atualmente a função Responsável Geral pela Canção Nova em São Paulo (SP). Todas as segundas-feiras celebra a missa na Catedral Maronita, em São Paulo, às 19h30, com transmissão ao vivo pela TV CN. Apresenta o programa "Construindo a Felicidade", todos os dias da semana, exceto às quintas, às 17h pela Rádio América (AM 1410). É autor dos livros: "Construindo a Felicidade" e "Curar-se para ser Feliz", publicados pela editora Canção Nova. Facebook.com/PadreAdrianoZandoná
twitter.com/peadrianozcn
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Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/e-o-amor-que-humaniza-a-sexualidade/

25 de janeiro de 2017

40 semanas de gestação, e eis que nos encontramos!

Após 40 semanas de gestação, os pais têm o primeiro contato com o bebê

Depois de 40 semanas de gestação, chega o grande dia! Nada programado, a normalidade da vida segue seu rumo, as contrações anunciam que chegou o momento em que a vida quer romper as barreiras que até então protegiam, mas agora aprisionam a potencialidade de viver. Horas a fio de dor. Você não sente, mas as vê. As horas passam e a dilatação chega ao máximo; eis que o nascimento acontecerá! Céu na Terra. Vamos nos encontrar face a face. O choro torna-se o grito da vida. Ela é colocada em seus braços e sua voz, a mesma que diariamente falava com ela, é a única que, naquele momento, gera segurança e confiança.

Saímos da maternidade com toda felicidade estampada no rosto. Chegamos em casa e deu aquela insegurança. O que é normal e o que está fora de controle? Como é isso de dor na amamentação? Mas as fotos eram sempre desse momento como um "spa materno"? E quando você não sabe se o choro é fome, dor, sono ou cólica? Não, gases… Faz isso, faz aquilo, todo mundo tem a receita milagrosa do certo a se fazer. E você ali, pai sem muita noção do que fazer, mas é preciso fazer algo!

40 semanas de gestaco eis que nos encontramosFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Primeiros dias e meses

Os primeiros meses de um bebê são intensos, dúvidas surgem a cada respirada. Nessa hora, aquele ser humano lindo é capaz de confrontar você. A existência dele questiona a sua. Quem, de fato, você é e dá conta de ser? Pai, esposo, amigo, filho… Você transita em todos esses papéis em uma velocidade ensurdecedora!

Ah, e aquele choro que surge na madrugada sem avisar? Fazer calar ou entender a comunicação por detrás daqueles gritos? O pai faz a opção de tentar entender o que o choro quer dizer, ele não quer que o filho silencie simplesmente, mas sim que ele possa aliviar a angústia que o leva a chorar.

Mesmo sendo pai, não está garantido o amor, é preciso construí-lo. O vínculo se faz na troca da fralda, no banho a ser dado, no jantar que se coloca na mesa para que a mãe possa estar inteira para amamentar. Amor é construção! Cada dia bem vivido vai gerar, naquele ser humano de centímetros, a ideia do herói que sustenta a mãe cansada das noites mal dormidas.

Ser pai de menina

O pai de menina tem a oportunidade de ser para ela o primeiro modelo de homem a conquistá-la, a fazê-la uma princesa, alguém digna de ser ouvida. Não perder tempo em gastar tempo para que ela se sinta única e irrepetível. Muitos se preocupam com o futuro que ela terá e até com quem ela irá se casar, mas agora, nestes primeiros anos em que você é o modelo de homem para ela, tem a imensa responsabilidade de ser o protótipo de homem que ela escolherá no futuro. É o momento de ser todo para ela, pois assim ela não terá espaço dentro de si para homens que não a façam única e importante.

Quando a primeira febre surge? Nessa hora, dá um frio na barriga e você já imagina o pior! Calma, trata-se de um ser humano que está conquistando uma imunidade; então, elas virão muitas e muitas vezes! Sobreviva!

Ser pai de menina é estar imerso no mundo cor-de-rosa e ter a coragem de ser para ela sempre o príncipe a colocar o sapato na Cinderela! Mais ainda: sempre ser para ela um playground ambulante.


Dicas

10 coisas que você precisa saber sobre seu relacionamento com sua filha:

1- Aceite o fato de que sua menina derreterá seu coração na hora em que ela quiser. Um simples sorriso quebrará qualquer coração duro;

2 – Participe da vida dela agora. Não espere até ela completar 15 anos para tentar desenvolver um relacionamento. Não perca tempo, porque ele passa rápido demais;

3 – Cante para ela enquanto a embala. Ela adora ouvir sua voz, e essa é uma ótima forma de passar o tempo quando é 1 hora da manhã;

4 – A mãe dela a ensinará a bater os pezinhos na banheira. Você mergulhará com ela na piscina;

5 – Nunca perca o encanto de observar filha e mãe juntas. E quando a barriga de sua esposa ainda estiver um pouco diferente, fique feliz, pois é a marca que dali saiu sua filha;

6 – Nunca se esqueça de que o pai incentivador educa filhas com autoestima elevada. Elogie sempre!;

7 – Limite o tempo na frente da televisão, a menos que você queira ver sua filha crescer com os valores que a TV ensina;

8 – Nunca discuta com sua esposa na frente de sua filha. Por mais difícil que seja, deixe esse tipo de conversa para depois. Eles são destruidores de personalidade!;

9 – Lembre-a de que a coisa mais sagrada entre pai e filha é a confiança. Ofereça esse espaço para ela!;

10 – Não deixe que ela coloque você e a mãe dela um contra o outro. De sua conjugalidade ela nasceu, é dela que será formada. Invista em vocês como casal e estarão também investindo nela como pessoa!

Como é bom ser pai de menina!

23 de janeiro de 2017

Ser ouvido, mas não compreendido

Saiba como lidar com o desafio de ser ouvido, mas não compreendido

Relacionamento, ao mesmo tempo em que é sentido de vida, preenchimento interior, é ponto de conflitos entre os seres humanos. Somos predispostos a viver próximos, mas quem nunca se desapontou na vida? É natural esse tipo de sentimento quando temos boa imagem de uma pessoa, seja à primeira vista ou pela impressão causada no convívio, mas que, de repente, se desfaz quando somos surpreendidos por uma atitude contrária à que causava nossa admiração.

Ser ouvido, mas não compreendido - 1600x1200Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Faz parte de um relacionamento maduro, fundamentado na verdade, quando houver essa ruptura no sentimento, o recorrer ao diálogo. Quanto maior a proximidade das pessoas, mais deveriam ser óbvias a transparência e a liberdade em dizerem o que não foi bom. Assim avançamos em diversos tipos de convívio: no trabalho, na amizade, no namoro, no casamento.

O problema é quando, mesmo com diálogo, ainda não se chega a um termo satisfatório para ambos os lados.

Você já teve a sensação de ser ouvido, mas não ser entendido? Por mais que fale, argumente e esteja certo, nada parece penetrar o entendimento, a razão e o perdão do outro.

Quando as partes dialogam, mas num primeiro instante não existe consenso, é imprescindível saber que ao se procurar entender com alguém é mais importante ouvir do que falar. Exercite a arte da escuta. Mesmo que seja você quem tenha de dar explicações, deixe que a outra parte primeiro esgote sua indignação.


Tanto para passar a sua ideia quanto para absorver o conteúdo do outro é importantíssimo notar o que as palavras não dizem. No desabafo de uma pessoa existe muito mais que argumentos, aí também estão seus sentimentos, os quais nem sempre são completamente expressos por palavras. É preciso buscar fora daquilo que simplesmente ela aparenta ser, quais os seus anseios, planos, cultura e até sua concepção e história de vida. Experiências do passado condicionam-nos a agir e a pensar segundo o que aprendemos, cada qual com seu conceito.

É preciso detectar os sentimentos presentes em você e no outro e nomeá-los, para saber o que está acontecendo no interior de quem está envolvido. Por vezes, será necessário simplesmente chegar a esta conclusão: "suas emoções são diferentes das minhas diante do fato acontecido". E a partir daí, buscar um meio-termo. Por fim, é normal que seres humanos não estejam de acordo em tudo.

A perfeição do amor não está em juntar o que é igual, mas em transcender a expectativa mesmo sabendo que se é diferente. O que é verdadeiro supera as barreiras da incompreensão, traz a certeza de ser assumido, mesmo sabendo que na alma da outra pessoa existe a consciência de que aquele com quem se caminha junto não é perfeito. Somos mais amados quando somos acolhidos, apesar de nossas deficiências, não pelas nossas belezas. Amar quem não está pronto é amar verdadeiramente, pois não busca compensações em dar de si.

Abra o coração para aqueles que você ama, vá disposto, no diálogo, a ouvir e a se desfazer dos próprios conceitos em favor da reconciliação.

E então? Está pronto a abrir os ouvidos?

Deus o abençoe.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/ser-ouvido-mas-nao-compreendido/

20 de janeiro de 2017

Na oração, conhecemos os planos de Deus

Nós nos mostramos para Deus nas orações diárias

Ninguém se coloca sob o sol sem se queimar, e quem se expõe exageradamente a ele vai sofrer suas consequências. Com Deus acontece algo semelhante, pois ninguém se coloca na presença d'Ele sem ser beneficiado por Sua presença. As marcas da presença do Todo-poderoso também são irreversíveis para a nossa salvação.

Quando nós nos deixamos conduzir pelo Espírito Santo, Ele nos dá liberdade. Nunca Nosso Senhor pensou em nos trazer para perto d'Ele, a fim de tirar algo de nós, muito menos para limitar nossa liberdade. Se Ele não quisesse que fôssemos livres, por que nos teria criado livres?

A nossa liberdade ficou comprometida por nossa culpa, porque quem peca se torna escravo do pecado. Pelos nossos pecados e pelos vícios, que entraram em nossa vida, nós ficamos debilitados. Foi para sermos livres que o Pai do céu enviou Jesus. Deus Pai nos deu Cristo para nos libertar daquilo que nos amarrava. Deus nos mostra quais caminhos podemos seguir, mas a liberdade de escolher é nossa. O desejo do Senhor é nos libertar de toda angústia, de toda opressão. O desejo d'Ele é nos ver felizes.

"É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão" (cf. Gálatas 5,1).

Cristo nos amou, morreu em uma cruz por nossa causa, para que não sejamos escravos do pecado. O Ressuscitado nos libertou de todo mal, de toda armadilha do inimigo, para que permanecêssemos livres. Contudo, ninguém é livre na maldade. Uma vez que o Espírito Santo nos visitar, não podemos dar brechas para o pecado.

O Espírito Santo nos cura e liberta

Ninguém pode saber o que está em nosso interior se não abrirmos a boca e dizer. Rezar é ficar nu na presença de Deus. Quando rezamos, estamos nos colocando na presença do Altíssimo. Quando tiramos a roupa diante do espelho, nós vemos o que queremos e o que não queremos. Na hora em que estamos rezando, caem nossas roupas, espiritualmente falando; do mesmo modo, vemos aquilo que queremos e o que não queremos. Tudo que fazemos de mau volta para nós no momento da oração. As feridas que ignoramos, na oração, não as conseguimos ignorar, porque, nesse momento, Deus as revela para nos curar. No momento em que o Senhor nos mostra quem somos, Ele também se mostra como é.

No momento em que conhecemos Deus, conhecemos a nós mesmos, por isso rezar não é coisa para qualquer um. Na oração, Deus se revela a nós, mas Ele também nos revela a nós mesmos. Se Ele nos revela uma coisa que não está boa, é porque precisamos consertá-la.


A cura é vinda por Deus

Precisamos de muito perdão e de muita cura, e só Deus pode nos dar essas graças. Eu e você precisamos, na oração, pedir ao Espírito Santo que nos faça entrar em nosso coração para descobrimos o que está ruim ali dentro. Deus, que passou conosco por cada caminho, sabe quando fomos machucado e sabe como nos curar.

A nossa vida inteira é um processo de cura interior. Enquanto estivermos com os pés aqui, nesta terra, nossa vida será um processo de cura interior. Não existe ninguém que, tendo rezado, Deus não lhe tenha respondido. E se Ele não o faz diretamente, Ele o faz por intermédio de uma pessoa ou de um fato.

Nós precisamos aprender a ouvi-Lo na oração, para conhecermos os planos que Ele tem para nossa vida. O Todo-poderoso tem um plano de amor, um plano de realização e felicidade para nós. Muitas vezes, nós não somos felizes, porque esse plano não se cumpre na nossa vida. Se não abrirmos o coração para a oração, corremos o sério risco de morrer sem conhecer o plano que Deus tinha para nós.

Artigo produzido a partir da pregação de Abr/2010


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/na-oracao-conhecemos-os-planos-de-deus/

18 de janeiro de 2017

É possível ter uma alimentação saudável com pouco dinheiro?

Tenha uma alimentação saudável e rica em nutrientes

Em tempos de crise, de inflação, quando os preços dos alimentos estão cada vez mais caros, você pode responder que não é possível ter uma alimentação saudável; e talvez você pense que é preciso comer coisas light, diet e tantas coisas que hoje a indústria de alimentos nos oferecem.

Uma alimentação saudável deve ser variada, deve incluir frutas, verduras, legumes, carboidratos, proteínas, gorduras e açúcares essenciais. Afinal, cada grupo de alimentos é responsável por uma função em nosso organismo; assim, deve ser incluído em determinadas proporções em nossa alimentação diária.

É possível ter uma alimentação saudável com pouco dinheiroFoto: Arquivo CN/cancaonova.com

Dicas de uma alimentação saudável

Alimentar-se bem e ter uma vida saudável não precisa custar caro. Seguem algumas dicas:

– Ter um cardápio semanal, conferir o que tem na dispensa e fazer uma lista para comprar o que realmente precisa;

– Escolher frutas, legumes e verduras da estação, pois são mais nutritivas e os preços são mais em conta. Esses alimentos são ricos em vitaminas, nutrientes e fibras, os quais ajudam no bom funcionamento do nosso organismo. Em vez de comprar em supermercados, compre na feira, pois além de ser mais barato, também são mais frescos;

– Fazer trocas, substituir alimentos pobres em nutrientes por alimentos saudáveis. Por exemplo: substituir doces, guloseimas e sucos industrializados por frutas; embutidos e industrializados por alimentos mais naturais. Substituir marcas, ver que existem marcas mais baratas e com qualidade. A carne teve uma elevação no preço, então, frangos e ovos são as opções mais usadas. Vale a pena prestar atenção no modo de preparo: prefera cozido, grelhado ou assado; o ovo cozido, uma omelete com legumes ou poché feito na água. Em algumas regiões, o peixe fica mais em conta que a carne, e é uma boa opção.


– Aproveitar melhor os alimentos. Muitas vezes, jogamos no lixo as partes mais nutritivas como cascas, talos e folhas. Aqui, entra a criatividade para aprender novas receitas para poder aproveitar os nutrientes e economizar, pois evita o desperdício;

– Comprar alimentos que você sabe fazer e que terá tempo para prepará-lo. Muitas vezes, acontece de comprarmos coisas que exigem mais;

– Ficar atento à conservação dos alimentos. Por exemplo: as folhas precisam ser bem lavadas, secas e armazenadas em um pote com papel toalha dentro da geladeira.

Alimentos naturais e saudáveis

Uma coisa importante para os tempos de crise é tirar de nossa cabeça que não dá para comer bem com pouco dinheiro, pois nossa tendência é pegar o alimento mais fácil de ser preparado, mais barato, muitas vezes mais "saboroso", no entanto, mais pobre naquilo que nosso corpo precisa para ser nutrido.

O desafio é que, na próxima compra, deixe de lado as guloseimas, os alimentos ricos em gorduras, o sódio e o açúcar. Aposte nos alimentos mais naturais e saudáveis, você vai ver a diferença em sua vida e na vida dos seus.

Michele Barros
Nutricionista do Posto Médico Pe. Pio – Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/e-possivel-ter-uma-alimentacao-saudavel-com-pouco-dinheiro/

16 de janeiro de 2017

A cura da mente e do coração

A cura interior é a chave para a cura plena da pessoa

A cura interior não só é importante como necessária. Precisamos ser curados e Deus quer nos curar plenamente; por meio dessa cura, somos restaurados na nossa personalidade. A cura interior é a chave para a cura plena da pessoa. Cada dia é um dia de surpresas que o Senhor nos reserva. Podemos confiar e nos abrir, sem medo, à ação do Espírito Santo.

A cura da mente e do coração - 1600x1200Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Como saber se eu preciso de cura interior? Onde eu preciso de cura interior? Questionamentos fundamentais que nós, à luz do Espírito Santo, precisamos nos fazer, buscar o discernimento, o diagnóstico. Se um médico é cuidadoso em fazer um diagnóstico ao seu paciente, quanto mais nós precisamos ter cuidado com o diagnóstico das nossas emoções e das emoções das pessoas. É preciso abrir-se ao Espírito Santo, agir em nome de Jesus, agir para o bem, porque Deus trabalha para o bem, para todos aqueles que O amam. Para seguir o exemplo de Jesus, que passou pela Terra fazendo o bem, libertando as pessoas do poder de satanás, é preciso concluir esse trabalho, é preciso ter fé e compaixão.

Passos práticos para responder aos questionamentos: Eu preciso de cura interior? Onde eu preciso de cura interior?

  • 1º passo:

Saber o que está acontecendo com você. Isso se chama observação. Olhar os sintomas e anotar. Observar tudo: sintomas físicos, doenças físicas que você traz e que se passam com você. Tomar nota de tudo o que acontece no seu corpo. Fazer muitas perguntas a si mesmo, anotar cada detalhe, enfim, tomar nota dos sintomas físicos. É preciso fazer bem feito. Depois de anotar todos os sintomas emocionais, lembre-se de que eles são espelho do que você vive interiormente (Exemplo: quando você está sozinho, o que você sente?). Ficar atento aos sentimentos. Ainda: tomar nota das atitudes de vida, porque elas são reflexo do que você vive interiormente. Como você se comporta? (Exemplo: dizer uma mentira é sintoma de um problema muito mais profundo. Depressão não é doença, é um sintoma). Não podemos rezar somente pelos sintomas, por isso que a cura não acontece.

  • 2º passo:

Descobrir a doença, dar nome ao seu diagnóstico. Orar por cura profunda. Quais são os problemas emocionais profundos?

Rejeição: Como ela vem? Vem quando eu não sinto que não sou amado e querido pelas pessoas que me são importantes e próximas. Não que elas não me amem, eu é que sinto assim (sentimentos que podem existir: raiva, amargura, tristeza, ódio, inveja dos amigos, suspeita, falta de confiança nas pessoas). É a mais importante ferida emocional. A grande dor que Jesus sentiu foi a da rejeição.

Sentimento de Culpa: Ele entrou quando eu fui criado em uma família muito religiosa, onde alguns conceitos são passados de maneira errada. Exemplo: ""Papai do céu vai castigá-lo""; ""Papai do céu está vendo tudo que você está fazendo de errado"". A culpa saudável nos leva à conversão, mas a culpa errada nos leva a ter medo de Deus, medo do castigo eterno.

Sentimento de Inferioridade: Quando a criança nasce, ela está cheia de sentimentos de superioridade, porque todos olham para ela, tornando-a o centro; porém, conforme a criança vai crescendo, as pessoas se cansam e ela deixa de ser o centro. Talvez ainda ela escute dos pais expressões do tipo: "Como "você é ruim", você é mal!"". Forma-se nela uma imagem pobre de si mesma, vinda de palavras negativas que chegam a si. Nasce com isso um sentimento de autopiedade, o ódio de si mesma, depois vem a autodestruição, chegando muitas vezes ao suicídio.

Medos: Não são os medos pequenos, são os medos que paralisam a pessoa, que a fazem se fechar em si mesma, como medo da morte, medo de ficar sozinho, medo do diabo, do escuro etc.


  • 3º passo:

É o mais importante: encontrar as causas profundas pelos quais você tem esses problemas emocionais, as fontes dos problemas profundos das pessoas. Como está escrito no início, não basta rezar pelos sintomas, é preciso rezar pelas causas.

Bom trabalho.
Deus abençoe você!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/a-cura-da-mente-e-do-coracao/

13 de janeiro de 2017

As opções nossas de cada dia

Nossas opções podem mudar o rumo da nossa vida

Do nascer ao pôr-do-sol é preciso optar pelo 'sim' ou pelo 'não'. As opções que fazemos não são neutras. Elas, em parte, definem a qualidade de vida que temos ou que queremos ter.

Quando o relógio desperta, mesmo antes de o dia amanhecer, deparo-me com minha primeira oportunidade de escolha: "Levanto ou desligo o relógio e continuo dormindo?"

As opções nossas de cada diaFoto: Arquivo Pessoal

As escolhas

Se eu me levantar e começar a agir, provavelmente não me atrasarei e estarei contribuindo para que meu dia seja feliz e harmonioso com inúmeras oportunidades de fazer ótimas escolhas. No entanto, se desligar o relógio e voltar a dormir, as consequências dessa escolha poderão ser dramáticas: perder a hora, ficar nervosa e deixar de aproveitar bem cada oportunidade que a vida me dará naquele dia.

Claro que existem situações que vão além disso. Existem momentos em que, por mais que haja boa vontade de nossa parte, é difícil e arriscado decidirmos sozinhos. Nessas horas, é preciso muita calma e nada melhor que ouvir a opinião de alguém em quem podemos confiar.

É preciso prudência antes de falar "sim" ou "não". É com muita sabedoria que o salmista reza: "Ponde, Senhor, uma guarda em minha boca, uma sentinela na porta de meus lábios" (Salmo 140/141, 3).


Reflexão para decidir

Quantas vezes respondemos precipitadamente com um 'sim' ou com 'não'; essa imaturidade nos traz desagradáveis consequências. Na maioria dos casos, a resposta precipitada é fruto do comodismo, da pressa, da impaciência ou da falta de atenção. Como faz bem parar uns segundos para refletir na hora de decidir!

Santa Teresa, certa vez, aconselhando uma de suas irmãs, disse: "Nunca fales coisa alguma sem antes refletir e recomendar-te ao Senhor, a fim de que jamais profiras algo que possa magoar alguém. Nunca teimes em ter razão, principalmente tratando-se de coisas insignificantes! Fala a todos com cortesia. Corrigindo alguém, sê modesta e humilde, e nunca o faça sem te humilhares a ti mesmo. Não ouça e não fales mal de ninguém. Sê brando com todos e rigoroso contigo mesmo!"

Peço a Deus que estes conselhos estejam sempre em minha mente na hora em que eu precisar dizer "sim" ou "não". Desejo a mesma graça para você neste dia!


Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às terças-feiras, está à frente do programa "De mãos unidas", que apresenta às 21h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/as-opcoes-nossas-de-cada-dia/

11 de janeiro de 2017

Em 2017, desative o autoboicote

Para e pense: será que eu me boicoto?

Você, eu não sei, mas a maioria das pessoas sim, entram no processo de autoboicote.

Pense comigo: já observou que grande parte das pessoas idealizam bons projetos pessoais ano após ano, janeiro a janeiro, mas, ao chegar dezembro, percebem que seus planos não foram concretizados? Será que isso é azar? Preguiça? Metas irreais? Mau planejamento? Ou autoboicote?

Podemos dizer que, tirando o azar, acontece um pouco de cada coisa para que os projetos de vida não saiam do papel. Porém, só um está por trás de todos, e esse é o boicote. O ato de boicotar a vida é o mesmo que sabotar, dificultar ou prejudicar ações corriqueiras da vida por meio de resistência passiva.

Em 2017, desative o autoboicoteFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O que significa isso? Eu faço de propósito? De forma consciente?

Não, o boicote não é um ato consciente!

O ser humano aprende por repetição, e ele é educado desde cedo. Quando criança, ainda não se tem maturidade, condições psíquicas de julgamento, afinal de contas, está aprendendo. No entanto, muitas formas de enxergar o mundo são aprendidas neste tempo de nossas vidas, e assim conduzimos esse olhar infantil para a adolescência, a vida adulta e até mesmo a velhice, sem amadurecer. Essa é a nossa construção cognitiva, nossa forma de perceber um mundo que nos frustra desde crianças.


Qual ligação isso tem com sabotagem e boicote?

O boicote nada mais é que essa forma "infantil" de reagir às dificuldades e frustrações do mundo adulto e sustentar "verdades" distorcidas a nosso respeito, sendo uma forma de preservar e sustentar uma identidade construída. Por exemplo: quero passar em um concurso público, mas não acredito ter capacidade intelectual suficiente para isso. Com esse pensamento, e acreditando nele, nunca paro para estudar e me escondo em antigas desculpas. "Se eu tivesse dinheiro para pagar um bom cursinho, eu passaria no concurso", "Não abro mão de sair com os amigos", "Tenho que arrumar casa, trabalhar e, quando chega à noite, só quero dormir.", "Acho que tenho hiperatividade, não consigo me concentrar, fico perdida nos estudos o tempo todo e não consigo aprender nada", e tantas outras coisas me impedem de estudar. Ao chegar no concurso, um fracasso; e assim se passam anos e a pessoa valida aquela verdade inicial: "Eu nunca vou passar em um concurso, porque não sou capaz". Outro exemplo: "Nunca vou namorar, ninguém nunca vai se interessar por mim". A pessoa que pensa assim acaba favorecendo situações para que o namoro não aconteça, como não se abrir aos relacionamentos, limitando muito seus pretendentes; torna-se uma pessoa fechada, rabugenta, não se arruma, não se sente bonita nem atraente. Ela não acredita que alguém possa, um dia, interessar-se por ela; assim acaba se boicotando, criando situações que não favorecem o despertar de interesse de outra pessoa por ela.

Tenha um olhar atento

Essas formas de pensar não estão claras, são inconscientes. É preciso um olhar criterioso, cuidadoso e, por vezes, profissional para encontrar essas falsas verdades. São elas que automaticamente nos conduzem à preguiça, ao mal planejamento, à má execução do projeto pessoal, sem conseguir nunca fazer os projetos se tornarem realidade, entrando em um ciclo de frustração a cada ano.

Há pessoas que não conseguem nem ouvir falar sobre projeto de vida, metas, planejamento etc., pois tamanha são as frustrações sofridas. No entanto, o convite que eu lhe faço para 2017 é: descubra onde você está se boicotando e desative seu esquema de sabotagem, para que sua vida decole e seus projetos sejam executados com toda a capacidade que existe em você. Acredite! É possível realizar projetos. Se você acha que sozinho não vai conseguir, procure ajuda profissional, mas não deixe mais um ano passar. Realize seus sonhos!

Aline Santos
Psicóloga – Missionária da Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/em-2017-desative-o-autoboicote/

9 de janeiro de 2017

A era moderna e a alma serena

Vivemos tempos de grandes 'milagres' modernos. Nunca o mundo viu tamanha velocidade de informação. Nunca se viu possibilidades técnicas tão avançadas como agora. Qualquer coisa que aconteça do outro lado do mundo é conhecido, quase ao mesmo tempo, pelo planeta todo. Basta um 'clique' com o mouse do computador para enviar a centenas de destinatários informações sobre guerras, atentados, tsunamis ou mortes.

O mundo vive seu apogeu científico: pesquisadores ousam romper o limite do ético e do biológico manuseando células-tronco e redescobrindo as nuances do código genético humano. Nunca como agora foi tão fácil conhecer culturas e pessoas geograficamente distantes e virtualmente presentes. É fácil para empresas virtuais arranjarem até 'casamentos' por encomenda! Somando as características de cada pretendente e calculando num software online a maior probabilidade de 'combinação' conjugal. Ultimamente ouve-se falar até de robôs tecnologicamente treinados para manifestar emoções.

Em contrapartida, nunca se viu um mundo tão caótico. Hoje, com um simples botão pode-se acender uma lâmpada em casa ou iniciar uma detonação atômica capaz de deflagrar a 3ª Guerra Mundial. O apelo da multidão chega a causar medo, fobias… é mais seguro e prazeroso perder horas navegando na Internet. No mundo virtual: uma coleção de amigos de Orkut, popularidade garantida! No mundo real: uma coleção de dias em solidão à frente de um computador. Nunca como agora se ouviu falar tanto de depressão, suicídio, perda do sentido da vida e apelo ao uso de drogas para driblar o tédio da modernidade.

Não é pecado aproveitar as maravilhas do mundo moderno. Deus não condena ninguém que tente, cientificamente, salvar vidas respeitando-as totalmente. Não há nada de errado em enriquecer-se conhecendo culturas e estreitando laços, virtuais ou não. O que, de fato, é contraditório é trocar o real pelo imaginário. É tolice trocar um abraço, enxugar uma lágrima de saudade por um "emoticon" do MSN. Com uma mensagem de celular posso escrever "eu te amo", mas nada substitui a companhia fiel da pessoa amada nas horas difíceis da vida, de mãos dadas, lado a lado até que a morte os separe.

Por mais que a Era Pós-moderna nos maravilhe com suas descobertas, o homem continua sempre o mesmo: criado para amar e ser amado. Agostinho, santo católico que nasceu na África, convertido pelas lágrimas orantes de sua santa mãe, depois de 30 anos de libertinagem e boemia escreveu: "Senhor, tu nos fizeste e somos teus! E inquieto estará nosso coração enquanto não repousar em ti!" Ele tinha razão! Toda nossa curiosidade pela modernidade acaba sufocada pela sede interior que não quer calar…

Maravilhemo-nos com aquilo que a modernidade nos dá. Todavia, não nos esqueçamos de que as coisas da alma não se resolvem com um 'clique' ou um 'enter' de computador. É preciso algo mais. Alguém maior: Deus! Ele é o mesmo, ontem, hoje e sempre (cf. Heb 13,8)! Sempre moderno!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/diversos/a-era-moderna-e-a-alma-serena/

4 de janeiro de 2017

Votos íntimos: qual voz quero seguir?

Você sabe o que são votos íntimos? Se não sabe, vamos juntos refletir sobre o assunto

Quantas vezes vamos assumindo "inverdades" em nossa vida, permitindo que se tornem verdades absolutas? Ou quantas vezes deixamos que certas falas que disseram a nós ditem nossos comportamentos e atitudes, fazendo assim uma vida de jugos e amarras existenciais? No ambiente religioso, chamamos de "votos íntimos" essas inverdades, falas e jugos que determinam nosso interior, levando-nos a uma exterioridade não sadia nem livre.

Na psicologia comportamental, chamamos essa realidade de pensamentos automáticos, pensamentos que surgem de forma instantânea e determinam nossas atitudes. Esses pensamentos automáticos são construídos por "crenças", que se solidificaram pelas experiências que tivemos no decorrer de nossa história. Por exemplo: talvez, quando você era ainda uma criança, foi esquecido pelos pais na escola, e aquele sentimento de abandono registrou uma crença de que "você não é amado". Logo, toda vez que você for "esquecido", surgirá, de maneira automática, aquela voz dizendo: "você não é amado". Dessa forma, vamos deixando que nosso interior e exterior se formem na autoridade de tais pensamentos. Talvez, aquele esquecimento na escola tenha acontecido, porque seus pais enfrentaram uma longa estrada de engarrafamento e, por isso, atrasaram-se. Não há nada a ver com o "não amar" você.

Votos íntimos qual voz quero seguirFoto: Arquivo Pessoal

O pensamento automático, ou se quiser chamar de voto íntimo, pode, em muitos casos, ser uma grande prisão na sua forma de viver a vida.

Pare e pense

Por exemplo: Se fico sozinho, devo ser indesejável. As pessoas que não têm companheiros são perdedoras. Tenho de ter um companheiro para ser feliz. Preciso me sair bem em tudo o que fizer. Se não me sair bem em alguma coisa, devo ser um fracasso.

Diante dessas frases que vão determinando nossas vidas, precisamos usar o próprio pensamento lógico para nos desvencilharmos dessas armadilhas. Temos de explorar a realidade e, quem sabe, nesta hora, traduzir tudo em uma sincera oração? "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Busque a verdade sobre todas as questões, enfrente-a e não se permita ser escravizado pelas inverdades da vida.



Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Formado em filosofia e Psicologia. Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!", "Quero um Amor Maior" e " Agora e Para Sempre: como viver o amor verdadeiro".


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/votos-intimos-qual-voz-quero-seguir/

2 de janeiro de 2017

A diferença que separa um sonho de uma meta

Quando os sonhos e metas se entrelaçam e dão um novo ânimo para a vida

Ano novo, vida nova! Depois da virada de mais um ano, existe algo diferente no ar. Já diz o poeta: "Ainda bem que existem janeiros". Na mídia, na rua, no trabalho é comum ouvir alguém dizer que, neste ano, vai comprar uma casa, viajar para tal lugar, trocar de carro ou simplesmente que este ano vai ser diferente!

A diferença que separa um sonho de uma meta -Foto: Arquivo Pessoal /cancaonova.com

São sonhos e metas que se entrelaçam e dão um novo ânimo para a vida. Algo interessante que descobri nesses dias é a diferença que separa um sonho de uma meta. Talvez até hoje você só tenha sonhado com o que gostaria de realizar na vida, mas nunca tenha dado nem um passo concreto para realizar este sonho, ou seja, está vivendo sem metas.

Segundo a psicóloga e escritora Danielle Tavares, "meta é um alvo definido, um ponto certo aonde se quer chegar; e pode-se aplicar esse conceito nas diversas áreas da vida: família, profissão, estudo, relacionamento afetivo e social, economia, finanças pessoais etc."

Em clima de recomeço, considero importante avaliar nossos reais objetivos e reconhecer quais destes são metas. "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho já serve."

Atirando para todos os lados

Quando não buscamos concretamente o que queremos ou sonhamos, acabamos "atirando para todos os lados" sem acertar o alvo. Desse jeito, pode-se chegar ao fim sem ter o que comemorar, e isso não é a vontade de Deus para nenhum de seus filhos, inclusive você.

Pergunto-lhe: Você sabe que rumo está dando para sua vida com o trabalho que realiza agora? Tem buscado, no dia a dia, o que realmente deseja alcançar? Se a resposta for negativa, provavelmente você não esteja feliz, e é possível que sua vida esteja sem sentido. Daí vem a pergunta: E agora, o que fazer?


Acredito que, neste e em todos os casos, devemos sempre lembrar que nunca é tarde para recomeçar. Independente da idade ou situação em que esteja, com a graça de Deus e força de vontade tudo é possível. Sonhar e querer algo é importante, mas isso não basta quando se trata de realização. É hora de traçar metas e dar passos concretos.

Diferença entre sonho e meta

Ouvi uma historinha, há pouco tempo, que me ajudou a entender a diferença entre meta e sonho. Havia cinco macacos no galho de uma árvore: dois deles decidiram pular e pegar algumas bananas que estavam ali perto. Então, vem a pergunta: Quantos macacos permaneceram no galho? A resposta é simples: os cinco animais continuaram no galho. Sabe por quê? Porque decidiram pular, mas nenhum deles fez isso de fato.

Precisamos começar bem o ano, para vivê-lo bem por inteiro. Acredito que definir as prioridades e dar passos para chegar aonde se quer é um ótimo ponto de partida. Disso vem a transformação de vida: a partir das atitudes e preferências concretas do dia a dia. Claro que isso não se consegue de uma hora para outra, empenho e perseverança são fundamentais. É também uma questão de escolha e disciplina pessoal. O apóstolo Paulo, em uma de suas cartas, diz: "Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras" (II Timóteo 2,5).

Que o Senhor nos ensine a buscarmos do jeito certo as metas que queremos alcançar neste ano novo e sempre.

Feliz vida nova para você!