15 de abril de 2016

Papa alerta sobre três perigos nas famílias

Exortação Amoris Laetitia: a alegria do amor na família

Amoris Laetitia (A alegria do amor) é o título da Exortação Apostólica Pós-sinodal do Papa Francisco. O documento, que tem nove capítulos, reúne os resultados dos dois Sínodos sobre a Família realizados em 2014 e 2015.

Neste artigo, destacamos três alertas que nos é apresentado, na Amoris Laetitia, sobre os perigos nas famílias.

papa-alerta-sobre-tres-perigos-nas-familiasFoto: Daniel Mafra /CN

Individualismo

O individualismo exagerado desvirtua os laços familiares e acaba por considerar cada membro da família como uma ilha, fazendo prevalecer, em certos casos, a ideia de um sujeito que se constrói segundo os seus próprios desejos assumidos com caráter absoluto.

As tensões causadas por uma cultura individualista exagerada da posse e fruição geram, no seio das famílias, dinâmicas de impaciência e agressividade.

Independência

A liberdade de escolher permite projetar a própria vida e cultivar o melhor de si mesmo, mas, se não se tiver objetivos nobres e disciplina pessoal, degenera numa incapacidade de se dar generosamente.

Se estes riscos se transpõem para o modo de compreender a família, esta pode transformar-se num lugar de passagem, onde uma pessoa vai quando parecer conveniente para si mesma ou para reclamar direitos, enquanto os vínculos são deixados à precariedade volúvel dos desejos e das circunstâncias.


Amor provisório

Refiro-me à rapidez com que as pessoas passam duma relação afetiva para outra. Creem que o amor, como acontece nas redes sociais, possa-se conectar ou desconectar ao gosto do consumidor, inclusive bloquear rapidamente.

Penso também no medo que desperta a perspectiva de um compromisso permanente, na obsessão pelo tempo livre, nas relações que medem custos e benefícios e mantêm-se apenas se forem um meio para remediar a solidão, ter proteção ou receber algum serviço.

Faz impressão ver que as rupturas ocorrem, frequentemente, entre adultos já de meia-idade, que buscam uma espécie de « autonomia » e rejeitam o ideal de envelhecer juntos cuidando-se e apoiando-se.

Correndo o risco de simplificar, poderemos dizer que vivemos numa cultura que impele os jovens a não formarem uma família, porque nos privam de possibilidades para o futuro.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/papa-alerta-sobre-tres-perigos-nas-familias/

13 de abril de 2016

A espiritualidade pode ajudar na produtividade das empresas?

Como a espiritualidade pode ajudar na produtividade das empresas a partir da humanização?

Empresas buscam produtividade e a capacidade de produção está associada ao esforço oferecido por cada funcionário. Empresas crescem à medida que seus colaboradores também crescem interiormente. Quanto menor for a capacidade de crescimento interior de cada um, menor será sua produtividade.

A espiritualidade pode ajudar na produtividade das empresas
Foto: Paha_L, iStock.by Getty Images

Como a espiritualidade cristã pode ajudar as companhias a serem locais de alta produtividade gerada a partir da humanização? Jesus Cristo conhecia Seus discípulos, Ele sabia o nome de cada um, conhecia a história de vida deles. Cristo trilhou um caminho fazendo deles não funcionários do Reino de Deus, mas amigos que poderiam difundir, para outros cantos da Terra, a mensagem de amor que Ele anunciava.

Conhecer os dons de cada um

Claro que, em uma empresa de grande porte, essa realidade de conhecer cada colaborador é praticamente impossível de ser aplicada no dia a dia. Mas grandes empresas possuem equipes responsáveis por seus diversos setores. Por isso, o primeiro passo é que o empresário conheça aqueles que estão em contato direto com ele. Essa rede de conhecimento deve ser criada na base e estender-se de modo mais amplo aos diversos setores da empresa, a fim de saber quem está ao seu lado, suas dificuldades, limites e potencialidades. Conhecer os dons de cada um que com ele convive diretamente é o primeiro passo para uma equipe de base, na qual o crescimento é prioridade a ser buscada e não meta a ser imposta.


Conhecer aqueles que colaboram para o bom andamento da empresa é fundamental para que a ideia principal desse conhecimento interpessoal chegue a todos. Essa rede de amor não é impossível de ser realizada; no entanto, ela só funcionará se for vivenciada por todos aqueles que acreditam na verdade de seus princípios.

Uma rede de amor, na qual o conhecer e a acolhida são eficazes, é fruto de um processo nascido na verdade dos sentimentos de quem busca um jeito novo de vivenciar as relações no ambiente de trabalho. Ao buscar apenas o resultado financeiro, essa rede terminará, mais cedo ou mais, no fracasso.

O projeto inicial deve nascer da convicção de que as relações entre empresário e colaboradores seja fruto de um processo que busque, em primeiro lugar, superar as divisões existentes na empresa onde os funcionários não mais sejam vistos apenas como meros executores de funções, e passem a ser vistos e conhecidos como pessoas. Para o crescimento de uma empresa, o empresário terá de ter consciência de que ele, primeiro, deverá buscar o crescimento interior. Não há como exigir mudanças se antes elas não acontecerem, verdadeiramente, em sua própria vida.


 


Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).

Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: www.facebook.com/peflaviosobreiro


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/vocacao/profissao/espiritualidade-pode-ajudar-na-produtividade-das-empresas/

11 de abril de 2016

Deus é responsável por nascer crianças com deficiências?

Deus é responsável por crianças nascerem com deficiências e outros padecimentos da humanidade?

O primeiro parágrafo do Catecismo da Igreja afirma que "Deus é Perfeito e Bem-aventurado", n'Ele não há sobra, erro nem maldade. "Deus é amor" (1Jo 4,8); "Eterna é a Sua misericórdia" (Sl 117,1).

Deus é responsável por nascer crianças com deficiências - 1600x1200Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A Bíblia é repleta de passagens que falam do amor de Deus por nós. "Deus amou o mundo a tal ponto que deu o Seu Filho único para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16). São Paulo disse que "essa é prova do amor de Deus por nós, porque, ainda quando éramos pecadores, Cristo morreu por nós" (Rom 5,8). Será que pode haver maior prova de amor por nós? Diante de tudo isso, não há como alguém pensar que Deus possa ser responsável por uma criança nascer com deficiência. Então, de onde vem esse mal?

Deus é suficientemente bom para tirar do próprio mal o bem

A resposta católica para o problema do mal e do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274):

"A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal, porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem" (Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2). Como entender isso?

Deus, sendo Perfeitíssimo, não pode ser causa do mal, logo, esta é a própria criatura, que pode falhar, já que não é perfeita como seu Criador. Só Deus é infalível e isento de imperfeições. Na verdade, o mal, ensina a filosofia, é a carência do bem. Por exemplo, a doença é a carência do estado de saúde, a ignorância é a carência do saber, e assim por diante. Por outro lado, o mal pode ser também o uso errado, mau, de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino… Até mesmo a droga é boa, na mão do anestesista.

Deus permite que as criaturas vivam conforme a natureza de cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Assim, o sofrimento é, de certa forma, inerente à criatura. Mas por que Deus permite o sofrimento? Ele é Amor e Onipotência, poderia evitá-lo!

Para que o homem fosse "grande", digno e nobre, Deus o fez livre, inteligente, dotado de mãos maravilhosas, sensibilidade, vontade, memória etc., que nem as pedras, árvores e animais receberam. A liberdade é o toque maior de nossa semelhança com Deus. Ele teve de correr o risco de nos fazer livres, para que fôssemos dignos, mesmo sabendo que a criatura poderia lhe voltar as costas. Deus não poderia impedir o homem de lhe dizer "não", senão, tiraria dele a liberdade, e ele seria apenas um robô. Deus não quis isso, mas Ele nos deu também a inteligência, como uma luz para guiar nossos passos; e nos deu a vontade para permanecer no bem e evitar o mal.

Ele quis fazer a criatura humana livre como Ele, criou-o da melhor maneira possível, à Sua imagem. É a liberdade que nos diferencia dos animais, dos robôs e teleguiados. Podemos escolher espontaneamente o rumo de nossa vida e o teor de nossas ações. E nisso podemos errar, cometendo graves danos, especialmente quando usamos mal da nossa liberdade e inteligência, desobedecendo a Deus.

É Deus quem nos sustenta e nos mantém vivos, mas Ele não tira a nossa liberdade. Do contrário, não haveria merecimento nem culpa de nossa parte. Não haveria dignidade no homem. Então, por isso, Ele não quer, mas permite a morte e o sofrimento no mundo. Aqui está o nó da questão: Deus respeitou e respeita a liberdade da criatura que lhe diz 'não', embora pudesse e possa obrigá-la ao 'sim' – o que evitaria sofrimentos –, mas isso destruiria a grandeza do homem, que consiste em sua liberdade de opção.

Deus não é paternalista, é Pai

Depois de dar ao homem todas essas faculdades maravilhosas, Deus lhe deu o mundo em suas mãos, para cuidar dele como um jardineiro. "O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo" (Gen 2, 15). Se o homem não cuida bem desse mundo, se não ama os irmãos, se não obedece às leis divinas, então dá origem à dor, e isso não é culpa de Deus. Daí, surge o pecado e o mal moral, que gera também o mal físico. "O salário do pecado é a morte" (Rom 6,23). Por isso, Jesus foi até a cruz, para "tirar o pecado do mundo" (Jo 1,29), a causa de todo sofrimento e morte.

Deus não é paternalista, é Pai, ou seja, Ele não fica "passando a mão por cima" dos erros dos homens e consertando os seus estragos como fazem muitos pais. O Senhor deixa que o homem sofra as consequências de seus erros. Essa é a lei da justiça, e quem erra deve arcar com as consequências dos seus erros.

Os nossos erros geram sofrimentos para os nossos descendentes também. Os filhos não herdam os pecados dos pais, mas podem sofrer por causa desses pecados. Eu sofro não só por causa dos meus pecados, mas também por causa dos pecados dos homens, de todos os tempos e lugares, especialmente daqueles que estão mais ligados a mim: parentes, amigos etc. A humanidade é solidária.

É lógico que os vícios de um pai fazem sofrer os filhos e a esposa; e assim por diante. Deus não é o culpado nem deseja nada disso. A culpa é nossa mesmo. Que culpa teria Deus, se, por exemplo, um pai irresponsável, passasse uma noite bebendo e, depois, sofresse um acidente de carro e morresse por dirigir embriagado? Não! A culpa não é de Deus, é do homem.

O Senhor não desrespeita as leis que Ele mesmo criou

Se você teimar em ligar o seu ventilador em uma tomada de 220 volts, quando o manual manda ligar em 110 volts, é claro que você vai queimar o motor do ventilador. Que culpa tem Deus disso?

O mesmo se deu e se dá com o mundo e com o homem.

Temos um Projetista que fez o homem e mundo belos, organizados, harmoniosos, mas não respeitamos o seu catálogo; então, destruímos Sua bela obra e geramos o sofrimento.

Quando ouvimos que é preciso "aceitar a vontade de Deus" diante do sofrimento e da morte, não quer dizer que foi Deus quem quis aquele mal, aquela tragédia, doença etc. Não! Deus não pode querer o mal. Mas Ele o permite, porque não desrespeita as leis que Ele mesmo criou e, de modo especial, o nosso livre arbítrio. Deus respeita a nossa dignidade e semelhança a Ele.

Se Ele ficasse nos livrando das consequências dos nossos pecados, nunca nos tornaríamos filhos maduros. Se Ele, por exemplo, suspendesse a lei da gravidade quando alguém salta de uma altura para a morte, ele destruiria o mundo todo.

"Deus não fez a morte nem tem prazer em destruir os viventes", diz o livro da Sabedoria (1,13). "Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão" (Sab 2,23).


Podemos então dizer que é, principalmente por causa de sua liberdade, que o homem é grande; por isso, pode sofrer. Ele é imagem de Deus sem ser Deus. Na sua sabedoria e bondade infinitas, Deus achou por bem correr o risco de poder nos ver errar e sofrer. Foi o preço da nossa semelhança a Ele.

O Criador poderia estar constantemente vigiando o mundo, de modo que nunca houvesse algum desastre ou sofrimento. Mas esse procedimento seria menos digno de Deus, que deseja dar ao homem a oportunidade de realizar-se, tornar-se grande, com liberdade e nobreza.

As crianças e os inocentes sofrem, porque participam da dignidade humana, como já explicamos, e compartilham a sorte da humanidade.

Então, a criança não sofre para pagar os pecados de uma suposta vida anterior. Ela sofre, porque é solidária com a humanidade; e as consequências de seus erros a atingem também, embora inocente. Não é precioso inventar teorias complicadas para explicar o sofrimento, nem mesmo culpar Deus pelo erro que é nosso.


Deus não interfere no sofrimento da criança a todo instante, fazendo milagres para impedir o mal, para não destruir a ordem natural que Ele mesmo criou.

Em consequência do pecado, o sofrimento e a morte fazem parte da história de todos os homens, inocentes ou pecadores. A fé ensina que Deus Pai, pelo sofrimento redentor de Jesus, resgatará todo sofrimento da criança inocente e fará cada uma ressuscitar um dia com Cristo.

Não devemos esquecer que os primeiros mártires da Igreja são os inocentes que morreram pelas mãos de Herodes, em Belém (Jr 31,15). Hoje, são santos mártires da Igreja. O seu sofrimento não foi em vão. Não podemos olhar os fatos só com os olhos deste mundo; é preciso vê-los à luz da fé.

A Paixão e Morte de Jesus resgataram o mundo. O Pai entregou Jesus por nós assim. Ainda duvidaremos do Seu amor?


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/deus-e-responsavel-por-nascer-criancas-com-deficiencias/

8 de abril de 2016

É Deus quem escolhe a pessoa certa para eu me casar?

Encontrar a pessoa certa para casar-se não é uma missão impossível

O casamento é uma instituição divina que Deus estabeleceu desde o momento da criação do homem e da mulher. Depois de criar Eva, o Senhor Deus a levou para Adão, que ficou muito satisfeito e exclamou: "Agora sim, tenho alguém que é osso dos meus ossos e carne da minha carne, ela vai se chamar mulher" (Gen 2,23). E Deus disse ao casal: "O homem deixa a casa do seu pai, se une à sua mulher, e sereis uma só carne" (Gen 2,24).

É Deus quem escolhe a pessoa certa para eu me casar
Foto: Jason_Lee_Hughes, iStock.by Getty Images

Assim, Deus estabeleceu a humanidade sobre as bases do casamento, que Jesus elevou à dignidade de sacramento, uma graça especial para o casal viver a vida conjugal e familiar como Deus deseja.

Nesse sentido, Deus deseja que os casais que se unem em matrimônio, vivam em harmonia conjugal, de modo que a família e os filhos sejam felizes. E isso depende do namoro, de uma escolha correta com quem se casar; isto é, alguém que tenha os mesmos valores humanos e espirituais.


Desígnio de Deus

É claro que precisamos pedir a Deus a graça de encontrar aquela pessoa com quem devemos nos casar, e Ele atende nossa oração. Conheço pessoas que fizeram novenas para encontrar uma pessoa adequada para se casar e conseguiram; mas isso nem sempre acontece, pois, nem sempre os planos de Deus são os nossos. O Senhor conhece cada um de nós e sabe que, muitas vezes, o casamento não é bom para uma pessoa. Às vezes, ele chama a pessoa a uma vocação sacerdotal ou religiosa, ou mesmo celibatária. Michel Quoist dizia que "solteiro ou casado, só o egoísta desperdiça a vida".

Deus atende a quem reza e Lhe pede ajuda, mas Ele não tira a nossa liberdade; ao contrário, o Senhor nos dá inteligência e vontade para tomar as decisões certas em nossa vida com a ajuda da Sua graça. Sabemos que a graça, como disse Santo Agostinho, supõe a natureza; não a dispensa, mas a enriquece. Precisamos cooperar com a graça também para encontrar a namorada e a esposa que seja adequada. E tudo isso começa no namoro. Não existe destino, e Deus não determina uma pessoa para se unir com outra sem a decisão de ambos.

Já vai muito longe o tempo em que os pais arranjavam os casamentos para seus filhos. Para encontrar alguém adequado, é preciso procurá-lo. Normalmente, é no próprio ciclo das amizades e ambientes de convívio que os namoros começam. Sabemos que o ambiente molda a pessoa de certa forma; logo, é preciso procurar alguém naquele ambiente que vive os valores que se preza.

Onde procurar?

Se alguém é cristão, então procure entre famílias cristãs, ambientes cristãos, grupos de jovens, etc., a pessoa que procura, e peça a ajuda de Deus. O namoro começa com uma amizade, que pode ser um pré-namoro que vai evoluindo. Mas não se deve "mergulhar de cabeça" num namoro, só porque uma paixão o dominou. Não vá com muita sede ao pote, porque pode quebrá-lo.

É preciso sentir primeiro, por meio de uma pura amizade, quem é a pessoa que está a sua frente. Talvez, já nesse primeiro relacionamento amigo, pode-se saber que não é com essa pessoa que se deve namorar. É o primeiro filtro, que tem a grande vantagem de não ter ainda qualquer compromisso com o outro, a não ser de amizade.


 Cultura da alma x cultura do corpo

O namoro é o encontro de duas pessoas com base naquilo que elas são, não naquilo que têm. Não se pode escolher um namorado somente por causa de sua beleza ou de seu dinheiro, pois amanhã pode ser que você não se satisfaça só com isso. Às vezes, uma pessoa simpática, bem humorada, feliz, supera muitas outras que oferecem mais beleza e perfeição física. Infelizmente, a nossa sociedade trocou a "cultura da alma" pela "cultura do corpo". Prova disso, é que nunca como hoje as cidades estão tão repletas de academias de ginástica, salões de beleza, cosméticos, cirurgias plásticas, etc. Investe-se ao máximo naquilo que é mais inferior na dimensão do ser humano,o corpo, embora este também seja importante.

É claro que todas as moças querem namorar um rapaz bonito, e também o contrário, mas não se pode esquecer o que disse Exupèry: "O mais importante é invisível aos olhos", pois é o que não envelhece e não acaba. O que é visível desaparece um dia, inexoravelmente ficará velho com o passar do tempo. Aquilo que não se vê – o caráter da pessoa, a sua simpatia que se mostra sempre atrás de um sorriso fácil e gratuito, o seu coração bom, a sua tolerância com os erros dos outros, as suas boas atitudes, etc. –, não passa, o tempo não pode destruir, e é o que vale.

A busca pelo essencial

Se você comprar uma pedra preciosa só pelo seu brilho, talvez acabe adquirindo uma joia falsa. É preciso que você conheça a sua constituição e o seu peso. O povo diz muito bem que "nem tudo que reluz é ouro". A felicidade não está na cor da pele, no tipo do cabelo nem na altura do corpo, mas na grandeza da alma. Quantos belos artistas terminaram de maneira trágica a vida! Nem a fama, nem o dinheiro em abundância, nem os "amores" mil, foram suficientes para fazê-los felizes. Faltou cultivar o que é essencial, aquilo que é invisível aos olhos. Tenho visto muitas garotas frustradas, porque não têm aquele corpinho de manequim ou aquele cabelo das moças que fazem propagandas dos xampus, mas isso não é o mais importante, porque acaba.

Os homens de todos os tempos sempre quiseram construir obras que vencessem os séculos. Ainda hoje podemos ver as pirâmides de 4000 anos do Egito; o Coliseu Romano, de 2000 anos, e tantas obras fantásticas. Mas a obra mais linda e duradoura é aquela que se constrói na alma, porque é imortal. Portanto, ao escolher o namorado, não se prenda apenas às aparências físicas; é preciso descer às profundezas da alma do outro e buscar seus valores.

É preciso dizer também que não se pode fazer da seu namorado uma peça de exibição que faça inveja aos colegas. Ele não pode ser exibido como um carro que você desfila entre os seus amigos para mostrar sua "grandeza". Você estaria fazendo do outro uma "coisa".

Enfim, Deus nos ajuda com Seu amor e Sua graça; dessa maneira, encontrarmos alguém que nos seja adequado. Mas é preciso fazer a nossa parte. O livro do Eclesiástico diz: "É uma boa dádiva uma mulher bondosa; uma dádiva daqueles que temem a Deus. Ela será dada a um homem por suas boas ações" (Eclo 26,3). Isso mostra que um bom cônjuge Deus dá também àqueles que O amam e fazem a Sua vontade.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/deus-escolhe-pessoa-certa-para-me-casar/

6 de abril de 2016

O demônio existe

O problema para o homem de hoje é perguntar-se se o demônio existe

No Evangelho, ouvimos relatos de expulsão de demônios por Jesus. Talvez esse fato nos pareça um pouco raro, porque estar possuído por um demônio nos parece algo exclusivo daqueles tempos. Entretanto, isso acontece também em nossos dias, mesmo que seja pouco frequente. Mas o problema para o homem de hoje é perguntar-se se o demônio, como pessoa, existe ou não.

O demonio existe 1600x1200

Acontece que o homem moderno e até o cristão moderno apenas creem no demônio. E este tem conseguido realizar, em nossos dias, sua melhor manobra: fazer que se duvide de sua existência. Queremos, por isso, agora, meditar um pouco sobre o diabo e seu atuar no mundo e em nossa vida. Os habitantes do inferno buscam neutralizar o poder e domínio de Deus, mas porque não lhes é dado enfrentar-se diretamente com Ele, atuam indiretamente. Tratam de atrair sua criatura preferida na terra: o homem. Assim, cada um de nós é um campo de luta em que se enfrentam o bem e o mal, as forças divinas e as diabólicas. Quem negaria tal realidade?


A grande obra do diabo é o pecado

Nenhum de nós será tão ingênuo a ponto de acreditar estar fora dessa luta permanente. Cada um de nós experimenta essa tensão, esse conflito em seu corpo e sua alma. Percebemos que um ser forte atua em nós e nos quer impor sua vontade, e que necessitamos de outro mais forte para libertar-nos. Fomos libertados já no dia de nosso batismo, mas o demônio voltou a nós e deixamos que ele entrasse de novo por meio de nossos pecados.

A grande obra do diabo é o pecado. Ele é o "pai do pecado". A realidade do mal leva os homens a matar, roubar e enganar, faz triunfar o injusto e sofrer o justo. O mal torna egoísta os que já têm muito e leva ao desespero os marginalizados – tudo isso e muito mais é obra dele, bem presente e atual em nosso mundo.

Realmente, o homem não vive sozinho seu destino, pois é incapaz de ser absolutamente independente. Ou se entrega a Deus ou é acorrentado pelo demônio. Tanto no bem quanto no mal, não somos nós quem vivemos, mas é Cristo ou satanás que vive e triunfa em nós. Ou somos filhos de Deus ou somos filhos do diabo!

É necessário que Cristo nos fortaleça em nossa luta diária

Jesus Cristo combate, desde o princípio de Sua missão, contra essa potência do mal, incrivelmente ativa e dispersa pelo mundo. Em toda parte Jesus a descobre, a expulsa e destrona. Nesse contexto, devemos ver também os textos do Evangelho. No centro dos textos bíblicos não está o possuído pelo demônio, mas Cristo. A Ele devemos dirigir nosso olhar. Sozinhos, nós não conseguiremos nos soltar do poder do maligno. Com nossas forças não podemos vencer o mal dentro de nós. É necessário que Cristo nos fortaleça em nossa luta diária contra o inimigo de Deus. É necessário que Cristo nos liberte, passo a passo, do poder destruidor do inimigo.

Também a Santíssima Virgem Maria, vencedora do diabo, há de nos ajudar nisso. Como Cristo procedeu no Evangelho com os possuídos, assim quer expulsar a injustiça, a mentira, o ódio e todo o mal da terra. Quer em nós e por nós criar um mundo novo melhor, renovar a face da terra. Quer construir a nação de Deus, onde reina a verdade, a justiça e o amor.

Queridos irmãos, também nós seremos, um dia, totalmente livres da influência do maligno. Isso acontecerá no dia feliz de nosso encontro final com Deus, da nossa volta à Casa do Pai.

4 de abril de 2016

O sentido da Festa da Divina Misericórdia

Compreenda como surgiu a Festa da Divina Misericórdia seu significado e sentido na vida cristã

No segundo Domingo da Páscoa, a Igreja celebra a Festa da Divina Misericórdia. São João Paulo II soube valorizar a experiência mística de Santa Faustina Kowalska. Aliás, a Igreja tem sempre a graça de contar com pessoas que se deixam raptar pela grandeza do amor de Deus, para anunciá-lo aos outros. Continua muito válido recorrer aos místicos, cuja percepção dos mistérios vai além dos pobres raciocínios humanos.

1600 x 1200 - O sentido da Festa da Divina Misericórdia

Escreve Santa Faustina: "Ó meu Jesus, vós sabeis que desde os meus mais tenros anos eu desejava tornar-me uma grande santa, isto é, desejava amar-vos com um amor tão grande com que até então nenhuma alma vos tinha amado" (Diário1372). Sabemos que o Senhor a escolheu para uma missão especial. Depois de passar pela "noite escura" das provações físicas, morais e espirituais, a partir de fevereiro de 1931, em Plock, o próprio Senhor Jesus Cristo começa a se manifestar à Irmã Faustina de um modo particular, revelando de um modo extraordinário a centralidade do mistério da misericórdia divina para o mundo e a história, presente em todo o agir divino, particularmente na Cruz Redentora de Cristo, e novas formas de culto e apostolado em prol desta sua divina misericórdia. Descreve esta primeira visão: "Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em vós" (Diário 47). Ao longo do Diário descobrimos que Jesus a escolhe como secretária, apóstola, testemunha e dispensadora da divina misericórdia.

O crescimento da devoção

São inúmeros os lugares do mundo que celebram nestes dias a Novena da Divina Misericórdia e se multiplicam, por toda parte, Movimentos e Grupos que contribuem na divulgação da Espiritualidade da Divina Misericórdia, todos crescentes em participação e profundidade, com frutos de intenso apostolado e serviços de caridade que expressam os frutos de uma espiritualidade autêntica. E se espalha por toda parte a oração do Terço da Divina Misericórdia: Ele foi ensinado durante uma visão que Irmã Faustina teve em 13 de setembro de 1935: "Eu vi um anjo, o executor da cólera de Deus, a ponto de atingir a terra. Eu comecei a implorar intensamente a Deus pelo mundo, com palavras que ouvia interiormente. À medida que assim rezava, vi que o anjo ficava desamparado, e não mais podia executar a justa punição". No dia seguinte, uma voz interior lhe ensinou essa oração nas contas do rosário. Nas contas do Pai-Nosso, reza-se: Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo e Sangue, a Alma e Divindade de vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro. Nas contas das Ave-Marias, reza-se: Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro (10 vezes). Ao fim do terço, reza-se: Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro. Oração de uma simplicidade impressionante, e cujos frutos mais ainda tornam estupefatas as pessoas!


Os efeitos da oração

Outra revelação assim indicava: "Pela recitação desse terço, agrada-me dar tudo que me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será feliz. Escreve isso para as almas atribuladas: Quando a alma vê e reconhece a gravidade dos seus pecados, quando se desvenda diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que mergulhou, que não se desespere, mas se lance com confiança nos braços da minha misericórdia, como uma criança nos braços da mãe querida. Essas almas têm sobre meu coração misericordioso um direito de precedência. Dize que nenhuma alma que tenha recorrido à minha misericórdia se decepcionou nem experimentou vexame. Quando rezarem esse terço junto aos agonizantes, eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso".

O significado e sentido da misericórdia

De fato, a misericórdia é uma magnífica manifestação do amor do Senhor; é "filha predileta do amor e irmã da sabedoria, nasce e vive entre o perdão e a ternura" (Ignacio Larañaga). Só o amor poderia criá-la, e nasce de bondade que liga Deus aos seres humanos, prescindindo da situação moral e social da humanidade, pois ela é gratuita na iniciativa do amor. A palavra "misericórdia" tem origem em dois termos latinos: "Miserere" e "cor". O primeiro lembra piedade, compaixão implorada por quem se encontra numa grande tribulação. É difícil permanecer duros e insensíveis diante de quem grita com lágrimas e suspiros! "Cor" remete a "coração", que na compreensão cristã diz respeito ao centro da vida espiritual, sede dos sentimentos de alegria, dor, amor, serenidade. É aqui, no sentido amplo de coração, que fazemos a avaliação das escolhas decisivas da vida. E o coração aponta também para o núcleo último do ser humano e sua personalidade inteira, sua vida interior e seu temperamento. Coração dado, apaixonado pela miséria, eis a Misericórdia.

Na língua hebraica, a raiz verbal raham indica em primeiro lugar o ventre materno, a parte mais tenra e delicada, na qual cada mãe celebra e vive o mistério da vida. A mãe convive e sente com o ser que traz no ventre. É neste ambiente cheio de ternura que a criança vive antes de vir à luz. De raham chegamos a rahamim, o sentimento de misericórdia com que o amor se manifesta concretamente. Quem ama de verdade deseja tornar este amor visível sobretudo quando a pessoa amada se encontra em grande dificuldade. Assim entendemos como o salmista, doente e oprimido pelo pecado, recorre com confiança à misericórdia de Deus: "Senhor, não me recuses tua misericórdia; tua fidelidade e tua graça me protejam sempre, pois me rodeiam males sem número, minhas culpas me oprimem e não posso mais ver. São mais que os cabelos da minha cabeça; meu coração desfalece" (Sl 39, 12-13; Cf. Sl 76, 10; Sl 78, 8; Sl 118, 77; SL 144,9).

Onde se manifesta a misericórdia de Deus

É justamente esta profunda e visceral misericórdia que Deus quer oferecer a todos, sem excluir ninguém. E sua misericórdia se manifesta justamente naquele que mostra as chagas da crucifixão, abre os braços, sopra o dom do Espírito Santo e dá a missão do perdão e da reconciliação à sua Igreja: "A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo 20, 23). Por isso damos graças na Festa da Divina Misericórdia: "Quero lembrar os benefícios do Senhor, celebrar os louvores do Senhor, por tudo o que fez em nosso favor, pela grande bondade com a casa de Israel, quando a beneficiou em sua ternura, em sua imensa misericórdia" (Is 63, 7).


Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/o-sentido-da-festa-da-divina-misericordia/

1 de abril de 2016

Por que chamamos a Virgem Maria de Nossa Senhora?

A Virgem Maria sempre foi chamada de Nossa Senhora

O título de Senhor e Senhora, desde os primeiros séculos do Cristianismo, eram usados para os senhores de escravos, muito comum naquele tempo. Dentro desse contexto, a Virgem Maria disse ao anjo: "Eis aqui a escrava do Senhor" (Lc 1, 38).

Por que chamamos a Virgem Maria de Nossa Senhora?
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Mas "Jesus é o Senhor", como disse São Paulo (Fl 2,11); é o Rei dos Reis; e Sua Mãe é Rainha por consequência. Por isso, a Igreja entendeu que deveria chama-lá de Senhora. Os súditos do Rei eram também servos da Rainha. Ora, se somos súditos de Jesus, o somos também de Maria. A Ladainha Lauretana chama a Virgem Maria de Rainha dos Anjos, Rainha dos Santos, Rainha dos Apóstolos, Rainha dos Mártires, Rainha dos Confessores, Rainha das Virgens, Rainha dos Profetas. Ora, toda Rainha é Senhora em seu reino.

Agradável a Deus, aos anjos e aos homens

A Virgem Maria é aquela "cheia do Espírito Santo", como a saudou sua prima Santa Isabel, que em alta voz disse: "Bendita és tu entre as mulheres" (Lc 1,42). Ela é "a filha predileta de Deus", diz o Concílio Vaticano II (LG n. 53), "aquela que, na Santa Igreja, ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós" (Lumen Gentium, n. 54).

São Bernardo, doutor da Igreja, o apaixonado cantor da Virgem Maria, no Sermão 47 diz: "Ave Maria, cheia de graça, porque é agradável a Deus, aos anjos e aos homens. Aos homens, por causa de sua fecundidade; aos anjos, por sua virgindade; a Deus por sua humildade. Ela mesma atesta que Deus olhou para ela porque viu sua humildade".


São Tomas de Aquino afirmou: "A bem-aventurada Virgem Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, tem uma espécie de dignidade infinita por causa do bem infinito que é Deus". Ela é Senhora!

"A graça que adornou a Santíssima Virgem sobrepujou não só a de cada um em particular, mas a de todos os santos reunidos", afirma Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja. Por isso ela cantou no Magnificat: "Desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo…" (Lc 1,42). Ela é Senhora!

Exemplo de todas as virtudes

Maria é um "espelho especialíssimo de Deus", diz São Tomás de Aquino: "Os outros santos são exemplos de virtudes particulares: um foi humilde, outro casto, outro misericordioso, e assim nos são oferecidos como exemplos de uma virtude. Mas a bem-aventurada Virgem é exemplo de todas as virtudes", diz o santo.

São Bernardo e Santo Antônio, doutores da Igreja, afirmam que, "para ser eleita e destinada à dignidade de Mãe de Deus, devia a Santíssima Virgem possuir uma perfeição tão grande e consumada que nela excedesse todas as outras criaturas". Ela é Nossa Senhora!

"Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado" (Mt 23,12). Repetiu várias vezes o Senhor. Logo que Deus determinou fazer-se Homem para redimir o homem decaído e assim manifestar ao mundo Sua misericórdia infinita, certamente buscava entre todas as mulheres aquela que fosse a mais santa e humilde para ser Sua Mãe. Como diz o Livro dos Cânticos: "Há um sem número de virgens (a meu serviço), mas uma só é a minha pomba, a minha eleita" (Ct 6, 8-9).

Foi por sua imensa humildade que Deus tanto exaltou Maria e a fez Sua Mãe, Rainha e Senhora nossa. E a própria Virgem diz no seu canto: "porque olhou para a humildade de sua serva" (Lc 1,48).

Foi essa "humildade" profunda e real que tanto encantou o coração de Deus, fez com que a elegesse a "bendita entre as mulheres", Sua Mãe, nossa Mãe e Senhora.

 


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/por-que-chamamos-a-virgem-maria-de-nossa-senhora/