7 de abril de 2011

Harmonia Conjugal

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Casamento, uma escola de amor
O casamento, e a família de modo especial, é uma escola de amor, porque a convivência diária obriga a acolher os outros com respeito, diálogo, compreensão, tolerância e paciência. Esse exercício forte de vivência das virtudes faz cada um crescer como pessoa humana. Na família, Deus nos ensina a amar e nos dá a oportunidade de sermos amados.

A harmonia conjugal é atingida quando o casal, na vivência do amor, 'supera-se a si mesmo' e harmoniza as suas qualidades numa união sólida e profunda. Quando isso ocorre cada um passa a ser enriquecido pelas qualidades do outro. Há, então, como que uma transfusão de dons entre ambos. Mas, para isso, é preciso que o casal chegue à unidade, superando as falsidades, infantilidades, mentiras e infidelidades. Para chegar a esse ponto é necessário olhar para o outro com muita seriedade, respeito e atenção.

Ninguém é obrigado a se casar e a constituir uma família, mas se tomamos esta decisão, então devemos 'casar pra valer', com toda responsabilidade. Aquela pessoa com quem decidimos nos casar é a 'escolhida' entre todos os homens ou mulheres que conhecemos; e, portanto, como o(a) eleito(a), devemos ter-lhe em alta estima, como a pessoa 'especial' na nossa vida, merecedora, portanto, de toda atenção e respeito.

É lamentável que entre muitos casais, com o passar do tempo, e com a rotina do dia-a-dia, a atenção com o outro, e, pior ainda, o respeito, vão acabando. Não tem lógica, por exemplo, que um ofenda o outro com palavras pesadas, o que provoca ressentimentos; não tem cabimento que o marido fique falando mal da esposa para os outros, criticando-a para terceiros. Isso também é infidelidade. Pois esta não acontece somente no campo sexual.

Por outro lado, é preciso cuidar para que a atenção e o carinho para com o outro não diminuam. É importante manter acesa a chama do desejo de agradar o outro. São nos detalhes que muitas vezes isso se manifesta: Qual é a roupa que ela gosta que eu vista? Qual é o corte de cabelo que ele gosta? Qual é a moda que ele gosta? Qual é a comida de que ele gosta? Quais são os móveis que ela gosta? Qual é o carro que ela prefere? Qual é o lazer que ele gosta? Enfim, a preocupação em alegrar o outro – sem cair no exagero, é claro – é o que mantém a comunhão de vidas.


Ouça comentários de André e Cris Bittencourt sobre o tema



Isso não quer dizer que o amor conjugal deva ser um 'egoísmo a dois'. Como dizia Exupéry: "Amar não é olhar um para o outro, mas é olhar ambos na mesma direção". Isto é, o casal não pode parar em si mesmo, ele tem grandes tarefas pela frente: os filhos, a ajuda aos outros, a vida na Igreja, entre outros. Importa olhar na mesma direção e caminhar juntos.

Para que a harmonia aconteça é preciso conhecer o outro. Cada um de nós é um mistério insondável, único e irrepetível. Somos indivíduos. Não haverá dois iguais a você na face da terra e na história dos homens, mesmo que se chegue ao absurdo da clonagem do ser humano. Cada um de nós é insubstituível, e isso mostra o quanto somos importantes para Deus.

Quando nos casamos, recebemos o outro das mãos de Deus e da família, como um presente ímpar, singular, sem igual, e que deve, portanto, ser cuidado com o máximo cuidado, para sempre.

É fundamental para a vida do casal que cada um conheça a história do outro: a sua vida, o seu passado, a realidade familiar de onde veio, entre outros, para poder compreendê-lo, ajudá-lo, amá-lo e perdoá-lo. Ninguém ama a quem não conhece. Quando o casal não se conhece bem, acaba cometendo dois erros: antes do casamento parece que o outro não tem defeitos; e depois do casamento parece que tem todos.

Ao conhecermos a profundidade desse 'mistério' que é o outro, teremos, então, condições reais de aceitá-lo como ele é, e, a partir daí, ajudá-lo a se superar.

Do livro "FAMÍLIA, SANTUÁRIO DA VIDA"

Prof. Felipe Aquino

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

5 de abril de 2011

O demônio existe?

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Ele é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças
Não há dúvida sobre isso, ele existe. A Igreja diz que sim; e esta realidade é atestada pela Bíblia, pela Tradição dos Apóstolos e pelo Magistério sagrado da Igreja. Os santos confirmam a existência dele também. Não há um só santo que não tenha acreditado no demônio. Seria preciso destruir a Igreja e o Cristianismo, desde as suas raízes, para negar a existência do demônio.


No entanto, inacreditavelmente, ainda encontramos pessoas na Igreja, mesmo sacerdotes e teólogos que, em oposição ao que a Igreja ensina, têm a coragem e a desonestidade de ensinar que satanás não existe. É uma grande  e terrível heresia. Por isso mesmo, em 15/11/1972 em uma Audiência, Papa Paulo VI fez a famosa Alocução "Livrai-nos do mal", na qual falou da existência do demônio e de sua ação perversa.

O saudoso Sumo Pontífice começou perguntando: "Atualmente, quais são as maiores necessidades da Igreja?" E ele mesmo responde: "Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou até supersticiosa e irreal: uma das maiores necessidades é a defesa daquele mal, a que chamamos demônio". Paulo VI mostra que a realidade do pecado é uma ação perversa deste mal; "o efeito de uma intervenção, em nós e no nosso mundo, de um agente obscuro e inimigo, o demônio. O mal já não é apenas uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Trata-se de uma realidade terrível, misteriosa e medonha". E deixou claro que estão em desacordo com o ensinamento da Igreja todos aqueles que negam a existência do demônio:

"Sai do âmbito dos ensinamentos bíblicos e eclesiásticos quem se recusa a reconhecer a existência desta realidade; ou melhor, quem faz dela um princípio em si mesmo, como se não tivesse, como todas as criaturas, origem em Deus, ou a explica como uma pseudo-realidade, como uma personi­ficação conceitual e fantástica das causas desconhecidas das nossas desgraças".

O mesmo Papa afirma que o demônio é a origem de todo o pecado que entrou no mundo: "O demônio é a origem da primeira desgraça da huma­nidade; foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original (cf. Gn 3; Sb 1,24). Com aquela falta de Adão, o demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a redenção de Cristo nos pode libertar".

"Ele é o pér­fido e astuto encantador, que sabe insinuar-se em nós atra­vés dos sentidos, da fantasia, da concupiscência, da lógica utópica, ou de desordenados contatos sociais na realização de nossa obra, para introduzir neles desvios, tão nocivos quanto, na aparência, conformes às nossas estruturas físicas ou psíquicas, ou às nossas profundas aspirações instintivas".

"Ele é o inimigo número um, o tentador por excelência. Sabemos, portanto, que este ser mesquinho, perturbador, existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história humana".

Paulo VI ensina que nem todo pecado é obra direta do demônio, mas lembra-nos que "aquele que não vigia, com certo rigor moral, a si mesmo (cf. Mt 12,45; Ef 6,11), se expõe ao influxo do "mysterium iniquita­tis", ao qual São Paulo se refere (2Ts 2,3-12) e que torna pro­blemática a alternativa da nossa salvação".

O maior serviço que alguém pode prestar ao demônio é ensinar que ele não existe; assim, os fiéis não se defendem contra ele, e se tornam suas vítimas fáceis.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

1 de abril de 2011

A coroa de Cristo

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A coroa do Senhor se perpetua nos sofrimentos humanos
Nos dias do carnaval os que saem pelas ruas, fantasiados, muitas vezes, completam a indumentária, enfeitando-se com algum tipo de coroa. A coroa, seja preciosa, seja de matéria menos nobre, é no conjunto das vestes a última peça que sobressai e enaltece.

Ao vivermos os dias quaresmais em que relembramos os sofrimentos de Cristo para nossa redenção, nossos olhos se fixam na fronte do Senhor, encimada pela coroa de espinhos. Triste a cena da coroação de Jesus pelos soldados, ridicularizando-O por ter Ele dito que era rei. Evidente que o reinado de Cristo é de outra natureza, não nos planos humanos, mas na aceitação de Sua doutrina e de Seu domínio sobre os que O têm como Deus e Salvador. É, pois, nosso Rei.

Inspirado poeta paulista descreve-nos uma sala de museu, onde três coroas dialogam entre si: a de ouro, a de louro e a de espinhos. No passado, não eram só os reis e imperadores que eram coroados. Também os heróis que voltavam das batalhas como vencedores e os poetas que encantavam, com a terna beleza dos seus versos, aos que os ouviam.

Da mesma forma, as vítimas que se imolavam aos deuses se adornavam com coroas sagradas. As noivas, com brancas grinaldas de flores. Os guerreiros com coroas de louros e os reis, ainda hoje, trazem-nos enfeitadas de ouro e pedrarias. Jesus, o Rei dos reis, bem merecia um riquíssimo diadema, mas na Sua fronte divina só recebeu uma sangrenta coroa de espinhos... Foi a única que Lhe deram, por zombaria, os soldados de Pilatos. Não sabemos se aquela ramagem de espinheiro estava enfeitada da brancura de pequenas flores que a suavizassem. Por certo não. Eram só espinhos.

A majestosa fronte do Senhor bem merecia uma grinalda rica de pedras preciosas para ser coberta de flores e de respeitosos ósculos de amor. Mas só Lhe deram uma coroa de espinhos...

Desde que o Senhor morreu, coroado assim de ignomínia, os cristãos todos os anos se ajoelham diante da cruz e beijam, agradecidos, a imagem que O representa. Assim, na contemplação do Senhor coroado de espinhos, mãos e pés rasgados, peito aberto, a criatura humana dobra os joelhos para agradecer a redenção de Cristo em nosso favor.

É certo que a coroa do Senhor se perpetua nos sofrimentos humanos dos que vivem, ainda hoje, desprovidos do essencial para uma condição de vida humana digna, sem luxo e sem miséria, sem espinhos e sem urzes pelos trilhos da vida. Por isso, no diálogo das três coroas, a de espinho pode dizer às outras: "Eu coroei os reis e os heróis, eu coroei todos os homens e ainda não murchei".


*Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

Dom Benedicto de Ulhoa Vieira
Arcebispo Emérito de Uberaba - MG

30 de março de 2011

Eucaristia e confissão, armas contra a tentação

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Uma grande tentação é não fazer a vontade de Deus
Tua Palavra, Senhor, é mais penetrante que uma espada de dois gumes. Toca-nos, agora, Senhor, para que Tua Palavra possa trazer a vitória sobre qualquer espírito mau que queira nos enganar.


Eu acho que todos devem saber o que os romanos faziam quando derrotavam um império ou um general. O vencedor entrava de forma triunfante em Roma. E em meio àquela entrada triunfal, o general era aplaudido e louvado. E o general derrotado era amarrado à carruagem do vencedor. E isso era o máximo de humilhação para quem que havia sido derrotado.

Se olharmos Colossenses, veremos que São Paulo usa esse mesmo fato para falar da derrota do inimigo de Deus. Já foi dito várias vezes que o demônio já foi derrotado. Não precisamos temer nada. É verdade que o maligno é como um leão que ruge à nossa volta, tentando achar uma brecha e nos devorar. Mas por que ele continua a entrar nesse campo de batalha, uma vez que já foi derrotado? A intenção dele é diminuir a força do reinado de Jesus. Satanás continua a tentar enfraquecer aqueles filhos e filhas de Deus que fazem parte do Reino de Deus. E a experiência de muitos é esta: "Por que depois que comecei a seguir Jesus tenho mais tentações, me sinto mais oprimido que antes e tenho mais crises?"

Muitas pessoas, muitos cristãos, uma vez que tomam a decisão de seguir ao Senhor pensam que vão ter uma vida mais tranquila. Mas a verdade é o contrário, pois o demônio não tem interesse em atacar os que não são seguidores de Jesus. O interesse dele é colocar obstáculos na vida daqueles que decidiram seguir o Senhor. Os cristãos são as pessoas mais atacadas. Até os santos foram perseguidos.

Seguir Jesus, num momento de entusiasmo, é fácil, mas continuar O seguindo nos momentos de sofrimento é difícil. Mas existe uma coisa, uma técnica que frequentemente o demônio usa para nos atacar: o desânimo, o desencorajamento. O inimigo de Deus virá tentá-lo quando você estiver se sentindo fraco, cheio de medos, com raiva, ansioso e triste. Ele é como um rato dentro em um duto. Você não o vê. Ele age durante à noite, esconde-se sem que ninguém o veja. Mas se você derramar uma chaleira de água quente lá onde ele está, ele vai ter de sair do buraco. Quanto mais louvamos a Deus, tanto mais o maligno não consegue suportar isso e foge.

O desânimo não vem de Deus, sempre vem do inimigo, daquele que nos faz desistir de seguir em frente.

Não temos por que temer o diabo, pois ele já foi derrotado. Ele é que tem de ter medo de você e de mim! A razão para isso é simples: nós somos filhos e filhas de Deus, herdeiros do Reino de Altíssimo. O maligno tem muita raiva, porque aquilo que foi dado a ele uma vez, agora é dado para nós. Ele tem raiva e ódio de nós por causa disso. Ele odeia a cada um de nós. E faz tudo para nos enganar, para que voltemos desencorajados e desanimados. Ele tenta nos enganar de várias maneiras.

É nosso papel lutar contra essas táticas que inimigo de Deus utiliza para nos desanimar. Outra tática usada por ele é nos apresentar meias verdades, porque o demônio é um mentiroso, enganador, trapaceiro. Ele nos apresenta algo que parece muito bom, quando, na verdade, é muito ruim.

O maligno diz que, por causa dos seus pecados, você não consegue fazer nenhuma tentativa para ser mais santo. E faz de tudo para que nós saiamos do caminho da vontade do Senhor. Muitas vezes, nós pensamos que tentações são apenas relacionadas ao sexo, à raiva, a sentimentos de ódio e vingança. Essas são grandes tentações. Mas temos de estar atentos a uma grande tentação que é não fazer a vontade de Deus. Ele ousou tentar Jesus a desobedecer ao Pai, quando O levou ao alto do monte e mostrou-Lhe as cidades, dizendo-Lhe que elas pertenciam a Ele.

Irmãos e irmãs, será uma luta até o fim de nossa vida, mas se nós usarmos as armas certas não precisaremos ter medo nenhum. A primeira arma é a Eucaristia. O inimigo treme diante do Corpo de Cristo, porque é sinal de humildade, enquanto ele luta para ter poder. Jesus Cristo quis, por um momento, aniquilar a Si mesmo, entrando nas espécies do pão e do vinho para ficar perto de nós. Uma outra arma forte contra o maligno é o sacramento da confissão, que é mais poderoso do que a própria oração do exorcismo.

Frei Elias Vella

28 de março de 2011

O peso de uma realização

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Quando a esposa não deseja assumir uma ocupação profissional
O papel dos cônjuges no casamento está em dividir as responsabilidades. Até pouco tempo, parecia convencionado que era função do marido suprir as necessidades financeiras do lar, e à esposa cabia a administração da casa.

Já há algumas décadas, com a participação da esposa no orçamento doméstico, os papéis entre marido e mulher se misturaram na intenção de prover o conforto familiar. As questões financeiras, dentro da vida conjugal, sempre serão um fator estressante, especialmente, quando os rendimentos não suprem as despesas necessárias para a manutenção da casa.

Sabemos que todo rendimento adicional, para a família, faz com que os planos e sonhos do casal se realizem mais rapidamente, melhorando o estilo de vida, entre outras coisas. Acredito, ainda, que a vantagem para todos aqueles que estão envolvidos em outras esferas sociais, além do ambiente familiar, está numa maior integração social. Com isso, expande-se o círculo de amizades, tornam-se mais informados a respeito dos acontecimentos e, consequentemente, ganha-se na elevação da autoestima.

Apesar de o trabalho trazer para todos a oportunidade da realização profissional, para as esposas, essa proposta vem acompanhada de um peso adicional. A mulher que trabalha fora vive algumas dificuldades, dentre as quais podemos mencionar o estresse em função das jornadas múltiplas que acontecem entre o trabalho, a casa, o marido, além da preocupação em deixar as crianças com babás ou com algum parente próximo.

Por necessidade ou por uma questão de realização profissional, a compensação para as esposas que ingressam no mercado de trabalho está na segurança financeira, na sensação de cooperarem efetivamente para a concretização de um projeto de vida, além da autonomia de adquirirem um objeto ou um bem importante de consumo, entre outras coisas. Para alguns casais, no entanto, essa questão gera um impasse quando o marido deseja que a esposa volte ao mercado de trabalho e ela, por sua vez, não se sente impulsionada a isso.

Algumas esposas se sentem realizadas em seus afazeres domésticos, mesmo entendendo que a jornada em casa, quase sempre, extrapola as 8 horas diárias de trabalho. Por isso, relutam em acolher a proposta de se desvincularem de sua rotina. Outras se sentem inferiorizadas em voltar ao mercado de trabalho por terem interrompido os estudos prematuramente ou por estarem há muito tempo fora do mercado de trabalho. Dessa maneira, reviver a experiência de uma ocupação profissional, a qual, anteriormente, foi tão comum, será tão desafiante quanto foi para elas conseguirem o primeiro emprego.

Antes que o marido faça de sua vontade uma atitude imperativa, seria importante destacar, em conjunto com a esposa, as razões pelas quais ele acredita ser necessária a contribuição dela no orçamento doméstico. Longe de qualquer imposição, o marido passaria a conhecer as razões pelas quais a esposa não manifesta interesse em assumir uma ocupação profissional. Nessa conversa, será importante, para ambos, apontar os benefícios e as desvantagens sobre a possibilidade da mulher deixar as ocupações domésticas. Pois, com a saída da esposa para o mercado de trabalho, outras despesas certamente surgirão, visto que alguém precisará realizar os trabalhos, antes feitos por ela.

Sem hesitação e sem qualquer troca de acusações sobre quem gasta de maneira exagerada, o casal deve conversar sobre os benefícios que a família passaria a ter com a força do trabalho da esposa. E o caminho que pode facilitar o entendimento sobre a realidade econômica familiar seria, por exemplo, com a participação dela na elaboração da planilha de orçamentos domésticos.

Uma vez conhecidos os motivos da resistência da esposa ao retorno ao mercado de trabalho, o casal precisa encontrar um meio de contornar esse impasse, para que as possíveis providências sejam tomadas e uma nova proposta seja aceita com maior tranquilidade, adequada para a realidade dos cônjuges.

Um abraço!

 



Foto Dado Moura
contato@dadomoura.com

25 de março de 2011

Dependência tecnológica

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Quando se usa o computador excessivamente
Aceitamos plenamente que a realidade em nosso tempo é o uso cada vez mais frequente, e nas mais diferentes culturas, das tecnologias como forma de comunicação, informação, formação e entretenimento; embora seja um grande desafio gerenciar a quantidade do tempo que passamos diariamente em frente destas máquinas. Muito do nosso trabalho está ligado a equipamentos e softwares que facilitam nossa vida, mas diminuem o contato e o relacionamento humano.

Quando falamos em crianças em plena fase de desenvolvimento, podemos pensar no seguinte: quanto tempo elas ficam on-line, jogando? Qual a frequência de tempo diante do computador? Já parou para analisar estas questões de família? O tempo é apenas uma forma de "medir" se estamos ou não dependentes, mas há outros fatores a serem considerados.

Há alguns indicadores para saber o quanto uma criança (e até mesmo um jovem ou adulto) está com dificuldade de trocar o computador por outra atividade ou até mesmo se tem um comportamento de dependência ao equipamento:

- Quando o jogo ou o uso de mídias sociais como MSN, Orkut, etc., torna-se a atividade mais importante da vida dessa pessoa, dominando seus pensamentos e comportamentos.
- Modificação de humor/euforia: experiência subjetiva de prazer, euforia ou mesmo alívio da ansiedade quando está jogando/conectado.
- Necessidade de usar o computador por períodos cada vez maiores para atingir a mesma modificação de humor, ou seja, para "sentir-se bem".
- Fase de Abstinência: estados emocionais e físicos desconfortáveis quando ocorre descontinuação ou redução súbita do uso do computador (intencional ou forçada).
- Vivência de conflitos: pode ser entre aquele que usa o computador excessivamente e as pessoas próximas (conflito interpessoal), conflito com outras atividades (trabalho, escola, vida social, prática de esportes, etc.) ou mesmo do indivíduo com ele mesmo, relacionado ao fato de estar jogando excessivamente (conflito intrapsíquico).

Não podemos negar as maravilhas oferecidas pela tecnologia, a facilidade de acesso, a disponibilidade de informações e a realidade que se encontra com esse tipo de acesso e relacionamento, porém, cada vez mais frequente se torna a realidade das famílias divididas pela individualidade gerada no uso da tecnologia. Enquanto um fala ao telefone no quarto fechado, o outro está conectado ao computador horas sem falar com ninguém, e a outra prende-se à TV, sem parar.

Quantas vezes as crianças, além do uso dessas mídias em casa, deixam de comprar lanche para jogar nas lan houses? São capazes de passar dias inteiros, finais de semana longe do relacionamento interpessoal. O uso do computador e seus jogos, que antes era reservado apenas como lazer, torna-se praticamente a atividade principal delas. O sono é prejudicado, a alimentação também, pois elas comem em frente ao computador sem ao menos saber quanto e o que, gerando obesidade. O isolamento continua e a irritação, por não usar o computador ou imaginar que vão ficar sem ele, se torna imensa, com um grande desconforto emocional.

Como família, é muito importante que possamos voltar nossa atenção para este assunto a fim de que possamos desenvolver crianças e jovens com uma vida mais saudável, favorecendo-lhes relações humanas mais sadias.

23 de março de 2011

Podemos encontrar um tesouro nas estradas da vida

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Ninguém passa por nós sem deixar algo de si
Nas estradas da vida, encontrar os tesouros...

"Quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro".

Ao longo da vida, tive amigos que me defenderam na escola.

Tive também amigos que me fizeram persistir naquilo em que eu acreditava, e mesmo quando não tinha mais condições de acreditar em meus sonhos, eles me ajudaram a recomeçar e novamente a sonhar...

Tive amigos que, muitas vezes, acreditaram que eu poderia dar mais, que eu poderia ser mais, que eu poderia ser aquilo que Deus sonhou para mim.

Tive amigos especiais, os do céu e os da terra, que me ensinaram a amar. Amar com gestos concretos. Amar nos momentos ordinários da vida e nos momentos de grandes tribulações. Amar quando não se quer amar...

Tive amigos inesquecíveis que se alegraram comigo em minhas vitórias e no dia da minha angústia choraram comigo.

Tive amigos que disseram tudo, quando nem mesmo abriram a boca, mas sim pelo único fato de estarem presentes.

Tive amigos que passaram e outros que permaneceram, mas como já ensinava o pequeno príncipe: "Ninguém passa pela nossa vida e não deixa algo de si dentro de nós", cada um desses amigos são, portanto, marcas do eterno dentro de mim, o passado e o presente sempre num único instante.

Continuo percorrendo as estradas da vida, ora avançando, ora recuando, mas sempre procurando novos tesouros... Quem sabe eu o encontre por aí.

Lúcio Domício
Comunidade Canção Nova