13 de outubro de 2015

O que sustenta uma família?

A família é sustentada muito mais por causa de valores do que de patrimônio

Neste dia da família, poderíamos refletir sobre tantas coisas que dizem respeito a essa instituição: foi o próprio Senhor quem a instaurou, ela é a célula que mantém a sociedade e é nela que aprendemos as primeiras noções de relações interpessoais etc.

O que sustenta uma família - 1600x1200Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Sem dúvida, temos, pelo menos, a compreensão de que a família é ou deveria ser o nosso lugar de repouso, onde poderíamos ser nós mesmos e encontrar amor incondicional.

Partindo dessa consciência e do desejo inerente a todo ser humano de ter e ser família, percebemos o esforço das pessoas em tornar isso possível e concreto. A maioria de nós, mesmo quem não é cristão, luta e está disposto a construir um ambiente cercado dessa plena acolhida.

Preocupações financeiras e patrimoniais

Cada vez mais percebemos que a noção das pessoas sobre o que é edificar uma família está sendo a base de preocupações financeiras e patrimoniais. Como se amor e formação humana estivessem ligados a conforto e bem-estar material. Desde os preparativos do casamento até quando pensamos no convívio e na harmonia entre o casal, principalmente se o assunto for filhos, a primeira coisa que nos vêm à cabeça são as cifras (dinheiro).

Já imaginou alguém desistindo de ter filhos, porque não pode fazer uma viagem, porque contabilizou as fraldas ou por imaginar quanto custará a faculdade daqui a alguns anos?


Estamos investindo demais no trabalho e na carreira profissional, interpretando a harmonia familiar como uma associação financeira, que também divide as tarefas. Assim, as famílias têm se tornado frias e desprovidas de diálogo e afeto. Um praticamente não conhece o outro, pois onde não se demonstra o verdadeiro amor, as pessoas não adquirem confiança entre si.

Sua família precisa muito mais de você, da preciosidade que você é e dos dons que possui, do que do capital que possa produzir.

Quanto tempo você tem tido para seus filhos?

Grande parte dos problemas dos jovens com quem converso tem a ver com a ausência de seus pais. Moram na mesma casa, mas falta amizade, diálogo, testemunho, ensinamentos de vida, transmissão de experiências, confiança, sorrisos em vivências simples do dia a dia, que ficam gravadas para sempre na vida do jovem e que os preparam para as dificuldades. Mas sobram roupas e calçados de "marca", aparelhos eletrônicos de última geração, viagens e uma casa cheia de coisas belas e de qualidade. Terceirizamos o aprendizado dos filhos; falta-nos tempo para estar com eles. Quanto tempo você tem tido para seus filhos?

Eu aprendi a nadar, a dirigir e até algumas aventuras com meu pai. Não digo que todos tenham de ensinar tudo isso a seus filhos, mas não vejo como positivo que tudo seja aprendido numa escolinha, com outras pessoas.

Ensine valores. São nas atividades corriqueiras de todos os dias que infundimos princípios nas pessoas que amamos. Os seus filhos precisam do seu material intelectual e espiritual, mas nem tanto dos bens que talvez você anda trazendo tanto para dentro de casa. Caso contrário, ficar improdutivo teria como consequência não ser mais amado.

Um casal que cultiva entre si os valores cristãos vence qualquer desafio da vida, pois Cristo venceu o mundo e nos deu a vitória. "Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores" (Rm 8,37).

Ter a família como base

Família não é um grupo de pessoas que simplesmente encontraram afinidades, porque tem de existir disposições além da amizade. Num lar, um dá a vida pelo outro, tem de haver um vínculo maior que o de sangue, que é de coração e alma. Família é a base, o alicerce para a construção da pessoa, por isso não pode estar condicionada a acabar se as afinidades uma hora chegarem ao fim.

Meus pais não tinham condições de "bancar" uma faculdade para mim, mas um dia nós sentamos para conversar e eles se disponibilizaram a isso. Mas me ensinaram a ser um homem honrado e trabalhador, responsável e de bem. Foi exatamente isso que me garantiu uma promoção na empresa que eu trabalhava, seis meses antes de terminar o ensino médio. Com esse novo cargo e salário, consegui arcar com os custos do meu curso superior.

Sou muito grato a meus pais, tanto pela disposição ao sacrifício quanto, e principalmente, por me transmitir valores que são base para toda e qualquer decisão minha até os dias de hoje.

Um dia, ouvi essa frase: "Não se preocupe em deixar herança para seu filho. Se ele tiver só isso, ele gastará e perderá tudo. Se você transmitir amor e valores, ele conquistará o mundo inteiro".

A família sobrevive muito mais de amor e valores morais do que de patrimônio e bens que possam acumular.

Deus os abençoe!


Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/vocacao/matrimonio/o-que-sustenta-uma-familia/

8 de outubro de 2015

Deus proíbe a confecção de imagens?

"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório." (Ex 25,18)

 Arca da AliançaMuitas vezes andando nas ruas encontramos pessoas vestidas com ternos e com uma Bíblia na mão, ensinando que usar imagens em igrejas é idolatria.

Por este motivo costumam chamar os católicos de idólatras, isto é, adoradores de ídolos, que quer dizer adoradores de falsos deuses. E ainda acusam a Igreja Católica de ensinar a adoração destas imagens.

 

Os protestantes encaram o uso das imagens sacras como um insulto ao mandamento divino que consta em Ex 20,4 que proíbe a confecção delas.

A Igreja Católica sempre defendeu o uso das imagens. Estaria a Igreja Católica desobedecendo a ordem divina em Ex 20,4?

A Igreja Católica é a única Igreja que tem ligação direta com os apóstolos de Cristo, sendo ela a guardiã da doutrina ensinada por eles e por Cristo, sem lhe inculcar qualquer mudança. Se ela quisesse mesmo agir contra a ordem divina, teria adulterado a Bíblia nas passagens em que há a condenação das imagens.

Na Bíblia católica - pois a Bíblia protestante não contém sete livros relativos ao Velho Testamento- o Livro da Sabedoria condena como nenhum outro a idolatria (Sb 13-15). Não poderia a Igreja repudiar o livro como fizeram os protestantes?

Na Sagrada Escritura há outras passagens que condenam a confecção de imagens como por exemplo: Lv 26,1; Dt 7,25; Sl 97,7 e etc. Mas também há outras passagens que defendem sua confecção como: Ex 25,17-22; 37,7-9; 41,18; Nm 21,8-9; 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36; 8,7; 1Cr 28,18-19; 2Cr 3,7,10-14; 5,8; 1Sm 4,4 e etc.

Pode Deus infinitamente perfeito entrar em contradição consigo mesmo? É claro que não. E como podemos explicar esta aparente contradição na Bíblia?

Isto é muito simples de ser explicado. Deus condena a idolatria e não a confecção de imagens. Quando o objetivo da imagem é representar, ou ser um ídolo que vai roubar a adoração devida a somente a Deus, ela é abominável. Porém quando é utilizada ao serviço de Deus, no auxílio à adoração a Deus, ela é uma benção. Vejamos os textos abaixo:

"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo da terra, nem nas àguas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o Senhor teu Deus, sou zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira geração daqueles que me aborrecem."(Ex 20,4-5)

Note que nesta passagem a função da imagem é roubar a adoração devida somente a Deus. O texto bíblico condena a confecção da imagem porque ela está roubando o culto de adoração ao Senhor. A existência deste mandamento se deve pelo fato do povo judeu ser inclinado à idolatria, por ter vivido no Egito que era uma nação idólatra e por estar cercado de nações pagãs, que não adoravam a Deus, e que construíam seus próprios deuses. Deus quer dizer aqui "não construam deuses para vocês, pois Eu Sou o Deus Único e Verdadeiro".

"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubin na extremidade de uma parte, e outro querubin na extremidade de outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele." (Ex 25,18-19)

Neste versículo, Deus ordena a Moisés que construa duas imagens de querubins que serão colocadas em cima da arca-da-aliança, onde estavam as tábuas da lei, dos dez mandamentos. Veja que os querubins aqui não são objetos de adoração, mas de ornamentação da arca. Salomão também manda construir dois querubins de madeira, que serão colocados no altar para enfeitar o templo (1Rs 6,23-29).

Para deixar mais claro ainda a proibição e a permissão do uso das imagens sacras, vejamos os próximos versículos:

"E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo." (Nm 21,8-9)

"Este [Ezequias] tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã."(2Rs 18,4)

Note que no primeiro texto de Nm 21,8-9, Deus não só permitiu o uso da imagem, como também a utiliza para o seu serviço; e a transforma em objeto de benção para seu povo, sinal de Seu amor por Israel.

E no segundo texto de 2Rs 18,4 a mesma serpente de metal que outrora foi construída por Moisés, é repudiada por Deus. Tornou-se objeto de adoração pois "os filhos de Israel lhe queimavam insenso". Deram a ela o culto devido somente a Deus. A Serpente de metal perdeu como nos mostra o texto, o seu sentido original, porque os filhos de Israel "não obedeceram à voz do Senhor, seu Deus; antes, tranpassaram seu concerto; e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado, nem o ouviram nem o fizeram."(2Rs 18,12)

Aí fica mais que claro que Deus não condena o uso das imagens sacras e sim a idolatria. É importante lembrarmos que há muitas outras formas de idolatria, como o amor ao dinheiro, aos bens materias, etc; que substituem o amor que devemos ter somente por Deus.


Fonte: http://veritatis.com.br/apologetica/123-imagens-santos/554-deus-proibe-confeccao-imagens

7 de outubro de 2015

Oração de libertação pelos males que nos atormentam

Suplicamos a Deus que, por meio da oração de libertação, sejamos libertos dos males corporais e espirituais

Oração de libertação pelos males que nos atormentam
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com 

Ó Senhor, Vós sois grande, Vós sois Deus, sois Pai. Nós vos pedimos pela intercessão e auxílio dos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel, e que nossos irmãos e irmãs sejam libertos do maligno que os tornou seus escravos. Vós, todos os santos, vinde em nosso auxílio.

Da angústia, tristeza e obsessão, nós vos pedimos…
Livrai-nos, Senhor.
Do ódio, da fornicação e da inveja, nós vos pedimos…
Livrai-nos, Senhor.
Dos pensamentos de ciúme, raiva e morte, nós vos pedimos…
Livrai-nos, Senhor.
De todos os pensamentos de suicídio e de aborto, nós vos pedimos…
Livrai-nos, Senhor.
De todas as formas de sexualidade desordenada, nós vos pedimos…
Livrai-nos, Senhor.
Da divisão da família, de toda a amizade que nos afasta do bem, nós vos pedimos…
Livrai-nos, Senhor.
De todas as formas de malefício, de feitiçaria, bruxaria e de qualquer mal oculto, nós vos pedimos…
Livrai-nos, Senhor.

Ó Senhor que dissestes, "deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz", concedei-nos, por intercessão da Virgem Maria, a libertação de todas as maldições e a graça de gozarmos sempre da vossa paz. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oracao-de-libertacao-pelos-males-que-nos-atormentam/

5 de outubro de 2015

Controle de natalidade, o que há por trás dele?

O controle de natalidade é direcionando aos países subdesenvolvidos

O controle de natalidade é uma questão bastante discutida em vários setores como sociedade, política, economia, antropologia, religião etc., e é um assunto um tanto polêmico. Essa polêmica está em torno do aumento populacional dos países pobres e a diminuição da população nos países ricos.

O que há por tras do controle de natalidade

Pesquisadores, estudiosos e cientistas do social apresentam relatórios que induzem o controle de natalidade. No entanto, esse controle é direcionado aos países subdesenvolvidos e não aos países desenvolvidos. Esses especialistas incentivam [o controle de natalidade], mas a prática é outra, ou seja, nesses países desenvolvidos ocorrem incentivos para que as famílias tenham mais filhos. Por isso, promovem uma guerra silenciosa especialmente direcionada aos países em desenvolvimento, com vistas a frear seu crescimento demográfico. Para isso, usam do eufemismo "desenvolvimento sustentável" que compreende políticas que terão como contrapartida toda e qualquer técnica contraceptiva e abortiva para frear o crescimento populacional.

Desequilíbrio ecológico

Os "profetas" do "The Population Bomb" (A bomba populacional) e da "destruição" do mundo usam de um bombardeio de propagandas de que existe gente demais para o planeta e que essa "superpopulação" é a responsável pelo desequilíbrio ecológico e futura destruição da própria humanidade. Porém, sabe-se que as maiores violências contra o meio ambiente têm sua origem nas indústrias dos países desenvolvidos e a população consumista destes mesmos países.

É verdade que após 200 anos de desenvolvimento econômico, propiciado pela Revolução Industrial, a população mundial ganhou com a redução das taxas de mortalidade e o crescimento da esperança de vida. Porém, o crescimento da riqueza se deu à custa da pauperização do planeta e do aumento do abismo entre ricos e pobres. Pesquisas populacionais revelam que houve um aumento populacional, que começou no século dezoito e aumentou seis vezes nos 200 anos seguintes. Contudo, isso é um aumento, não uma explosão, porque com esse aumento populacional também houve aumento de produtividade, de recursos de comida, informação, comunicação e tecnologia.

Considerando que nos países subdesenvolvidos a taxa de natalidade aumenta a cada instante e que nos países desenvolvidos esse número reduz, a distribuição de renda fica mais concentrada, nos países subdesenvolvidos, nas mãos das pessoas com renda mais alta, enquanto os mais pobres quase não participam dessas conquistas, provocando uma elevada desigualdade da distribuição da renda.  Por isso existe o interesse de alguns setores da sociedade reduzir a taxa de natalidade dos mais pobres em vez de reduzirem os seus consumos por meio da partilha.

Acredito que a melhor análise já nos foi apresentada pelo Papa Francisco: "Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar num mundo diferente, alguns limitam-se a propor uma redução da natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de desenvolvimento, que condicionam as ajudas econômicas a determinadas políticas de 'saúde reprodutiva'. Mas, 'se é verdade que a desigual distribuição da população e dos recursos disponíveis cria obstáculos ao desenvolvimento e ao uso sustentável do ambiente, deve-se reconhecer que o crescimento demográfico é plenamente compatível com um desenvolvimento integral e solidário'.

Culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e seletivo de alguns é uma forma de não enfrentar os problemas. Pretende-se, assim, legitimar o modelo distributivo atual, no qual uma minoria se julga com o direito de consumir numa proporção que seria impossível generalizar, porque o planeta não poderia sequer conter os resíduos de tal consumo. Além disso, sabemos que se desperdiça aproximadamente um terço dos alimentos produzidos, e 'a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre'" (Papa Francisco, Laudato sì' n.50).


Padre Mário Marcelo Coelho

Mestre em zootecnia pela Universidade Federal de Lavras (MG), padre Mário é também licenciado em Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque (SC) e bacharel em Teologia pela PUC-RJ. Mestre em Teologia Prática pelo Centro Universitário Assunção ( SP), o sacerdote é autor e assessor na área de Bioética e Teologia Moral; além de professor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/controle-de-natalidade-o-que-ha-por-tras-dele/

2 de outubro de 2015

Evangelizar é a missão de todo cristão

O cristão precisa viver sua fé anunciando a vida em Jesus, pois evangelizar é a missão de todo cristão.

Quando fui à Terra Santa pela primeira vez, um judeu me perguntou se eu sabia a diferença entre o mar da Galileia e o mar Morto. Disse que sabia que o primeiro era de água doce, cheio de vida e o segundo tinha altíssimo grau de salinidade. Ao seu redor não há vegetação nem vida. É com razão chamado de "Mar Morto". Ele me disse que era isso mesmo. Mas perguntou qual seria a razão dessa situação de vida e morte? Respondi que de fato não sabia. Ele me disse que o mar da Galileia tem vida porque recebe as águas das montanhas e não fica com elas para si… Deixa as águas saírem para o deserto, formando o Rio Jordão, onde Jesus foi batizado. Esse rio vai desaguar no mar morto. Mas esse segundo mar é egoísta: não entrega as suas águas. Por isso fica morto.

Evangelizar é a missão de todo cristão -1600x1200
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Ser cristão é seguir o exemplo do mar da Galileia. Rezamos "venha a nós o vosso Reino… dai-nos o pão de cada dia", mas também nos comprometemos com o amor, a solidariedade e o perdão. Não podemos viver como a água parada do mar morto. Em água estagnada cria-se o mosquito da dengue. Cristão parado é cristão dengoso. Aliás, nem é bem cristão… É "tristão".

Todo cristão é um missionário

Ultimamente a Igreja tem insistido muito em que todo cristão é missionário. É isso mesmo. Precisamos viver a nossa fé no caminho, sempre anunciando a vida em Jesus. Todos nós somos evangelizadores. Cristão que só fica sentado na igreja ouvindo o padre é também um cristão "dengoso". Está infectado pela epidemia do marasmo religioso. A sua fé é morta… É salgada… É triste.

O verdadeiro cristão é um riacho, nunca uma poça de água parada. Não precisa ter carro ou avião para ser um grande missionário. Santa Teresinha do Menino Jesus, viveu enclausurada num Carmelo, mas tinha um coração missionário que voava pelo mundo inteiro por meio da intercessão. A sua solidariedade espiritual atingia os quatro cantos da terra. Há pessoas que pela sua postura de fé, mesmo presas a uma cama em um hospital, mudam um lugar de morte em um mar da Galileia, um lugar de pescas milagrosas. O lugar é a gente quem faz.

Dengue espiritual

Vamos combater a epidemia da dengue espiritual das nossas paróquias. Não basta ir à missa, é preciso sair em missão. Não pense que isso exige ir muito longe. Cada um de nós com menos de 25 anos certamente já andou dez vezes mais quilômetros do que Jesus em seus 33 anos de vida.

A missão não se mede pelo velocímetro, mas pelo coração.

Padre Joãozinha, SJC.


Padre Joãozinho, SCJ

Padre da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), doutor em Teologia, diretor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP), músíco e autor de vários livros.

http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/evangelizar-e-a-missao-de-todo-cristao/

30 de setembro de 2015

Como perceber se sou narcisista digital

O narcisismo digital é um sintoma de que algo não vai bem

Você é daquelas pessoas que não perdem a oportunidade de apontar o celular para si e tirar uma selfie? Fica angustiado quando ninguém curte sua foto e extremamente realizado quando percebe um 'pontinho vermelho' ali nas notificações do facebook? Não consegue mais viver sem estar em evidência nos mais diversos grupos de "amigos" online? Se a resposta for sim, você pode estar apresentando os sintomas do que os especialistas chamam de "narcisismo digital".

Como perceber se sou narcisista digital
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O que é narcisismo?

A mitologia grega nos fala de um jovem com imensurável beleza chamado Narciso, que vendo a sua bela imagem refletida nas águas de um lago apaixonou-se por si mesmo e acabou sendo tragado pela própria beleza, caindo no lago e morrendo afogado. Este mito foi usado mais tarde pela psiquiatria e pela psicanálise para classificar pessoas que são extremamente preocupadas com a autoimagem, geralmente muito vaidosas, precisam chamar atenção a todo momento numa tentativa de estar sempre em evidência. Tudo isso porque há um investimento da libido (energia psíquica) voltado para a própria pessoa, que – inconscientemente – acaba regredindo em comportamentos infantis de melindres, dramaticidade e insegurança, como se fosse perder o amor da pessoas amada ou sofrer abandono por parte dos pais.

A sociedade da imagem

O mundo moderno gira entorno do espetáculo da imagem. O importante é o corpo, a aparência glamurosa, excitante, bonita, impecável. A televisão, as revistas, as mídias sociais produzem e lucram nos oferecendo este modelo de imagem "perfeita" e "bem sucedida", ao mesmo tempo em que nos mostram as referências que precisamos imitar para estar "bem na foto". Sem nos darmos conta, estamos lá, postando a nossa selfie com a roupa igual da atriz da novela, o "corpo sarado" daquele(a) modelo, o mesmo corte de cabelo e tatuagem daquele jogador de futebol.

Um exemplo deste fenômeno da superexploração da imagem é que hoje um dos itens mais importantes nas academias – mais do que os próprios aparelhos – é o espelho. O problema do espelho é que ele não nos mostra o vazio interior e a angustia da alma, mas ele tem revelado que, por trás de cada cada foto – seja dos bíceps, do peitoral, dos glúteos ou apenas de um rostinho bonito – talvez encontra-se um grito de socorro.


Mundo digital e o novo "lago de Narciso"

Assim como Narciso viu a sua imagem reflexa no lago e apaixonou-se por si mesmo até as últimas consequências, hoje temos novas águas que refletem e amplificam uma imagem inflada de nós mesmos. Todos nós conhecemos alguém que não perde uma oportunidade de se mostrar na internet, inclusive ao ridículo.

O problema, no entanto, não é da internet e nem das redes sociais em si, mas de algo que não está bem na pessoa. Cada tentativa de postar uma nova foto ou receber uma curtida pode esconder a necessidade de aceitação externa para compensar a baixa autoestima, muito comum em pessoas narcísicas. Essas pessoas precisam de ajuda para não se "afogarem" no mar do mundo digital, ao ponto de perderem o contato com a realidade.

Como perceber se sou narcisista digital?

– Consigo ficar mais de um dia sem postar fotos pessoais nas diferentes redes sociais?
– Fico triste, depressivo ou angustiado quando minhas postagem não me dão um feedback, tipo curtidas?
– A cada troca de roupa me dirijo ao espelho para tirar foto de mim mesmo(a) e logo em seguida postar?
– Passo uma imagem na internet que não corresponde à minha realidade?
– Sinto inveja e/ou raiva quando outras pessoas ficam em maior evidência do que eu na internet?
– Costumo me comparar com outras pessoas e assumir uma postura de competição nas redes sociais?

Se a resposta para a maioria das perguntas acima for "sim", é preciso buscar ajuda.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-perceber-se-sou-narcisista-digital/

28 de setembro de 2015

Crise econômica, o que é e como afeta meu bolso?

As causas da crise econômica são diversas, mas há um consenso entre os economistas

"O orçamento nacional deve ser equilibrado. As dívidas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos se a nação não quiser ir à falência. As pessoas devem, novamente, aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública." MARCO TÚLIO CÍCERO, Filósofo e Orador Romano.

Crise econômica O que é e como afeta meu bolso
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Não se fala em outra coisa: Crise econômica. Desemprego, inflação, taxas de juros, aumento de impostos e recessão. Afinal o que é tudo isso? Como a crise afeta meu bolso? Primeiramente é preciso entender que a crise econômica é um fenômeno complexo e que abrange muitas variáveis ao mesmo tempo. Isso não nos impede de simplificar: O Brasil não esta crescendo. O PIB – Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas produzidas ao longo do ano) do país esta caindo. Para facilitar o entendimento, imagine que o salário que você recebe todo mês comece a diminuir? É desastroso! Você passará dificuldades. O PIB precisa crescer todos os anos, ainda que seja 1%, 2%. Se isso não acontece, a renda das pessoas fica estagnada, ou pior, começa a cair. Começa então um 'efeito dominó'. Pessoas com menos renda compram menos. Empresas, portanto, vendem menos e começam a demitir pessoas. As causas da crise econômica são diversas, mas há um consenso entre os economistas. O fator principal foi o déficit nas contas do Governo Federal e a crise política.


Como a crise afeta o seu bolso?

Como um PIB em queda pode afetar minhas finanças e minha família? De várias formas, mas vamos também procurar simplificar para que seja o mais didático possível. A atual crise econômica brasileira tem algumas consequências diretas no seu orçamento pessoal e familiar:

A) PIB – Produto Interno Bruto. Segundo dados do Boletim Focus do Banco Central (BC), que colhe previsões de 100 instituições financeiras, a economia brasileira irá retroceder 2,55% em 2015, e irá cair 0,6% em 2016. Como falamos acima, um PIB menor, significa salários menores, aumento do desemprego e uma série de outros problemas.

B) Inflação. Como você já percebeu tudo ficou mais caro. Basta ir ao supermercado, jantar fora, comprar produtos básicos. A inflação hoje está achatando a renda dos brasileiros. Quando os produtos sobem, mas o seu salário permanece o mesmo, você perde poder de compra. Todos nós vemos na nossa renda, não da pra comprar o que comprávamos 1 ano atrás. Da inflação não há como fugir, todos na sociedade perdem com ela.

C) Desemprego. Muitas pessoas hoje tem encarado a realidade do desemprego, o que é uma experiência muito difícil. Muitos que estão procurando emprego têm percebido como é difícil para grande parte da população se recolocar no mercado de trabalho. Neste ponto vale a dica: Tenha como reserva financeira uma boa quantia para caso sua empresa passe por dificuldades e claro, procure se qualificar para manter sua posição na empresa.

D) Juros. Com as taxas de juros em alta é preciso ficar muito atento com suas contas de todos os meses. Procure planejar bem seus gastos, para que não entrar em dívidas, pois os juros estão em alta. Quando tiver que pagar uma conta e atrasar outra, procure ver qual delas tem juros menores. Como regra, nunca atrase o pagamento do cartão de crédito, pois tem o juros mais alto de todos no mercado.

Como toda crise, ela irá passar?

Por hora, nem economistas nem especialistas do mercado financeiro veem um horizonte melhor. Ainda estamos em crise e ela pode piorar. Por isso, vale a regra de segurar firme,  não perder o controle financeiro do seu orçamento. Não entrar em dívidas neste momento pode ser comemorado. Toda crise passa, mas quanto tempo ficaremos nela, ainda não sabemos. Como disse o filósofo e Orador Romano, Marco Túlio Cícero, melhor é manter as contas equilibradas e não esperar por outras melhoras externas.

Bruno Cunha
Economista
Especialista em Finanças Pessoais e Educação Financeira
Professor e diretor administrativo da Faculdade Canção Nova
Missionário Canção Nova [CITAÇÕES id=75223]


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/crise-economica-o-que-e-e-como-afeta-meu-bolso/

25 de setembro de 2015

A força de uma gentileza

A falta de gentileza machuca a nossa sensibilidade

Em um mundo onde coloca-se em evidência aquilo que não é bom, ser gentil pode parecer fraqueza, quando na verdade é bem o contrário. Quem nunca mudou de ideia depois de um sorriso verdadeiro, um aperto de mão ou até mesmo uma palavra animadora? Atitudes de carinho, respeito e atenção fazem toda a diferença onde quer que seja e tem força de abrir para portas e nos levar a grandes realizações! É que o coração humano criado para amar e ser amando, tem sede de ternura e quando a encontra deixa-se guiar por ela. Já a rispidez, é exatamente contrária aos nossos anseios, por isso nos fere tanto quando a recebemos.

A força de uma gentileza

Dizem que a falta de gentileza machuca a nossa sensibilidade, tanto quanto uma geada caindo sobre as flores. Retarda o crescimento de tudo o que é amável e nos impede de desabrochar com a beleza e a simplicidade que trazemos na alma. Por outro lado, a gentileza é comparada a um verão maravilhoso cujo calor estimula e influencia o crescimento das belas virtudes que somos capazes de externar. A gentileza é resultado de um coração forte, curado e unido a Deus pela força de se amor original e jamais pode ser confundida com a fraqueza. A fraqueza faz barulho e tenta impressionar, a gentileza é discreta e faz questão de não aparecer.

Fúria e força

Existe uma fábula atribuída a Esopo que ilustra bem estre contraste:
"Conta-se que o sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte.
Então o vento disse:
– Provarei que sou o mais forte.
Vê aquela mulher que vem caminhando com um lenço azul no pescoço?
Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você.
O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem.
O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava com força,
mais a mulher segurava o lenço junto ao pescoço.
Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar.
Então, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher.
Com este gesto, ela imediatamente esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço, respirando aliviada.
O sol disse, então, ao vento:
– Lembre-se disso meu amigo: A gentileza e a bondade são sempre mais fortes que a fúria e a força".

Gentileza e tempo

Talvez seja por isso que as pessoas que agem com gentileza, respeito e consideração são sempre tão admiradas e dependendo do caso, até mesmo temidas. São Francisco de Sales, grande doutor da Igreja, certa vez escreveu: "Quando encontrar dificuldades e contradições, não tente derrubá-las com sua força; aceite-as com gentileza e tempo."  – e continua explicando que assim se alcançará a vitória. Até porque, muitas vezes por trás de uma palavra grosseira ou até mesmo um gesto humilhante, está um coração ferido, pedindo para ser amado e a gentileza expressa com sinceridade, pode ser o canal para a cura acontecer.

Diante desta fábula, recordo-me também da passagem de I Reis 19, 11-12, onde narra a história do profeta Elias no monte Horebe, desejoso de encontrar Deus. "Um grande e forte vento rasgou os montes e despedaçou rochas, mas o Senhor não estava no vento. Depois da tempestade veio um furacão com resultados amedrontadores, mas o Senhor não estava no terremoto. Veio então um fogo, mas o Senhor não se encontrava no fogo. Depois do fogo ouviu-se um doce sussurro no ar, uma voz mansa e cheia de amabilidade e ali estava Deus". Um Deus gentil e amoroso que, mesmo tendo poder para criar o universo e manter o mundo, escolhe revelar-se com gentileza e amor.

Fiquemos atentos as oportunidades que Ele nos dá, sendo canais da ternura, neste mundo tão sedento de amor!

 


Dijanira Silva

Dijanira Silva, missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP). E-mail: http:// dijanira@geracaophn.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/cura-interior-2/a-forca-de-uma-gentileza/

23 de setembro de 2015

Testemunho de como é ser católico na Europa

Brasileira casada com um britânico conta como é viver o catolicismo na Inglaterra


Por Alessandra Borges

Uma família de Londres esteve na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP) fazendo uma visita. O casal Sean Mansfield (britânico) e Rebeca Ribeiro Mansfield (brasileira), vieram passar às férias no Brasil com seus filhos Catherine  e Antonhy Mansfield.

O casal  veio passar um dia de espiritualidade e reavivamento de sua fé na Canção Nova. Durante um bate-papo com o casal foi possível destacar as diferenças entre a forma como vivenciamos o catolicismo no Brasil e na Europa.

Rebeca contou que estar no Brasil e realizar uma peregrinação pelo Santuário de Nossa Senhora Aparecida, localizado em Aparecida -SP e estar na sede da Canção Nova é uma forma de poder resgatar e alimentar sua fé para retornar à Londres.

testemunho_de_ como_ser_ catolico_ na_ europa

Com culturas diferentes casal se une em torno da oração e testemunham a fé aos filhos . Foto: Rogéria Nair/cancaonova.com

Para Rebeca Deus preparou uma grande surpresa por ter colocado Sean em seu caminho, pois quando se conheceram ela estava prestes à voltar ao Brasil.

O casal busca viver o catolicismo, apesar das dificuldade em professar a fé em um país em que a religião católica não é tão forte.

A vida em Londres

formacao.cancaononova.com: Quando decidiu ir para Londres e como conheceu seu esposo?

Rebeca: Fui para Londres para estudar inglês, porque desejava aprender a língua para poder voltar ao Brasil e conseguir um emprego melhor.

Na época, Sean estava no México trabalhando como missionário, servindo perto do Santuário de Guadalupe. Nós tínhamos uma amiga em comum, que é a Marta. Um dia Sean conversando com Marta, ele reclamou que estava difícil encontrar uma mulher para casar, pois faziam 10 anos que estava rezando pedindo a Deus por uma esposa e nada acontecia. Neste momento Marta falou para ele que conhecia uma brasileira que morava em Londres e talvez poderia dar certo, nos apresentou pelo facebook.

Nós começamos a conversar e um mês depois ele me escreveu dizendo que estava voltando para Londres, fiquei com um frio na barriga, porque estava em um período de discernimento da minha vocação. Então eu rezei, pois sabia que o retorno de Sean à Londres não seria por acaso. Deus foi preparando tudo de uma forma muito bonita, porque foi algo inesperado, estava preparando meu coração para voltar ao Brasil e retomar a minha rotina de trabalho. Acabamos nos conhecendo, em dois meses ficamos noivos, após sete meses casamos e juntos começamos a construir uma família.

Testemunhar a fé cristã na Europa

formacao.cancaonova.com: Como é ser católica fora do seu país de origem, em que a maioria das pessoas são católicas? Como é testemunhar o Evangelho?

Rebeca: Sinto muita falta do Brasil, por causa disso, falta de fazer parte de uma paróquia, que tenha mais missas, que a comunidade seja mais atuante e que as pessoas se ajudem. Como lá não é um país católico acaba sendo muito difícil encontrar missas diárias e quando vamos a missa é algo muito diferente do que estou acostumada no Brasil, porque é uma missa mais silenciosa, rápida, com cantos mais tradicionais e é raro encontrar jovens dentro da Igreja.

Existem algumas comunidades, mas é preciso se deslocar. Por exemplo existe um grupo de oração no centro de Londres que se encontra uma vez por semana e você não vai encontrar isso ao lado da sua casa. Se torna muito mais difícil e é um desafio diário, especialmente, depois que as crianças nasceram (tenho dois filhos e eles nasceram exatamente com um ano de diferença) ficou ainda mais difícil ir, porque às vezes a comunidade não recebe as crianças como deveriam, eu nem culpo eles, mas as vezes eles querem ir lá para rezar e ter o silêncio e as crianças não fazem. Muitas vezes saí da Igreja aos prantos e o Sean tentava me ajudar dizendo para não levar para o lado pessoal. Pois, pensa que de repente elas estão há 60 anos dentro da Igreja e desejam o silêncio e as crianças vão lá e perturbam.

É difícil, por isso nesta nossa peregrinação de férias no Brasil, nós passamos por Aparecida (SP) e ficamos dois dias na Canção Nova. É um momento muito importante para eu beber um pouco desta fonte que eu sinto tanta falta. É uma graça para a nossa família, porque eu me fortaleço aqui para voltar para as dificuldades de lá.

Educação de filhos

formacao.cancaonova.com: Como seu esposo, Sean, também católico, vê a sua fé e a sua vontade de viver um bom matrimônio e educar os filhos nas doutrinas da Igreja Católica?

Rebeca: Digo que Deus foi muito bom comigo, porque ele é da Renovação Carismática também e sempre ajudou um grupo de oração de jovens, de Londres, onde era servo. Ele ficou fascinado com a Eliana Ribeiro, fui explicar para ele quem é a Eliana, aí ele me falou: "eu sabia que ela era bem conhecida porque quando ela canta sentimos o fervor, o louvor e a música toca o nosso coração". Eu não poderia pedir alguém melhor para Deus, porque Sean gosta, mas como ele cresceu neste meio tradicional de Londres ele também se adapta bem ao meio tradicional e tem menos dificuldade, ele também tenta me ajudar. Isso que é o bom do casal, um ajuda o outro, quando um está caindo o outro vai lá e levanta, mas ele vê o quanto é importante para mim vir ao Brasil e ele apóia. Estamos felizes por vir e ter a oportunidade de cantar e rezar as músicas que eu amo e rever os amigos.

formacao.cancaonova.com: Em Londres, vocês tem contato com outros casais católicos, grupos de oração ou encontros religiosos que possam te ajudar a vivenciar sua fé?

Rebeca: Lá em Londres existe a Capelania Católica Nossa Senhora Aparecida, é uma bênção enorme na vida dos brasileiros que moram lá porque temos esta espiritualidade. Temos também o Hosana Londres e o Aviva Londres e os missionários do Brasil vão para lá nesses dias de encontro. Nós temos dois grandes encontros em todo o ano, então ajuda a comunidade também, ajuda bastante. Já tivemos a presença de Dunga, Emanuel e Ironi Spudaro,  que foram uma bênção para nós lá. Hoje eu moro com a minha família um pouco mais distante de onde tem as missas brasileiras, então não conseguimos ir com muita frequência. Tentamos estar perto de amigos que são católicos e que vivem da mesma forma que a gente para se ajudar. O Sean, tem vários amigos e alguns deles casados com brasileiras também e nós vamos nos ajudando no dia a dia, as vezes, por exemplo eles vem passar o final de semana na nossa casa ou vamos viajar com eles e sempre temos um momento de oração juntos.

Educação dos filhos e a ideologia de gênero

formacao.cancaonova.com: Como vencer estes desafios na educação dos filhos, em um país Europeu, onde as pessoas não querem abraçar o catolicismo?

Rebeca: Basicamente mudamos de casa por causa da questão de escola, porque lá existe a ideologia de gênero e eu quero educar as minhas crianças na fé. Muitas pessoas acham que nós, católicos, somos preconceituosos e homofóbicos, mas não é bem assim, na verdade toda a relação sexual fora do casamento para nós é condenável e quero passar estes valores para as minhas crianças. Não quero que um professor venha e fale que eles podem ter relação sexual aos 10 ou 12 anos, que podem ter um aborto aos 10 ou 12 anos sem o consentimento dos pais, porque é o que acontece, não quero que eles cheguem e falem que é normal o homem dormir com homem e mulher com mulher. Eu quero que os meus filhos amem e respeitem a todos, mas só que vivam de acordo com aquilo que acreditamos que não é o mesmo que o mundo prega.

Meu marido e eu conversamos muito sobre isso e resolvemos sair de Londres e morar em uma cidade vizinha, ele continua trabalhando em Londres. Nesta cidade nos mudamos para perto de uma escola católica que é bem conceituada, conversamos com o padre antes e ele assegurou que podemos ficar tranquilos e que as crianças vão receber uma boa educação, mas que a educação sexual vai ficar por nossa conta.


No mundo ideal não enviaríamos as crianças para a escola, pois o sonho do meu marido é fazer o que nós chamamos de "homeschooling" que é ensinar as crianças em casa. Até cheguei a comprar alguns livros, porque teria que ficar responsável pela educação das crianças, mas na minha pequenez, não me sinto segura porque toda a minha educação foi no Brasil e tudo o que eles ensinam vai ser novidade para mim.

A Catherine vai fazer quatro anos, no ano que vem ela começa a escola, estamos em um período de discernimento para vermos se vamos enviar ela para a escola ou não. Pelo menos assim nos dá paz no coração de saber que o padre da paróquia está dentro da escola e apóia a nossa decisão e aquilo que acreditamos.

Perseguição aos cristãos

formacaocancaonova.com: Como você percebe a questão dos refugiados?

Rebeca: A Europa está muito fechada. É triste de ver isto, tantos anos nós acolhemos os europeus e hoje eles não querem acolher ninguém. Mas o que me deixa muito feliz é ver que o Papa solicitou que cada paróquia européia receba uma família refugiada, porque é uma forma concreta de ajudar estas pessoas.


Acontecem coisas que nós nem imaginamos, porque o que vemos no noticiário não é nada comparado ao que acontece. Algumas pessoas falam que a Europa se fecha também pelo medo de terroristas se infiltrarem no meio destas pessoas que estão sofrendo, são de bem e precisam de um lar. A Europa tem conversado bastante sobre isso e é algo que precisa ser resolvido ainda mais depois da morte daquele menino* que tocou o coração de todo o mundo, tenho certeza que muitas pessoas vão abrindo o coração para esta realidade.

* A entrevistada se refere a criança morta na praia, cuja foto repercutiu em todo o mundo.

Em Londres, por exemplo, é uma grande mistura de pessoas e é muito raro encontrar um britânico no país, porque são pessoas de todo o mundo e isso tem acontecido muito ao longo dos últimos anos, são muitos emigrantes ali, são pessoas do leste europeu, de países mais pobres que tentam ali ter uma vida melhor. Existem partidos políticos na Inglaterra que são muito firmes contra a imigração então é preciso mudar a mentalidade, por caridade e nós seguimos em oração por estes imigrantes porque é muito sofrimento ver a perseguição que eles sofrem.

A perseguição aos cristãos nos países islâmicos é muito triste e muitos muçulmanos são contra isso também porque nós temos uma comunidade muçulmana muito grande na Inglaterra e nós vemos tantas pessoas que são boas de coração, querem ajudar e são contra a violência que acontece nestes países.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/testemunhos/testemunho-de-como-e-ser-catolico-na-europa/

21 de setembro de 2015

Por que tantas pessoas estressadas?

Muitas são as formas de lidar com o estresse do cotidiano

Vivemos tempos onde as relações humanas exigem de nós um alto grau de exposição ou mesmo de uma cobrança social que nos "pede" para que "sempre estejamos bem e felizes". As redes sociais trazem consigo uma boa fatia destas exigências. Nossa sociedade vive o impacto da depressão, do estresse e da ansiedade. A correria cotidiana, as dificuldades econômicas do país, a insegurança pública e tudo mais, têm gerado uma série de dificuldades emocionais entre as pessoas.

Como lidar com as brigas e os desentendimentos no namoro - 1600x1200

Em todas estas situações, notamos que o estresse muitas vezes se manifesta. A saber, o estresse se instala devido a uma "carga excessiva de estímulos estressantes, situações angustiantes que o indivíduo passou ou está passando, como a morte de alguém importante, o término de um relacionamento, eventos estressantes, onde se enquadram viagens, casamentos, mudança de cidade ou país, situação financeira, doenças ou a simples dificuldade de encarar o dia a dia, e de se adaptar no meio social" (Lipp, et al, 1998).

Muitas são as formas de lidar com estas pressões cotidianas, mas podemos pensar em algumas situações favoráveis em nossos relacionamentos.

Contribuição das tecnologias

Um elemento que se faz essencial, mas que muitas vezes a tecnologia tem tirado de nós, e pode nos ajudar demais, é a conversa, a expressão de nossas ideias e uma boa conversa frente a frente, tendo contato humano de fato, olhando nos olhos e vendo as reações que o outro tem.

É muito fácil "escrever sentimentos ou deixar de escrevê-los" pela tela do celular ou de um computador. Estamos perdendo a habilidade de identificar as emoções no outro, de agir com empatia, ou seja, de nos colocarmos no lugar do outro e sentir sua dor ou mesmo entender as circunstâncias que levam o outro a pensar ou agir de determinada maneira.

Esta "falta de atenção" pode, muitas vezes, levar aos desentendimentos em situações das mais simples possíveis: todos nós conhecemos alguém, algum casal, amigos, colegas de trabalho, que andam se desentendendo demais.

Nossos relacionamentos podem oferecer grande ajuda a quem está bem perto de nós. Quantas vezes, você parou para reparar naquele que vive dentro da sua própria casa, naquele que trabalha com você, no seu marido ou na sua esposa, no seu namorado ou na sua namorada?

Dificuldade no relacionamento

Percebo que muitas das nossas dificuldades nos relacionamentos moram bem aí: na dificuldade em falar sobre o que pensamos, bem como na dificuldade para falar do que necessitamos para nos relacionarmos bem. Parte ainda, da dificuldade que temos em ouvir o outro sem dar uma opinião prévia, ou seja, ouvir sinceramente, ouvir empaticamente, ou seja, ouvir de coração aberto, pois a partir da nossa mudança de atitude mudará também nossa forma de conviver com o outro, bem como em ajudar o outro.

Você tem olhado ao seu redor? Muitos, bem perto de você, precisam, hoje mesmo, do seu olhar atento, da sua escuta empática e da sua proximidade. Pense nisto!


Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/por-que-tantas-pessoas-estressadas/

18 de setembro de 2015

Por que tantas pessoas estressadas?

Muitas são as formas de lidar com o estresse do cotidiano

Vivemos tempos onde as relações humanas exigem de nós um alto grau de exposição ou mesmo de uma cobrança social que nos "pede" para que "sempre estejamos bem e felizes". As redes sociais trazem consigo uma boa fatia destas exigências. Nossa sociedade vive o impacto da depressão, do estresse e da ansiedade. A correria cotidiana, as dificuldades econômicas do país, a insegurança pública e tudo mais, têm gerado uma série de dificuldades emocionais entre as pessoas.

Como lidar com as brigas e os desentendimentos no namoro - 1600x1200

Em todas estas situações, notamos que o estresse muitas vezes se manifesta. A saber, o estresse se instala devido a uma "carga excessiva de estímulos estressantes, situações angustiantes que o indivíduo passou ou está passando, como a morte de alguém importante, o término de um relacionamento, eventos estressantes, onde se enquadram viagens, casamentos, mudança de cidade ou país, situação financeira, doenças ou a simples dificuldade de encarar o dia a dia, e de se adaptar no meio social" (Lipp, et al, 1998).

Muitas são as formas de lidar com estas pressões cotidianas, mas podemos pensar em algumas situações favoráveis em nossos relacionamentos.

Contribuição das tecnologias

Um elemento que se faz essencial, mas que muitas vezes a tecnologia tem tirado de nós, e pode nos ajudar demais, é a conversa, a expressão de nossas ideias e uma boa conversa frente a frente, tendo contato humano de fato, olhando nos olhos e vendo as reações que o outro tem.

É muito fácil "escrever sentimentos ou deixar de escrevê-los" pela tela do celular ou de um computador. Estamos perdendo a habilidade de identificar as emoções no outro, de agir com empatia, ou seja, de nos colocarmos no lugar do outro e sentir sua dor ou mesmo entender as circunstâncias que levam o outro a pensar ou agir de determinada maneira.

Esta "falta de atenção" pode, muitas vezes, levar aos desentendimentos em situações das mais simples possíveis: todos nós conhecemos alguém, algum casal, amigos, colegas de trabalho, que andam se desentendendo demais.

Nossos relacionamentos podem oferecer grande ajuda a quem está bem perto de nós. Quantas vezes, você parou para reparar naquele que vive dentro da sua própria casa, naquele que trabalha com você, no seu marido ou na sua esposa, no seu namorado ou na sua namorada?

Dificuldade no relacionamento

Percebo que muitas das nossas dificuldades nos relacionamentos moram bem aí: na dificuldade em falar sobre o que pensamos, bem como na dificuldade para falar do que necessitamos para nos relacionarmos bem. Parte ainda, da dificuldade que temos em ouvir o outro sem dar uma opinião prévia, ou seja, ouvir sinceramente, ouvir empaticamente, ou seja, ouvir de coração aberto, pois a partir da nossa mudança de atitude mudará também nossa forma de conviver com o outro, bem como em ajudar o outro.

Você tem olhado ao seu redor? Muitos, bem perto de você, precisam, hoje mesmo, do seu olhar atento, da sua escuta empática e da sua proximidade. Pense nisto!


Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/por-que-tantas-pessoas-estressadas/

16 de setembro de 2015

Como ler a Bíblia dentro do seu contexto

É necessário compreender um pouco o contexto no qual o texto bíblico foi escrito

A proposta desse artigo é entendermos melhor uma regra de ouro da literatura, qualquer que seja ela: ler o texto dentro do seu contexto. Isso significa vê-lo também como produto de pessoas diferentes e de épocas também diferentes.

Muitas vezes, nos sentimos desencorajados com determinados textos bíblicos por não conseguirmos entendê-los. Quem nunca leu uma passagem bíblica e não apreendeu quase nada do que estava escrito ali? Quem nunca deparou com conceitos muito complicados e muito distantes daquilo que entendemos e vivemos hoje?

Como ler a Bíblia dentro do seu contexto
Foto: duckycards, 3910083, iStock by Getty Images

Isso acontece porque cada um dos livros da Sagrada Escritura faz parte de um contexto mais amplo, cujos textos foram escritos numa época muito distante da nossa. Dessa forma, a leitura se torna um pouco mais complexa e, não raras vezes, incompreensível, em virtude de uma distância temporal, linguística e cultural existente entre a redação do texto bíblico e a leitura e a interpretação que fazemos hoje.

A melhor forma de leitura

E por isso chamamos a atenção para a necessidade de uma leitura mais cuidadosa e não tão rápida e superficial, para que não ocorra uma interpretação equivocada e arriscada. Porque é natural entendermos o que lemos a partir de conceitos e da ideia que temos do mundo moderno em que vivemos, esquecendo-nos de que a Bíblia é formada por textos antigos, construídos num mundo diferente do nosso.

Dessa maneira, precisamos buscar o máximo de informações sobre o texto que iremos estudar. Tudo que o cerca, de modo especial o período em que foi escrito e qual contexto histórico que o influencia. Quanto mais informações tivermos a respeito dele [texto], tanto mais poderemos nos guiar pela regra literária citada no começo deste artigo: ler o texto dentro do contexto.

Mas como podemos saber mais sobre a época em que os textos bíblicos foram compostos e sob quais condições se deu esse processo de redação do texto que vamos ler?

É fácil. Basta consultarmos as nossas próprias Bíblias, pois elas nos fornecem essas informações. Precisamos conferir as introduções apresentadas antes de cada livro bíblico. Assim acontece, por exemplo, nas traduções da Bíblia, como a versão da TEB, da Bíblia Jerusalém e do Peregrino. Ou ainda, como na tradução da Bíblia Ave-Maria que traz logo na sua abertura um comentário sobre cada um dos livros bíblicos.

Essas introduções são muito importantes, pois nos dão informações preciosas a respeito do livro que vamos ler, informações estas muito úteis e práticas a respeito do período de composição do texto, sobre o contexto histórico no qual se deu essa redação, a qual grupo esse texto foi primeiramente dirigido, quem o redigiu, entre outros.

Caso tenhamos acesso a fontes confiáveis que podem, da mesma maneira e talvez de forma mais completa, nos fornecer essas informações, podemos e devemos utilizá-las, pois, como dissemos anteriormente, quanto mais informações temos do texto, tanto maior será nossa segurança de que o leremos dentro do contexto, evitando erros e equívocos. Mas, lembre-se: é importante que conheçamos bem essa literatura secundária utilizada para não consultarmos uma bibliografia que possa nos levar ao erro.

O perigo de informações pela internet

Um alerta aos que fazem uso da internet: muito cuidado ao buscar essas informações nesse espaço virtual. Não tenho nada contra a rede mundial de computadores; muito pelo contrário, sou usuário e a vejo como um facilitador da vida cotidiana. Mas, infelizmente, em se tratando de estudos bíblicos, a grande maioria das coisas que encontro nela possui muitos erros ou está ligada a outra doutrina diferente da católica.

Outro recurso apresentado pelas Bíblias, que além de nos auxiliar na compreensão dos textos, também nos fornece informações importantes sobre o conteúdo do que lemos são as notas de rodapé. Essas observações são muito valiosas porque são explicativas e por meio delas nos são esclarecidas questões ligadas à língua, à geografia, à cultura, entre tantas outras coisas que facilitam o nosso entendimento deles. Muitos as ignoram, justamente por serem pequeninas, às vezes é difícil enxergá-las, mas elas estão ali para servir de auxílio para que o texto se torne mais acessível a nós que estamos distantes temporal, cultural e linguisticamente dos textos bíblicos.

Enfim, é necessário fazer uso desses recursos presentes nas nossas Bíblias, assim como das introduções nos livros e das notas de rodapé. Esses recursos fazem, de certo modo, parte da leitura e não podemos ignorá-los. A Igreja, e nossos tradutores, conhecem as distâncias entre nós e o texto e, consequentemente, sabem do risco de uma leitura fora de contexto. Ou seja, informações presentes na própria Bíblia, ainda que não sejam o texto bíblico propriamente dito, são não apenas importantes, mas necessárias para uma leitura da Palavra de Deus sem equívocos e que permita, verdadeiramente, nosso encontro com o sagrado.


Denis Duarte

Denis Duarte é especialista em Bíblia e Cientista da Religião. Professor da Faculdade Canção Nova e do Instituto de Teologia Bento XVI. www.denisduarte.com Twitter: @denisduartecom Autor do livro Entenda os textos da Bíblia


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/como-ler-a-biblia-dentro-do-seu-contexto/

14 de setembro de 2015

Crianças superprotegidas tornam-se adultos inseguros

É natural os pais quererem superproteger os filhos, porém não é saudável para a vida pessoal

O instinto dos pais de garantir a sobrevivência dos filhos não é privilégio apenas dos humanos porque também os animais fazem isso. Mas, ao contrário dos homens de hoje, eles preparam os filhotes para lidar melhor com isso. Além da preocupação parenteral, na sociedade moderna existe a preocupação legal em proteger os menores, acrescido da falta de segurança física e emocional que o mundo hoje oferece.

Crianças superprotegidas, adultos inseguros 1200 x 1600
Foto: Rogéria Nair/cancaonova.com

Educar e treinar os filhos para a vida nunca foi uma tarefa fácil para os pais que se preocupam com isso. No mundo em que vivemos isto se torna ainda mais difícil. É natural, portanto, que os pais queiram superproteger os filhos, porém não é saudável para a vida pessoal, profissional e matrimonial futura deles.

As meninas são mais protegidas para o mundo externo, mas são desenvolvidas para desempenharem papel de companheira e mãe, por outro lado, os meninos são mais preparados para o mundo externo para garantir o sustento material, mas pouco desenvolvidos para lidar com as situações internas do lar.

Até onde vai a preocupação natural

Um questionamento que surge para os pais é até onde vai a preocupação natural e saudável e onde começa a preocupação excessiva que pode ser maléfica. Ou seja, cuidado, atenção e carinho são necessários, mas a superproteção pode afetar na infância criando crianças apáticas entediadas e adultos inseguros, desfocados e frustrados.

O que fazer?

Existe algo imprescindível que precisa ser feito para se ter filhos com possibilidades de ser feliz. Primeiro proporcione a ele condições com responsabilidades e limites na educação, de acordo com cada etapa de sua vida.
Entretanto, a cultura atual tem dificultado isso porque o acesso aos bens de costumes tem produzido crianças acostumadas com mimos, poucos limites e baixas exigências de desempenho. Isto tudo acrescido da culpa de trabalharem muito e da insegurança paterna de não serem amados ou aceitos. Todo este contexto contribui para as crianças serem educadas tendo seus desejos atendidos como um passe de mágica.

Quais são as consequências

Filhos que começam e não terminam estudos, adolescentes que busca nas drogas mais prazeres. Entre outras consequências, maridos e esposas que não aguentam as dificuldades de um casamento. Adultos inseguros devido à baixa autoconfiança, passivos esperando que as pessoas venham cuidar de suas necessidades e quando isso não acontece ficam irritados e frustrados.

Portanto, geramos filhos com dificuldades psicossociais na vida sentimental e social e também no relacionamento sexual, além de eternos dependentes de alguém que cuidem material e emocionalmente deles. Precisamos deixar os filhos frequentarem a academia do crescimento pessoal para que possam desenvolver a segurança em si mesmos determinação, resistência, frustração e foco. Quando adquiridos no decorrer da vida, torna-se é mais fácil e menos dolorido porque acompanha o amadurecimento das pessoas.

Quando a culpa é dos pais?

Às vezes é necessário um tratamento dos pais superprotetores, pois o excesso de proteção pode ter como raiz a própria insegurança e ansiedade porque podem estar repetindo nos filhos suas próprias neuroses.

Onde encontrar ajuda

A escola também pode ajudar muito, pois este espaço proporciona à criança desenvolver sua autonomia, autoconfiança e capacidade de decisão. As atividades extracurriculares também ajudam, desde que não sejam em excesso a ponto de as crianças não terem tempo livre para brincar sozinha e livre.

É reconhecido que muitos dos medos dos pais são reais, mas precisam trabalhar este sentimento e proteger os filhos permitindo que tenham suas próprias experiências e construam paramentos de sobrevivência às situações que a vida apresenta.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/criancas-superprotegidas-tornam-se-adultos-inseguros/

10 de setembro de 2015

A Igreja Católica anula casamento?

A Igreja Católica permite a nulidade dos casamentos?

Ao contrário do que muitos querem propor ou estão noticiando a respeito das mudanças propostas pelo Papa Francisco, em relação aos processos de nulidade do matrimônio, não houve e nem haverá uma mudança da doutrina da Igreja a respeito da indissolubilidade do matrimônio e também do divórcio.

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Foto: iStock By Getty Images

A moral e a doutrina são imutáveis, pois não são de origem humana, mas divina. Nas mudanças de época e costumes, sempre se questiona sobre a validade de certas doutrinas e dos valores evangélicos. Será importante lembrar que as verdades da fé não são uma imposição da Igreja, mas vêm do coração de Deus e cabe à Igreja, como mãe e esposa do Cordeiro, ser a fiel zeladora e defensora destes mesmos valores e da verdade revelada.

O casamento que não deu certo é inválido?

A Igreja sempre reconheceu que certos casamentos não preenchem as condições legais para serem considerados válidos. Para avaliar os diferentes casos e situações, os tribunais eclesiásticos foram estabelecidos e, após uma minuciosa avaliação do caso, em particular, determinam a sentença pela validade ou não daquele matrimônio. Porém, o pressuposto do casamento não ter dado certo não significa dizer que, necessariamente, o mesmo seja inválido. O fato é que a Igreja jamais anula um casamento legalmente válido, mas ela pode averiguar a possibilidade de decretar a nulidade de um matrimônio que, na verdade, não existiu.

Facilitar o acesso dos fiéis ao tribunais eclesiásticos

A preocupação do Papa vem somar-se à angústia de muitos casais que querem uma resposta da Igreja sobre a possibilidade ou não de se declarar nula uma união conjugal anterior, e a mesma se protela e se prorroga por um prazo muito longo. Do outro lado, existe, muitas vezes, uma morosidade e uma falta de agilidade no julgamento destes mesmos processos. A Igreja deseja, então, que estes trâmites processuais facilitem o acesso dos fiéis aos tribunais eclesiásticos e que estes ajam de forma mais simplificada ao analisarem os processos que são de sua competência.

Juízos mais simples serão resolvidos pelos bispos

Os decretos emitidos pelo Papa Francisco reforçam e solidificam a autoridade do bispo diocesano como autoridade moral e juiz em sentenças nas quais a palavra final cabe à sua definição. Os juízos mais simples, onde não existam dúvidas sobre o determinado caso, podem ser decididos pelo próprio bispo ou por um único juiz no menor prazo possível. Do outro lado, a Igreja deseja que estes processos não sejam onerosos para os fiéis e sejam facilitados ao máximo para que, em muitos casos, o acesso seja gratuito.


A Igreja deseja favorecer ou estimular os processos de nulidade?

A Igreja não deseja favorecer e nem estimular os processos de nulidade matrimonial, mas agilizar o andamento dos mesmos para que a angústia e as "trevas da dúvida" não sejam prolongadas, e favorecer o cuidado, o esclarecimento para cada fiel sobre a sua real situação. A Igreja, como mãe, usará sempre da misericórdia para com seus filhos, sem contudo abrir mão da verdade, independentemente da situação. O valores essenciais do matrimônio precisam ser cada vez mais valorizados e os fiéis cada vez mais conscientizados sobre os compromissos inerentes à vida matrimonial, pois o primeiro trabalho a ser feito é formar casamentos mais sólidos para que recorram sempre menos aos processos de nulidade.


 


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

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Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/nulidade/a-igreja-catolica-anula-casamento/

8 de setembro de 2015

Como deixar o vício da pornografia?

O vício da pornografia desfigura a vivência da castidade 

Tenho recebido vários e-mails de jovens que me perguntam como deixar o vício de estar na frente do computador vendo sites pornográficos. Sabemos que também há muitos filmes e revistas pornôs. Para muitos, isso já se tornou um vício, especialmente porque a internet facilita muito essa atividade negativa. Sei também que muitas pessoas casadas têm também esse vício. Às vezes, uma esposa me procura, porque surpreendeu seu esposo vendo sites pornográficos. Uma delas, apavorada, chegou a me perguntar de deveria abandoná-lo. É claro que não! Elas se sentem traídas.

Como deixar o vício da pornografia
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Antes de tudo, é preciso dizer que é condenado pela moral cristã entregar-se ao deleite da pornografia. O Catecismo da Igreja a coloca como um dos pecados contra a castidade:
§2354 – "A pornografia consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desfigura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito. Mergulha uns e outros na ilusão de um modo artificial. É uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de materiais pornográficos".
§2396 – "Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais".

Portanto, o cristão não pode se entregar a essa prática pecaminosa; é preciso lutar com os auxílios da graça de Deus e da força de vontade para combater esse vício moderno. Antes de tudo, é preciso não se desesperar diante do problema, ter calma e não desanimar. O mais importante é lutar com perseverança contra isso, até que se domine a situação. Jesus disse que quem perseverar até o fim será salvo do pecado. Mesmo que se tenha uma recaída, é preciso levantar e retomar a luta.

O grande remédio que Jesus recomendou aos apóstolos contra o pecado foi "vigiar e orar" para não cair em tentação. Duas coisas: rezar bastante, pedir ajuda de Deus, da Virgem Maria, de São José castíssimo, dos anjos e santos. Comungar, sempre que possível, e pedir a Jesus Eucarístico a graça dessa libertação. Sempre que houver uma queda, confessar-se, ainda que isso se repita, pois a confissão dá forças para vencer o vício. Converse com o confessor sobre o assunto, sem medo, ele está cansado de ouvir isso e pode ajudá-lo.

E "vigiar". Isso significa fugir da ocasião de pecado; e essa é um fuga heroica; não abrir nenhum site pornográfico, a revista suja nem o filme impuro; nem mesmo abrir o computador se não puder se controlar diante dele. Suplicar a força de Deus, a intercessão dos santos, da Virgem Maria nessa hora. "Algumas vezes, encontrei-me em perigo de morte, mas fui libertado pela graça de Deus" (Eclesiástico 34,13).

É muito importante você tomar a decisão de não acessar o site pornô, "por amor a Jesus" que morreu na cruz por você. Ofereça a Ele esse "jejum de pecado" e suplique que o Seu preciosíssimo Sangue o ajude. Ele vai gostar muito! E o mais importante é não desistir nunca, não desanimar, mas lutar. Às vezes, para ganhar uma guerra é preciso vencer muitas batalhas, uma de cada vez.

Uma dessas batalhas a vencer é desintoxicar a alma do veneno do sexismo, hoje espalhado por toda parte, especialmente na moda e nos meios de comunicação. Santo Agostinho gostava de lembrar que tudo o que invade a nossa alma entra pelas "janelas", que são os sentidos: olhos, ouvidos, boca, mãos e nariz. Então, é preciso fechar as "janelas da alma" para que a tentação não entre por elas. Não permita que sua alma seja excitada sexualmente pela sujeira que entra por essas janelas.

A Bíblia nos ensina que quem abusa da ocasião cai no pecado. E o povo diz que "a ocasião faz o ladrão", "Quem ama o perigo nele perecerá". (Eclo 3,27)

Gostaria de dizer às esposas ou maridos que surpreendem o outro vendo filmes e sites pornográficos, que não devem se desesperar, mas ajudá-lo, com firmeza e carinho, a vencer o vício; exigir essa mudança para o bem dele e do casamento. Essa tentação é muito forte, e o "paciente" precisa ser ajudado pelo amor, pela oração da (o) esposa (o). Não é isso que deve abalar ou muito menos destruir um casamento; juntos, marido e mulher devem conversar, ajudarem-se mutuamente e vencer o problema. Será uma bela vitória de ambos, do casamento e da família.


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/vicio-da-pornografia/como-deixar-o-vicio-da-pornografia/

3 de setembro de 2015

Gordura trans, um perigo para a saúde

A gordura trans está entre os assuntos mais comentados quando o tema é saúde

Quando falamos sobre alimentação, é muito importante entendermos como os nutrientes estão nela distribuídos.

Nossa alimentação é composta por três grandes grupos alimentares:

1- Carboidratos: todos os alimentos que se transformam em açúcares em nosso organismo (pães, massas, doces e cereais);

2- Proteínas: encontradas nas carnes, leguminosas, soja, leite e seus derivados;

3- Gorduras: também conhecidas como Lipídeos, são encontrados em óleos, manteigas, margarinas, castanhas e sorvetes.

Gordura trans, um perigo para a saúde
Foto: Daneil Mafra/cancaonova.com

Vamos falar um pouco mais sobre o grupo das gorduras. Elas são encontradas sobre duas formas: as gorduras saturadas (aquelas de origem animal, presentes em carnes, queijos e leite) e as insaturadas (presentes nos óleos vegetais).

O que são essas gorduras?

As gorduras trans, por sua vez, são também gorduras insaturadas, mas com características e atividades semelhantes às gorduras saturadas, que tem efeitos prejudiciais à saúde. Elas são produzidas a partir de reações químicas, nas quais são adicionadas moléculas de hidrogênio em óleos vegetais, para que fiquem com a consistência sólida – como a margarina, por exemplo. Essas gorduras são usadas pela indústria alimentícia para aumentar o sabor, a textura e o tempo de conservação/validade dos produtos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM),
"essas substâncias tornaram-se conhecidas depois que foram substituídos os óleos de origem animal pelos de origem vegetal. Com essa substituição, pretendia-se que a população consumisse menos colesterol, já que os óleos vegetais são isentos. Mas a medicina só veio conhecer a fundo as gorduras trans há poucos anos, a partir de estudos feitos no fim dos anos 1990. O que não se sabia é que as gorduras trans também são danosas à saúde."

Estados Unidos preveem retirada de gorduras trans do mercado

Recentemente, o governo dos Estados Unidos determinou para o país que o uso de gordura trans nos alimentos não é seguro e que os produtos que possuem esse componente em sua composição sejam retirados do mercado em um prazo de três anos. Essa decisão é fruto das pesquisas realizadas pela FDA (Food and Drug Administration), uma das mais importantes agências de pesquisas relacionadas a alimentos e medicamentos. A FDA definiu que "diversas provas científicas já mostraram que o consumo de gordura trans eleva o nível do chamado colesterol ruim", assinalou a entidade.

Alguns alimentos que normalmente contém gordura trans:

* Manteigas e margarinas: faz com que fiquem mais sólidas por mais tempo em temperatura ambiente.

* Biscoitos salgados, doces e outros alimentos assados: esses produtos geralmente contêm gorduras trans em estado sólido, para deixá-los menos oleosos.

* Bolos de pacotinho e pipocas de micro-ondas: as gorduras trans sólidas são usadas nesses alimentos para conservar o produto por mais tempo.

* Creme para café, chantili e glacê de bolo: faz com que as guloseimas fiquem mais sólidas e estáveis por mais tempo em temperatura ambiente.

Como afeta o colesterol

As gorduras trans agem aumentando o colesterol ruim (LDL) e baixando o bom colesterol (HDL) na nossa corrente sanguínea, além de aumentar também as taxas de triglicérides no sangue. Essas alterações, nas taxas de gorduras que circulam no sangue, aumentam o risco de doenças como infarto e acidente vascular cerebral.

Por isso é tão importante que evitemos o consumo desse tipo de gordura. A dica é sempre olhar os rótulos dos alimentos que estamos comprando, para identificar se eles possuem a gordura trans na fórmula. Vale ressaltar que outros nomes também podem indicar a presença da gordura trans nessas fórmulas, são elas: gordura hidrogenada; gordura parcialmente hidrogenada; gordura vegetal hidrogenada e óleo vegetal hidrogenado.

Com tudo isso, faço o convite: vamos cuidar da qualidade daquilo que temos consumido em nossa alimentação?

Deus o abençoe sempre!


Cristiane Zandim

Cristiane Pereira Zandim nasceu em Brasília / DF. É missionária na comunidade Canção Nova desde 2011. Cursou Nutrição na Universidade Universidade Federal Dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/gordura-trans-um-perigo-para-a-saude/

1 de setembro de 2015

Esclerose Múltipla: o que é e quais são os sintomas?

Conhecer os sintomas da Esclerose Múltipla é importante para ter qualidade de vida

30 de agosto é o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM), uma doença crônica (evolução gradativa durante anos), que afeta o Sistema Nervoso Central (cérebro e medula) e interfere na capacidade de controlar áreas e funções do corpo. Seu início geralmente acontece entre 20 e 50 anos e é mais frequente em mulheres. Hoje, no Brasil, cerca de 35 mil pessoas são portadores de EM, mas o diagnóstico é difícil de ser dado, porque a doença pode ter sintomas muito variados e em áreas diferentes ao longo dos anos. Por isso, é muito importante que todos nós conheçamos um pouco sobre ela.

Esclerose multipla o que é e quais são os sintomas

A medicina ainda não sabe tanto sobre a esclerose múltipla. A causa não é conhecida ao certo, mas fatores imunológicos e ambientais têm influência comprovada. Ainda não há cura, mas o tratamento e acompanhamento podem melhorar a qualidade de vida do paciente.

A doença age por meio da desmielinização dos neurônios (para entender, pense como se fosse um fio elétrico desencapado) e da inflamação em diversos pontos do cérebro e medula em momentos diferentes. Cada vez que atinge uma área, produz um sintoma, uma crise. Depois, frequentemente, esse sintoma melhora e surge outro, muito diferente, em outra área do corpo.

Os sintomas mais comuns são: alterações visuais (inflamação do nervo óptico causando turvação visual, cegueira temporária, total ou parcial, e dor nos olhos); alterações na sensibilidade em alguma região do corpo como dor ou formigamento em braço, perna e tórax; dificuldade de movimento ou da força em um ou mais membros; falta de controle dos esfíncteres (urina e fezes) e alterações no tronco cerebral com falta de coordenação motora, tremor, dificuldade para segurar objetos e labirintite. Existe um sinal que não é muito frequente, denominado sinal de Lhermitte, uma sensação de choque que percorre a medula (espinha) quando se encurva a cabeça para frente. Esse sinal, quando presente, é muito sugestivo da Esclerose Múltipla.

Por causa da grande variedade de possibilidades de sintomas e pelas características que surgem em momentos diferentes da vida, o diagnóstico pode ser difícil. Por isso é importante conhecer um pouco sobre a doença para estar atento. O acompanhamento é feito com o médico neurologista, com diagnóstico clínico, baseado nos Critérios de McDonald. A ressonância magnética cerebral e da coluna confirmam a suspeita ao mostrar lesões diversas em várias áreas.

Se percebeu em você alguns desses sintomas ou os vê em algum familiar, tenha coragem de procurar o médico. O diagnóstico precoce ajuda no tratamento e melhora a qualidade de vida. Deus está sempre próximo, vive em nós cada desafio que enfrentamos, cada vitória e cada derrota. Não há motivo para medo. Se estivermos em Deus, o que há de vir será sempre o melhor. Sua saúde é um dom que Ele lhe deu, e é seu dever cuidar do corpo da melhor maneira possível.


Roberta Castro

Roberta Castro é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo.

Escritora pela editora Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/esclerose-multipla-o-que-e-e-quais-sao-os-sintomas/