19 de fevereiro de 2018

Quando falar de sexo com os filhos?

Os pais precisam conhecer os filhos para identificar a hora certa para falar sobre sexo com eles

Infelizmente, o mundo atual exige receitas prontas. Quando devo fazer isso? Quando falar sobre aquilo? O quê? Quando? Por quê? Quantas indagações o ser humano sofre ao longo de sua vida! No entanto, é preciso saber que cada um é único e não há receita de bolo para todos.

Quando falar de sexo com os filhos

Foto Ilustrativa: Sneksy by Getty Images

No quesito filhos também é assim. Por mais que os pais desejem acertar, e assim procure informações que lhes dê a direção certa, não há como definir o futuro das crianças.

Como acertar, então, na educação dos filhos? O ideal é acompanhar o desenvolvimento de cada um deles. Uma família nunca educa seus filhos da mesma forma que a família dos colegas de escola, mas, nem por isso, as crianças deixam de sofrer a influência dos colegas. Dentro de casa, os pais podem educar os filhos da mesma forma, mas, cada criança dará uma resposta diferente.

Existe hora certa?

Ao compreendermos essa amplitude do ser humano, podemos dizer que não há hora, minuto ou segundo certo para falar de sexo com os filhos, pois, cada um despertará sua curiosidade sobre o assunto em momentos diferentes. Há crianças que, aos oito anos, compreendem essa realidade; em contrapartida, há outras que, aos 17, não sabem nada nem possuem tanto interesse. Diante dessa realidade, como ter um diálogo saudável e assertivo?

Quando os pais acompanham seus filhos, quando os conhecem, conseguem perceber o momento certo. Não é interessante que esse questionamento venha dos pais, o ideal é que surja dos filhos. Eles terão a iniciativa de perguntar sobre o assunto, e assim, conforme a linguagem que ele compreenda, nasce o diálogo. Não há como tratar esse assunto tão sério e necessário de forma adulta com seu filho de nove anos, como também, não terá proveito algum tratar o assunto de forma lúdica com um adolescente de 15 anos. Essa curiosidade surgirá a partir dos estímulos recebidos, ou seja, daquilo que ela tem visto.


O que explica a Psicologia?

Segundo Wallon (psicólogo que se dedicou ao estudo da Psicologia do Desenvolvimento), o ser humano tem uma tendência natural e instintiva de copiar o outro, de experimentar e atribuir-se aos sentimentos do outro. Baseado nisso, podemos nos questionar: "O que meu filho tem imitado/copiado? O que essa criança assiste na TV? O que ela escuta nas músicas e nas conversas? Que tipo de comportamento é estimulado?". É difícil não ter um filho que se desperte para o relacionamento sexual se vive em um ambiente sexualizado. Talvez, você esteja pensando que não tem tanta importância e que tais situações não despertem tanto para a sexualidade, mas se esquece de que o adulto é o espelho da criança. Essa teoria é aceita em maior parte das abordagens de Psicologia, principalmente aquelas que trabalham o desenvolvimento humano.

A criança, naturalmente, despertará para o autoconhecimento. A manipulação dos órgãos genitais irá conduzi-la a uma via de prazer desconhecida. Porém, é passageiro, faz parte do autoconhecimento. O que muda é a forma com que o adulto, referência dessa criança, lidará com isso: de forma assustada, estimuladora ou natural?

Passar por essa fase instruindo e não supervalorizando ou escandalizando-se é a melhor forma. Por isso, inverto a pergunta: "Como estou estimulando meu filho na vida sexual? Estou vivendo essa fase de forma sadia?". Fica aí a reflexão.

 


Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.



16 de fevereiro de 2018

Como não cair na rotina do casamento?

Reflita com algumas dicas para não deixar o casamento cair na rotina

Quem busca construir um casamento feliz, provavelmente, já percebeu que o amor é a base de tudo. Por sua própria natureza, ele é forte, dinâmico, criativo e, por isso, coloca-nos sempre em movimento. No entanto, para manter acesa a centelha do amor entre o casal, é preciso estar atento a alguns aspectos importantes, e um deles é fugir da rotina.

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Fases do casamento

O relacionamento passa naturalmente por fases, quando acontece, por exemplo, o enamoramento, um tempo cheio de descobertas, geralmente marcado pela jovialidade do casal com inúmeras opções de atividades, sobrando pouquíssimo tempo até mesmo para pensar em rotina. Depois, vem o noivado com as realidades próprias dessa fase, onde o conhecimento se aprofunda e já surgem as ideias para a construção do novo lar, o envolvimento com a família, a preparação da festa de bodas etc.; é também muito raro, o casal ser atingido pela rotina nessa época.

Até mesmo, nos primeiros meses ou anos de casados, o clima de descobertas e entusiasmos mantêm o relacionamento em estilo "lua de mel". Depois, vem a gravidez, os filhos, e as ocupações mudam de foco. Aí, se não estivermos atentos,  a rotina se instala e pode abalar as estruturas que o amor levou tanto tempo para firmar.

Então, surge a pergunta: como fugir da rotina no casamento? Existem muitos passos que podem ser dados. Indico cinco, os quais considero mais importantes, e fico na torcida para que, colocando-os em prática, seu casamento seja fecundo, feliz e renovado pelo amor a cada dia!

Partilhar antes de tudo

Cada pessoa é única e seu jeito de amar e demonstrar amor, também, são exclusivos, por isso, a partilha é fundamental. Quer fugir da rotina? Comece por uma boa conversa com seu cônjuge a respeito do relacionamento.

Tenha a coragem de perguntar o que ele pensa, o que sente e o que gostaria de fazer para avivar a chama do amor que os uniu. Muitas vezes, temos ideais maravilhosas quando o assunto é demonstrar amor, mas será que a pessoa amada concorda com nosso jeito de amar? É muito importante partilhar o que se pensa e se sente, para o conhecimento mútuo e o crescimento no amor.

Cuide bem do que é seu

Desde criança, fui aconselhada a cuidar bem do que era dado a mim, mesmo que fosse um simples brinquedo, um sapato etc., acredito que isso também se aplica quando o assunto é relacionamento.

Penso que cuidar do casamento é como cultivar uma planta: você a recebe linda e cheia de vida e, se continuar cuidando dela de maneira adequada, certamente vai viver bem e florescer diante dos seus olhos. Se não cuidar, ela vai gradativamente murchar e morrer. Então, se você quiser saber como sair da rotina no casamento, primeiro reveja suas atitudes. Pense como você tem cuidado da pessoa que Deus lhe deu.

Priorize o relacionamento

À medida que, os compromissos próprios de uma vida a dois vão se tornando rotina, a tendência é o casamento entrar no pacote. Há sempre uma conta para pagar, uma casa para arrumar, um trabalho extra para fazer; e quando você finalmente tiver terminado tudo, o que mais deseja é simplesmente dormir.


Nessas situações, a tendência é ir deixando para amanhã o tempo exclusivo que dedicaria ao seu cônjuge. Porém, no dia seguinte, surgirão novas atividades e você provavelmente não vai ter um tempo livre. Então, a dica é: caia na real e coloque seu amor no topo da lista de prioridades. Se for preciso, até marque na agenda, mas não abra mão de um tempo dedicado só a ele. Converse, ouça, olhe nos olhos e fique juntos sem dividir o tempo com ninguém, inclusive com o celular que, aliás, tem roubado o tempo de qualidade que o amor merece.

Passeiam juntos

Lembra do início do relacionamento quando só em pensar em saírem juntos era motivo para ser feliz? Pois é, no casamento isso pode e deve continuar acontecendo. Mesmo que já tenham filhos e o dinheiro seja pouco, sair junto, nem que seja para tomar um suco na esquina, é uma das melhores dicas de como fugir da rotina.

Para isso, programe-se: vista-se bem, use um bom perfume e vá com boa vontade, de coração aberto, pensando na felicidade que é amar e ser amado. No encontro, evite conversar sobre os filhos e tarefas de casa. Se possível, pode até voltar no tempo e relembrar o que os uniu. Se foi o amor pelos livros, por exemplo, que tal visitar uma livraria? Se gostam de praia, que tal caminhar na areia do mar de mãos dadas? Agindo assim, vão manter o foco em uma atividade prazerosa e, além do mais, sair da rotina.

Demonstre amor com gestos

Dom Bosco tem uma frase famosa que diz: "Não basta que os jovens saibam que são amados, eles precisam sentir o amor". Acredito que no relacionamento também é assim. Por mais que o outro saiba que você o ama, é preciso manifestar o amor; nessa hora, os pequenos gestos fazem toda diferença!

Um telefone fora de hora só para dizer "eu te amo", uma flor, um bilhetinho apaixonado, um presente fora de datas comemorativas, elogios espontâneos e tantas outras coisas simples que, oferecidas com amor, fazem toda diferença.

Na verdade, o casal não precisa de grandes coisas para ser feliz, precisa é dar e receber atenção, dedicar-se e cuidar do outro, rompendo com a rotina no relacionamento todos os dias.

Todas essas dicas, apesar de importantes, não podem tirar a espontaneidade do casal. De vez em quando, deixe espaço para o improviso e dê liberdade para as coisas acontecerem naturalmente.

Traçar a rotina de todos os fins de semana, por exemplo, faz com que pareça que todos são iguais, e assim por diante. Então, fique atento, priorize realmente o amor em sua vida e verá que não é tão difícil assim fugir da rotina e ter um casamento feliz!


Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às terças-feiras, está à frente do programa "De mãos unidas", que apresenta às 21h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.



14 de fevereiro de 2018

Qual é o convite que a Quarta-feira de Cinzas nos faz?

Entramos no tempo da Quaresma com a Quarta-feira de Cinzas, período que antecede a Semana Santa

Ocasião de nos preparemos para a maior de todas as celebrações da Igreja: a Ressurreição de Cristo, nossa Páscoa. E este tempo de preparação se inicia hoje, na Quarta-feira de Cinzas. Na celebração deste dia, cinzas são colocadas na nossa cabeça ou na testa para que nos lembremos de onde viemos e para onde vamos: "Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem, porque ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó" (Sl 102,14).

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Foto ilustrativa: sterlsev by Getty Images

Este é um tempo favorável a nós. Mas, para que possamos ressuscitar com Cristo, talvez seja necessário mudarmos a direção da nossa vida. Por isso, no momento em que recebemos as cinzas, ouvimos o seguinte versículo bíblico: "Convertei-vos e crede no Evangelho" (cf. Mc 1,15). Mas, vamos antes entender onde está situado esse importante alerta de conversão.

No Evangelho de São Marcos, esse trecho está no capítulo 1 (um). O livro tem uma abertura, na qual apresenta o objetivo principal do Evangelho: a afirmação de que Jesus é o Filho de Deus (1,1). Segue com a apresentação de João Batista (1,2-8). No versículo 9, Cristo aparece pela primeira vez no Evangelho para ser batizado por João (1,9-11). Por fim, Ele passa 40 dias no deserto onde é tentando pelo demônio (1,12-13).


No Evangelho de São Marcos, todas estas passagens são apresentadas sem que se ouça a voz de Jesus. Todos os diálogos d'Ele, nessas cenas que conhecemos de outros Evangelhos, São Marcos suprime. A primeira fala de Jesus colocada por esse evangelista é a primeira pregação feita pelo Mestre, e é sobre conversão: "Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus e dizia: 'Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e crede no Evangelho'" (Mc 1,15).

Essa primeira fala de Jesus, no Evangelho de São Marcos, pode ser divida em três partes:

1) Cumpriu-se o tempo – a espera das promessas do Antigo Testamento relacionadas à vinda do salvador acabou, pois, Ele está no meio de nós.

2) O Reino de Deus está próximo – este reino é o próprio Jesus. Ele que vem ao encontro de cada um de nós.

3) Convertei-vos e crede no Evangelho – mas, para que nós experimentemos essa presença real de Jesus, para que vivamos o seu reino é preciso conversão.

E converter significa mudar de caminho. É necessário assumir o caminho proposto no Evangelho, que é o próprio Cristo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Cf. Jo,14,6).

Assim, começamos a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas, ouvindo, segundo o Evangelho de Marcos, a primeira pregação de Jesus, um convite à conversão. Um convite para que, nestes quarenta dias, possamos refletir por quais caminhos temos andado. Um convite para conhecermos e seguirmos pelo caminho que é o próprio Cristo. Um convite para, no caminho que é Cristo, encontrarmos uma vida nova, a ressurreição.


Denis Duarte

Denis Duarte é graduado em letras, especialista em Bíblia e mestre em Ciências da Religião. Professor e vice-diretor da Faculdade Canção Nova.



12 de fevereiro de 2018

Como a postura da mulher influencia a vida do marido

A postura da mulher pode influenciar e muito a vida do marido

Ninguém é fruto de um acaso, e todos nós trazemos na alma o desejo natural de felicidade, que é alcançado com a realização do chamado recebido do Criador, desde que, começamos a existir. A postura da mulher traz em si a essência do que Deus criou.

Assim, não podemos igualar o chamado de uma pessoa com o chamado de outra, muito menos a vocação do homem com a vocação da mulher. São realidades profundamente distintas e igualmente enriquecedoras. Quando cada um assume seu papel, todos se enriquecem. Reconhecer isso já é um grande passo para a realização plena como pessoa criada e amada por Deus, independente do sexo.

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Enquanto o homem, por exemplo, traz em si a inclinação natural para ser o provedor do lar, e suas prioridades estão ligadas ao cumprimento de tarefas, a vocação da mulher é amar incondicionalmente, a ponto de dar a vida se preciso for. É claro que, também, o homem é chamado ao amor, mas, quanto à mulher, além do chamado existe ainda a necessidade de amar. São João Paulo II afirma, na Teologia do Corpo, que "a mulher não pode encontrar a si mesma, senão doando amor aos outros".

Ressuscitar, amparar e amar é o que dá sentido à vida

É também por isso que, quando falamos da postura da mulher na vida do marido, precisamos considerar o papel que ela é chamada a exercer. Victor Hugo, grande poeta francês, afirma que "o homem é a mais elevada das criaturas de Deus, mas a mulher é o mais sublime dos ideais. Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um altar. O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz o amor. A luz fecunda; o amor ressuscita". E ressuscitar, amparar e amar é o que dá sentido à vida.

Embora, na atualidade, seu papel esteja seriamente comprometido pelo modernismo e relativismo, seu valor não pode ser subestimado pelo que ela faz, sabe ou veste. Seu valor está escrito no coração de Deus, que com ela fez uma parceria pela vida. Deixo aqui algumas dicas que podem ajudar você, mulher, a ser o "Socorro de Deus" na vida do seu marido:

1- Encontre seu lugar e permaneça nele

Ninguém pode dar aquilo que não possui. Portanto, se você deseja ajudar seu marido, procure antes ser ajudada. Busque a cura interior, reconcilie-se com sua história, peça e ofereça perdão a quem precisar, e lance um novo olhar sobre o mundo.

Você é uma pessoa amada, infinitamente, por Deus e enviada por Ele com a missão de amar. A partir dessa aceitação, Deus mesmo o conduzirá a passos concretos na direção do seu devido lugar no relacionamento.

2- Reconheça o valor do seu cônjuge, elogie

Palavras de incentivo e gratidão fazem bem a qualquer pessoa, mas quando brotam do coração de quem amamos, tem o poder de curar nossa alma. Seu marido precisa ser elogiado e reconhecido por aquilo que é e faz, para continuar dando passos. Então, não perca a oportunidade de elogiar e dizer-lhe "muito obrigada", mesmo que seja pelas coisas simples do dia a dia. A gratidão e o reconhecimento abrem portas para o amor florescer.

3- Tenham disciplina, mas priorizem o amor

A maioria das mulheres gosta de manter a casa arrumada com as coisas no seu devido lugar. Ótimo! Porém, mais importante que isso é fazer com que seu esposo se sinta bem em casa, sem a tensão constante de não poder desarrumar nada. Aposto que ele prefere ficar ao seu lado de bom humor, do que ter a casa impecável e você estressada.

Para um homem que ama, o sorriso e a postura da mulher vale mais que tudo.

4- Seja fiel

O compromisso em amar, respeitar e ser fiel ao seu esposo é algo sério que você assumiu diante de Deus, não o quebre por nada neste mundo. Lembre-se que ser fiel envolve todos os aspectos da vida, desde o material até as aspirações mais profundas de sua alma.

Esteja ao seu lado e jamais fale mal de seu marido para alguém. Se ele cair, estenda-lhe a mão e não o condene. Todos nós comentemos erros na tentativa de acertar.


5- Respeite as diferenças

Naturalmente, o universo masculino é diferente do universo feminino. Exigir que seu marido pense e aja igual a você não é uma boa ideia. Procure ouvir as razões dele, observe-o, esteja atenta aos seus gostos, respeite suas escolhas e tente entender o mundo dele, ou melhor fazer parte do mundo dele. Com isso quem ganha é você.

São as pequenas renúncias em nome do amor que trazem alegria e força ao relacionamento. Ser feliz é muito melhor do que ter sempre razão.

6- Cultive a amizade

Acredito muito no valor e nos benefícios da amizade, e não imagino como seria viver a vida inteira com alguém que não fosse meu amigo. É com o amigo que conseguimos ser quem somos, abrir o coração, falar da vida e dos sonhos, com a certeza de que somos acolhidos.

Se você já é amiga do seu esposo, cultive a amizade; se ainda não é, procure conquistar essa graça. "O amigo é uma poderosa proteção, quem o achou, encontrou um tesouro" (Eclesiástico 6,14).

7- Seja um presente

Presente é para ser doado, e dentro do casamento o maior presente que podemos dar é nossa entrega total no relacionamento, inclusive vivendo com plenitude a sexualidade. Cuidar da saúde, vestir-se com zelo e manter acesa a chama do amor, é uma escolha que você pode fazer, todos os dias, para tornar seu casamento uma expressão do amor de Deus neste mundo.

Se parece um desafio colocar essas dicas em prática, lembre-se de que, você não estará sozinha. Busque a graça de Deus pela oração e leitura da Palavra, pois é d'Ele que virá sempre toda força e sabedoria para cumprirmos nossa missão neste mundo. Dê um passo de cada vez e siga em frente; sem jamais deixar de amar, porque quem ama sempre vence!

 

 


Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às terças-feiras, está à frente do programa "De mãos unidas", que apresenta às 21h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.



9 de fevereiro de 2018

Sejamos fiéis na tribulação e confiantes na esperança de Jesus

"Alegres na esperança, fortes na tribulação, perseverantes na oração" (Rm 12,12)

É a virtude da esperança que nos leva a buscar a Deus sem cessar e sem trocá-lo por nada nesta vida. "É no silêncio e na esperança, que reside a vossa força" (Is 30,15).

O profeta Jeremias exalta esta virtude dizendo: "Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca da umidade, por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos" (Jer 17,7-8).

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Crer na esperança

É a esperança em Deus que faz a diferença dos que creem: "Ó Senhor, Deus poderoso do universo, feliz quem põe em vós sua esperança!" (Sl 83,13); por isso, São Paulo diz que: "A esperança não decepciona" (Rm 5,5).

A esperança não nos deixa desanimar, mesmo no meio das aflições e tribulações da vida. Santo Agostinho recomendava: "De nada desesperes enquanto estás vivo. Nada estará perdido enquanto estivermos em busca". Quanto maior a esperança, tanto maior a união com Deus. Nossa esperança não pode ser incerta, pois, ela se apoia nas promessas divinas, São Paulo disse: "Na esperança é que fomos salvos" (Rom 8,24). Nessa certeza, São Pedro pedia a seus filhos: "estai preparados para dizer aos outros a razão da nossa esperança" (1 Pe 3,15).

A tribulação vencida na fé e na esperança

Mas, a nossa grande esperança é a vida eterna em Deus. São Tomás de Aquino dizia que: "A esperança cristã é a espera certa da felicidade eterna". São Paulo disse aos filipenses: "Nós somos cidadãos do Céu! É de lá que, também, esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo miserável, para que seja conforme o Seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de submeter a si toda a criatura" (Fil 3, 20-21).

São Paulo mostra que é vazia toda esperança colocada apenas nas realizações terrenas: "Se é para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, nós somos – de todos os homens – os mais dignos de compaixão" (1 Cor 15,19). A esperança do Céu e da sua glória fazia o apóstolo dizer: "Os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1 Cor 2,9).

O paciente Jó recomendava: "Crescer na confiança enfrentando as tribulações" (Jó 1,20). Com esperança, as tribulações da vida, nos ajudam a crescer na confiança em Deus e nos fortalecem espiritualmente.

São Paulo mostra os frutos da tribulação vencida na fé e na esperança: "Nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana" (Rom 5,3-5).

O Apóstolo diz que Deus nos conforta em nossas aflições para que nós, também, possamos consolar os que sofrem ao nosso lado: "Bendito seja Deus de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia!" (1 Cor 1,3-4)

São Pedro recomenda: "Lançai sobre Deus todas as vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé" (1 Pe 5,7s). Mas, São Paulo nos conforta: "O Deus da paz em breve não tardará a esmagar Satanás debaixo dos vossos pés" (Rom 16,20).

E São Pedro diz que com perseverança venceremos as tribulações na paciência: "O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará" (1 Pe 5,7-10).

Não podemos desanimar. A Carta aos hebreus nos diz: "Meu justo viverá da fé. Porém, se ele desfalecer, meu coração já não se agradará dele (Hab 2,3s). Não somos, absolutamente, de perder o ânimo para nossa ruína; somos de manter a fé, para nossa salvação!" (Heb 10,39).


São Paulo mostra que jamais Deus nos abandona no meio das tribulações: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?. Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou" (Rom 8,35-39).

A Providência divina tudo controla; nada escapa de Seus olhos: "Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois!" (Mt 10,30-31. Sabemos que "o salário do pecado é a morte" (Rom 6,23), o sofrimento e as tribulações não são castigos de Deus. Mas Deus transformou o sofrimento em matéria prima de salvação com a Paixão de Cristo. "A morte foi tragada pela vitória (Is 25,8). Onde está, ó morte, a tua vitória?" (1 Cor 15,55-56).

A oração nos faz vencer

O que nos dá forças para vencer as tribulações é a oração. Na verdade ela é a mais potente das ações. Ela é a nossa força e a fraqueza de Deus, dizem os santos. É preciso rezar sempre: "orai sem cessar!" (1 Ts 5,17), e rezar com o coração; uma oração que seja humilde, fervorosa e perseverante, sem desanimar. A oração nos dá a consciência da nossa fraqueza. Gandhi, que não era cristão disse: "a oração salvou-me a vida".

A oração é a força da alma e da vontade; ela faz os santos. Alguém disse que "o homem só é grande de joelhos".

É próprio do homem rezar, não dos animais. Tudo pode ser mudado pela oração. Ela é a respiração do espírito e a condição para entender as coisas sobrenaturais. O grande microbiologista da Sorbone, Dr. Louis de Pasteur, dizia: "saio mais humano da oração".

É com a força da oração que conseguimos arrancar os vícios do jardim de nossa alma e plantar as virtudes. Com ela vencemos a tristeza e aliviamos o sofrimento. Sem oração é impossível caminhar na e fazer a vontade de Deus.

O Senhor Jesus nos manda "orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo". A oração é para a alma, o que o ar é para o corpo. Uma alma que não reza é uma alma que não respira; não tem vida. Ninguém pode servir a Deus sem muita oração, pela simples razão de que é Ele, e somente Ele, que realiza todas as coisas; nós somos apenas seus instrumentos. "Sem Mim nada podeis" (Jo 15,5). "Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado" (Mc 11,24).

São Paulo recomenda com insistência: "Orai em todo o tempo" (Ef 6,18), "perseverai na oração" (Col 4,2), "orai sempre e em todo o lugar" (1 Tim 2,8). "Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens (…)" (1 Tim 2,1).

O Papa Paulo VI disse certa vez: "A Igreja é a sociedade dos homens que oram. Seu principal objetivo é ensinar a rezar".


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino



6 de fevereiro de 2018

Confira 6 dicas para participar bem da Santa Missa

A Missa e a nossa participação

A Missa tem valor inestimável. É nesse mistério de que o povo de Deus se alimenta do Corpo e Sangue de Jesus, pois, a "Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dele" (Catecismo da Igreja Católica, n.1362). O Papa João Paulo II, no início da sua Encíclica "Ecclesia de Eucharistia" afirmou que "a Igreja vive da Eucaristia", assim, toda nossa atenção e interioridade a tudo que compõem o antes, o durante e o depois da Missa são essenciais para uma plena participação. Vejamos pontos importantes para participar bem da Celebração Eucarística:

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Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

1 – A fé

Cremos que "o nosso Salvador, na última Ceia, instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue, com o fim de perpetuar através dos séculos, até à sua vinda, o sacrifício da cruz e, deste modo, confiar à Igreja, sua amada Esposa, o memorial da sua Morte e Ressurreição" (Instrução Geral do Missal Romano, n.2).

Ter fé no que se celebra é fundamental, pois acreditamos com toda a Igreja no único e eterno sacrifício de amor de Jesus Cristo celebrado na Missa, com a certeza de que "a Eucaristia é o resumo e a suma de nossa fé" (CIC. 1327). Nisto, não basta somente ser batizado e estar inserido na Igreja, mas, também, é preciso que creiamos no que celebramos em cada Liturgia.

2 – A preparação

É necessária uma preparação em todos os sentidos, para participar bem do momento ápice que é a Missa. Lucas 22,7-13 narra que Jesus mandou preparar uma grande sala quando ia celebrar com Seus discípulos a ceia pascal, em que instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue. Sobre essa passagem bíblica que mostra toda uma preparação, "a Igreja sempre julgou dirigida a si esta ordem, estabelecendo como preparar as pessoas, os lugares, os ritos e os textos, para a celebração da Santíssima Eucaristia" (IGMR, n.1).

Dessa forma, diante do grande mistério de amor que se apresenta a nós na Missa, devemos com antecedência preparar o nosso coração, para bem vivê-lo. Já, bem antes da celebração, é importante tentar administrar as possíveis agitações interiores, as preocupações vãs, ansiedades, confusões e tudo o que é secundário, em relação ao essencial que será a Celebração Eucarística.

3 – A disposição

A Missa é central para o católico e todos devem direcionar-se com disposição e liberdade a este momento. Ir por simples obrigação à Missa é privar-se dos vários benefícios que ela proporciona, porque, Deus espera de nós atos de amor e fé, e não só uma presença preceitual, que também deve se observar. Na Celebração da Missa, centro de toda vida cristã, encontra-se o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, e o culto que os homens oferecem ao Pai por adorar o Filho Jesus. (Cf. IGMR, n.16). Portanto, é preciso que alimentemos nossa disposição, para estarmos e participarmos bem da Missa, com tudo que somos e prestarmos o culto ao Pai no Filho, com alegria e gratidão.

4 – Os gestos e postura do corpo

A Igreja ensina que "os gestos e posições do corpo tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do 'povo' devem contribuir para que toda a celebração resplandeça pelo decoro e nobre simplicidade, se compreenda a verdadeira e plena significação de suas diversas partes, e se favoreça a participação de todos" (IGMR, n. 42).

É imprescindível que o nosso corpo, mente e coração estejam em conformidade com o que se está celebrando. Que a visão esteja focada no altar e no sacerdote; que a audição absorva os sons que ajudam a vivenciar o mistério celebrado; e que até o tato não desvie nossa atenção, ao utilizar objetos que não estão relacionados ao momento Eucarístico. Que todo o nosso ser esteja voltado para a Liturgia celebrada. Que toda nossa postura seja adequada à sacralidade da Missa.

Tudo isso, para que, todos formem um só corpo, quer ouvindo a palavra de Deus, quer participando nas orações e no canto. Pois, essa é uma unidade, que manifesta-se em beleza nos gestos e atitudes corporais que os fiéis observam todos juntamente. (Cf. IGMR, n.96).

5 – Guardar o silêncio

Antes do início da celebração é louvável observar o silêncio na Igreja, sacristia e lugares mais próximos, para que assim, haja uma devida preparação para celebrar, devota e dignamente, os ritos sagrados. Na Missa, deve-se guardar nos momentos próprios, o silêncio sagrado como parte da celebração, em que no ato penitencial e ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; nas leituras e homilia, o silêncio é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; e depois da comunhão, o silêncio favorece a oração interior de louvor e ação de graças. (Cf. IGMR, n. 45).

6 – Atenção à liturgia

É importante que toda a assembleia, povo de Deus, participe integralmente da Missa, observando cada parte que são: os ritos iniciais; a liturgia da palavra; a liturgia Eucarística; e o rito de conclusão. Outro ponto é ter a clareza do Tempo Litúrgico o qual a Igreja está celebrando, que são os ciclos do Tempo Comum, Advento, Natal, Quaresma e Páscoa.

Com isso, a realização litúrgica da Missa, por meio de sinais sensíveis, que alimenta, fortalece e exprime a , deve suscitar em cada pessoa o desejo intenso de participar ativamente e plenamente. Pois, "pela Celebração Eucarística já nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será tudo em todos" (CIC. 1326).

O Papa Francisco na sua catequese do dia 8 de novembro de 2017 disse: "Não vos esqueçais: participar na Missa é viver, mais uma vez, a paixão e morte redentora do Senhor". Portanto, a vivência deste sublime mistério de amor, sempre nos conduzirá ao próprio Cristo, que se entregou e se entrega a cada um nós no hoje da sua Páscoa celebrada na Missa.


Márcio Leandro Fernandes

Natural de Sete Lagoas (MG), é missionário da Comunidade Canção Nova e candidato às Ordens Sacras. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), Márcio Leandro é também Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, em Taubaté (SP). Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários.



4 de fevereiro de 2018

Não deixe-se abater e deter-se pelos problemas e dificuldades

Como a planície que se alaga, nossa vida também acaba sendo alagada pelos problemas, quando damos a eles importância maior do que realmente têm

"Não te detenhas"! Essa ordem que Deus deu a Lot é também uma ordem que Ele, continuamente, dá a cada um de nós. Não se deter na planície significa não agarrar as coisas pequenas, não perder tempo com coisas insignificantes, não se deixar abater pelos problemas e pela dificuldade.

Infelizmente, muitas e muitas vezes, fazemos uma tempestade em copo d'água, e, às vezes, o copo está só pela metade.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Não ficar parado na planície da vida

Por causa do pecado, tendemos a ficar parados nas planícies da vida. Na hora da enchente, porém, a planície é o primeiro lugar que se alaga! Com isso, não caminhamos em direção aos grandes objetivos da vida. Quando ficamos presos aos pequenos problemas do cotidiano e não progredimos na vida.

Deter-se na planície é permanecer cultivando pequenas mágoas e ressentimentos. O próprio texto bíblico nos ensina um grande segredo para a felicidade: não olhar para trás. O passado, por melhor ou pior que tenha sido, não volta. Como a planície que se alaga, nossa vida, também, acaba sendo alagada pelos problemas, quando damos a eles importância maior do que realmente têm.

Todo rio nasce com uma meta única: chegar ao mar. Mas, quando o rio para de correr em direção ao mar e começa a voltar atrás, ele causa alagamentos e enchentes. Rio parado é sinal de estragos nos campos e nas cidades. O mesmo acontece conosco. Por isso, além de não olhar para trás, é preciso não se deter, não parar, não estacionar. A vida é dinâmica. O Espírito Santo é movimento. O ser humano é inacabado. O mundo não está completo e pronto. Deus nos confiou seu aperfeiçoamento, triste de quem acha que já atingiu sua meta.

A moderna ciência de administração de empresas, hoje, sabe que uma das causas que pode provocar a falência de uma organização é o êxito. A empresa começa a falir quando se acha a melhor, quando acredita já ter atingido seus objetivos. A ideia do êxito causa acomodação. E a acomodação acaba com empresas, casamentos e comunidades.

A preguiça gera falta de garra

Outro grande perigo é a preguiça, que gera a falta de garra. No mundo das coisas fáceis criamos pessoas enfraquecidas, sem determinação, sem coragem para lutar, sem garra e sem uma meta na vida. As pessoas procuram empregos, mas não querem trabalho. Quando mais fácil, melhor. Só que isso acaba transformando o ser humano num fantoche, sem vontade, sem espírito de luta. Em pouco tempo, quem se deixar levar pela lei do menos esforço, acabará se decepcionando, pois a vida é dura, principalmente, com quem é mole. Daí surgem as pessoas que só sabem reclamar da vida: são amargas, sempre pessimistas, saudosas de um passado que não poderá voltar.

A vida é como andar de bicicleta: se parar, cai, pois o equilíbrio vem do pedalar. O mesmo ocorre com os aviões. Se pararem, caem. O que sustenta seu equilíbrio é o movimento dos motores.

É bom observar que a bicicleta tem duas rodas e um guidão, ou seja, o equilíbrio depende, também, de uma direção bem determinada. Quem não tem uma meta, facilmente se cansa. É preciso saber para onde ir e ser persistente nessa direção.


Lutar para conquistar o reino de Deus

Quem estaciona na planície, além de ver apenas o lado negativo de tudo, enxerga com lente de aumento. Já que não tem outros horizontes, só vê o obstáculo e, como se aproxima muito dele, acaba se sentindo pequeno demais para vencê-lo.

Essa atitude é alimentada pela acomodação que, muitas vezes, é vista como um valor. Pessoa acomodada é considerada uma pessoa boa, que tudo aceita. É uma coitada, ou seja, não tem boca para nada. Isso não é qualidade! Jesus disse que o reino dos céus e dos "violentos".

Creio que seja este o grande sentido dessa revolucionária palavra de Jesus: é preciso lutar, com garra, para conquistar o Reino.

Pe Léo
Trecho do livro: Buscai as coisas do alto

26 de janeiro de 2018

Sua sexualidade é um dom

O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si

Deus, ao criar o homem, o fez na sua totalidade, individualidade e definido sexualmente. A sexualidade, sendo dom de Deus, não pode ser vista como algo separado do homem, e sim, essencial para a salvação. Por isso, preciso assumir a minha sexualidade como identidade de mim mesmo. Se Deus me fez homem, não posso ser outra coisa e, se você é mulher não pode ser outra coisa a não ser mulher. O dom de Deus não pode ser estragado pelo homem, pelo contrário, deve ser assumido.

Você é imagem e semelhança de Deus. Deus caprichou ao fazê-lo! Não podemos deixar o mundo estragar a nossa identidade e sexualidade, dizendo que, para sermos felizes, precisaremos assumir outra identidade e acharmos isso normal. Você só será inteiramente feliz, sendo o que é desde o nascimento, homem ou mulher; fora disso não é dom de Deus.

Foto ilustrativa: Paula Dizaró / cancaonova.com

"O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si, na sua unidade corpórea-espiritual. Feminilidade e masculinidade são dons complementares, (…) a sexualidade humana é parte integrante da capacidade concreta de amor que, Deus inscreveu no homem e na mulher. «A sexualidade é um componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano». Essa capacidade de amor, como dom de si, tem uma «encarnação» no caráter esponsal do corpo, no qual se inscreve a masculinidade e a feminilidade da pessoa. «O corpo humano, com o seu sexo, e a sua masculinidade e feminilidade, visto no próprio mistério da criação, não é somente fonte de fecundidade e de procriação, como em toda a ordem natural, mas encerra desde 'o princípio' o atributo 'esponsal', isto é, a capacidade de exprimir o amor precisamente, pelo qual o 'homem/pessoa' se torna dom e – mediante este dom – atua o próprio sentido do seu ser e existir». Qualquer forma de amor será sempre marcada por essa caracterização masculina e feminina" (Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana, n.10).

Hoje, os homens estão perdendo a sua individualidade e assumindo uma identidade falsa, contrária àquela que Deus fez, um grande fator que tem contribuído para tal é a mídia. Ela tem ditado "regras", falando o que nós devemos "ser" para sermos felizes. As novelas e tantas outras coisas, têm falado contra o plano de Deus às nossas vidas e, dessa forma, nos leva a "esquecer" de que somos imagem e semelhança d'Ele.

Você é lindo(a), não seja aquilo que o mundo tem dito para ser! Mas, assuma a sua sexualidade e genitalidade como Deus fez. O mundo tem falado para você não se reprimir e assumir uma sexualidade que vai contra a natureza, contra o plano de Deus para sua vida.

Sei que, em muitos casos, pessoas foram feridas em sua sexualidade e genitalidade, por parentes, abusos, por violências; e isso, de um certo modo, levam muitos a assumirem uma identidade sexual que não é a sua. As pessoas, por vezes, não têm culpa, porque foram feridas desde crianças, carregam seus traumas durante toda a vida, e não buscam ajuda ou cura de suas marcas e feridas.

Qual o remédio para tudo isso?

O remédio é assumir que está ferido e buscar ajuda.

Certa vez, um jovem veio conversar comigo, aparentemente estava muito bem, porém, quando falou da sua sexualidade, contou que: ainda criança, foi abusado sexualmente por um primo dele. E essa situação, o fazia sentir atração sexual por outros rapazes, mas isso, não o tinha levado ao ato sexual. Em oração, fui pedindo a Deus que o curasse de todo trauma na sexualidade. Fizemos dias de oração de cura interior, e Deus o curou e libertou, porque ele assumiu sua fraqueza e buscou ajuda.


"A sexualidade humana é, portanto, um bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser «muito bom» quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e «homem e mulher os criou» (Gen 1,27). Enquanto modalidade de: se relacionar e se abrir aos outros; a sexualidade tem como fim intrínseco o amor, mais precisamente o amor como doação e acolhimento, como dar e receber. «A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la verdadeiramente humana»" (Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana, n.11).

O que falta para você buscar ajuda e assumir que foi ferido (a) na sua sexualidade? Deus quer curá-lo (a) e libertá-lo (a). Para que, assim, você seja inteiramente d'Ele e possa viver a liberdade na sua sexualidade.

19 de janeiro de 2018

Como cristãos por que e como devemos fazer o sinal da Cruz?

A importância do sinal da Cruz para os fiéis

O que significa, para o cristão, fazer o sinal da Cruz?  O apóstolo Paulo, quando termina a sua segunda carta aos Coríntios (13,13), escreve: "Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês".

Temos aqui expressa a fé na Santíssima Trindade. Nela proclamamos que "Deus Pai nos amou a tal ponto que entregou seu Filho Único, para que todo  aquele que n'Ele acredita não morra, mas tenha a vida eterna" (João 3,16). E essa vida eterna, que Cristo conquistou para nós com sua morte e ressurreição, a nós é comunicada por meio do Dom do Espírito Santo.

Como cristãos por que e como devemos fazer o sinal da cruz?

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Qual é o significado da Santa Cruz?

No sinal da Cruz, com um gesto muito simples, e com poucas palavras, expressamos tudo isto: as palavras "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28,19), lembram a fórmula do Batismo que recebemos; e o sinal da Cruz aponta para aquele "maior ato de amor de toda a história da humanidade", que foi a morte de Jesus. São Paulo, escrevendo aos Filipenses, disse que, devido a esse supremo ato de amor, "Deus exaltou grandemente o Seu Filho, Jesus Cristo, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho, no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai" (2,9-11).

Mas, a proclamação dessa fé só é possível, graças do dom do Espírito Santo, porque "ninguém poderá dizer 'Jesus é o Senhor!', a não ser sob a ação do Espírito Santo" (1 Coríntios 12,3).

Gesto de fé

Limitei-me a citar poucos versículos do Novo Testamento que apontam para essa nossa fé. Porém, todas as mensagens de Jesus e dos apóstolos, expressam essa fé. E, a Igreja, confessa continuamente essa fé. No simples gesto do sinal da Cruz, acompanhado pelas palavras "Em nome do Pai, etc.", nós manifestamos e reforçamos essa mesma fé. Trata-se da fé específica dos cristãos.

Há pessoas de outras religiões que, também, acreditam em Deus: por exemplo os Judeus, os Islâmicos, ou os Espíritas. O que nos diferencia deles, é o fato de, não simplesmente acreditar em Deus, mas especificamente que Deus enviou Seu Filho, para nos salvar através do mistério da Sua morte e ressurreição; e essa salvação nos é comunicada por meio do Espírito Santo. Por isso, o Catecismo da Igreja Católica, escreve que "o sinal da Cruz, assinala a marca de Cristo, naquele que vai pertencer-lhe e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua Cruz" (nº 1235).

A primeira pessoa a fazer o sinal da Cruz foi o próprio Jesus, que estendeu Seus braços na cruz. E Seus braços estendidos entre o céu e a terra, traçaram o sinal indelével da Aliança.


Nos primeiros séculos, era costume fazer o sinal da Cruz sobre a testa. Pouco a pouco, o costume se transformou no que conhecemos hoje: fazer uma grande cruz sobre nós mesmos, da testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito.  À direita nos recorda a alegria dos que foram salvos, dos que fazem a vontade de Deus, já que o Filho colocará as ovelhas fiéis à Sua direita (Mateus 25, 33).

O que a teologia explica do sinal da Cruz?

Essa forma de fazer o sinal da Cruz, também, tem um significado teológico profundo. O sinal da Cruz começa com a mão direita da cabeça até o peito, aceitando que nosso Senhor Jesus Cristo desceu do alto (isto é, do Pai) à terra, pela sua santa Encarnação.

O sinal da Cruz continua partindo do lado esquerdo, onde está o coração; lugar no qual se guarda com amor o mistério pascal de Jesus (sua dolorosa Paixão e Morte), depois, dirigindo-se ao lado direito, recordando que Jesus está sentado à direita do Pai, pela sua gloriosa Ascensão. Ou seja, a Cruz termina na glória celestial.

Quando recordamos que na Cruz Jesus nos amou até o extremo, se nosso pequeno gesto do sinal da Cruz é consciente, estaremos continuamente reorientando a nossa vida na boa direção, pois, carregar a Cruz é o que Jesus pede para segui-lo.

Todo gesto simbólico, pode nos ajudar a entrar em comunhão com aquilo que o gesto significa, e isso é o mais importante.

16 de janeiro de 2018

Dificuldade financeira: que gastos devemos cortar em tempos de crise?

Como sobreviver à crise econômica?

Vivemos um momento de instabilidade política em nosso país; como efeito, a crise econômica talvez seja um dos primeiros reflexos que a população sente das fragilidades da nação nesse momento.

Devido às incertezas governamentais, ocorre então, a retração de investidores e a alta de índices econômicos, consequentemente, menos empregos e a elevação de preços ao consumidor. Impostos são aumentados, empresas são afetadas e repassam tudo isso nos custos de seus produtos e serviços. Sendo assim, não tem jeito! Nós, que estamos na linha final de todo esse processo, pagamos a conta de tudo isso.

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Foto Ilustrativa: lolostock by Getty Images

Para muitos de nós, crise significa cortes, readaptação dos planos e das despesas pessoais. Então, o que devemos cortar em tempos de crise? E o que mais podemos fazer? Vamos começar pelos cortes:

Revisão no planejamento financeiro

É interessante colocar todo orçamento e gastos no papel, numa planilha, para visualizar melhor. Se havia planejamento para esse ano, quem sabe seja hora de deixarmos mais para frente, como aquela viagem nas férias ou a troca de carro.

Repensemos os custos e renegociemos. Um exemplo é recontratarmos os planos de telefonia, de TV a cabo e internet, pedindo condições mais baratas. Depois, é só adequar o consumo à nova realidade. Diminuamos demandas como a da energia elétrica. Estabeleçamos o horário de funcionamento de eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos. Liguemos o ar-condicionado e as lâmpadas só quando realmente for necessário. Reaproveitemos roupas e materiais (que possam estar em desuso) em vez de comprar novos. Se possível, uma boa tingida naquele jeans surrado, já traz uma aparência nova para ele.

Cortar o supérfluo

Os tantos doces e biscoitos que trazemos na compra mensal do supermercado, as idas a bares e restaurantes, as revistas que, por ventura, assinamos, nada disso é essencial. Portanto, dá para viver sem, ao menos neste tempo.

Ter atitudes como: sair de carro só mesmo quando necessário; viabilizar seu trajeto, sequenciar sua rota segundo suas obrigações – uma única saída para cumprir muitas tarefas, nos ajudam a reduzir gastos com o veículo. Quando formos fazer as compras, façamos antes uma lista (se for ao supermercado, alimentemo-nos antes de ir) e sigamos à risca o que está na lista.

Enfim, tudo aquilo que não é gênero de primeira necessidade, tem como ser excluído ou, pelo menos, alternado nos meses seguintes.

Preferência por marcas

Será que não existem produtos similares aos de sua preferência, que podem ser substituídos por opções mais baratas? No caso de marcas mais famosas, nós pagamos também pelo status do produto e seu projeto de marketing, ou seja, pagamos mais do que a utilidade do produto, mas outros artigos cumprem muito bem a função.

Agora, além dos cortes, o que mais podemos fazer em prol do orçamento mensal?

Alternativas de passeio e lazer

Já que vamos sair menos para barzinhos e restaurantes, podemos reunir os amigos em casa ou na casa deles. Um filminho com pipoca vai muito bem! Em vez da viagem, podemos ir a lugares mais próximos, que estão em nossa cidade mesmo. Provavelmente, há locais bem perto de nós, que não conhecemos ainda.


Faça você mesmo

A crise é uma ótima oportunidade para colocarmos a "mão na massa" e aprendermos a fazer algo novo. Aprendermos receitas novas ou, se for o caso, tentarmos aprender a cozinhar. Muitos têm descoberto uma versão caseira daquele produto, antes achavam que só era possível produzi-lo numa fábrica. Faça mais em casa e compre menos produtos prontos.

Podemos consertar coisas, desde que tenhamos conhecimento para tal. Construamos itens e objetos que vamos precisar. Quando mudei-em para meu endereço atual, eu mesmo fiz as telas de mosquiteiro lá para casa.

Renda extra

Busquemos um dinheirinho a mais. Se tivermos a oportunidade de fazer hora extra no trabalho ou prestar um serviço fora do horário de expediente em outro lugar, como aceitar encomenda de algo que saibamos cozinhar ou até mesmo ter um outro emprego, com certeza vai ajudar no orçamento.

Enfim, o que realmente é essencial para tudo isso, na hora do "aperto", é a disciplina para criar o novo hábito. O grande desafio está em mudar a nossa mentalidade. Às vezes, o que parece ser simples para a maioria das pessoas, como cortar algo bem supérfluo, para alguém é quase impossível. Como já vi pessoas que não querem se desfazer de uma compra de roupas ou da assinatura de uma revista.

Tudo depende da força de vontade em mudar hábitos. E não se esqueça: nos momentos de crises, a humanidade descobriu grandes soluções e inventos que temos hoje.

Deus abençoe!

11 de janeiro de 2018

Amar é voltar a sentir-se especial para o outro

Amar uma pessoa é querer que ela seja feliz

Amar alguém e dizer que a amamos é muito mais do que expressar o que sentimos; é deixar  bem claro à outra pessoa que, estamos dispostos a realizar todas as coisas para fazê-la feliz ao nosso lado. Embora, o amor seja definido como um sentimento, a manifestação dessa emoção é traduzida em gestos e atitudes. Isso aplica-se, também, ao amor entre irmãos, pais, filhos, colegas. E, em nada esse "bem-querer", difere-se em intensidade da manifestação vivida entre homens e mulheres, decididos a viver o desafio da vida comum compartilhada.

Quanto mais convivemos com as pessoas, tanto maior é o nosso conhecimento a respeito delas. Assim, apesar de manifestarmos e dizermos por várias vezes que amamos alguém, também estamos sujeitos a outros sentimentos, como raiva, medo, inclusive, certa insatisfação, mesmo que seja por alguns momentos. Da mesma maneira que, a febre no organismo pode indicar infecção, as possíveis insatisfações no relacionamento são indicadoras de uma situação que merece atenção especial.

Amar é voltar a se sentir especial para um outra pessoa

Foto Ilustrativa: Cecilie_Arcurs / by Getty Images

Relacionamento

Ninguém reclama da falta de alguma coisa, sem antes ter experimentado suas vantagens. Sabemos o quanto é bom ter voltado a nós, a atenção e o carinho de alguém; todavia, muitas vezes, no convívio do dia a dia ou tomados por outros afazeres, deixamos de lado coisas simples, mas, de grande importância para a manutenção do casamento. Hábitos que anteriormente eram comuns no tempo de namoro ou no início da vida conjugal, infelizmente, ao longo dos anos, tornaram-se raros por parte de um dos cônjuges, como por exemplo, passear de mãos dadas, trocar beijos e carinhos, assim como outras afabilidades no tratamento.

Ao deparar com a rarefação dos carinhos e das delicadezas, anteriormente presentes na vida dos casais, pode-se achar que o relacionamento conjugal está fadado à mesma rotina de outros – muitos dos quais não podem nos servir de modelo. No entanto, não podemos permitir que os problemas e as insatisfações manifestadas, roubem de nós a pessoa amada. O descaso às queixas do cônjuge, acabará por extinguir da vida do casal, aquilo que os uniu – o amor.


Aprendendo a conviver

Tentar acostumar-se com a situação, ridicularizá-la ou responder com sarcasmo ao que foi relatado, apenas provoca feridas e pode provocar consequências desastrosas para aqueles que, até pouco tempo, eram cúmplices em seus propósitos. Portanto, uma vez conhecidos os entraves da convivência, não podemos nos comprometer somente com as promessas de mudança, pois essas precisam ser assumidas com atitudes.

Assim, revigorados pela disposição em voltarmos a ser especiais ao outro, evitaremos que os muros das superficialidades e do individualismo surjam no campo dos sentimentos, nos quais paredes jamais podem existir.

 

9 de janeiro de 2018

Como você lida com seus pensamentos negativos?

Quanto mais evitamos uma situação, mais ela nos amedronta com pensamentos negativos

É muito comum, ao nos ferirmos em nossos relacionamentos, dizermos frases assim: "Nunca mais vou me envolver com outra pessoa", "Nunca mais terei alguém". E, a partir dessas frases, de fato, a pessoa jamais se abre para outras possibilidades ou avalia todas as pessoas ou situações da mesma forma.

Muitas vezes, percepções distorcidas, interpretações exageradas ou extremamente negativas determinarão a forma como passamos a ver o mundo, as pessoas e os relacionamentos. A partir daí, uma espécie de fechamento se dá em nossa vida, e começamos a evitar situações ou pessoas. E quantos de nós já não vivemos isso?

Como você lida com seus pensamentos negativos-

Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

Quais são os seus medos?

Os conceitos que vamos construindo a respeito do mundo estão diretamente ligados às nossas percepções, crenças, cultura e aos nossos valores; muitas vezes, ligados também aos nossos diálogos internos, os quais parecem extremamente reais, ou seja, levam-nos a acreditar em coisas que nem sempre correspondem às verdades dos fatos.

Por exemplo: muitas pessoas se queixam de medos intensos e ficam bloqueadas para fazer algo. Se pararmos e olharmos a fundo, nem sempre esse medo corresponderá a algo possível de ocorrer. Acontece que, ao pensar de forma negativa e disparar uma série de pensamos distorcidos sobre uma situação, todo nosso corpo se mobiliza; então, surgem as fobias, o pânico, o desespero, uma ansiedade aumentada que, no fim, mexe diretamente com nosso corpo.


Como reconhecer os pensamentos negativos?

Assim como no medo, quando nos confrontamos com uma situação que nos bloqueia, podemos pensar em algumas situações para lidar com tais sentimentos:

1- Procure compreender de onde vem esses sentimentos e se, de fato, eles correspondem a algo possível de ocorrer, ou se não é um exagero dos seus pensamentos;
2- Enfrente uma situação e aja racionalmente, isso ajuda especialmente na superação de uma dificuldade. Quanto mais evitamos uma situação, mais ela nos amedronta;
3- Procure analisar a situação de uma outra forma. Se há, por exemplo, uma dificuldade nos relacionamentos afetivos, não necessariamente você precisa se isolar e se fechar ao outro. Pense o que acontece com seus relacionamentos, quais posicionamentos deve tomar, como vê o mundo e procure uma nova forma de reagir e avaliar seus pensamentos;
4- Quando estiver passando por um momento difícil, procure respirar e avaliar a situação. Não fuja do que está acontecendo e evite uma postura de fechamento. Lembre-se: mesmo que algo não tenha dado certo uma ou mais vezes, não significa que você está condenado a coisas tristes e nunca mais terá um relacionamento positivo.

Quando aprendemos a reconhecer nossos pensamentos, podemos ter uma nova atitude diante dos acontecimentos. Ao deixar de lado ideias negativas, deixamos que uma forma de ver a vida mais racional e equilibrada, faça-se presente. Certamente, todos ao nosso redor receberão os resultados positivos dessa mudança de pensamento e comportamento.

6 de janeiro de 2018

Como fazer o encontro do nosso tempo, com o tempo de Deus?

Aproveite o seu tempo para viver sua fé e Deus lhe ajudará

"Quando completou-se o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos recebermos a dignidade de filhos. E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: "'Abá, Pai!'" (Gl 4,4-6). O tempo do relógio e dos calendários não são suficientes para entender a vida humana. Faz-se necessário ver o tempo, do ponto de vista Daquele que é  o Senhor do tempo e que o supera; para Ele "um dia é como mil anos, e mil anos como um dia" (2 Pd 3,8). De fato, diante de Deus afirmamos com clareza: "Nossos anos de vida são setenta, oitenta para os mais robustos, mas pela maior parte são fadiga e aborrecimento, passam logo e nós voamos. Quem conhece o ímpeto da tua ira, quem teme a violência do teu furor? Ensina-nos a contar nossos dias e assim teremos um coração sábio" (Sl 89, 10-12). A plenitude do tempo chegou quando Deus quis!

Como fazer o encontro do nosso tempo, com o tempo de Deus? Como fazer para que os dias do ano que termina, não voem como penas ao vento e se percam, e sim, tenham sentido profundo e sejam incorporados como tesouro em nossa história? A Igreja aprendeu, no decorrer dos tempos, a contar os dias a partir de seu Senhor, para não parar nas fadigas ou no ócio eventual que, acabam até por irritar nossa frágil natureza. É que para os homens e mulheres de fé, o tempo que corre, chama-se história de salvação e, não minutos aproveitados ou desperdiçados. "Tudo coopera para o bem dos que amam a Deus" (Cf. Rm 8,28).

Como fazer o encontro do nosso tempo, com o tempo de Deus-

Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

Qual é a chave do tempo?

A chave do tempo está em: professar a fé e declarar o amor a Deus. Então, tudo adquire seu pleno sentido, porque a primeira escolha é amar a Deus, antes de optar pela alegria ou pela dor, pelo riso ou pelas lágrimas. Trata-se de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas serão dadas por acréscimo. Por isso, a pessoa de fé, entende que não há motivos para se preocupar com o dia de amanhã, pois esse terá sua própria preocupação! "A cada dia basta o Seu cuidado" (Cf. Mt 6,33-34).

Com o dia de hoje há que se "ocupar", viver bem cada momento presente, transformando-o em oportunidade para amar a Deus e ao próximo. Se, com tal afirmação, alguém possa parecer simplista, apenas aceitemos o desafio de experimenta-la, e será possível ver os frutos.

Nesta perspectiva, o que fazer do passado, cuja sombra tantas vezes aparece como fantasma que assusta? Primeiro, uma gratidão imensa pelos dons recebidos, pelo bem que a pessoa foi capaz de fazer, um olhar positivo sobre todas as pessoas e acontecimentos. Depois, uma decisão carregada de sabedoria é experimentar o perdão. Perdoar as pessoas que nos ofenderam, perdoar a nós mesmos pelas falhas, faltas e pecados e, mais ainda, recorrer à fonte do perdão que é a misericórdia infinita de Deus. Continua válida e profundamente curativa a proposta da Igreja, que se chama "Sacramento da Reconciliação". Uma boa e sincera confissão, diante daquele tribunal cuja sentença é sempre a absolvição, é um santo remédio, e quantas são as pessoas que necessitam redescobri-lo.

Ainda à mesma luz, nenhum ano é perdido e jogado no lixo. Ao invés de tentar esquecer os revezes da sociedade ou da política, ou, quem sabe, as derrotas pessoais em todos os campos, que tal integrar tudo, aproveitando para o bem as lições deixadas pela vida?


Há algo a fazer com o futuro, que muitas vezes repetimos pertencer a Deus e, é verdade! Insegurança é pretender adivinhá-lo, ou antecipá-lo, "morrendo de véspera". Serenidade é deixar que ele aconteça. Inteligência é aprender a confiar na Providência de Deus e equilibrar os passos do dia a dia com previdência e equilíbrio. Maturidade é estarmos prontos a fazer o que depender de nós, superando a ansiedade que nos tira a paz.

Faça o seu ano diferente

Entretanto, o que temos à disposição é o presente, e o futuro será uma sucessão de momentos presentes bem vividos! O dia 1º de janeiro, Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, é Dia Mundial da Paz. Na belíssima oração da "Ave Maria", cujas palavras brotam tão espontaneamente de nosso coração, dizemos assim: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém". Quanta sabedoria e piedade em tão poucas palavras, repetidas por nós desde a mais tenra infância. Só temos certeza de dois momentos! O de nossa morte, quando deveremos apresentar-nos diante de Deus, em nossa páscoa pessoal, e esperamos que seja de grande alegria, e o "agora". Sim, na "Ave Maria" rezamos o mistério do tempo, comprometendo-nos a viver intensamente este agora, repleto de possibilidades, desafios e alegrias, acolhendo com prontidão a tarefa cotidiana de preencher com amor, todas as nossas decisões e os passos a serem dados.

Para o ano que está para começar, é bom fazer o propósito de preencher com amor o relacionamento com as pessoas, e esse é o melhor meio para sermos felizes. Falando da acolhida aos migrantes, o Papa Francisco propõe quatro atitudes, a serem praticadas em relação a eles, e nós os temos bem perto (bastando pensar nas levas de indígenas, vindos de outros países, que aportam em nossa região norte). O Papa Francisco  indica com a luz da Palavra de Deus, as práticas que servirão para iluminar, a partir dos irmãos mais pobres, todo o relacionamento humano, no tempo que nos é dado: "Acolher", não repelir as pessoas para lugares onde as aguardam perseguições e violências: "Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos" (Hb 13,2). "Proteger" lembra o dever de reconhecer e tutelar a dignidade inviolável dos que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança e impedir a sua exploração: "O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva" (Sl 146,9). "Promover" é apoiar o desenvolvimento humano integral dos que chegam de fora, pois Deus "ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário" (Dt 10,18-19). "Integrar" é permitir que esses irmãos e irmãs participem na vida da sociedade que os acolhe, para que de todos nós se possa dizer: "Portanto, já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus" (Ef 2,19). Vale como "programação", para viver o mistério do tempo em 2018, à luz da Palavra de Deus e da Palavra da Igreja!


Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/ano-novo/como-fazer-o-encontro-do-nosso-tempo-com-o-tempo-de-deus/

2 de janeiro de 2018

Um novo ano começou e quais são seus planos, sonhos e metas?

Mais um ano se inicia! O que você vai fazer de diferente?

Ano novo, vida nova! Depois da virada de mais um ano, existe algo diferente no ar. Já diz o poeta: "Ainda bem que existem janeiros (…)".

Na mídia, na rua, no trabalho é comum ouvir alguém dizer que neste ano vai comprar uma casa, ou viajar para tal lugar, trocar de carro, ou ainda simplesmente, que este ano vai ser diferente!  São sonhos e metas que se entrelaçam e dão um novo ânimo para a vida.

Um novo ano começou e quais são seus planos, sonhos e metas-

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Qual é a diferença que separa o sonho da meta?

Algo interessante que descobri nesses dias é a diferença que separa um sonho de uma meta. Talvez até hoje, você só tenha sonhado com o que gostaria de realizar na vida, mas, nunca deu nem um passo concreto para realizar esse sonho, ou seja, está vivendo sem meta.

Segundo a psicóloga e escritora Danielle Tavares – "Meta é um alvo definido. Um ponto certo onde se quer chegar. E pode-se aplicar esse conceito nas diversas áreas da vida: família, profissão, estudo, relacionamento afetivo e social, economia, finanças pessoais, etc.".

Em clima de recomeço, considero importante avaliar nossos reais objetivos, e reconhecer quais deles são metas. "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho já serve."

Quando não buscamos, concretamente o que queremos ou sonhamos, acabamos "atirando para todos os lados" sem acertar o alvo. Desse jeito pode-se chegar ao final sem ter o que comemorar, e isso não é a vontade de Deus, para nenhum de seus filhos, inclusive você.


Que rumo tem dado para sua vida?

Pergunto-lhe: Você sabe que rumo está dando para sua vida, com o trabalho que realiza agora? Tem buscado no dia a dia o que realmente deseja alcançar? Se a resposta for negativa, provavelmente, você não esteja feliz e, é possível que sua vida esteja sem sentido. Daí vem a pergunta: mas e agora, o que fazer? Acredito que, neste e em todos os casos, devemos sempre lembrar de que nunca é tarde para recomeçar. Independentemente da idade ou situação em que esteja, com a graça de Deus e força de vontade, tudo é possível.

Sonhar e querer algo é importante, porém, isso não basta quando se trata de realização. É hora de traçar metas e dar passos concretos.

Ouvi uma historinha há pouco tempo que me ajudou a entender a diferença entre meta e sonho, veja só: Havia cinco macacos no galho de uma árvore: dois deles decidiram pular e pegar algumas bananas que estavam ali perto. Então vem a pergunta: Quantos macacos permaneceram no galho? A resposta é simples: os cinco animais continuaram no galho. Sabe por quê? Porque decidiram pular, mas nenhum deles, de fato, pulou.

Comece o ano bem

Precisamos começar bem o ano, para vivê-lo bem por inteiro. Definir as prioridades e dar passos para chegar "no lugar" que se quer, é um ótimo ponto de partida. Disso vem a transformação de vida: a partir das atitudes e preferências concretas do dia a dia. Claro que, isso não se consegue de uma hora para outra; empenho e perseverança são fundamentais. É, também, uma questão de escolha e disciplina pessoal.

O apóstolo Paulo, em uma de suas cartas, diz: "Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras " ( II Timóteo 2 , 5). Que o Senhor nos ensine a buscarmos do jeito certo as metas que queremos alcançar neste ano novo e sempre.

Feliz Vida Nova para você!