5 de setembro de 2013

Carisma Vicentino no Ser e Agir de Frederico Ozanam

Teodoro Martín, CM
Escrito por JCS   

 

 

O tema "carisma vicentino no ser e agir" de Frederico Ozanam tem por objetivo ampliar o conhecimento dentro da Família Vicentina daquele que foi um dos que melhor compreendeu e viveu tudo o que S. Vicente de Paulo foi e tudo o que este santo deixou para a posteridade através de suas obras. O tema foi escolhido para a apresentação dentro de uma assembleia da Família Vicentina, onde predominantemente, temos muita representação dos leigos. O tema auxilia o conhecimento de nossa identidade vista através de um leigo, Frederico Ozanam, que segundo historiadores, foi um dos que melhor compreendeu a espiritualidade vicentina refletida no apostolado dos leigos.

Quando falamos de CARISMA, instintivamente recordamos o que São Paulo diz na carta aos Coríntios, capítulo 12, onde o apóstolo nos lembra de que o carisma é "um dom do Espírito de Deus em benefício da comunidade". É algo dado em função de uma obrigação social. Os carismas constituem a dinâmica da Igreja: A igreja vive e se desenvolve através do que cada fiel atribui como dom de Deus. Cada qual deve respeitar e aceitar o que os demais atribuem, e reconhecer em seus próprios dons uma "vocação", ou seja, um chamado ao serviço. A diversidade de carismas faz com que a Igreja seja uma realidade pluralista e viva – cada um atribui algo peculiar e novo – porém sem que se perca a unidade fundamental: todos procedem do mesmo espírito.

Nosso carisma, nossa vocação, foi mostrado por Vicente de Paulo e foi transmitido por um leigo, Frederico Ozanam. Os confrades e consócias das conferências vicentinas enxergam sua vocação através da vocação de Frederico Ozanam que por sua vez viu sua vocação através da espiritualidade de Vicente de Paulo. Vejamos como o fundador das conferências vicentinas direcionou sua vida a exemplo do Espírito de Deus, compreendido na Divina Providência.

Desde sua adolescência, Frederico Ozanam considerou o descobrimento de sua vocação como o ponto chave de sua vida. Sabia perfeitamente que ao fazer esta descoberta e fazê-la bem feita, dela dependeria toda sua vida. Sabia também que descobrir sua própria vocação não era uma mera consulta pessoal sobre o que queria ser, mas confrontar para ver se era o que Deus queria que fosse, já que a vocação é um chamado. Por isso Frederico Ozanam rezou, refletiu profundamente e buscou garantias para discernir estes carismas que Deus lhe havia confiado para direcioná-los e realizá-los no seguimento a uma vocação, onde a Providência Divina o havia escolhido como cooperador de seu desígnio de salvação universal.

Através de suas cartas sabemos que aspectos gerais de sua vocação o encaminharam com decisão e firmeza como jovem estudante em Paris. Desde sua juventude considerou o essencial da vocação como um chamado a uma vivência peculiar do evangelho em circunstâncias concretas de profissão de fé e estado de vida. Cristo se revela com toda sua perfeição. E esta vocação caritativa Frederico Ozanam a viveu e quis que vivessem as conferências de espírito vicentino. Por isso, as conferências vicentinas adotaram desde o princípio São Vicente de Paulo como seu patrono. "Radicalmente vicentino foi também nos caminhos concretos escolhidos para exercer a caridade, como a visita aos Pobres em sua casa, como fizeram desde o início as Filhas da Caridade, e as mulheres e homens das conferencias vicentinas; até sua visão global de caridade como a obra de devolver a dignidade ao Pobre, que se preocupava com seu corpo e espírito, que abraçava toda e qualquer iniciativa, desde uma esmola pessoal até a criação de institutos para a educação humana e profissional dos Pobres. Em definitivo, como Vicente de Paulo, através do serviço corporal e espiritual ao Pobre, Frederico Ozanam tinha um objetivo mais além: a restauração cristã da sociedade" (J. M. Román).

Um terceiro elemento de sua vivência pessoal do evangelho está centrado na contemplação de si mesmo como um simples cristão, ou seja, um cristão na sua condição laical. O ideal de ação que se propõe é notadamente laical e isto foi decisivo para manter o caráter laical da Sociedade de caridade que fundou: "queremos que seja profundamente católica sem deixar de ser leiga".  Conhecendo o seu modo de pensar, reconhecemos o seu pensamento nas palavras que foram ditas bem mais tarde pelo Papa João Paulo II quando diz: "A caridade para com o próximo, nas expressões antigas e sempre novas das obras de misericórdia corporais e espirituais, representa o conteúdo mais imediato, comum e habitual da animação cristã da ordem temporal que constitui o empenho específico dos fiéis leigos" (Christifideles Laici, 414 – 30 de dezembro de 1988).

Aquele caráter de Igreja laical que ele assumiu em sua vida de simples cristão, fez dele um "missionário da fé no mundo da ciência, e missionário da fé no seio da sociedade; eis aí o que pouco a pouco Frederico Ozanam quis ser e que brilhantemente chegou a ser" (G. Goyau, Livro do Centenário - p. 3-4).

"Se por sua vocação, Frederico Ozanam viveu antecipadamente o ideal que a teologia atual assinala como próprio do leigo cristão: ser, sem abandonar as tarefas mundanas, mais ainda, através delas, o testemunho autorizado da presença e a atuação de Deus no mundo, devolver a Deus a criação nascida de suas mãos e fazer tudo isto com o testemunho de uma existência inteiramente dócil ao chamado à santidade que Deus dirige a todos e a cada um dos cristãos" (J. M. Román).

Em síntese, Frederico Ozanam como Vicente de Paulo foi pioneiro numa visão de igreja que o Vaticano II marcou fortemente em seus documentos. Um conceito de igreja predominantemente laical que Frederico Ozanam herdou de São Vicente de Paulo. Uma igreja na qual o Pobre é o espelho de Cristo e que precisamente por isso é uma igreja viva e que se manifesta aos olhos dos seguidores de Cristo. Uma igreja enraizada na mensagem de amor proclamada por Jesus de Nazaré. Mensagem de amor que Ozanam quis traduzir na vivência pessoal da caridade, porém uma caridade que reunisse todos estes três elementos, dos quais dois deles: a profissão de fé e o estado de vida permaneceram indeterminados por longo tempo. Já com o primeiro deles não foi assim. A vivência pessoal do evangelho, que descobriu ainda jovem, primeiro de forma confusa, porém progrediu e depois ainda mais rápido com absoluta clareza. Esta vivência pessoal do evangelho que descobriu tão cedo em alguns elementos e que permaneceram imutáveis e foram incorporados como definitivos em sua vida. Foram estes os pontos"chaves" de todo seu ser e agir, pois aprendeu com seu patrono e mentor Vicente de Paulo e constituem hoje no carisma e identidade de seus seguidores, os vicentinos.

O primeiro elemento desta vivência pessoal do evangelho, Frederico Ozanam especificou num projeto de restauração da sociedade sob a orientação do catolicismo. Este foi o sonho de toda sua vida e herdou de seu patrono São Vicente de Paulo. Desde os primeiros anos de estudante em Sorbonne, Frederico Ozanam formulou o binômio:  Verdade – Igreja, como princípio de todo seu agir. Sua vida inteira foi de compromisso em defesa da verdade:"A verdade me agarrou mais do que a minha própria vida". Por outro lado, via a Igreja católica como aquela que tinha a custódia da verdade e por isso para Frederico Ozanam todas as distintas manifestações da verdade deveria ser considerada sob o prisma da Igreja. Este é o contexto de um de seus escritos: "todas minhas ambições me direcionam para a Igreja. Assim como seus triunfos me causam grande satisfação e alegria, sua tristeza e contradições me fazem estremecer". O Pe. Lacordaire deixou bem claro quando falando de Frederico Ozanam diz assim sobre o seu amor e entrega à Igreja: "Ozanam tinha um coração sacerdotal numa vida de homem secular. Na França de nossa época nenhum cristão amou tanto a Igreja como ele. Ninguém sentiu mais do que ele as suas necessidades e ninguém mais do que ele chorou com amargura as faltas de seus servidores".

Se Frederico Ozanam, com seus 18 anos de idade, realizou o ambicioso plano de defesa do cristianismo através da história das religiões, se centralizou todas as suas aspirações de vida na cátedra de Letras na Universidade de Sorbonne e se em seu exercício das leis, que ele abraçou obrigado por seu amor e respeito a seus pais trabalhou incansavelmente até conseguir a elaboração de uma doutrina social cristã, fez tudo isso porque concebeu desde os primeiros anos de sua juventude a vivência pessoal do evangelho como um projeto de restauração da sociedade sob a orientação do catolicismo e tomou como dever pessoal o propósito de mostrar o catolicismo como o inspirador e realizador da civilização da sociedade europeia.

Um segundo elemento de sua vivência pessoal do evangelho que haveria de ser como o princípio vital do primeiro elemento descrito anteriormente, não é outra coisa senão a vivência da caridade na condição de leigo. Isto o impulsionou a ter o amor e a caridade como norma fundamental de sua vida e chegar por ele à santidade. De novo aparece o espírito eclesial de Frederico Ozanam. A força motriz da Igreja é Cristo, que se encarnou na humanidade e se fez Pobre por amor aos homens. Só assim o apostolado de caridade poderia conseguir o objetivo primordial que Frederico Ozanam se propôs a realizar como linhas de ação de todo seu agir: a restauração da sociedade sob a orientação do catolicismo tomando como norma fundamental de vida o amor e a caridade centralizada na visão de uma associação de amigos leigos comprometidos a trabalhar pelos Pobres.

Fonte: Autor: Teodoro Martín, C.M. • Ano de publicação original: 1994. • Fonte: Ozanam, 1994. • Traduzido do espanhol para o português por: Joelson Cezar Sotem, CM – 13/set/2012

4 de setembro de 2013

Qual a importância de uma espiritualidade conjugal?

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Uma graça que santifica o casal

Espiritualidade significa viver segundo o Espírito. Espiritualidade conjugal é aprender, do Espírito, como viver conjugado, unido, é para ser vivida na carne, situada no tempo e no espaço, é concreta, dinâmica. É uma espiritualidade encarnada, uma graça que santifica o casal não apesar da vida conjugal, mas por meio dela. A vida conjugal torna-se instrumento e meio de vivência e expressão da espiritualidade.


Podemos falar em espiritualidade conjugal exatamente porque foi o próprio Deus que, ao longo das páginas da Sagrada Escritura, se apropriou dessa imagem para expressar e manifestar seu infinito amor pela humanidade. O amor conjugal precisa ser anúncio explícito do amor apaixonado de Deus pela humanidade.

Não existe nenhum amor mais intenso e profundo do que o amor conjugal. O envolvimento amoroso de um casal é o mais pleno que existe, pois implica corpo, alma, coração, sentimentos, emoções, sangue e sonhos. Tudo isso porque Deus o fez instrumento de revelação do seu amor por nós. 


O maior objetivo da espiritualidade conjugal é ajudar o casal a vencer a indiferença religiosa do ser humano moderno. Não existe praga pior do que a indiferença, que é sempre egocêntrica e infantilizadora. O indiferente religioso não é contra Deus nem contra as religiões, ele é sempre a favor de si mesmo. Pior do que a idolatria é a egolatria.


Muitos pensadores e filósofos previram o fim das religiões. Os grandes pensadores ateus anunciavam para breve o fim da era da dependência religiosa, ópio do povo, cachaça de má qualidade, infantilismo psicológico, instrumento de dominação capitalista e reflexo do primitivismo humano, que não conseguia explicações e soluções científicas para os problemas. Freud, Marx, Nietzsche, Ferbauch, Comte, Simone de Beauvoir e tantos outros que apregoaram o fim dessa praga chamada religião.

Todas as suas previsões deram em nada. Nunca o mundo buscou tanto o alimento para sua alma. Apesar de todos os progressos tecnológicos e científicos, o homem do século XXI é profundamente religioso, embora, muitas vezes, sua experiência religiosa não vá além de princípios irresponsáveis de autoajuda. Não tenho dúvida de que toda busca desenfreada pela autoajuda é transferência imatura da busca pela ajuda do Alto.

A espiritualidade conjugal, e como consequência a espiritualidade familiar, tem a grande missão de ajudar o ser humano moderno a encontrar os caminhos para essa ajuda do Alto.

A falta de uma espiritualidade conjugal tornou-se um dos grandes assassinos do amor. Sem a força do Alto, ninguém persevera no amor. Sem a força do Alto ninguém passa da paixão ao amor. Sem a força do Alto é impossível achar sentido para a vida conjugal.


Padre Léo, scj

2 de setembro de 2013

Jesus vai voltar?

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Renovamos nossa espera na liturgia eucarística

A história da salvação acontece em diversas etapas. Deus criou e organizou o homem na face da Terra, depois escolheu um povo a partir de Abraão. Com essa escolha, o Senhor passa a ter um povo sobre a Terra. Logo depois, o Seu povo, por meio de Moisés, recebe a Lei, ou seja, o modo como viver neste lugar. Tudo isso apontava para o dia mais importante da nossa salvação: a chegada de Jesus.


Paulo descreve em Gálatas: "Chegada a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho nascido de uma mulher" (Gl 4,4). Jesus vem, cumpre Seu papel de revelar o Pai, redime a humanidade morrendo na cruz, forma Sua Igreja enviando o Espírito Santo e estabelece um tempo para essa Igreja até que Ele volte.

Portanto, a espera da segunda vinda de Cristo é renovada todos os dias, no mundo inteiro, na liturgia eucarística, pela Igreja, ao dizer "todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda".

Nenhum teólogo ou Igreja cristã tem dúvida quanto à segunda vinda do Senhor. Quando os primeiros cristãos perguntaram se era o momento de Jesus restaurar Jerusalém - como encontramos no livro dos Atos dos Apóstolos -, Ele respondeu: "não cabe a vós saber o dia e a hora, não cabe a vós vos preocupardes com este momento" (At 1,7-8). Porém, Jesus não negou esse momento, Ele não disse que a Igreja não deveria se preocupar com esse assunto. 


Vejamos: a Igreja acabara de nascer, tinha, agora, a missão de levar o Evangelho até os confins da terra como descrito no versículo 8 de Atos dos Apóstolos: "Descerá sobre vós o Espírito Santo, que lhes dará força e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Judeia e na Samaria e até os confins da terra".


A preocupação central da Igreja recém-nascida era levar a mensagem da salvação ao mundo inteiro. Para isso, seria revestida da força do Espírito Santo e não deveria preocupar-se tanto com a segunda vinda do Senhor.

Mas apesar de os primeiros cristãos estarem focados em levar o Evangelho até os confins da terra, suas pregações traziam a visão escatológica. O capítulo 3 de Atos dos Apóstolos narra o milagre realizado por Pedro e João a caminho do templo. Esse fato assombrou o povo, que, atônito, acercou-se dos dois. Pedro, então, aproveita o momento para anunciar Jesus e convidá-los a crerem n'Ele, a se arrependerem e a se converterem, a fim de que os pecados lhes fossem apagados. Imediatamente, fala-lhes da segunda vinda do Senhor quando afirma: "Então enviará Ele o Cristo, que vos foi destinado, Jesus, a quem o céu deve acolher até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca de seus santos profetas" (At 3,20b-21).

Também o apóstolo Paulo, na primeira das diversas cartas que escreveu, no livro mais antigo do Novo Testamento, já demonstrava preocupação com a segunda vinda do Senhor, como podemos constatar no capítulo 5,23 da primeira epístola aos Tessalonicenses: "O Deus da paz vos conceda santidade perfeita; e que o vosso ser inteiro, o espírito, a alma e o corpo sejam guardados de modo irrepreensível para o dia da Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."

Tanto Pedro, o apóstolo dos judeus, como Paulo, o apóstolo dos gentios, trabalharam esse tema em suas pregações e escritos. Ao lermos Mateus - "e este Evangelho do Reino será proclamado no mundo inteiro como testemunho para todas as nações. E então virá o fim" (Mt 24,14) -, percebemos que há um tempo estabelecido para a vinda do Senhor. Este tempo está compreendido entre o início da propagação do Evangelho e a chegada dessa mensagem ao mundo inteiro.

Em Atos, os anjos afirmam que, do mesmo modo que viram Jesus subir, o verão descer dos céus: "Os anjos disseram: 'Homens da Galileia, por que estais aí a olhar para o céu? Este Jesus que foi arrebatado dentre vós para o céu, assim virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu'" (At 1,11). Também no final dos Evangelhos vemos Jesus dizendo de sua segunda vinda gloriosa e dos diversos sinais que antecedem esse evento.

Os primeiros cristãos cumpriram a missão de levar o Evangelho e advertiram a Igreja sobre a vinda gloriosa do Senhor. Cabe à Igreja dos dias atuais - ao identificar os diversos sinais precursores e constatar que o Evangelho está chegando aos confins da terra - se deter sobre este assunto com mais profundidade.

Miguel Martini
Fundador da Com. Renovada Santo Antônio de Pádua
Belo Horizonte (MG)


(Conteúdo extraido do livro "A Segunda Vinda de Cristo" da autoria de Miguel Martini)

30 de agosto de 2013

Vocação Vicentina

Escrito por JCS   

" ... O Senhor me desperta todas as manhãs; desperta meu ouvido para que eu o ouça como discípulo" 

(Is 50, 4-5)

A confiança, o compromisso, a coragem e a entrega dos profetas do Antigo Testamento, estavam fundamentadas em sua vocação. Por  isso anunciavam e denunciavam  sem cessar, dia e noite, com entusiasmo e com alegria na alma.  Assim, o compromisso, a responsabilidade e a confiança dos confrades e consócias deverão estar fundamentos na vocação vicentina, no carisma de São Vicente de Paulo

Mas somos de fato vocacionados? Ou somos voluntários?

O voluntário é aquele que faz, quando quer, se der e quando der pra fazer. Faz quando sentir vontade e não quando houver necessidade de fazer. O voluntariado tem seu valor , mas não é a característica essencial para a SSVP.

O vicentino vocacionado vai além disso. Ele segue Jesus Cristo, através do serviço aos Pobres.  Ele dá  testemunha do amor a Deus , através da entrega e da doação de si mesmo.  Ele é um missionário: evangeliza e resgata os Pobres e oprimidos, vê o outro como Jesus via, ama como Jesus amava, vive como Jesus vivia.

A SSVP, precisa de confrades e consócias vocacionados, pois nós não somos seguidores de uma idéia, de uma lenda, de um mito histórico... somos seguidores de "uma pessoa situada na história, viva e presente, somos seguidores de Jesus Cristo!"

E o vocacionado é aquele que consegue enxergar a verdade evangélica: amar e seguir Jesus no Pobre. E como diz  São Vicente de Paulo: " Deus ama os Pobres e por conseguinte, ama quem ama os Pobres"  E Santa Luiza de Marillac, nos diz: "... Servir os Pobres  doentes, em espírito de mansidão e grande compaixão à imitação de Nosso Senhor que assim tratava  os mais desagradáveis. E só o vicentino vocacionado é capaz de enxergar esta verdade." 

"…. Quando a caridade mora em uma alma toma posse de todas as suas potências; não lhe dá descanso; é um fogo que está constantemente ativo; mantém sempre em ação a pessoa que está por ela inflamada." (SVP).  É desta forma que o vocacionado vive sua missão.! A caridade toma posse do vocacionado e ele toma posse da caridade; o vocacionado  sente prazer, sente alegria quando serve, quando visita o Pobre em sua residência e muitas vezes chora com o Pobre, toma para si sua dor, sua tristeza, suas mazelas.

Nós confrades e consócias, temos em nossos sangue os genes de Luiza e de Vicente de Paulo; somos o coração e o espírito destes dois Profetas da Caridade; somos o legado de  seu amor. E ainda, somos o sonho de Ozanam: numa grande rede de caridade.

E cada dia temos que nos perguntar: O que fazer para alimentar nossa vocação? O que fazer para que nosso trabalho  não caia no voluntariado?

O povo de Israel releu sua Aliança com Deus, quando estava desolado, perdido e oprimido,  e descobriu sua identidade como Povo Escolhido ; São Vicente releu o Evangelho e descobriu sua Vocação; Ozanam releu sua fé e deu origem a um sonho que marcou seu tempo e fez História! 

E nós, o que precisamos reler para que a nossa vocação perdure? Para que o legado  de nossos fundadores continue vivo?  O  que precisamos reler para que a chama da caridade  não se apague?

Precisamos alimentar nossa vocação precisamos ser "profetas da caridade", como o foram, nossos fundadores! E para isso precisamos, como o profeta Isaías, estar com os ouvidos bem abertos para ouvir, a cada manhã  a voz de Deus que clama no Pobre sofredor.

Vera Lúcia dos Santos e Santos

Coordenadora da ECAFO do CMPA

Venha ser um Missionário Vicentino como nós!


A Congregação da Missão, fundada por São Vicente de Paulo, no século XVII, tem como missão seguir Jesus, o Evangelizador dos Pobres, e, para cumprir este mandato do Senhor, dedica-se à evangelização e às missões junto dos Pobres e à formação do clero e dos leigos.



Se você deseja ser Missionário e consagrar sua vida à transformação do mundo, junte-se a nós! Procure nosso Secretariado Vocacional no seguinte endereço:




Pe. Alexandre Nahass Franco, C.M.

Serviço de Animação Vocacional Vicentina
Pe. Alexandre Nahass Franco, C.M.

Cx. P. 508 - CEP 30123-970
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Tel.: (31) 3491-8037
        (31) 3435-7259
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E-mail: lazaristavocacional@yahoo.com.br

 

Entre em contato conosco! E consagre sua vida a Deus e aos Pobres!

 


São Vicente de Paulo ainda hoje continua convocando companheiros para esta grande obra iniciada no século XVII. Não perca tempo! Não fuja de seus sonhos! Deixe São Vicente questionar sua vida e aceite seu convite para entrar nesta Missão!

29 de agosto de 2013

Como manter a atração na vida conjugal?

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Isso implica no cultivo de certos cuidados

Quem não se lembra dos inícios de namoro? Nesse começo do envolvimento, a pessoa apaixonada pega-se pensando no outro a todo instante, em tudo vê algo que remete seus pensamentos à pessoa por quem tem um amor ainda platônico. Assim, o galanteador, por meio dos olhares trocados ou nas conversas – que apesar de parecerem bobas, não são descartadas pela pretendente de imediato –, lança mão de todas as "manobras", a fim de prolongar os momentos na presença do outro.


Independente da época em que o casal tenha se conhecido ou da realidade social na qual cada um viva, quase sempre, em seus encontros, estão presentes as mesmas táticas de um jogo de sedução e de desejo silencioso entre eles.

Um jogo que, nas abordagens, visa a aproximação junto da pessoa com o propósito de estabelecer com ela um romance.

Das experiências vividas em outros relacionamentos, aprende-se que, ainda que seja muito agradável estar com alguém bonito, somente os lindos olhos azuis da menina ou o físico "malhado" do rapaz, não tem forças suficientes para sustentar um envolvimento a longo prazo.

Isso nos faz perceber que apenas o sentimento de atração física por alguém não é sinal de amor. 


Amar é muito mais do que desejar estar perto de alguém ou se sentir atraído (a) pelos atributos do (a) pretendente.


Apesar de a atração física não ser unicamente a base de um relacionamento, na vida a dois o desejo e o amor pelo outro se complementam como ingredientes para compor as bases dessa relação. Se a atração física desperta em nós o desejo por alguém, o amor amadurecido nos provoca a querer permanecer no propósito de construir a felicidade com a pessoa.

Assim como numa orquestra é preciso que haja harmonia e nenhum deslize pode acontecer na execução da música, na sinfonia da vida conjugal muitas coisas precisam estar também afinadas entre os cônjuges.

Isso implica na retomada daqueles cuidados que, ainda como namorados, o rapaz e a moça procuravam cultivar em cada encontro, isto é, o interesse do outro para si!

Se tal atenção deixou de fazer parte da agenda do casal, ainda é tempo de recomeçar. Não podemos considerar que somente por estarmos casados, não há mais a necessidade de continuar provocando boas sensações no nosso cônjuge. O desejo em continuar atraindo o outro, por meio dos encantamentos, dos cuidados e dos atributos naturais, deverão ser cultivados e alimentados ao longo da vida conjugal.

Além das obrigações comumente realizadas pelo casal, os momentos de romance e intimidade entre marido e mulher precisam ser observados com o mesmo grau de importância com que eles se dedicam às outras tarefas, pois não é porque já nos encontramos casados que devemos abolir da vida conjugal a arte de continuar seduzindo aquela pessoa que nos faz sentir realizados.

Um abraço!

 

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Dado Moura
contato@dadomoura.com

Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista. Autor do livro Relações sadias, laços duradouros e Lidando com as crises
Outros temas do autor: www.dadomoura.com
twitter: @dadomoura
facebook: www.facebook.com/reflexoes

28 de agosto de 2013

Aos catequistas, com gratidão!

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Um tesouro para Deus e sua amada Igreja

Catequista, você é uma pérola especial e um tesouro para Deus e sua amada Igreja. A sua singular vocação foi gerada no coração de Deus Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da vida – Jesus Cristo. Catequista, você não é apenas um transmissor de ideias, conhecimentos, doutrina ou, mais ainda, um professor de conteúdos e teorias, mas é um canal da experiência viva do encontro intrapessoal com a pessoa de Jesus Cristo. 


Essa experiência é comunicada pelo Ser, Saber e Saber Fazer em comunidade, no coração da missão catequética. O ser e o saber do catequista se fundamentam numa dinâmica divina pautada na espiritualidade da gratuidade, da confiança, da entrega, da certeza de que somos impulsionados pelo Espírito Santo, fortalecidos pelo Cristo e amparados pelo Pai.

Catequista, com certeza são muitos, grandes e difíceis os desafios hoje de nossa catequese. Vivemos numa realidade que muitas vezes é contrária àquilo que anunciamos em nossa missão de levar e testemunhar a mensagem de Jesus Cristo. Mas temos a certeza de que não caminhamos sozinhos, somos assistidos pela grande catequista, a Virgem Santíssima. 

Por isso, peço-lhe que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios, mas que o faz crescer e acabam gerando profundas alegrias.


"A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de iniciá-los na plenitude da vida cristã" (CT). Ensina o Catecismo da Igreja Católica: "no centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus Cristo de Nazaré, Filho único do Pai..."(cf CIC 1992). A finalidade definitiva da catequese é levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade. Todo catequista deveria poder aplicar a si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: 'Minha doutrina não é minha, mas Daquele que me enviou' (Jo 7,16) (CIC, 426-427).

Catequista, acolha o afetuoso abraço de gratidão de nossa amada mãe Igreja, nos seus bispos, padres e de milhares de pessoas, vidas agradecidas pela sua presença na educação da fé de nossos catequizandos, crianças, adolescentes, jovens e adultos. Em sua ação se traduz, de uma forma única e original, a vocação da Igreja-Mãe que cuida maternalmente dos filhos que gerou na fé, pela ação do Espírito.

Poderíamos dizer muitas coisas, palavras eloquentes e profundas, mas uma só é necessária: Deus lhe pague! E que a força da Palavra continue a suscitar-lhe a fé e o compromisso missionário!

Que a comunidade continue sendo o referencial da experiência do encontro com Cristo naqueles que sofrem, naqueles que buscam acolhida e necessitam ser amados, amparados e cuidados.

A ternura amorosa do Pai, a paz afável do Filho e a coragem inspiradora do Espírito Santo que cuida com carinho dos seus filhos e filhas, que um dia nos chamou a viver com alegria a vocação de catequista discípulo missionário, estejam na sua vida, na vida da sua comunidade hoje e sempre!

 

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Dom Orani João Tempesta, O. Cist

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)