20 de novembro de 2023

Coroa do advento: saiba o que é e como montá-la

Saiba como preparar a sua casa para viver bem o advento!

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Cada ano, no tempo do Advento, a Igreja Católica apresenta a "Coroa do Advento". A coroa é feita com ramos verdes, frequentemente, enfeitada com fitas coloridas e lugares para quatro velas, todos no mesmo nível. O círculo simboliza a eternidade e sua cor verde representa a esperança e a vida. A fita vermelha significa o amor de Deus por nós como, também, do nosso amor que aguarda com ansiedade o nascimento do Filho de Deus.

[Acesse agora página especial do Advento 2023]

A simbólica das velas

No primeiro domingo do Advento, uma vela é acesa recordando o profeta Isaías anunciando a salvação e a vinda do Messias por volta do ano 500 a.C. É uma luz pálida (amarela) porque a salvação é ainda distante. No segundo domingo, outra vela é acesa recordando o precursor de Jesus, São João Batista, testemunhando que a chegada do Salvador está próxima. A celebração faz memória do martírio de São João Batista. No terceiro domingo, uma vela rosa é colocada na Coroa, indicando Maria, a bem-aventurada, trazendo o próprio Salvador e a alegria da salvação. No quarto domingo, mais uma vela é colocada na Coroa, indicando Jesus, trazendo a alegria da salvação. "Verde da árvore da vida, a árvore da cruz, broto da raiz de Jessé".

Na missa do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, uma vela branca é colocada na Coroa um pouco mais alto do que as outras quatro velas indicando a chegada de Jesus, a luz do mundo. Deus nasce no meio de nós, feito homem como nós. Traz consigo a plenitude da divindade. As quatro velas da Coroa do Natal retomam o costume judaico de celebrar a vida da luz na humanidade dispersa pelos quatro pontos cardeais.

Em cada domingo, então, se acende uma vela. Ela poderá ser trazida na procissão de entrada da seguinte maneira: a cruz processional, a Vela do Advento, a Bíblia (ou Lecionário), de onde serão proclamadas as leituras. No momento da aclamação do Evangelho, um coroinha/acólito vai acender solenemente a vela. A pessoa que acender a vela deve permanecer junto à mesa da Palavra de onde é proclamado o Evangelho. Terminada a proclamação, quem preside coloca a vela na Coroa do Advento.


Curiosidade sobre as cores das velas

No Brasil, até pouco tempo atrás, costumava-se usar velas nas cores roxa ou lilás, e uma vela cor de rosa referente ao terceiro domingo do Advento, quando se celebra o Domingo Gaudete (Domingo da Alegria), cuja cor litúrgica é rosa. Porém, atualmente, tem-se propagado o costume de velas coloridas, cada uma de uma cor (roxa, rosa, branca e vermelha). Existem ainda algumas interpretações teológicas desse símbolo: as velas recordariam algumas manifestações de Cristo: 1- Encarnação, Jesus Histórico; 2- Jesus nos pobres e necessitados; 3- Jesus nos Sacramentos; 4- Parusia: segunda vinda de Jesus. Pode-se usar qualquer uma das duas versões, tanto as velas roxas, quanto as coloridas. Atualmente há uma grande preocupação em reavivar este costume muito significativo e de grande ajuda para vivermos este tempo (CNBB).

10 de novembro de 2023

4 dicas para viver bem o Advento


Que o Espírito Santo nos ajude a viver intensamente esse tempo de Graça sem desperdiçarmos absolutamente nada do que Deus tem para nós, seu povo amado. Um bom e Santo Advento!

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Estamos nos preparando para o Advento e resolvemos deixar 4 pontos que nos ajudarão a viver bem este tempo único de conversão e de graças. Existe uma ação de Deus toda especial que nos convida à conversão e ao retorno a vida sobre o senhorio de Jesus.

O fato de estarmos esperando a vinda de Jesus nos enche de alegria e esperança, pois sabemos que não seremos decepcionados, Jesus virá e não tardará. Por isso preparemo-nos para recebê-lo em nossos corações.

1 – Renovar nossa entrega de vida a Jesus Cristo

Submetendo todo o nosso ser ao único e verdadeiro Deus sem nenhuma restrição. Aqui se faz necessário renovarmos nossa entrega de vida a Jesus. Percebermos tudo o que em nós não se submete mais ao Evangelho, a mentalidade de Cristo e termos coragem e romper com tudo o que nos rouba do mesmo.

Coragem para romper com o velho. Coragem para iniciar um novo tempo no seguimento de Cristo. Jesus, Senhor do meu corpo, do meu pensar, do meu agir, dos meus relacionamentos e até da minha fraqueza.

2 – Alimentar a alegria

Trata-se de alimentar a alegria interior que transborda no exterior. Essa alegria é alimentada na intimidade com Deus e no amor aos irmãos. A alegria é uma das grandes marcas do Advento, alegria que se expressa em todo o nosso ser. Alegria que faz o outro feliz. Alegria em poder contar sempre com o grande e infinito amor de Deus, que nos renova a cada dia.

Devemos nesse Advento expulsar do nosso coração toda e qualquer tristeza. É tempo de alegria, de intensa alegria, pois o Senhor está chegando.

 3 – Unidos à Igreja de Cristo

Viver intensamente a unidade com o Corpo de Cristo, a Santa mãe Igreja. Participar ativamente das atividades da sua paróquia, grupo de oração, comunidade, etc. Não podemos nos dispensar de viver a unidade nunca, em nenhum momento, principalmente nesse tempo de Advento, quando juntos como Igreja nos preparamos para receber Jesus.

Nossa vida sacramental deve ser avaliada. Tenho participado da Santa Missa com frequência? Tenho buscado o Sacramento da Confissão? Participo ativamente da Missa no Domingo, dia do Senhor? Essas são perguntas que nos ajudam a enxergar se estamos ou não vivendo a unidade tão essencial nesse momento de preparação.

 4 – Caminhar com Maria

Permanecer unido à Nossa Senhora. Permanecer no colo da mãe. Aprender com ela a esperar o Emanuel no silêncio e na oração, na partilha e no serviço aos irmãos. Esse tempo é propício para renovarmos nossa devoção filial a Nossa Senhora.

Qual a sua devoção mariana? O terço, rosário, ofício da Imaculada Conceição, ladainha, etc. Essas e outras devoções muito conhecidas pelo nosso povo brasileiro nos ajudam a caminhar com aquela que disse sim á vontade do Pai, dando Jesus ao mundo.


Fonte: https://comshalom.org/dicas-para-vivermos-bem-o-advento/


9 de novembro de 2023

São João de Latrão, a Igreja Mãe e Cabeça de todos os cristãos


Sobre o pórtico da Basílica de São João de Latrão encontra-se uma inscrição em latim que traduzimos assim: "Mãe e Cabeça de todas as Igrejas, de Roma e de todo o mundo".

É a catedral de Roma e de seu bispo que, precisamente por ser bispo de Roma, é Papa, "Vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja… Princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade tanto dos bispos como da multidão dos fiéis" (LG 22-23).

São Pedro não é a catedral de Roma, mas São João de Latrão

A Basílica de Latrão foi construída pelo Papa Melquíades (311-314) em uma propriedade doada para este fim pelo Imperador Constantino ao lado do Palácio de Latrão, até então a residência imperial e, mais tarde, a residência papal. Até cinco Concílios foram celebrados ali.

Lembrar a data da Dedicação, ou seja, a Consagração da Basílica de Latrão, faz com que todas as igrejas se lembrem da primazia da Igreja de Roma, que é a primeira entre iguais porque teve a honra de ter Pedro no comando. Mas, como lembra São Gregório Magno, um dos grandes papas da história, a Igreja de Roma é a primeira no serviço e na preservação da verdade.

São João de Latrão – a Igreja Mãe e Cabeça de todos os cristãos

Créditos: scaliger / Getty Imagens

Hoje, as Igrejas de todo o mundo se unem à Igreja que está em Roma e a reconhecem como a "presidência da caridade" da qual Santo Inácio de Antioquia já falava. O Bispo de Roma é o sinal visível da unidade de todo o Povo de Deus. Novamente, Santo Inácio de Antioquia recomendou: 'Assim como o Senhor nada fez sem o Pai, com quem é um, assim também nada façam sem o bispo e os presbíteros. Estejam unidos ao bispo como cordas em uma cítara".

Na festa da dedicação da Basílica de São João de Latrão, celebramos o mistério da presença de Deus na história. A liturgia coloca em nossos lábios o motivo de tal festa: "Senhor, vós nos destes a alegria de construir-vos uma morada entre as nossas casas, onde continuais a encher de graça a vossa família peregrina na terra, e nos ofereceis o sinal e o instrumento da nossa união convosco (…)." (Oração Coleta da Missa).

E no canto do Prefácio, elevaremos nossa oração de louvor e bênção com estas palavras:

"Senhor, Pai Santo, Deus todo-poderoso e eterno,

Vós nos destes aa alegria de construir

em nossos lares um lugar de habitação

onde continuais a encher de graça

sua família peregrina na terra e nos oferece

o sinal e o instrumento de nossa união com o Senhor".

A Igreja é onde ocorre o encontro com Deus!

A dedicação da Igreja Catedral do Bispo de Roma também nos convida a dar graças a Deus por sua presença em nós. E, acima de tudo, para lembrar aos batizados que eles são o templo de Deus e que o Espírito Santo habita neles, como a segunda leitura nos lembra hoje: "Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (…) Santo é o templo de Deus, que sois vós" (1 Cor 3,9-11.16.17).

Não celebramos um edifício de pedra porque a igreja, como um edifício, é apenas um sinal da Igreja formada por todos aqueles que acreditam em Jesus. Todo povo, toda comunidade tem sua igreja; o que para uma família é o lar, para a família dos filhos de Deus é a igreja. Não existe família sem um lar! Todos nós vemos a igreja como o lugar onde ocorre o encontro com Deus: na celebração da Santa Missa, nas liturgias sacramentais, na oração e na adoração ao Santíssimo Sacramento.

As igrejas de tijolo e cimento são um sinal dessa presença de Cristo: é Ele quem fala ali, se dá como alimento, preside a comunidade reunida em oração, "permanece" conosco para sempre (cf. SC 7). Os edifícios são úteis para reunir a comunidade; eles também são uma imagem do que a comunidade e os cristãos individuais são: templo do Senhor.

As paredes são o corpo; o tabernáculo e o altar são sinais da presença do Senhor; a Palavra no ambão é como o Espírito Santo falando e nos lembrando de tudo o que Jesus ensinou.

No cristianismo, a igreja, o novo templo de Deus entre nós, adquiriu um significado mais profundo

Ela é o lugar onde os fiéis celebram, em comunhão de fé, os mistérios divinos, onde o próprio Deus se faz presente em nosso meio para tecer um diálogo eterno com seus filhos e onde, sob as espécies eucarísticas, ele os nutre com seu corpo e sangue.

É o lugar onde os mistérios divinos são revelados nas celebrações litúrgicas e onde a igreja como edifício torna visível a verdadeira Igreja, entendida como uma comunhão de fiéis que experimentam a fraternidade em Cristo. Lugar da celebração que encontra sua expressão mais sublime na celebração da Eucaristia, o memorial da morte e ressurreição do Senhor. A festa de hoje lembra a todos nós a realidade de que, sem pedras vivas, nossas grandes catedrais são apenas esplêndidos testemunhos históricos. E as pedras vivas são os cristãos que se reúnem em torno do carisma de Pedro, chamado a ser uma rocha inabalável na custódia das palavras do Mestre.


Celebrar a Basílica de Latrão é a nossa própria consagração a Deus!

O verdadeiro templo dedicado a Deus somos nós; nós que formamos o novo povo da Aliança firmada no Sangue de Cristo Jesus, a Verdade da qual Ele mesmo falou à mulher samaritana e que constitui o modo adequado de nossa adoração ao Pai. Portanto, ao celebrar a dedicação da Basílica de Latrão, celebramos nossa própria consagração a Deus, em Cristo, em quem formamos um só corpo, unidos na mesma fé e animados pelo único Espírito.

Aqui está o novo templo: o povo de Deus, animado pelo Espírito, na unidade de amor entre todos os seus filhos. Ao viver como irmãos em seu povo, a fé e toda a adoração são realizadas. No "novo templo", irmãos, Cristo está presente. Jesus ensina que o templo de Deus é, antes de tudo, o coração do homem que aceitou sua Palavra.

Rezemos, neste dia, por toda a Igreja, mãe dos santos, mãe sempre fecunda no poder do Espírito, para que cada homem desfrute sempre da dignidade dos filhos de Deus, até que todos alcancemos a alegria plena na santa Jerusalém do céu!

Dom Cristiano Sousa OSB Cam – Mosteiro de Fonte Avellana – Itália


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/sao-joao-de-latrao-a-igreja-mae-e-cabeca-de-todos-os-cristaos/


6 de novembro de 2023

Guardar o dia do Senhor é dever do cristão


A santificação do sábado, sinal de que Deus é o Senhor da vida humana, não dependendo apenas do trabalho das pessoas, é uma preciosidade na prática religiosa e foi mantida com extremo cuidado pelo povo escolhido por Ele. O dia do Senhor aponta também para a confiança absoluta na Providência Divina, que não nos abandona. Mesmo sem o trabalho das mãos, no dia de sábado, as pessoas permanecem vivas! E esse dia se torna, no correr dos séculos, síntese e símbolo de todos os bens experimentados por Israel. Ele é fiel expressão e fruto eficaz da espiritualidade hebraica.

Por meio de vários ritos, como o acender das velas, uma bênção pronunciada pela mãe de família e bênçãos recitadas pelo pai, o dia de sábado mostra sua luminosidade e, "como lâmpada para seus passos" (Sl 118,105), clareia o caminho de Israel, revelando e fortificando sua identidade. O sábado foi sinal de alegria e gratidão pelos dons de Deus e a abertura para a plenitude da mesma alegria prometida por Ele. No decorrer da história desse povo, o sábado passou também por decadência em sua observância e, por outro lado, grupos religiosos fizeram com que o dia da liberdade e da consciência da presença de Deus viesse a ser tratado com pesado rigorismo.

Guardar o dia do Senhor é dever do cristão

Foto Ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Jesus também esteve, muitas vezes, presente na Sinagoga, como judeu fiel. Ela foi espaço para dirigir palavras reveladoras aos presentes, assim como lugar de curas e atenções às pessoas. Entretanto, em várias ocasiões se estabelece um conflito entre Jesus e as autoridades religiosas judaicas a respeito da observância do sábado. Jesus tem grande liberdade para fazer o bem nas curas que realiza, priorizando o bem dos mais frágeis, mostrando-se senhor do sábado, o que faz parte da revelação daquilo que ele é, Deus e homem verdadeiro. Nele acontece a superação da visão limitada sobre o dia do Senhor, até porque o dia definitivo chega quando Ele vem e mostra toda Sua força e luz na Ressurreição dentre os mortos.

Domingo, o dia do Senhor

Os primeiros tempos da vida da Igreja assistiram às dificuldades com relação à antiga tradição do sábado, pois os cristãos se voltaram para o primeiro dia da semana, chamado Dia do Senhor, por causa da Ressurreição, justamente a inauguração daquele dia definitivo! O dia da Ressurreição veio a ser a celebração semanal mais importante para nós, e assim o celebramos na Igreja.

"Instituído para amparo da vida cristã, o domingo adquire, naturalmente, também um valor de testemunho e anúncio. Dia de oração, de comunhão e alegria, ele repercute sobre a sociedade, irradiando sobre ela energias de vida e motivos de esperança. O domingo é o anúncio de que o tempo, habitado por Aquele que é o Ressuscitado e o Senhor da história, não é o túmulo das nossas ilusões, mas o berço de um futuro sempre novo, a oportunidade que nos é dada de transformar os momentos fugazes desta vida em sementes de eternidade. O domingo é convite a olhar para diante, é o dia em que a comunidade cristã eleva para Cristo o seu grito: 'Maranatha: Vinde, Senhor!' (1 Cor 16,22). Com esse grito de esperança e expectativa, ela se faz companheira e sustentáculo da esperança dos homens. E domingo a domingo, iluminada por Cristo, caminha para o domingo sem fim da Jerusalém celeste, quando estiver completa em todas as suas feições a mística Cidade de Deus, que 'não necessita de Sol nem de Lua para a iluminar, porque é iluminada pela glória de Deus, e a sua luz é o Cordeiro'" (Ap 21,23) (São João Paulo II, Dies Domini, número 84).


Se algumas línguas o chamam "dia do sol", para nós o domingo é justamente a festa da presença d'Aquele que é a luz do mundo. No entanto, é importante verificar o que temos feito do domingo, pois sua prática pode se degradar e comprometer a própria dignidade da pessoa humana, nele valorizada de modo eminente. De fato, repousar das próprias fadigas corresponde ao ritmo humano e também nos remete à criação do mundo, quando a narrativa bíblica projeta em Deus o descanso e a alegria pela obra realizada. O repouso semanal é importante e deve ser garantido pela legislação civil, e sabemos que ocorrem formas de moderna escravidão em que as pessoas são submetidas ao trabalho de forma iníqua. Como cristão, reivindicamos para todas as pessoas o repouso semanal provado pela história da humanidade como digno e adequado para a vida humana na terra.

Domingo é dia de Missa!

O dia de domingo há de ser preenchido, em primeiro lugar, com a participação na Eucaristia, com a qual se faz presente a Morte e Ressurreição de Jesus. Na escuta da Palavra e na mesa eucarística, os cristãos têm o direito de estar diante do centro da própria fé. Antes de ser uma obrigação, trata-se de um direito! Daí o nosso apelo a que se redescubra o domingo como dia de Missa, e de preferência as famílias encontrem seu modo de participarem como corpo unido do Mistério de Cristo. E vem também a ajudar-nos o esmero com que as Equipes de Liturgia e de Celebração nas Paróquias e Comunidades devem preparar o ato central da vida de Igreja. Quando não é possível a celebração da Missa, multipliquem-se nas Comunidades a santificação do Dia do Senhor com a Celebração da Palavra de Deus, enriquecida ainda em muitas Comunidades com a Sagrada Comunhão, com a reserva eucarística presente em nossos Tabernáculos.

Corremos, entretanto, o risco de transformar o domingo, ou com ele todo o fim de semana, apenas em tempo de ociosidade ou, pior ainda, tempo de todos os vícios nos quais jovens e adultos mergulham de forma arriscada e indigna. O resultado é um esvaziamento terrível, com gosto de ressaca! Sabe-se bem o que significa para muitos a segunda-feira, e porque, popularmente, alguns a chamam de dia de preguiça. Esvaziar-se de valores, entregar-se ao que de menos digno existe só pode trazer frustração às pessoas! O domingo venha a ser recuperado na dimensão do justo repouso e na altura maior, que é a celebração da Ressurreição do Senhor, para que seja, também ele, sinal da vida nova com a qual se comprometem os cristãos.



Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/guardar-o-dia-do-senhor-e-dever-do-cristao/


3 de novembro de 2023

Santo Afonso Rodriguez, um profundo e humilde servo de Deus


Não me canso de repetir um princípio que muito me anima: a academia de Deus é a vida e é na vida que são forjados os santos. Mesmo atrás de um aparente drama, esconde-se uma oportunidade.

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Hoje vamos fazer memória de um servo de Deus cuja vida e testemunho são uma confirmação dessa nossa introdução. Seu nome é Afonso Rodriguez. Esse gigante da fé nasceu no dia 25 de julho de 1532, na cidade de Segóvia, Espanha. Pertenceu a uma família muito pobre materialmente, mas rica de fé e amor a Deus. Seu pai era um comerciante simples e sua mãe, uma dedicada dona de casa, cuidadora de onze filhos. Santo Afonso teve uma infância pobre, como dito acima, mas também muito feliz, pois sua família era uma rica fábrica de felicidade, que eram justamente a fé e o amor a Deus.

Acontecimentos dolorosos e providenciais

Afonso vivenciou a primeira grande dor de sua vida com a morte de seu pai. Na época, ele tinha apenas 16 anos. Com essa perda repentina, sua mãe passou por grandes desafios no sustento de seus onze filhos. O jovem Afonso, então, para ajudar sua mãe a manter a casa, resolveu parar de estudar e começou a vender tecidos, aproveitando a lista de clientes de seu falecido pai. Sete anos depois, em 1555, quando a situação tinha se estabilizado um pouco, sua mãe o aconselhou a se casar. Afonso acolheu esse conselho e se casou. Teve dois filhos, entretanto, mais uma vez a vida fez com que esse servo se deparasse com outros acontecimentos dolorosos. Sua esposa adoeceu e veio a falecer, depois, como se não bastasse, seus dois filhos também adoeceram e morreram. Profundamente abatido pelos sofrimentos e perdas, Afonso perdeu o controle sobre os negócios e acabou falindo. 

Triste, sofrido e sem rumo, tentou retornar aos estudos, mas não conseguiu sair-se bem nas provas. Não recebeu a aprovação para a Faculdade de Valência. Depressivo, retirou-se na própria casa. No início, rezava com sacrifício, depois, começou também a jejuar. O tempo foi passando e, de modo silencioso, o Senhor pareceu ter começado a descortinar diante dele uma obra nova. Assim, ele decidiu dedicar toda a sua vida ao serviço de Deus e dos irmãos.

Um irmão entre os irmãos

Apoiado nessa firme decisão, em 1571 Afonso pediu ingresso na Companhia de Jesus como irmão leigo. Seu pedido foi aceito e iniciou a etapa formativa de noviciado que, por sinal, transformaria seu coração e toda a sua vida. Como noviço, foi designado para viver e trabalhar no colégio dos jesuítas em Palma de Maiorca. Esse colégio dedicava-se à formação dos padres. Ali, Afonso encontrou sua realização total de vida. Viveu lá por mais de quarenta anos, consumindo-se por amor a Deus. 

No colégio, Afonso Rodriguez exerceu a função humilde e simples de porteiro. Serviço este que desempenhou por 46 anos. No entanto, se sua função não lhe trazia quase nenhum destaque, espiritualmente ele era um dos mais expressivos entre todos os irmãos religiosos de sua obra, tendo recebido de Deus vários dons extraordinários. Teve ainda várias manifestações como visões, profecias, milagres e dons da cura. 

Afonso foi ainda um requisitado orientador espiritual. Mesmo sendo um simples porteiro, era procurado por corações confusos e desejosos de orientação, tanto leigos como religiosos. Entre estes, dois se destacavam. Primeiro, o Padre Pedro Claver que, mais tarde, tornaria-se um santo da Igreja. Era missionário e ficou conhecido como o grande evangelizador dos povos negros escravizados na Colômbia. O outro, também santo, foi Jerônimo Morato, grande missionário jesuíta martirizado no México. Os dois sempre seguiram as preciosas orientações espirituais do santo porteiro Afonso Rodriguez. 

Consumação de sua oferta de vida

Após ter vivido uma vida simples e totalmente dedicada ao serviço de Deus na portaria do colégio, atento aos irmãos, Santo Afonso Rodriguez adoeceu. Sofreu dores muito fortes pelo período de dois anos, falecendo no dia 31 de outubro de 1617. 

Foi canonizado em 1888, pelo Papa Leão XIII, junto com São Pedro Claver, seu fiel discípulo. Afonso deixou-nos uma herança valiosa por meio de seus escritos, todavia, a maior herança foi sua santidade de vida. Sua obra escrita é considerada pequena, com "apenas" três volumes, porém, com grande valor teológico. Nela, relatou detalhadamente a riqueza de sua vida espiritual. 

Peçamos a Deus, por intercessão de Santo Afonso Rodriguez, a graça de vivermos com profundidade nossa fé e pertença a Deus. Que nossa vida seja, a seu exemplo, uma profecia para o mundo. 

Santo Afonso Rodriguez, rogai por nós


Fonte: https://comshalom.org/santo-afonso-rodriguez-um-profundo-e-humilde-servo-de-deus/


1 de novembro de 2023

Entenda porque a Igreja Católica afirma ser “o povo de Deus”


Essa busca pela identidade da Igreja, mergulha-nos também noutro aspecto igualmente importante: ela é composta de um povo sacerdotal, profético e real. (cf. CIC 783-784).

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Um conceito equivocado de um objeto é causa geradora de muitos outros equívocos. Essa imprecisa informação, entre outras coisas, promoveria usos inadequados do objeto supostamente conhecido. Por isso, um dos esforços da Igreja, nesses quase dois mil anos de sua existência, foi o de se apropriar de um conceito claro e preciso de si mesma. Porém, esse esforço não deve ser confundido com a pretensão de esgotar ou "capturar" o mistério nas mãos. Se assim o fosse, não seria mais um mistério. 

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Quem a Igreja é para si mesma? Segundo o Catecismo, a Igreja se define como sendo: "Povo de Deus, Corpo místico de Cristo, Templo do Espírito Santo" (cf. CIC 781). Esse povo de Deus tem algumas características que o diferem de todos os outros povos, pois não se limita a uma cultura, uma língua, uma raça etc. Veja:

"É o povo de Deus: Deus não é propriedade de nenhum povo; mas adquiriu para Si um povo constituído por aqueles que outrora não eram um povo: 'raça eleita, sacerdócio real, nação santa' (1Pd 2,9); vem-se a ser membro deste povo, não pelo nascimento físico, mas pelo 'nascimento do Alto', 'da água e do Espírito' (Jo 3,3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo;  este povo tem por Cabeça Jesus Cristo (o Ungido, o Messias): porque a mesma unção, o Espírito Santo, flui da Cabeça por todo o Corpo, este é o 'povo messiânico';  'a condição deste povo é a dignidade da liberdade dos filhos de Deus: nos seus corações, como num templo, reside o Espírito Santo' 'a sua lei é o mandamento novo, de amar como o próprio Cristo nos amou'; é a lei 'nova' do Espírito Santo; a sua missão é ser o sal da terra e a luz do mundo. 'Constitui para todo o género humano o mais forte gérmen de unidade, esperança e salvação' o seu destino, finalmente, é 'o Reino de Deus, o qual, começado na terra pelo próprio Deus, se deve dilatar cada vez mais, até ser também por Ele consumado no fim dos séculos'" (CIC 782).

Como pudemos ver, a vocação da Igreja, povo de Deus, é ser sal da terra e luz do mundo. Não pode perder o sabor e nem apagar seu brilho no anúncio da paz. A Cabeça desse corpo é Cristo, o Messias, o Salvador do mundo. Na cabeça humana, como sabemos, existe o cérebro e, abaixo da região posterior desse órgão, está o cerebelo. O cerebelo é responsável por manter o equilíbrio e a postura, pois controla o tônus muscular e os movimentos voluntários.

Esse esforço de ilustrar com dados científicos, pode nos ajudar a termos alguma base para melhor entender esse simbolismo da cabeça usado pelo Catecismo, para se referir a Cristo em relação ao seu corpo, a Igreja. Essa busca pela identidade da Igreja, mergulha-nos também noutro aspecto igualmente importante: ela é composta de um povo sacerdotal, profético e real. (cf. CIC 783-784). Cada discurso ou ação divisora no seio da Igreja é uma forma de mutilar esse Corpo Santo.   


Fonte: https://comshalom.org/entenda-porque-a-igreja-catolica-afirma-ser-o-povo-de-deus/


30 de outubro de 2023

10 conselhos práticos de Santo Antônio Maria de Claret


"Antônio Maria Claret é uma figura verdadeiramente grande, como apóstolo infatigável"

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  1. Não deixes para ninguém o que tu mesmo podes fazer.
  2. Não disponhas do dinheiro, antes de tê-lo em mãos.
  3. Não compres coisa alguma, por mais barata que seja, se não a necessitares.
  4. Evita o orgulho, porque é pior que a fome, a sede e o frio.
  5. Nunca te arrependas de ter comido pouco.
  6. Toma sempre as coisas pelo lado suave e seguro.
  7. Se estiveres zangado, conta até dez antes de responder, e se estiveres ofendido, será melhor contar até 100.
  8. Pensa bem antes de dar conselho e esteja pronto para servir.
  9. Fale bem do teu amigo; e de teu inimigo não fales nem bem nem mal.
  10. A resposta suave e humilde quebranta a ira, as palavras duras excitam o furor.

 

Santo Antônio Maria Claret

O santo lembrado hoje foi de muita importância para a Igreja que guarda o testemunho de sua santidade, que mereceu a frase do Papa Pio XI que disse: "Antônio Maria Claret é uma figura verdadeiramente grande, como apóstolo infatigável". Nasceu em 1807 em Sallent (Província de Barcelona – Espanha), ao ser batizado recebeu o nome de Antônio João, ao qual ele veio depois acrescentar o de Maria como sinal de sua especial devoção à Santíssima Virgem: "Nossa Senhora é minha Mãe, minha Madrinha, minha Mestra, meu tudo, depois de Cristo".

Antônio Maria ajudou o pai numa fábrica de tecidos até os 22 anos, quando entrou para o seminário de vida, pois almejava um sacerdócio santo e como padre desejou consagrar-se nas difíceis missões da Espanha. Ao ver a pobreza dos missionários e as portas se abrindo, Antônio Maria, com amigos, tratou de fundar a "Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria", conhecidos como Claretianos.

O Carisma era evangelizar todos os setores, por meio da caridade de Cristo que constrangia, por isso dizia: "Não posso resistir aos impulsos interiores que me chamam para salvar almas. Tenho sede de derramar o meu sangue por Cristo!" Mal tinha fundado a Congregação, o Espírito o nomeou para Arcebispo de Santiago de Cuba, onde fez de tudo, até arriscar a própria vida, para defender os oprimidos da ilha e converter a todos, conta-se que ao chegar às terras cubanas foi logo visitar e consagrar o apostolado à Nossa Senhora do Cobre.

Com os amigos o Arcebispo Santo Antônio Maria Claret, evangelizou milhares de almas, isto através de missões populares e escritos, que chegaram a 144 obras. Fundador das Religiosas de Maria Imaculada, voltou a Espanha, também se tornou confessor e conselheiro particular da rainha Isabel II; participou do Concílio Vaticano I, e ao desviar-se de calúnias retirou-se na França onde continuou o apostolado até passar pela morte e chegar na glória em 24 de outubro de 1870.

Foi beatificado em 1934 pelo Papa Pio XI e canonizado por Pio XII em 1950. Pelo seu amor ao Imaculado Coração de Maria e pelo seu apostolado do Rosário, tem uma estátua de mármore no interior da Basílica de Fátima.

Santo Antônio Maria Claret, rogai por nós!


Fonte: https://comshalom.org/dez-conselhos-praticos-de-santo-antonio-maria-de-claret/