22 de abril de 2023

Uma visita à casa de Nazaré e a virtude do serviço


O sol ainda não nasceu e já faz calor. O dia promete ser quente. Numa pequena casa na cidadezinha de Nazaré, uma bela mulher termina a sua oração e ainda na penumbra começa a moer grãos de cevada no moinho, para preparar o pão para os próximos dias. Seu filho ainda dorme ali, quase ao seu lado, e seu marido está do lado de fora, rezando. A mulher gira diligentemente uma pedra sobre a outra e só se ouve o som dos grãos sendo esmagados, virando farinha, e o canto de um ou outro pardal que pousa no telhado da casa.

Em alguns minutos, a família se reunirá e, sentados no chão, Jesus, Maria e José farão sua refeição, não sem antes agradecer a Deus. Quando terminarem, José irá para a oficina, que fica ao lado da sua casa, consertar o cabo de uma ferramenta que um vizinho deixou no dia anterior e em seguida andará quase dois quilômetros com uma viga de madeira nos ombros até a casa de um parente seu, onde o carpinteiro está finalizando a construção do telhado. Jesus o acompanhará e a imagem do seu pai com o madeiro sobre os ombros se repetirá anos depois, de forma dramática e sangrenta, no sacrifício redentor da humanidade.

A simplicidade e a doçura da Sagrada Família

Com um pouco de pesquisa e do uso da imaginação, não é difícil compor o que poderia ser o começo de um dia qualquer da Sagrada Família de Nazaré. Numa casa de taipa de apenas um cômodo, com uma oficina improvisada ao lado, José, Maria e Jesus rezavam, faziam as refeições, trabalhavam, dormiam, conversavam e, acima de tudo, amavam-se intensamente.

Em contraponto, não é necessária muita pesquisa para que possamos imaginar como era o ambiente daquela casa, basta examinarmos os Evangelhos e meditarmos sobre as santas vidas de José, Maria e Jesus. Compreenderemos então que não poderia haver nada ali que não fosse virtuoso: os olhares, as conversas, os sorrisos, os afazeres e, de maneira marcante, o serviço que eles se prestavam mutuamente, cada um contribuindo para a felicidade do outro.


O matrimônio como sacramento do serviço

A Igreja nos ensina que o matrimônio é um Sacramento do Serviço, uma vez que a pessoa desenvolve sua vocação servindo o outro – no caso do matrimônio, o cônjuge e os filhos. Muito disto podemos colher contemplando, em nossa imaginação, a simplicidade e a doçura que imperavam naquela casinha em Nazaré. José já estava acostumado a servir, a começar por sua profissão. A ele recorriam aqueles que queriam fazer um banco, uma escada, uma viga para um telhado, consertar uma ferramenta.

Certamente José trabalhava na própria oficina, mas também fazia serviços na casa de seus clientes. Justo e temente a Deus como ele era, podemos assumir que esse serviço era realizado com ainda mais esmero quando se destinava ao cuidado da sua família. Com que devoção não teria ele trabalhado para fazer um baú de madeira onde Maria guardaria os víveres, ou ainda um banco para sentar-se mais confortavelmente quando sua esposa virginal estava perto do fim da gravidez!

A virtude do serviço exemplificada em Maria

E por falar em Maria, que mestra do serviço! Não titubeou em, já grávida, ir de Nazaré até Ein Kerem, para auxiliar Isabel. Na Bíblia, as duas localidades estão pertinho uma da outra, no mesmo versículo, mas Maria teve que subir as montanhas numa trilha íngreme de quase cento e cinquenta quilômetros, numa viagem a pé que durava quase uma semana. Podemos esperar da Mãe do Salvador um esforço menor para servir seu esposo e seu divino filho?



José Leonardo Nascimento

José Leonardo Ribeiro Nascimento é casado, pai de quatro filhos e membro do segundo elo da Comunidade Canção Nova desde 2007. Natural de Paripiranga (BA), cursou Ciências Contábeis na Universidade Federal de Sergipe e fez pós-graduação em economia por meio do Minerva Program, na George Washington University, nos Estados Unidos. Trabalha, há 18 anos, como Auditor Federal na Controladoria-Geral da União em Aracaju (SE). Ele e sua esposa trabalham, há muitos anos, com a evangelização de casais e de famílias, coordenando grupos e pregando em retiros e encontros.
Instagram: @leonardonascimentocn | Facebook: @leonardonascimentocn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/historia-da-igreja/uma-visita-casa-de-nazare-e-virtude-servico/


19 de abril de 2023

Confira os 15 ensinamentos dos santos sobre a amizade'


Pode ser que muitos de nós sejamos ricos e ainda não nos demos conta. A Palavra de Deus já nos ensinava desde o Antigo Testamento: "Amigo fiel é proteção poderosa, e quem o encontrar, terá encontrado um tesouro. Amigo fiel não tem preço, e o seu valor é incalculável. Amigo fiel é remédio que cura, e os que temem ao Senhor o encontrarão" (Eclo 6,14-16).

Se Jesus, que é Deus, quis precisar de amigos para seguir sua caminhada neste mundo, imagine nós! O ser humano não pode viver como uma ilha. É como afirmou São João Bosco em sua famosa frase: "Deus nos colocou no mundo para os outros". Uma grande verdade! Inclusive, podemos dizer até que, a partir de Cristo, a amizade tomou um novo sentido, o amigo é aquele que descobriu o valor e a dignidade do irmão, à luz do Evangelho. Essa sincera amizade, no verdadeiro sentido humano e cristão, propagou-se entre os primeiros cristãos refugiados nas catacumbas. A história da Igreja é marcada de exemplos de profundas amizades entre os santos padres, como São Basílio e São Gregório, entre os grandes santos, como São Francisco de Assis e Santa Clara, Santo Ambrósio e Santa Mônica e muitos outros.

Em um de seus belíssimos escritos, São Gregório Nazianzeno, um dos padres da Igreja, escreveu sobre seu amigo São Basílio e nos explicou um pouco como viviam profundamente a amizade: "Encontramo-nos em Atenas. Como o curso de um rio, que partindo da única fonte se divide em muitos braços, Basílio e eu nos tínhamos separado para buscar a sabedoria em diferentes regiões. Mas voltamos a nos reunir como se nos tivéssemos posto de acordo, sem dúvida, porque Deus assim quis.

O nascimento de uma amizade

Nesta ocasião, eu não apenas admirava meu grande amigo Basílio vendo-lhe a seriedade de costumes e a maturidade e prudência de suas palavras, mas ainda tratava de persuadir a outros que não o conheciam tão bem a fazerem o mesmo. Logo começou a ser considerado por muitos que já conheciam sua reputação.

Que aconteceu então? Ele foi quase o único entre todos os que iam estudar em Atenas a ser dispensado da lei comum; e parecia ter alcançado maior estima do que comportava sua condição de novato. Este foi o prelúdio de nossa amizade, a centelha que fez surgir nossa intimidade; assim fomos tocados pelo amor mútuo.

Cultivando, cada dia mais, estreita e firmemente nossa amizade

Com o passar do tempo, confessamos um ao outro nosso desejo: a filosofia era o que almejávamos. Desde então, éramos tudo um para o outro; morávamos juntos, fazíamos as refeições à mesma mesa, estávamos sempre de acordo aspirando os mesmos ideais e cultivando cada dia mais estreita e firmemente nossa amizade.

Movia-nos igual desejo de obter o que há de mais invejável: a ciência; no entanto, não tínhamos inveja, mas valorizávamos a emulação. Ambos lutávamos, não para ver quem tirava o primeiro lugar, mas para cedê-lo ao outro. Cada um considerava como própria a glória do outro.

Tínhamos uma só alma em dois corpos

Parecia que tínhamos uma só alma em dois corpos. E embora não se deva dar crédito àqueles que dizem que tudo se encontra em todas as coisas, no nosso caso podia se afirmar que, de fato, cada um se encontrava no outro e com o outro.


A única tarefa e objetivo de ambos era alcançar a virtude e viver para as esperanças futuras, de tal forma que, mesmo antes de partirmos desta vida, tivéssemos emigrado dela. Nesta perspectiva, organizamos toda a nossa vida e maneira de agir. Deixamo-nos conduzir pelos mandamentos divinos estimulando-nos mutuamente à prática da virtude. E se não parecer presunção minha dizê-lo, éramos um para o outro a regra e o modelo para discernir o certo e o errado.

Éramos realmente cristãos, e como tal reconhecidos

Assim como cada pessoa tem um sobrenome recebido de seus pais ou adquirido de si próprio, isto é por causa da atividade ou orientação de sua vida, para nós a maior atividade e o maior nome era sermos realmente cristãos e como tal reconhecidos". (Retirado do Ofício das Leituras- 02.01.15)

A verdadeira amizade, além de ser relação entre pessoas, é ajuda mútua e caminho espiritual. Podemos perceber isso claramente na vida dos santos.

Em uma de suas catequeses, o Papa Bento XVI destacou:

"Essa é uma característica dos santos: cultivam a amizade, porque é uma das manifestações mais nobres do coração humano e tem em si algo de divino, como Tomás mesmo explicou em algumas quaestiones da Summa Theologiae, na qual ele escreve: 'A caridade é a amizade do homem com Deus em primeiro lugar, e com os seres que a Ele pertencem'."

Conheça aqui 15 ensinamentos que os santos nos deixaram sobre a amizade:

1. "Nem sempre o que é indulgente conosco é nosso amigo, nem o que nos castiga, nosso inimigo. São melhores as feridas causadas por um amigo que os falsos beijos de um inimigo. É melhor amar com severidade a enganar com suavidade." Santo Agostinho

2. "Amando o próximo e cuidando dele, vais percorrendo o teu caminho. Ajuda, portanto, aquele que tens ao lado enquanto caminhas neste mundo, e chegarás junto daquele com quem desejas permanecer para sempre." Santo Agostinho

3. "Disse muito bem quem definiu o amigo como metade da própria alma. Eu tinha, de fato, a sensação de que nossas duas almas fossem uma em dois corpos." Santo Agostinho

4. "A amizade é tão verdadeira e tão vital, que nada mais santo e vantajoso pode-se desejar no mundo." Santo Agostinho

5. "A amizade é a mais verdadeira realização da pessoa." Santa Teresa D'Ávila

6. "A amizade com Deus e a amizade com os outros é uma mesma coisa, não podemos separar uma da outra." Santa Teresa D'Ávila

7. "A amizade, cuja fonte é Deus, não se esgota nunca". Santa Catarina de Sena

8. "Qualquer amigo verdadeiro quer para seu amigo: 1) que exista e viva; 2) todos os bens; 3) fazer-lhe o bem; 4) deleitar-se com sua convivência; e 5) finalmente compartilhar com ele suas alegrias e tristezas, vivendo com ele um só coração." São Tomás de Aquino

Que tipo de amigo você é?

9. "A amizade diminui a dor e a tristeza." Santo Tomás de Aquino

10. "Quem com palavras, conversas e ações der escândalos, não é um amigo, mas um assassino de almas." São João Bosco

11. "Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade." Beata Madre Teresa de Calcutá

12. "As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável." Beata Madre Teresa de Calcutá

13. "Ama a todos os homens com um grande amor de caridade cristã, mas não traves amizade senão com aquelas pessoas cujo convívio te pode ser proveitoso; e quanto mais perfeitas forem estas relações, tanto mais perfeita será a tua amizade." São Francisco de Sales

14. "No mundo, é necessário que aqueles que se entregam à prática da virtude se unam por uma santa amizade, para mutuamente se animarem e conservarem nesses santos exercícios." São Francisco de Sales

15. "Faz-nos tanto bem, quando sofremos, ter corações amigos, cujo eco responde a nossa dor." Santa Teresa de Lisieux

Que possamos refletir: "Que tipo de amigo eu sou?", e pedir ao Senhor que nos dê a graça de viver santas amizades.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/confira-os-15-ensinamentos-dos-santos-sobre-a-amizade/


18 de abril de 2023

A ressurreição de Jesus como inspiração para transformar nosso coração e mudar o mundo


A ressurreição de Jesus que estamos vivenciando nesse tempo na Igreja é a oportunidade para meditarmos também sobre nossa ressurreição. Porque há uma ressurreição do coração que somos chamados a fazer todos os dias, e Cristo é a inspiração cristã e o modelo a ser seguido.

São Paulo escreve sua carta aos romanos exortando a comunidade a viver uma vida completamente diferente a partir da experiência com o Cristo Vivo, "como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, vivamos uma vida nova" (Rm 6,4). Essa ressurreição não é aquela definitiva que acontecerá no final dos tempos, mas aquela que acontece todos os dias. É o que São Leão Magno chama de "ressurreição do coração". Uma transformação dia após dia, com atitudes novas, um novo modo de pensar, de agir.

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Foto Ilustrativa: Irina Vodneva by Getty Images

Renovação através da ressurreição

É muito mais do que apenas acreditar na ressurreição de Jesus, mas é viver de maneira concreta, é permitir que Jesus ressuscitado seja a vida onde havia morte, esperança onde havia desespero, fé onde havia fracasso, alegria onde imperava a tristeza. Deixar o modo velho de agir, com os rancores, as murmurações, o pessimismo, o ódio, os ressentimentos, a tristeza. Em outras palavras, deixar o pecado e aceitar uma nova forma de vida: a novidade trazida por Jesus, pela sua Páscoa.

A ressurreição de Jesus nos dá a oportunidade de uma renovação. Sacramentalmente, falamos de uma renovação das nossas promessas batismais que fazemos na Vigília Pascal dentro da celebração da Santa Missa, no qual renunciamos a Satanás e as suas obras, e professamos nossa fé na Trindade e na Igreja, que nos oferece os sacramentos da salvação. Mas essa renovação também pode ser entendida como um firme desejo em deixar os vícios e se entregar à graça de Deus, renunciar às exigências insaciáveis do nosso homem velho com tendência ao erro e as escolhas erradas, sedento de prazer e de satisfações que querem nos levar para longe da vontade de Deus.

A mudança proposta pelo tempo de ressurreição

A mudança proposta pelo tempo de ressurreição é de caminhar na novidade de vida, deixar os maus hábitos para trás, crucificar a maneira velha de pensar e agir, aceitar a proposta pregada por Jesus durante sua vida terrena: "Amar os inimigos, rezar pelos que nos perseguem; dar a quem nos pede, perdoar quem nos ofende, visitar, oferecer, alimentar, saciar…" (Cf. Mt 6 e 25,31ss). É tempo de alegrar-se com os felizes, entristecer-se com quem chora, acolher os fracos na fé, amparar os infelizes, levantar os prostrados, não ser arrogante nem querer a justiça com a própria medida.

Porque Jesus não veio mudar a sociedade criando novas leis, instaurando um reino terreno, implantar um sistema político, revolucionar o mundo pela violência, em outras palavras, Ele não veio mudar o mundo, Ele veio mudar o coração das pessoas, veio instaurar um novo modo de ser, de agir do homem. Veio ensinar o amor recíproco, a partilha dos dons e dos bens, a acolhida do diferente e a estima ao igual, o jeito novo de olhar ao redor e a gratidão pelo que se tem.


Transformação do coração e transformação do mundo

Somos chamados, neste tempo, a renovar a missão de Jesus, ser testemunhas do seu amor pela aceitação da ressurreição do nosso coração que tende ao esfriamento e à distância do amor e da misericórdia, chamados a sermos sinais visíveis da verdade e justiça, a sermos homens livres, gerados pelo Espírito Santo e cantores da esperança, chamados, a partir de um compromisso coerente com a ressurreição, a fazer ressurgir homens e mulheres que desejam o bem e que amem a Jesus.

A maior prova da ressurreição não é o sepulcro vazio, mas o coração transformado pelo ressuscitado, só assim poderemos transformar o mundo!

Padre Gevanildo


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/pascoa/ressurreicao-de-jesus-como-inspiracao-para-transformar-nosso-coracao-e-mudar-o-mundo/


14 de abril de 2023

O Senhor é bom e eterna é a sua divina misericórdia


A Liturgia do Domingo da Divina Misericórdia, que encerra a Oitava da Páscoa, revela-nos o início da comunidade cristã, praticada pela catequese, pela comunhão, pela fração do pão e pelas orações [1]. O Papa Francisco ensina que aquela "é uma comunidade onde se vive o essencial do Evangelho, isto é, o amor e a misericórdia com simplicidade e fraternidade". Com o anúncio do Cristo Ressuscitado, é preciso vivenciar uma vida nova, de amor e fé, que será "fonte de alegria indizível e gloriosa" [2]. Aquela primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, fiéis à Vida, Morte e Ressureição de Jesus, iniciou a Igreja que hoje é universal. E quanto a nós, o que queremos da Vida Nova? O que mudaremos com o anúncio da Ressurreição do Senhor?

Aqueles primeiros que se converteram eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, entendiam a importância de conhecer em profundidade o que lhes era transmitido. Inspirados pelo aprendizado dos fundamentos da fé, aquela comunidade vivia em comunhão fraterna, unidos pelo Espírito Santo. Essa comunhão era vivenciada na fração do pão, um rito "próprio da refeição dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como chefe de família, sobretudo quando da última ceia", como ensina o Catecismo da Igreja Católica (1329). E as orações – que conjugado no plural indica orações específicas – são "as que os fiéis ouvem e leem nas Escrituras, mas eles atualizam-nas, em particular as dos salmos, a partir da sua realização em Cristo", o que também é explicado pelo Catecismo da Igreja Católica (2625).

A tranquilidade de fé

Vejam que bela comunidade! É de uma simplicidade que comove: a leitura do Evangelho, sua explicação, a comunhão, a fração do pão e as orações. E assim também é a Santa Missa: leituras, homilia, Eucaristia, cantos e orações; todos em comunhão (fazei de nós um só corpo e um só espírito). Aquelas primeiras comunidades se entregaram verdadeiramente à vida no Cristo Ressuscitado; a simplicidade da fé, que tranquiliza os corações, é resultado da Paz que foi a saudação de Jesus aos apóstolos que encontrou após a ressureição [3].

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O Santo Papa João Paulo II ensina que "a paz é o dom oferecido aos homens pelo Senhor ressuscitado e é o fruto da vida nova inaugurada pela sua ressurreição". Esse é o verdadeiro testemunho cristão, a paz vivida constantemente, em um sentimento de comunhão que preenche os nossos corações: "Oh! como é bom, como é agradável viverem os irmãos em harmonia!" [4]. A vida, em paz é a vida em abundância da qual Jesus nos fala [5]. Ao encerrarmos a Oitava da Páscoa, estejamos prontos para dar verdadeiro testemunho do Cristo Ressuscitado, prolongando esse sentimento fraterno, de entrega e confiança, de paz e harmonia.


Testemunhe a paz e a divina misericórdia de Jesus Ressuscitado

Sejamos virtuosos nas paróquias, nos nossos lares, nos ambientes de trabalho e estudo, nas ocupações cotidianas, e em todo tempo e lugar sejamos sal da terra e luz do mundo [6]. Esse convite, renovado, deve inspirar nossos corações com a mesma simplicidade que inspirou as primeiras comunidades cristãs; especialmente nos dias atuais, em que a sociedade tecnológica é muito mais complexa e estressante, é dessa simplicidade que precisamos. Nas palavras do Santo Papa João Paulo II: "Por mais atormentadas que sejam as situações e grandes as tensões e os conflitos, nada pode resistir à renovação eficaz que Cristo Ressuscitado nos trouxe. Ele é a nossa paz".

Saibamos viver com humildade e carinho a Vida Plena em Jesus, a Paz que o Cristo Ressuscitado nos desejou. Acalma teu coração, vivencia a Páscoa constantemente, anunciando a Boa Nova com alegria e com a tranquilidade de quem confia na providência de Deus Pai. Que assim seja!

Citações do texto bíblico
[1] (At 2, 42); [2] (1Pd 1, 8); [3] (Jo 20, 19.21.26); [4] (Sl 132(133)); [5] (Jo 10, 10); [6] (Mt 5, 13-16).

Referências

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano.
JOÃO PAULO II. Audiência Geral. Vaticano, 23 abr. 2003.
FRANCISCO. Audiência Geral. Vaticano, 04 abr. 2018.
FRANCISCO. Homilia do II Domingo de Páscoa (ou da Divina Misericórdia). Vaticano, 27 abr. 2014.
SAGRADA BIBLIA. Traducción y notas Facultad de Teología Universidad de Navarra. Edição Digital. Editora EUNSA. 2016.



Luis Gustavo Conde

Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos; palestrante focado na doutrina cristã; advogado, tecnólogo e professor. Dúvidas e sugestões, fale comigo nas redes sociais: @luisguconde (Facebook, Twitter e Instagram). Agendamento de palestras e cursos: luisguconde@gmail.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-senhor-e-bom-e-eterna-e-a-sua-divina-misericordia/


10 de abril de 2023

Vamos anunciar a ressurreição do Senhor


Este é o desejo que deve tomar conta dos nossos corações: Vamos anunciar a ressurreição do Senhor. O Evangelho deste domingo de Páscoa é o início do anúncio da Igreja, representada por Maria Madalena, que, na manhã do primeiro dia após o sábado, vai ao túmulo, encontrando-o vazio. Maria corre para anunciar aos discípulos um fato extraordinário, que até ela ainda não compreendeu completamente. Então serão os dois discípulos, Pedro e o discípulo amado, que correrão para o túmulo para ver os sinais.  E o que eles verão?  A "ausência e uma nova presença", para que a Fé Pascal nasça neles.

É uma imagem muito bonita da missão da Igreja e do sentido de sua vida que é guardada por Maria Madalena.  Ela é a primeira, segundo o Evangelho de João, a levar a todos o anúncio da Páscoa. Nos Atos dos Apóstolos, nas palavras de Pedro, encontramos a continuação daquele anúncio eclesial do qual Maria é a iniciadora.

Vamos anunciar a ressurreição do Senhor

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Mas qual é então o sentido da vida da Igreja que Maria guarda? Antes de tudo, a Igreja sabe que ela traz um anúncio de uma realidade, a Páscoa de Jesus. Um anúncio que não lhe pertence, mas que ela também recebeu como um dom gratuito e imerecido. Um anúncio que ela sabe não possuir plenamente, como Maria Madalena, que, tendo chegado ao túmulo vazio, não pode dar uma explicação para aquilo seus olhos viram. Sua única certeza é seu amor por seu Senhor, que ela viu deitado em uma tumba que agora está vazia. O túmulo vazio é o símbolo desta mensagem elusiva da qual a Igreja é a serva.

A proclamação da Ressurreição

Em segundo lugar, a Igreja é chamada a trazer a proclamação da vida. A proclamação da Ressurreição, que a Igreja sustenta para toda a humanidade, é uma palavra que vira a história de cabeça para baixo, porque insere nela uma realidade indestrutível. Se olharmos a história humana e também nossa história de hoje, nada sugere a ressurreição, tudo sugere a morte. Uma vida que não tem fim, que não está ameaçada pela morte, não pertence à nossa experiência e possibilidades. A Igreja, com os pés de Maria Madalena, é chamada a correr a todos para anunciar que o Senhor ressuscitou e que sua ressurreição pode transformar a história.


A Ressurreição é o "sim" de Deus ao estilo de Jesus, ao sentido que ele deu à sua vida. A Igreja hoje também é chamada a anunciar a Ressurreição, prolongando a vida de seu Mestre e Senhor: curando e fazendo o bem. A Igreja anuncia a Ressurreição quando ela é abençoada e faz o bem; quando ela faz e diz o bem.

O túmulo vazio é descoberto na manhã do primeiro dia após o sábado, o que corresponde ao primeiro dia de criação. Com os pés de Maria Madalena, a Igreja é chamada a anunciar a Ressurreição de Jesus como uma nova criação, como a possibilidade de realizar aquele projeto de beleza e mansidão que o Criador sonhou na aurora da Criação.

Na celebração da Páscoa, no rosto e nos pés de Maria Madalena, a Igreja pode reconhecer a si mesma e o significado de sua missão, como guardiã no mundo da indizível e sempre imprevisível proclamação da Ressurreição. Seu rosto, seus pés devem ser os de todo discípulo do Senhor Jesus.

Citações:
João 20,1-9

Dom Cristiano Sousa OSB Cam – Mosteiro da Santa Cruz de Fonte Avellana, Itália


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/pascoa/vamos-anunciar-a-ressurreicao-do-senhor/


5 de abril de 2023

Não está nas mãos dos homens!


O destino de Jesus não está nas mãos dos homens! Entramos nestes dias santos e estamos perto da celebração da Páscoa, tendo chegado às portas do Santo Tríduo. A passagem do Evangelho de Mateus nos apresenta a narrativa da preparação para a Páscoa. Uma preparação que é descrita através da justaposição de duas cenas paralelas realizadas por dois personagens distintos.

Estas duas ações se juntam no contexto da Última Ceia, quando Jesus se senta à mesa com seus discípulos (vv. 20-25). De um lado temos a ação de Judas (vv. 14-16), o que está nas mãos dos homens, do outro a ação que Jesus realiza (vv. 17-19), o que está nas mãos de Deus, ao fazer os preparativos para a ceia.

Quem entrega?

Lendo os primeiros versículos, podemos ser levados a acreditar que tudo está nas mãos dos homens, que tudo depende dos planos humanos. A traição de um discípulo, uma soma de dinheiro (cf. Zc 11,12; Ex 21,32), os cálculos de poder dos líderes políticos e religiosos! Duas vezes um verbo παραδίδω (paradidomi) "entregar" retorna -, um verbo fundamental nas narrativas da paixão.

Quanto vale um bom pastor?

O bom pastor parece estar completamente à mercê do homem. Sua entrega, sua traição, parecem ser fruto apenas da mesquinhez e do cálculo. O preço "pesado" pela traição é o preço fixado pela lei para um escravo (Ex 21, 32), é a soma com a qual o povo paga – segundo Zacarias – o salário do "bom pastor" que cuidou dele. É a soma da ingratidão com a qual o homem acredita que ele reembolsa Deus, a soma de nossos méritos e nossa busca de autonomia, é a soma que pagamos para silenciar Deus, para não permitir que ele seja Deus e para reduzi-lo a um ídolo mudo e surdo.

Não está nas mãos dos homens

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Assim, nesta primeira parte do evangelho, parece que tudo está nas mãos dos homens. Se parássemos aqui, os eventos que vamos celebrar nos próximos dias, seriam apenas o resultado da maldade do homem, da mesquinhez, do produto das nossas "trinta moedas", eventos apenas de morte e injustiça. Como tudo isso pode ser uma história de salvação?

Quem se entrega?

Mas passemos à segunda parte do texto (vv. 17-19). Aqui tudo parece ser diferente; aqui a pretensão do homem de governar e planejar tudo chega a uma inexorável negação. Mateus é quase irônico: o homem pensa que tudo depende de seus cálculos, de suas trinta moedas, de suas traições, mas na realidade Jesus mostra que tem nas mãos o que está acontecendo firmemente.
Jesus, entretanto, tem tudo em suas mãos de uma maneira radicalmente diferente do que os homens pensam que têm. Ele não precisa de traição, ele não precisa de somas de dinheiro, ele não está interessado em jogos de poder. Ele tem tudo firmemente em suas mãos, não porque ele tenha calculado tudo, mas porque ele amou e amou até o fim.

Preparativos para a páscoa

Ele "quer fazer a Páscoa conosco" (v. 18), e tudo é feito como ele desejou. É por isso que os eventos que celebraremos nos próximos dias podem ser eventos de salvação, porque são eventos de gratuidade e não de cálculo, eventos de amor e não de ódio, eventos de doação e não de traição.

O verdadeiro protagonista da entrega

Na última parte da passagem (vv. 20-25) os dois "preparativos para a Páscoa", o humano e o divino, estão reunidos na Última Ceia. Neste encontro, a ilusão do homem é desmascarada, e o verbo παραδίδω (paradidomi) – "entregar" – retorna mais quatro vezes para enfatizar quem é de fato o verdadeiro protagonista da entrega.

Cada um dos discípulos antes da revelação da traição pergunta: "Serei eu, Senhor?" (v. 22). Sim, porque cada discípulo traz dentro de si seus cálculos humanos, suas traições, a convicção de que ele pode se libertar de Deus com trinta denários. Aqui surge outro aspecto do senhorio de Deus sobre os acontecimentos da Páscoa: "O Filho do Homem vai embora, como está escrito dele" (v.24).

Nas mãos dos homens?

Aqui está outra bofetada no rosto daqueles que calculam tudo: o Filho do Homem não vai segundo os planos humanos, o Filho do Homem vai "como está escrito", ele vai "segundo as escrituras". De fato, não está nas mãos dos homens.

Dom Cristiano Sousa OSB Cam
Mosteiro da Santa Cruz de Fonte Avellana Italia
Mateus 26, 14-25


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/semana-santa/nao-esta-nas-maos-dos-homens/


3 de abril de 2023

O Mistério da Paixão do Senhor


Com o Domingo de Ramos e a Paixão do Senhor, entramos num tempo particular daquele itinerário que começou com a Quarta-feira de Cinzas: a Semana Santa. Neste domingo, a liturgia nos apresenta a Narração da Paixão do Senhor. No Ano A, lemos a Narração de acordo com Mateus. A Paixão do Senhor será proclamada novamente na Sexta-feira Santa, seguindo o Evangelho de João. Este Domingo cria com o Domingo de Páscoa um anúncio completo da Páscoa, com a narração da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. O mesmo Anúncio Pascal é retomado, seguindo uma lógica diferente, no Tríduo Santo.

Créditos: Icarmen13 by GettyImages.

Além da Paixão do Senhor segundo Mateus, a liturgia deste domingo lê todos os anos o terceiro cântico do Servo do Senhor retirado do Livro de Isaías. O Hino Cristológico da Carta aos Filipenses (2ª leitura) completam as leituras. São duas leituras que nos guiam na leitura dos fatos da Paixão, fazendo emergir mais claramente o sentido teológico e cristológico.

 

Mergulhados no mistério da Paixão do Senhor

As histórias da Paixão são certamente muito ricas e é difícil resumir sua mensagem em poucas linhas. Além disso, cada evangelista faz seus próprios acentos. Portanto, concentremo-nos unicamente em alguns dos aspectos mais significativos do Evangelho de Mateus que caracteriza o ano A. Um aspecto importante da Paixão por Mateus é o fato de Jesus ser apresentado desde o início como «o Senhor do evento» (cf. U. Luz). Já se observa no início da história: 

"Depois de todos estes discursos, Jesus disse aos seus discípulos: 'Sabeis que em dois dias é Páscoa e que o Filho do Homem será entregue para ser crucificado'". (Mt 26,1-2).

 O texto diz que tudo está firmemente nas mãos de Jesus: a sua vida não lhe é tirada, mas é Ele quem a dá. Tudo concretamente, então, parece estar nas mãos dos homens, mas Mateus, no início, nos revela quem é o verdadeiro «Senhor» do que acontece. Nos versos seguintes, entram em jogo os outros personagens da paixão, os líderes religiosos e políticos do povo:

"Depois os sumos sacerdotes e os anciãos do povo reuniram-se no palácio do sumo sacerdote, que se chamava Caifás, e aconselharam-se a prender Jesus com um engano e fazê-lo morrer" (Mt 26,3-5). No entanto, aqui também Mateus faz uma nota irônica e afirma: "Mas eles disseram: 'Não durante a festa, porque os tumultos não ocorrem entre o povo'" (Mt 26:5).

Eles acreditam que têm tudo em suas mãos, mas tudo acontecerá bem durante a festa, justamente quando eles excluíram que isso deveria acontecer.

Judas e a culpa

Nas mãos desses homens, de acordo com a história, há um instrumento: Judas. Para Mateus, Judas torna-se «testemunha da inocência de Jesus» (cf. U. Luz), precisamente contra os próprios dirigentes do povo. Ele jogando as moedas no templo não quer nada com a morte de Jesus. Ele comete suicídio porque não pode aceitar a consequência de sua ação, do que aconteceu.

Na condenação e morte de Jesus, chega-se a conclusão que a «justiça», anunciada em Mateus 3,15, era vontade de Deus, cumprimento da Torá, que Jesus não veio para abolir, mas para confirmar. Diante de uma justiça humana corrupta e injusta, encontra-se o verdadeiro juiz que realiza toda a justiça. Em Mateus 26,59, procuram-se falsas testemunhas! Mesmo o julgamento diante de Pilatos é uma farsa e o governador dos romanos se curva aos costumes do lugar e liberta Barrabás. Pilatos lava as mãos, não quer nada com a morte de Jesus. Em todos esses fatos, mesmo no próprio Judas, que somos sempre levados a crer na figura mais negativa da paixão, Jesus é proclamado como o Justo injustamente perseguido e condenado.

O julgamento do mundo

Mesmo nas convulsões cósmicas que acompanham a morte de Jesus, você pode ver uma cena de julgamento. Quando os homens parecem «julgar», na realidade a morte de Jesus é o verdadeiro «julgamento» do mundo, é aquele homem que não se salva, que realiza o julgamento do mundo, que o homem «julgou» injustamente, se torna o elemento de julgamento do mundo. Diante dele, ninguém pode permanecer indiferente. Esse acontecimento mina a nossa justiça e mostra-nos a face plena daquela «maior justiça» de que se falava no Sermão da montanha. Essa «maior justiça», tem seu parâmetro na morte daquele que não se salva e se torna salvação para todos. Não descendo da cruz ele faz toda justiça.

Um sonho negado

Um detalhe interessante da Paixão, segundo Mateus, envolve um personagem estranho que não encontramos nos outros Evangelhos, a esposa de Pilatos. Ela enviou uma mensagem muito obscura ao marido durante o julgamento de Jesus: «Não trateis dessa pessoa justa, porque, hoje, em sonho, fiquei muito transtornado por causa dele» (Mt 27,19).

No Evangelho de Mateus, já encontramos sonhos, no início da história: Jesus de José e o sonho dos Magos nas histórias de infância dos primeiros capítulos. Lá eles foram «ouvidos» sonhos, que mantêm a história acontecendo. José, ouvindo os sonhos, que representam a Palavra de Deus e sua vontade, faz a história continuar, mesmo quando parecia ser sem saída.

Da mesma forma, os Magos permitem que a história continue porque eles ouvem um sonho. Aqui, em vez disso, somos confrontados com um sonho «não ouvido», uma palavra não ouvida e obedecida. 

É como se Mateus quisesse nos dizer que a Paixão de Jesus é um sonho inédito, um sonho negado. A Paixão de Jesus, que hoje continua na história da humanidade e nas muitas «paixões» que atravessam a vida dos homens, é fruto do fracasso na escuta dos sonhos, da Palavra de Deus, do sonho de Deus. Será a fidelidade de Deus vencer, na ressurreição, a surdez dos homens antes do seu sonho, que no seu Filho se revelou.

O rosto de Deus

A Paixão de Jesus coloca em cena muitos atores que giram em torno de Jesus. Através deles, nos é mostrada a necessidade de entrar em contato com este evento. A necessidade de nos deixar «julgar». Aqui se revela o rosto de Jesus, o rosto de Deus e o rosto da Igreja. O rosto dos discípulos de Jesus chamados (cf. discurso missionário e eclesial do Evangelho de Mateus) a tornar-se «continuadores» da obra e da missão de Jesus depois da sua Páscoa. Mas essa natureza contínua de seu trabalho também inclui a paixão como um elemento essencial. Com o mesmo espírito de Jesus: não uma realidade sofrida, mas escolhida; não uma vida dilacerada, mas dada. Essas são apenas algumas pistas para nos colocarmos nestes dias «decisivos» antes da paixão de Jesus. Preparemo-nos para chegar à brilhante manhã da Páscoa.

Cristiano Sousa OSB Cam

 

Citações:

Is 50,4-7

Sal 21

Fil 2,6-11

Mt 26,14- 27,66


Vangelo di Matteo – SET  Ulrich Luz
Comentário Paideia / Editore Claudiana


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/semana-santa/o-misterio-da-paixao-do-senhor/