5 de janeiro de 2022

Como vai a sua autoestima?


Cada um de nós possui representações mentais internas das pessoas mais importantes em nossa vida, inclusive de nós mesmos. A autorrepresentação, ou autoimagem, pode ser coerente ou distorcida. Além disso, nós trazemos uma imagem mental do que gostaríamos de ser ou do que pensamos que deveríamos ser; é o ideal de ego. A autoestima é o resultado da correspondência entre a nossa autoimagem e o nosso ideal de ego. Quanto mais achamos que estamos próximos do jeito que gostaríamos de ser, tanto mais teremos a autoestima equilibrada; de forma contrária, quanto mais estivermos frustrados com os nossos próprios objetivos e aspirações, tanto mais a nossa autoestima estará baixa.

A nossa autoimagem exerce uma grande influência em nossa vida, em nosso desempenho profissional e em nosso relacionamento interpessoal. O que pensamos a nosso respeito, a nossa autoimagem ou senso de autovalorização, influencia cada parte de nossa vida.

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Foto Ilustrativa: Biserka Stojonovic by Getty Images

Para uma autoestima equilibrada o mais importante é termos uma correta autovalorização

Aqueles que têm um bom e saudável senso de autovalorização se sentem importantes, acreditam que têm valor e irradiam esperança, alegria e confiança. Ao contrário, uma autoimagem inadequada nos tira a energia e o poder de atenção, necessários para bem nos relacionarmos com os outros; e um bom relacionamento interpessoal é fundamental em tudo o que fazemos. Nosso senso de inadequação nos impossibilita de amar e dar atenção aos outros, pois nos leva a nos sentir rejeitados e incompreendidos; temos medo do que possam pensar de nós, não nos sentimos bem em grupos e não nos aceitamos como somos.

Ter uma autoimagem inadequada faz com que nos preocupemos com as opiniões, elogios ou críticas dos outros, como fatores determinantes para a nossa vida. Um senso de autovalorização muito baixo nos torna escravos da opinião dos outros e nos impede de sermos nós mesmos.

O que você vê em si mesmo?

Por isso, quero convidar você para fazer um exercício neste momento e olhar para a sua imagem mental: o que você vê em si mesmo? Você está satisfeito com o que vê? Qual a visão que você tem de si mesmo quando se compara com outras pessoas?

Anote cinco pontos fortes e cinco fracos que você observa em si mesmo.

Em qual lista que você levou mais tempo para fazer as anotações? Na dos pontos fortes ou dos pontos fracos?

Precisamos aprender a nos ver como Deus nos vê, a descobrir quem somos, a assumir o nosso valor, que vem do fato de sermos imagem e semelhança de Deus, filhos de Deus, filhos amados de Deus.

São Paulo, na sua Carta aos Romanos (Rom 12,3), nos ensina: "Pela graça que me foi dada, recomendo a cada um de vós: ninguém faça de si uma ideia muito elevada, mas tenha de si uma justa estima, de acordo com o bom senso e conforme a medida da fé que Deus deu a cada um".

A nossa autoestima precisa ser equilibrada: nem alta, nem baixa, para que saibamos lidar com os nossos limites e fracassos; e para que tenhamos relacionamentos sadios e uma autoimagem correta, sem depreciações nem elevações. Por isso, uma autoestima equilibrada é fundamental para todos nós, filhos de Deus, para que possamos evangelizar, para que sejamos alegres e felizes em toda e qualquer circunstância.


O que fazer para termos uma autoestima equilibrada?

Comece trabalhando a sua autovalorização, dando-se conta de que você é uma pessoa criada por Deus, imagem e semelhança de Deus, com limites e com qualidades. Você precisa entender que o seu valor não está no que você faz ou tem, está em você, no seu ser pessoa, com tudo o que você é, seu temperamento, seus dons e talentos.

Procure identificar quais são as suas qualidades e não só os seus limites. Aprender a lidar com os nossos limites, entender que ninguém é perfeito, que todos nós temos limitações e qualidades, é fundamental para uma autoestima e uma autoimagem equilibrada. Aprenda a não se cobrar tanto, e a não cobrar do outro também. Aprenda a se aceitar como você é. Nesse processo, aprender com as experiências vividas, com os erros e fracassos é fundamental. De tudo o que vivemos, precisamos tirar um lado positivo, uma aprendizagem, assim, nada passa em vão, tudo tem o seu devido proveito.

Atividades físicas, fazer coisas simples no seu cotidiano que você gosta, ter um tempinho para cuidar de si mesmo, do seu corpo e de sua saúde, também favorecem a autoestima.

Concluindo: para se ter uma autoestima equilibrada o mais importante é termos uma correta autovalorização, sabendo lidar com os nossos limites e fracassos. Como há um bom caminho pela frente a seguir, para trabalharmos em nós mesmos, coloquemo-nos a caminho. O colocar-se a caminho já é uma atitude que faz crescer a autoestima e, aos poucos, dia após dia, num processo que, às vezes, é lento, mas que precisa ser contínuo, vamos atingindo a justa estima de nós mesmos.



Manuela Melo

Neuropsicóloga e Psicóloga Clínica, Manuela Melo cursou MBA em Gestão de Pessoas. Membro da Comunidade Canção Nova por 20 anos, hoje a psicóloga atua em Recife e Surubim, ambas cidades do Estado de Pernambuco, onde ela reside atualmente. Contato: manuelamelocn@gmail.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-vai-a-sua-autoestima/


3 de janeiro de 2022

A Sagrada Família de Nazaré: nosso maior exemplo


Irmãos e irmãs, tenho uma pergunta bastante provocativa: "O que a família significa para você?". Embora cada pessoa tenha a sua resposta específica, é possível cogitar que uns responderão que a família é um local em que se encontra segurança, um porto seguro. Outros responderão que nela é possível viver mais livremente. Outros, ainda, vão dizer que a família é um lugar de confiança mútua. O mais interessante é que essas respostas vão aparecer mesmo que, aquele que responde, tenha a consciência plena de que sua família não é a mais perfeita do mundo.

Quando o nosso Salvador, Jesus Cristo, veio ao mundo, Ele não chegou de qualquer maneira. Quis Deus que seu Filho Unigênito nascesse em uma família, ou seja, Ele quis que a redenção do mundo iniciasse no bojo de um lar. Isso demonstra o quanto a família é importante para Deus.

Encontre o caminho de volta para sua família

Aquela passagem bíblica que narra a preocupação de José e da Virgem Maria após descobrirem que Jesus não estava retornando para casa com eles, após passarem o período da Pascoa em Jerusalém, demonstra o quanto aquele casal santíssimo primava por sua família. Preocupados com o desaparecimento de seu filho, eles tomaram o caminho de volta para a capital de Israel e encontraram Jesus no templo em meio àqueles homens doutos.

A Sagrada Família de Nazaré nosso maior exemplo

Foto Ilustrativa: Bruno Marques/ cancaonova.com

Essa passagem nos dá uma importante lição: se existe algum membro da nossa família que, por algum motivo, a dinâmica da vida nos fez ficar distantes, precisamos fazer o caminho de volta, assim como fez José e Maria. Essa passagem bíblica está nos dizendo com todas as letras que chegou o momento de refazermos o caminho de volta e diminuir a distância entre nós e aqueles a quem nos afastamos, seja qual for o motivo. A Família de Nazaré está nos mostrando que o retorno é sempre possível, ainda que custe.

No fundo, não foi Maria ou José que encontraram Jesus, mas foi o próprio Jesus quem se deixou ser encontrado por eles, afinal, Jesus nunca se perde, somos nós quem nos perdemos d'Ele. Porém, quando fazemos o esforço para encontrar Jesus, Ele deixa ser encontrado por nós. Isto pode até ser considerado como um principio eterno: por amor, Deus permite ser encontrado por cada um de nós. Neste sentido, a nossa família, do jeitinho em que ela se encontra, é um lugar sempre propício para encontrarmos Jesus, ou melhor, sermos encontrados por Ele.


A família cristã deve ser a imitação da Família de Nazaré, quer dizer, um lugar onde Deus caiba plenamente e onde Ele é tratado com carinho e respeito. Na nossa família, o desamor, a disputa e a competição mundana deveriam passar bem longe. Nas nossas famílias, aliás, a única disputa que deveria acontecer é a disputa do amor, da caridade.

A Família de Nazaré, portanto, é a nossa escola do Evangelho. Deveríamos olhar para ela com olhos de contemplação, ruminar tudo o que nela se vive, escutá-la com a máxima atenção e penetrar sem medo nos seus mistérios. Precisamos ser tão íntimos da família de Nazaré a ponto de nos sentirmos parte dela. Se alguém nos perguntasse quem são os integrantes da Família de Nazaré, deveríamos responder: Jesus, Maria, José e eu.

Peçamos a Deus a graça de imitar com perfeição a família de Nazaré, de modo que a nossa família se transforme numa escola de virtudes e num lugar habitual de encontro com Deus.

Deus abençoe você! E até a próxima!



Gleidson Carvalho

Gleidson de Souza Carvalho é natural de Valença (RJ), mas viveu parte de sua vida em Piraúba (MG). Hoje, ele é missionário da Comunidade Canção Nova, candidato às ordens sacras, licenciado em Filosofia e bacharelando em Teologia, ambos pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP). Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, na Liturgia do Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários. Apresenta, com os demais seminaristas, o "Terço em Família" pela Rádio Canção Nova AM. (Instagram: @cngleidson)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/sagrada-familia-de-nazare-nosso-maior-exemplo/


31 de dezembro de 2021

Tenha um olhar de esperança a tudo e confie na oração


Quando pensamos no novo de Deus para nossa vida, imaginamos e desejamos coisas maravilhosas, pois essa é umas das promessas d'Ele para nós: festa, veste novas, anel, sandália aos pés. Mas, muitas vezes, esquecemos que, para este novo, de fato, chegar, precisamos entrar no mar, enfrentar a água fria e suportar as ondas. Não sei quais são as "ondas" que você tem enfrentado ou se esquivado de enfrentar, mas quero lhe dizer que para poder ver a beleza que tem dentro do mar, receber o novo de Deus, você precisará dar passos, enfrentar seus medos e limites. O novo de Deus está aí, só falta buscá-lo.

Muitas vezes, as coisas não acontecem ou não andam como gostaríamos, daí a atitude, o primeiro sentimento que vem é de nos desesperançarmos, de realmente perdemos a esperança. Essa é a coisa que menos precisamos diante dessa situação.

Tenha um olhar de esperança a tudo e confie na oração

Foto Ilustrativa: Bruno Marques/ cancaonova.com

Creia em Deus

Mesmo que tudo pareça contrário, que vai desabar, sair dos trilhos, precisamos cultivar um olhar de esperança, acreditar que tudo vai passar, que tudo vai ficar bem, e rezar para que o Senhor coloque tudo no lugar.


Devemos rezar e acreditar que o Pai dos Céus nos ouve e fará sempre o melhor para nós.

Precisamos rezar com fé e crer que, verdadeiramente, é só uma tempestade, e que ela logo acalma e tudo fica bem. Não é uma falsa esperança ou um conformismo. Não! Isso é acreditar no poder da oração.



Regiane Calixto

Regiane Calixto é natural de Caxambu (MG). Membro da Comunidade Canção Nova, desde o ano de 2009, a missionária é graduada em Ciência da Computação e pós-graduada em Gestão de Veículos de Comunicação. Encontrou na tecnologia e na comunicação um grande meio para levar às pessoas o Evangelho vivo e vivido. Instagram: @regianecn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/tenha-um-olhar-de-esperanca-a-tudo-e-confie-na-oracao/


29 de dezembro de 2021

Faça uma carta de ano novo repleta de novas expectativas


Ao final de cada ano, um ciclo termina e um ano novo apresenta-se cheio de oportunidades. No último dia do ano, o sol se põe e nasce no dia seguinte, como em todos os demais dias, mas é o dia que escolhemos ter a esperança de que o próximo ano será melhor, que nossos sonhos se realizarão ou estaremos mais próximos disso. As forças são renovadas, são feitas novas promessas e a vida se enche de propósito.

Ao fazer planos para este novo ano que está por vir, lembre-se das coisas mais simples, não se imponha apenas obras grandiosas. Dedique-se a quem está por perto. Por um momento, esqueça a ambição de salvar o mundo todo e conceda momentos de alegria à família e aos amigos próximos. Silencie seu coração, guarde um pouco da compaixão para seus próprios fracassos, aprenda a perdoar-se.

E para viver um ano novo, firme na fé, acolha, de coração aberto, os conselhos de São Paulo, o qual, por meio de cartas, ensinou "esperança" ao mundo todo, mas não uma esperança mundana, e sim "esperançar" em Cristo. Aos Hebreus, pediu que "o amor fraterno permaneça. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque graças a ela, alguns, sem saber, acolheram anjos" (Hb 13, 1-2). Lembre-se dessa lição com carinho, para que esteja pronto a ajudar o próximo. Não desperdice a oportunidade de uma boa obra para com o irmão necessitado. Se assim o fizer, será exemplo do bem e a bondade se multiplicará. Assim também Paulo nos aconselhou: "Velemos uns pelos outros para nos estimularmos à caridade e às boas obras" (Hb 10,24).

Foto Ilustrativa: by Getty Image / dusanpetkovic

Neste ano novo, renove suas esperanças

Vivam o sentimento de esperança, espalhem a fé e a alegria, persistam diante da penúria, assim como Paulo pediu aos Romanos: "Alegrando-vos na esperança, perseverando na tribulação, assíduos na oração" (Rm 12,12). Por certo, a água benta evapora com o calor e o Círio Pascal se apaga com o vento; nessa perspectiva, tenha consciência de que as angústias da vida também atingem o povo de Deus. Contudo, tenha fé em um Pai que não abandona seu filho, em uma Mãe que roga por nós. É por essa fé que você persiste! E ainda que, por algum momento, fraqueje, Deus não abandona um coração arrependido, então, persista e ore. Desse modo, não haverá um só dia, neste novo ano, em que você será abalado.

Perdoe! Ponha em suas orações os injustos, os ingratos, os mesquinhos e todos aqueles que fazem mal a você e aos outros. São esses que precisam de orações, que precisam perceber a vontade de Deus nas boas obras. Todos nós seremos lembrados. Paulo ensinou aos Gálatas: "Não desanimemos na prática do bem, pois, se não desfalecermos, a seu tempo colheremos (Gl 6,9)". Se sua boa obra o fez sentir-se traído, se a ingratidão do outro o magoa, não desanime, insista na caridade! Chegará a hora que verá na felicidade do outro um pouco de suas ações, e será tamanha a recompensa que fará desaparecer toda a ingratidão.


E que isso não seja tudo, mas "tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para os homens" (Cl 3,23), foi o que Paulo aconselhou aos Colossenses. Não existem pequenas obras de caridade. Às vezes, só é preciso sorrir para alguém que se sente sozinho. E quão bom é o sentimento de receber um bolo feito com carinho! Dê um presente especial, não entregue "só uma lembrancinha", entregue algo que diga "lembrei-me de você"; e lembrar de alguém com ternura não custa caro. E se apenas esse último conselho de Paulo tocar o seu coração, toda obra terá um significado para o próximo, só dará bons frutos e, com certeza, o próximo ano será repleto de felicidades. Então, Feliz Ano Novo!



Luis Gustavo Conde

Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos; palestrante focado na doutrina cristã; advogado, tecnólogo e professor. Dúvidas e sugestões, fale comigo nas redes sociais: @luisguconde (Facebook, Twitter e Instagram). Agendamento de palestras e cursos: luisguconde@gmail.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/ano-novo/faca-uma-carta-de-ano-novo-repleta-de-novas-expectativas/


27 de dezembro de 2021

O desapego é prejudicial para as relações humanas?


É comum que a humanidade alterne entre extremos. Parece-me que uma mudança de extremos aconteceu recentemente: se há pouco se faziam intensas declarações de amor por muito pouco de experiência e convivência, agora, o menor sinal de afeto indica vulnerabilidade. Antes, eram declarações superficiais; agora, é o desapego. Nenhum desses extremos é o ideal. Por que o desapego é prejudicial para as relações humanas?

O mais curto versículo da Bíblia tem duas palavras: "Jesus chorou" (Jo 11,35). Observa-se, nessas palavras, a humanidade do Filho de Deus. Naquele momento, Jesus estava diante de seus amigos que sofriam. Eram Marta e Maria que choravam a morte de Lázaro (Jo 11, 33). A passagem nos fala que Jesus estava comovido e conturbado, porque sua amiga Maria chorava, e muitos judeus choravam com ela. O amor pelo próximo requer empatia e pede que compartilhemos os sentimos do outro para entendê-los em profundidade. Jesus ressuscitará seu amigo Lázaro em seguida, mas não poderia menosprezar o sentimento de pessoas tão próximas e amadas.

O desapego é prejudicial para as relações humanas

Foto ilustrativa: PeopleImages by Getty Images

O desapego como consequência de relações superficiais

A Palavra de Deus nos fala dos amigos de Jesus – Maria, Marta e Lázaro – em três oportunidades: quando Jesus se hospedou na casa deles e foi acolhido com a recepção de Marta e a atenção de Maria (Lc 10,38-42); depois, a visita ocorreu em razão da já mencionada morte de Lázaro (Jo 11,1-45); e, pouco antes da Páscoa, quando Jesus foi ungido de genuíno perfume de nardo (Jo 12,1-11). Essas passagens nos mostram que a amizade de Jesus com os irmãos era verdadeira e duradoura. Não era uma relação superficial. Jesus era bem recebido na casa deles, ali ceava e foi ungido com caro e nobre perfume, além de compartilhar, de forma profunda, o sentimento das irmãs pela morte de Lázaro. Ao exemplo do Cristo, as relações devem ser profundas e sinceras, o que não se alcança com intenções superficiais.

O desapego é o medo da frustação por não ser correspondido. Isso acontece quando uma relação é demais superficial. Por um tempo, o afeto se apresentava nas relações de forma muito rápida e sem significado. Atualmente, há tanto medo de não ser correspondido, que surgiu uma espécie de competição por quem demora mais para demonstrar afeto. Ora, verdadeiras relações são construídas com tempo, convivência e afinidade. Se por um lado não se deve apressar as coisas, por outro, o desapego impede que uma relação mais madura surja, porque todo o ato de afeto é propositalmente contido. De fato, você não deve entregar-se em sentimentos superficiais, mas não endureça seu coração, forçando-se a esconder o sincero carinho e a admiração pelo outro.

É vergonhoso utilizar-se das pessoas para benefício próprio

O Papa Francisco nos ensina algo que é válido nas nossas relações humanas e sociais: "Quando procuramos sobretudo a satisfação das nossas necessidades, corremos o risco de usar pessoas e de instrumentalizar as situações para as nossas finalidades. Quantas vezes já ouvimos de uma pessoa: 'Mas esta usa as pessoas e depois esquece-as'. Usar as pessoas para o próprio benefício é vergonhoso. E uma sociedade que se concentra nos interesses e não nas pessoas é uma sociedade que não gera vida". Há o sofrimento que faz com que o desapego pareça bonito, e esse sofrimento não vêm das demonstrações de afeto, mas sim da vaidade e do egoísmo. Quando o afeto pelo outro é superficial, seus atos têm o único objetivo de serem retribuídos, e se essa retribuição não acontece a frustração é atordoadora. Portanto, o desapego só encontra lugar no egoísmo e na vaidade das relações rasas.


Não menospreze seus próprios sentimentos entregando seu afeto de forma superficial. Mas também não endureça seu coração de forma a impedir que uma relação saudável surja, o que leva tempo. Nenhum dos extremos é o ideal. O desapego é prejudicial, pois o impede de vivenciar relações verdadeiras e sinceras. Que Jesus Cristo seja sempre nosso exemplo de amor ao próximo, e que, com o coração cheio de alegria e caridade, possamos formar relações sinceras. Que assim seja!

REFERÊNCIAS

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.

FRANCISCO. Angelus. Vaticano, 01 ago. 2021.



Luis Gustavo Conde

Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos; palestrante focado na doutrina cristã; advogado, tecnólogo e professor. Dúvidas e sugestões, fale comigo nas redes sociais: @luisguconde (Facebook, Twitter e Instagram). Agendamento de palestras e cursos: luisguconde@gmail.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/o-desapego-e-prejudicial-para-relacoes-humanas/


23 de dezembro de 2021

Maria, a habitação viva de Deus no meio dos homens


Caros cristãos, ao entrar nessa quarta semana do Advento, a liturgia coloca em destaque uma pessoa especialíssima, de importância sem tamanho para nós católicos: a Virgem Maria. Depois de Jesus, ela é o nosso modelo de singeleza, de simplicidade e de empenho máximo na missão de servir a Deus. Essas virtuosas características da Virgem Maria são ressaltadas com primor excepcional nas leituras bíblicas destes dias que antecedem o Natal do Senhor.

Dentro de pouco tempo, nascerá no Menino Jesus, o Filho de Deus. E se Jesus é o Filho Unigênito do Pai, a Virgem Maria é a filha predileta de Deus. Quis o Pai do céu que ela fosse preservada de toda mancha do pecado desde o seu nascimento em virtude da grande missão que ela haveria de assumir, a saber, a incumbência de se tornar a Mãe do nosso Salvador.

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Foto Ilustrativa: Domenico Ghirlandaio – 1449-1494 / Visitação

Somos filhos prediletos Deus

Uma pergunta, então, pode ser suscitada: "O que isso tem a ver comigo". A resposta seria: "Tudo a ver!". Quando Jesus nasce naquela simples gruta de Belém, nasce para trazer a cada um de nós a salvação. Todo ato de Jesus, aliás, é salvífico por natureza. Ou seja, quando o Filho de Deus se encarna com a nossa natureza humana, nós nos tornamos, por causa d'Ele, filhos de Deus. Nós, portanto, podemos ser chamados de filhos de Deus por causa do seu Filho Unigênito nascido da Virgem Maria.

Sendo assim, uma vez que Jesus nos deu a filiação divina, Maria conquistou-nos a predileção filial da parte de Deus, ou seja, todos aqueles que são batizados e, por um ato de generosidade e devoção se consideram filhos da Virgem Maria, podem se considerar filhos prediletos de Deus.

Visita de Maria a sua prima Isabel

Uma das leituras bíblicas desta semana narra aquela conhecida cena em que a Virgem Maria, estando já grávida do Menino Jesus, coloca-se a caminho da casa da sua prima Isabel que estava localizada nas colinas de Judá. Maria poderia muito bem se poupar dos perigos e dos desgastes físicos, especialmente aqueles que ela teria que enfrentar no transcorrer de uma viagem tão longa como aquela, afinal, ela estava grávida de um menino Deus.

Contudo, a Virgem Maria não se poupou. Em seu coração não havia espaço para o egoísmo e a timidez nos atos de generosidade. Ela, então, colocou-se a caminho da casa de Isabel, porque sabia que sua prima, estando grávida na velhice, precisava de sua ajuda. Assim o fez. Agraciada Isabel por receber a visita da Virgem Maria!


Há poucos dias, Maria também fora agraciada, porque recebeu a visita de um Arcanjo, porém, Isabel foi infinitamente mais agraciada por receber a visita da Mãe de Deus. A Virgem Maria, aliás, tem mais graça de Deus e amor acumulados no seu coração do que todos os anjos e santos juntos.

Este encontro icônico de Maria com sua prima Isabel é um prelúdio ou uma antecipação daquilo que ela quer fazer conosco. Quando o Evangelho narra que Maria se colocou, apressadamente, a caminho da casa de Isabel, é como se estivesse dizendo que ela, a Mãe de Deus, coloca-se apressadamente, todos os dias, a caminho para visitar cada um de seus filhos.

Deixe Maria entrar  na sua casa

E o mais importante é que a presença da Virgem Maria causa um efeito imediato nas nossas vidas. Vide esta mesma passagem bíblica que, no seu desdobramento, narra que logo que "Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo". Quando nós deixamos a Virgem Maria entrar na nossa casa, na nossa família ou no nosso coração, entra também Jesus. Isso acontece porque aonde Maria vai, vai também o Filho.

Maria é a habitação viva de Deus no meio dos homens, é a portadora da presença divina que nos salva. Que tal deixarmos a Virgem Maria entrar no nosso coração e nos tornarmos filhos prediletos de Deus?



Gleidson Carvalho

Gleidson de Souza Carvalho é natural de Valença (RJ), mas viveu parte de sua vida em Piraúba (MG). Hoje, ele é missionário da Comunidade Canção Nova, candidato às ordens sacras, licenciado em Filosofia e bacharelando em Teologia, ambos pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP). Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, na Liturgia do Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários. Apresenta, com os demais seminaristas, o "Terço em Família" pela Rádio Canção Nova AM. (Instagram: @cngleidson)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/maria-habitacao-viva-de-deus-no-meio-dos-homens/


20 de dezembro de 2021

Celebrar a virada do ano é ter o dom da renovação


Quase sempre é assim: mais um ano termina e o coração é povoado por sentimentos diversos, os quais anunciam algo novo que está por vir. Nesta época, naturalmente, trocamos presentes, confraternizamos, fazemos balanços, saímos de férias, viajamos ou recebemos visitas. Porém, não é só isso, essa época também traz em si um misto de esperança. É dom da renovação. É tempo propício para avaliarmos o que vivemos e sonharmos com o que virá.

Muitas vezes, ouvi meus pais fazerem planos e traçarem metas para o ano novo, mesmo que fossem coisas bem simples como: visitar um parente, comprar um brinquedo, reformar a casa ou coisas assim. O certo é que ao dizerem: "No ano que vem, se Deus quiser, vamos fazer tal coisa", alimentavam em mim e nos meus irmãos sementes de sonhos, e cultivavam a esperança de que estava próxima a nossa realização.

Um recomeço

Confiemos em Deus, que é o Mestre da esperança e sonhador por excelência. Confiar e acreditar n'Ele significa seguir as pegadas d'Ele. Aprendi a sonhar dentro de casa graças à bondade e à simplicidade de Deus expressas nos meus pais. E quando se fala de fim de ano, trago boas recordações das noites de 31 de dezembro quando minha família e tantas outras reunidas esperavam em frente à Igreja Matriz a contagem regressiva para a chegada do Ano Novo.

Celebrar a virada do ano é ter o dom da renovação

Foto Ilustrativa: Prostock-Studio by Getty Images/ cancaonova.com

À meia-noite, as luzes se apagavam e, no céu, uma queima de fogos de artifícios iluminava nossos sonhos e reacendia nossa esperança. Depois de alguns minutos, as luzes voltavam a acender já com um outdoor anunciando o ano que acabara de chegar, e os votos de felicidades eram ditos. Era um momento mágico e esperado o ano inteiro, nós nos abraçávamos emocionados desejando Feliz Ano Novo, como se a vida recomeçasse ali, naquele exato momento. Felizmente, grande parte dessa tradição ainda é mantida no pedacinho de chão onde nasci: Bezerros, região central de Pernambuco.

Relembre e sonhe com o próximo ano

E, hoje, embora distante dessa realidade, devido à missão que assumo, percebo-me (de vez em quando) pensando nos meus planos, sonhos e metas para o ano que vem. Acredito que, onde quer que estejamos, vivendo seja o que for, a vida continua, e a "virada de ano" não pode passar na indiferença. É uma oportunidade que Deus nos oferece para recomeçarmos em todos os sentidos. A cada tempo, a história atualiza os fatos e me faz tocar na realidade sempre atual. Deus, por amor, veio nos visitar trazendo a libertação e a paz tão esperadas.

O nascimento do Menino Jesus mudou o rumo de nossa história, pois Sua luz dissipou as trevas de outrora. Com a ternura de Menino pobre, nascido em Belém, Ele veio nos ensinar que somente quando nos doamos e fazemos os outros felizes, quando partilhamos nossos sonhos e acendemos a esperança na alma de quem nos rodeia é que conquistamos nossa própria felicidade, uma vez que ninguém é feliz de verdade sozinho.


É tempo de celebrar as vitórias e alimentar sonhos, tempo de fazer memória das coisas boas que marcaram nossa vida e dar asas para a feliz expectativa quanto ao ano que se aproxima. Certamente, coisas muito boas irão acontecer conosco, mas é preciso acreditar nisso e contribuir para isso!

Entre as recordações que conservo ligadas a esta época do ano está a música "Marcas do que se foi", do Roberto Pêra. Hoje, a dedico para você, pois ela traduz um pouco do que penso agora. Se puder, escute-a e seja feliz, não só hoje, mas durante todos os dias de sua vida:

"Este ano, quero paz
No meu coração.
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão (…)

O tempo passa, e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar.
Nossos passos pelo chão
Vão ficar (…)

Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce novo
Em cada amanhecer (…)".

Um Feliz Ano Novo com sonhos e realizações!



Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN.  De segunda a sexta-feira (exceto quinta-feira), está à frente do programa "Florescer", que apresenta às 14h40 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/ano-novo/celebrar-a-virada-do-ano-e-ter-o-dom-da-renovacao/