3 de outubro de 2019

A cura pela Palavra de Deus

"Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e curar todo mal e toda enfermidade" (Mt 10,1). Quando Jesus envia Seus discípulos em missão, Ele já lhes confere o poder, porque sabe da importância de um homem curado do corpo e da alma.

A primeira cura que Jesus faz na Bíblia é a libertação de um homem possesso de um demônio. O Senhor ordena que esse demônio se retire daquele homem. Então, o inimigo, imediatamente, obedece a Jesus e vai embora.

A cura pela Palavra de Deus

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

É pela fé na Palavra do Senhor que a cura chega até nós

Na Bíblia, a segunda cura que Jesus faz – e Ele atribui isso a um milagre – é a cura da sogra de Pedro, que estava com febre. Ao ser curada por Jesus, ela, imediatamente, começa a servir ao Senhor.

Se nós fizermos todo um acompanhamento da vida de Jesus, a última cura que Ele faz é curar o cego que estava no caminho de Jericó, quando o Senhor ia para Jerusalém passar pelo suplício do madeiro da Cruz, onde Ele libertou toda a humanidade escrava do pecado e de satanás.

Cura

Aqui, é importante lembrarmos por que a cura tem de acontecer: Jesus faz questão de associar toda doença, todo mal físico a um demônio. E Ele dirá que, ao ser liberta do demônio, a pessoa também é curada de todo mal físico e de toda a opressão espiritual. É impressionante como Jesus gostava de mostrar, na Bíblia, que a cura é natural quando invocamos o Seu nome. Ela é natural quando temos fé, e é pela fé que somos curados.


A Palavra de Deus também vai nos advertir para que não se pense que alcançaremos alguma coisa sem ter fé (cf. Tg 1,6-7). Então, se você está doente, precisa de um sinal, de um milagre de Deus, é pela fé que isso acontece.

É necessário deixar a vida velha para trás

Quando Bartimeu, no meio do caminho, começa a gritar: "Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!", o Senhor manda chamar o cego. No meio daquela multidão, o único que enxergou Jesus foi o cego, e isso é um grande sinal de fé. A fé daquele cego foi o que fez com que Jesus o chamasse. O homem deu um salto e deixou a capa. O que significa, aqui, "deixar a capa"? É deixar a vida velha, é deixar a vida de pecado. Bartimeu deixou toda aquela vida de maldições que herdou, já desde o ventre materno, para seguir Jesus. E quando ele chegou diante do Senhor, seus olhos estavam abertos e ele estava curado.

Quando Jesus chega diante daquele paralítico, à beira da piscina de Siloé, pergunta a ele: "O que você precisa?". O paralítico responde: "Estou aqui esperando ser curado, esperando o anjo passar e a onda na água acontecer, para que eu possa mergulhar e ficar curado da minha paralisia". Mas como ele iria pular na piscina se os outros sempre antes que ele entravam naquela água? Então, Jesus diz: "Vai, toma a tua maca. Tu estás curado". Jesus faz questão de curá-lo, porque sabe que, uma pessoa que caminha tem de entender que ela precisa caminhar livre de todo mal físico e espiritual.

 



Ironi Spuldaro

Ironi Spuldaro é Membro do CAE (Comissão de Ação Evangelizadora) da diocese de Guarapuava. Membro do conselho diocesano, estadual e nacional da RCC (Renovação Carismática Católica) movimento do qual participa desde 1987. Ironi exerce o ministério de pregação em todo o Brasil e em outros países, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Itália, Coréia do Sul, Inglaterra e Suiça. Fundador da Missão Há Poder de Deus, escritor e apresentador do Programa Há Poder de Deus.

Site: www.ironispuldaro.com.br


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/cura-pela-palavra-de-deus/

1 de outubro de 2019

Você deseja alcançar a felicidade?

Dia após dia eu a vejo nos jornais, nas revistas, na TV, nas ruas. Mas o que tem sido interessante é percebê-la nos rostos, nos olhares, nas atitudes. Em busca da felicidade ou do que acreditamos ser felicidade, nos deparamos com muitas situações difíceis, e vivemos distantes daquilo que seríamos se fôssemos realmente felizes.

E, muitas vezes, até é possível enganar-se e afirmar com veemência, mas sem muita certeza: 'Sou feliz desta forma', ou 'Isso é o que me faz feliz'. E, aqui, eu entro no ponto em que quero chegar. Descobri que não é possível ser feliz sem lutar pela felicidade. E lutar significa que temos de sofrer as pancadas e tropeços do caminho de busca, que temos de, às vezes, parar para avaliar o porquê caímos; o porquê estamos longe do caminho certo; e levantar ainda com mais garra para reiniciar a busca que é constante, mas não infinita! Não, não é infinita! Temos uma garantia de que, um dia, poderemos ser eternamente felizes.

E, agora, chegamos a um ponto de decisão. Eu afirmo para você (antes e mais ainda para mim): felicidade está bem perto de nós o tempo todo, e a linha que nos separa dela é tênue. E o mais importante é que ela está no lugar em que mais temos dificuldade de ir. É dentro de nós que devemos buscá-la. É Deus quem nos concede, mas somos nós quem a retemos.

Você deseja alcançar a felicidade?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A verdadeira felicidade

A verdadeira felicidade está escondida atrás dos nossos medos os quais cobrimos com nossas máscaras. Eles nos impedem de enxergarmos as causas da nossa infelicidade, e ficamos na superficialidade das nossas vontades, preferindo pequenos agrados ao invés da felicidade plena. Assim, nos deixamos levar pelos prazeres da vida e nos tornamos egoístas numa busca insaciável por uma felicidade individualista, que só se importa com a felicidade do outro muito tempo depois da nossa satisfação pessoal. E um segundo é muito tempo quando deixamos de amar, quando deixamos de ser bons, quando não pensamos no mal que podemos ter feito com nossas palavras e atitudes para satisfazer ao nosso ego, para nos mostrarmos fortes e superiores.

Paradoxalmente, a verdadeira felicidade está intimamente ligada aos nossos sofrimentos, não pela sua existência, e sim pela forma como lidamos com eles. Se você me perguntar a receita para ser feliz eu vou te dizer: "só em Deus se é feliz"; mas é uma receita difícil. Porém, para ser infeliz é só começar a negar o sofrimento e não tentar tirar dele o bem maior. Entenda: o sofrimento por si não traz a felicidade. Mas é inegável que, quando se aprende e se cresce com o sofrimento, chegamos muito mais perto da felicidade plena. É por isso que admiro os Santos Mártires.


Muitos podem pensar que dar a vida por uma causa, por um ideal é masoquismo; é um querer sofrer. Eu penso que é a verdadeira busca pela felicidade. Desde que esse ideal não custe a vida de mais ninguém e vise somente o bem, sem fundamentalismo! E, se é assim por um ideal, que grande felicidade é dar a vida por alguém e por amor a Deus! Talvez, seja muito difícil para você entender tudo isso, pode ser que você não aceite. O que importa é que você comece a buscar a felicidade onde ela está. Você já sabe como!

Termino citando minha querida amiga Luzia Santiago: "É preciso sofrer sem nunca deixar de amar". E ser feliz, sempre! Amém.

Alexandre Firmino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/voce-deseja-alcancar-felicidade/

27 de setembro de 2019

Controlar a ansiedade por meio do autocuidado

Por um tempo, a depressão foi conhecida como a doença do século. No entanto, percebo que ela tem cedido lugar para a ansiedade. E uns dos fatores que contribuem para esse processo são o aumento de informações e o acelerar de todas as coisas. Esses fatores externos potencializam algo que é interno e natural: a ansiedade. Sim! A ansiedade faz parte do ser humano. Porém, acontece que: aquilo que é natural está tornando-se patológico.

Antigamente, as pessoas se correspondiam por cartas e dava tudo certo! Hoje, o WhatsApp pisca e o dedo fica incontrolável para abrir e responder aquela mensagem. Sem falar no tanto de grupo de WhatsApp que se cria os quais vomitam informações a cada minuto e embolam a cabeça da gente com tantas mensagens.

Descobria-se o sexo do bebê quando nascia, e estava tudo certo! Hoje, tem gente que faz exame de sangue (exame de sexagem fetal) para saber o sexo do bebê, porque não consegue esperar 12 semanas para fazer o ultrassom que o mostraria.

Controlar a ansiedade por meio do autocuidado

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Assistir a um filme era um momento único, pois era só no cinema e nem todo mundo conseguia assistir. Era um evento! Agora, assistir a um filme é pouco, tem de ser uma série, tem de assistir a todos os episódios num único dia, para logo iniciar outra série.

Percebemos que os tempos mudaram, mas é preciso compreendermos que a estrutura cerebral pouco mudou, se é que mudou! Todos esses estímulos desenfreados causam danos severos. O transtorno do pensamento acelerado é fruto disso. Uma mente que não consegue descansar porque vive sempre pensando, pensando, pensando… e, poucas vezes, vivendo, vivendo, vivendo.

O que podemos fazer para melhorar essa ansiedade que nos cerca?

– Ter uma atividade física regular, principalmente em um ambiente que não seja estressor.

– Educar-se no uso do celular, principalmente no WhatsApp e nas redes sociais: tente colocar limites, como "não entrarei nas minhas redes sociais no período da manhã". "Ficarei com a internet desligada durante a noite para não correr o risco de acordar de madrugada com o celular na mão, navegando na internet".

– Cultivar estar perto de pessoas que possuem valor para você. Quanto tempo você tem investido na sua família? Indo a lugares legais, brincando, conversando, promovendo um jantar ou um lanche? Faça a experiência de estar com as pessoas!


– Não assista à programas que cultivam o medo, o pânico e o horror. É comprovado, estatisticamente, que pessoas as quais assistem a esse tipo de programa têm mais facilidade de desenvolver o transtorno de pânico.

– Crie rotina. Não precisa ser uma tabela cronometrada. Organize sua semana de forma que você tenha uma noção dela. Isso vai produzir menos ansiedade, pois você já terá uma noção da sua semana/dia.

Esvazie e silencie sua mente. Vá percebendo o que precisa ser ajustado em sua vida e aplique-se à mudança, assim, a necessidade do uso da medicação, ansiolítico, não chegará em sua vida. A prevenção ainda é o meio mais eficaz e barato para qualquer doença!



Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial e pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/controlar-a-ansiedade-atraves-do-autocuidado/

25 de setembro de 2019

Família: um projeto de vida a dois

Um projeto de vida é uma proposta concreta para alcançarmos um objetivo real. Nele, podemos ver mais claramente nossas metas, ou seja, aonde queremos chegar, o que desejamos conquistar. Além disso, ele nos possibilita visualizar quais passos e caminhos percorreremos para alcançar os nossos objetivos. Qual é a resposta que, hoje, o casal poderá dar diante das dificuldades que descobriram e identificaram no casamento?

O objetivo deste artigo é, justamente, que os dois, o casal, possa assumir juntos essa responsabilidade e, assim, organizar um projeto a curto, médio e longo prazo. Não pretendemos, aqui, fornecer uma solução para os possíveis problemas conjugais, pois acreditamos que apenas o casal é capaz de dar uma nova resposta e, assim, seguir um novo caminho.

Aqueles que se casaram somente para viver um grande romance, para se divertir tendo alguém ao lado, para se livrar da sensação da solidão e da rejeição, para fugir de alguma situação da vida ou para ser amados como nunca foram, puderam perceber que o casamento é muito mais que isso. Ele compreende uma escolha, uma responsabilidade de vida que vai muito além dos sentimentos, e que agora envolve a muitos, principalmente a pessoa que você escolheu para estar ao seu lado e, mais ainda, os filhos, se já os tiverem.

Família: um projeto de vida a dois

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Então, a vida nos pergunta: Você vai desistir? Você vai lutar? Se vai lutar, vamos organizar um pouco mais essa luta, confeccionando um projeto.

Projeto individual e projeto de vida a dois

Quando se casa, cada cônjuge pode trazer um projeto particular ou não possuir nenhum projeto. Na vida de casado, não negamos um projeto pessoal mas, sobretudo, entendemos que é de suma importância um projeto de vida a dois. Ambos os projetos estão interligados. Construir um projeto individual constitui uma atitude de empenho e coragem, e construir um projeto de vida a dois depende, além dessa atitude, do entendimento de que agora não se está mais sozinho. É, portanto, escrever um planejamento a dois daquilo que queremos para a nossa vida futura, definindo os caminhos que deveremos percorrer para atingi-los. Por isso, a construção de um projeto para a família é um grande desafio. É preciso pensar quais são os princípios que você quer ter como referência para construir esse projeto, e quais são os seus verdadeiros valores.

Para a confecção de um projeto é importante, em primeiro lugar, identificar os pontos fortes de cada cônjuge. Os pontos fortes são as características positivas e adequadas que cada um possui e que podem auxiliar para que as metas e os objetivos do projeto sejam alcançados. Alguns exemplos de características desejáveis são: bondade, persistência, diligência, caridade, atitude acolhedora e sensibilidade em relação ao outro.

É essencial identificar a finalidade da confecção de um projeto. Se você entender por que ele é importante, provavelmente irá assumir a luta de fazê-lo dar certo. É fundamental, ainda, compreender o que será necessário para que o projeto se concretize na vida do casal.

Para quê é importante construir um projeto de vida a dois?

O projeto é uma direção para não nos perdermos em meio a tantas ideias, pois, como diz a música 'És o sentido', de Suely Façanha, "o tempo esconde o que é eterno". Assim, devemos elaborar o projeto para:

1. Identificar nossas metas e objetivos de forma mais clara;
2. Agir de maneira que possamos alcançar nossos objetivos;
3. Resolver de maneira mais eficiente os problemas no casamento;
4. Ter clareza quanto às prioridades a serem alcançadas;
5. Evitar que fiquemos "andando em círculos", ou seja, nos tornar mais eficazes, indo direto ao ponto;
6. Viver melhor o casamento e, de fato, formar uma família melhor.


Para que o projeto se torne uma realidade, é necessário:

1. Identificar as dificuldades e conhecer os problemas que hoje o casal está vivendo;
2. Identificar o que desejam para a família no futuro;
3. Planejar as ações a curto, médio e longo prazos;
4. Cada cônjuge deve assumir a sua responsabilidade;
5. Ser obediente e persistente quanto ao projeto;
6. Revisar sempre o projeto;
7. Avaliar o cumprimento da proposta realizada no projeto.

Texto extraído do livro "Diagnóstico familiar".



Diácono João Carlos e Maria Luiza

João Carlos Medeiros é membro do segundo elo Comunidade Canção Nova. Psicólogo clínico e familiar, Medeiros também é logoterapeuta, sexólogo e mestre em sexologia humana. Casado com Maria Luiza da Silva Medeiros que também é membro do segundo elo Comunidade Canção Nova, é psicóloga clínica e familiar. Ela é pós-graduada em psicoterapias cognitivas e em neuropsicologia.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/familia-um-projeto-de-vida-dois/

23 de setembro de 2019

Só contempla a primavera quem é capaz de esperar o tempo certo

Tantas lágrimas derramei nos outonos da minha vida por causa das perdas que vivi e das saudades que precisei encarar e nomear! Clamava pela primavera, querendo que o tempo se adiantasse para poder contemplar, logo, as flores e as alegrias que me esperavam. No entanto, descobri que só contempla a primavera quem é capaz de esperar o tempo certo chegar.

Debati-me, chorei, lutei contra o tempo, pois a rigidez e a solidão do inverno eram demasiadas dolorosas. Na verdade, meu coração não queria viver as dores próprias desse tempo de espera. Que imaturo seria saltar de estação em estação sem querer enfrentar as dores próprias de cada tempo!

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Foto Ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Como viver uma vida plena sem enfrentar as dores e as perdas necessárias? Perdas essas que vão além de coisas ou pessoas, mas perdas interiores, de conceitos e julgamentos. Perda da forma errônea de enxergar a vida.

A primavera é a estação das flores e do renascimento

Talvez, os invernos e os outonos sejam difíceis e exigentes, porque nós nos conformamos com a mesmice do mesmo olhar.

Hoje, aprendi que a beleza da primavera está em viver bem cada estação da alma.

Há sempre esperança, há sempre flores no meio dos invernos, há sempre um sorriso, um motivo que nos faz prosseguir, pois como diz São João Maria Vianney, a alma unida a Deus sempre vive uma primavera.


Viver a beleza de cada estação

Falo por experiência que não devemos querer adiantar ou apressar as estações; existem belezas, flores e conquistas em cada uma delas. Faz-se necessário, no entanto, enxergar com os olhos do coração, pois só se vê bem com eles, como dizia Antoine Saint-Exupéry.

Assim, descobri – no outono, no inverno e até no verão da minha vida – que existe sempre uma primavera pronta a surgir, basta abrir os olhos da ! Afinal, sempre há jardins para desbravar!


 


Brigite Cortez

Brigite Cortez, natural de Portugal, é missionária na Comunidade Canção Nova onde atua no setor de Eventos.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/so-contempla-a-primavera-quem-e-capaz-de-esperar-o-tempo-certo/

20 de setembro de 2019

Existem malefícios na vida virtual?

Já pensou se vivêssemos, neste mundo, sem poder tocar, enxergar, cheirar ou sentir? Já pensou se quiséssemos cheirar uma flor ou abraçar alguém e não pudéssemos? O mundo virtual nos aproximou de quem está longe, deu-nos maior possibilidade de conhecimento, mas, toda hora, esse mundo, que nos aproxima do longínquo, tem a capacidade de nos roubar quem está perto, rouba-nos a capacidade de sorrir para o outro, de olhá-lo, percebê- lo e, mais que isso, rouba-nos a possibilidade de encontrá-lo. Quanta indiferença e quanta falta de posse de si mesmo! Quantos quilômetros caminhamos neste mundo sem, de fato, habitá-lo! Aqui está uma das maiores dores do mundo virtual: sensação de estar em todos os lugares, menos naquele que, de fato, estamos! 

"Os meios de comunicação digitais podem expor ao risco de dependência, isolamento e perda progressiva de contato com a realidade concreta, dificultando o desenvolvimento de relações interpessoais autênticas." ( Christus Vivit 88).

Existem malefícios na vida virtual?

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

O mundo virtual nos trouxe inúmeros benefícios, mas será que ele só tem lado bom?

O virtual nos trouxe tantas riquezas, mas toda hora ele nos rouba de alguém, de enxergar e tocar nesse Deus que se manifesta em tudo e em todos. 

Papa Francisco, na sua encíclica Christus Vivit diz: 90. A imersão no mundo virtual favoreceu uma espécie de «migração digital», isto é, um distanciamento da família, dos valores culturais e religiosos, que leva muitas pessoas para um mundo de solidão e autoinvenção, chegando a ponto de sentir a falta de raízes, embora fisicamente permaneçam no mesmo lugar. A vida nova e transbordante dos jovens, que impele a buscar a afirmação da própria personalidade, enfrenta, atualmente, um novo desafio: interagir com um mundo real e virtual no qual se entra sozinho como num continente desconhecido. 


De que vale, então, tudo alcançar e se perder? De que vale ficar próximo de quem está distante e distante de quem está próximo? De que vale enxergar beleza do outro lado do continente se os olhos estão fechados para quem está do lado? 

O mundo virtual nos enriquece, forma-nos, mas ele deve ser um meio e não um fim. Devemos, toda hora, educarmo-nos para não vivermos presos a um celular, a uma TV. Os meios não podem nos roubar do fim último: encontrar o outro e ser testemunha da vida nova dada por Cristo. Usemos os meios, mas não sejamos usados por eles. Usemos os meios, mas não paremos neles.



Brigite Cortez

Brigite Cortez, natural de Portugal, é missionária na Comunidade Canção Nova onde atua no setor de Eventos.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/tecnologia/existem-maleficios-na-vida-virtual/

18 de setembro de 2019

E se eu parar de rezar?

Na verdade, nunca tinha parado para pensar nisso, talvez por saber o bem que a oração me proporciona e também por ter, desde criança, aquela discreta lembrança de que "Deus castiga se a gente não reza…". A feliz descoberta que tenho feito, a cada dia, é que, se eu parar de rezar, Deus não vai parar de me amar, pois Seu amor é incondicional, não visa interesses próprios, mas ama, porque é o próprio amor e só sabe amar.

Poderíamos, então, perguntar-nos: "Qual o sentido da oração em minha vida? Por que até a própria Palavra de Deus diz em Tes. 5: 'Orai sem cessar em todas as circunstâncias'"? Porque a oração purifica o coração de todos os afetos desordenados às coisas terrenas e passageiras, e nos aproxima de Deus, do qual nossa alma tem sede e saudade.

E se eu parar de rezar?

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

A importância de rezar

Compreendi melhor o valor da oração em minha vida quando alguém me contou esta história: "Numa floresta, existia uma ermida antiga e abandonada. Era consagrada a São Roque. Todos os anos, pela passagem de sua festa, vinha o piedoso sacristão da aldeia vizinha, varria e enfeitava o pequeno santuário. Na véspera da festa, o velho sino era tocado fortemente para convidar os moradores das redondezas. No alto da torrezinha, o sino havia guardado um ano de silêncio. Aves e insetos noturnos encontraram ali um abrigo tranquilo e se aninharam confortavelmente. Porém, ao primeiro repicar do sino, todos saíam esvoaçando em busca de outras paragens."

Algo parecido ocorre em nossa alma. Onde, por muito tempo, se calam os sinos da oração, tudo de ruim pode entrar e aninhar-se, sem que nada o impeça nem o incomode. Ídolos ocultos, bem depressa, começam a se acomodar nos recantos obscuros da alma, como a cobiça, o orgulho a sensualidade, a autossuficiência e outros. Porém, quando tomamos ânimo e fazemos repicar os sinos da oração em nossa vida, afugentamos de nosso interior tudo o que é contrário a Deus.


Não temos tempo a perder, é hora de fazer soar o sino da oração em nossa vida com coragem e disposição. Lembremo-nos de que nunca é tarde para recomeçar. Deus tem saudades de nós!



Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa "Florescer", que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/e-se-eu-parar-de-rezar/