11 de julho de 2018

Quais os benefícios de sermos amigos do Espírito Santo?

Conheça os benefícios de sermos amigos do Espírito Santo e nos aproximarmos d'Ele

"Crer no Espírito é, portanto, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, «adorado e glorificado com o Pai e o Filho». É por isso que tratamos do mistério divino do Espírito Santo na «teologia» trinitária. Portanto, aqui só trataremos do Espírito Santo no âmbito da «economia» divina" (Catecismo da Igreja Católica, n. 685).

Essa é a experiência de nossa fé, sendo uma Pessoa, nós podemos nos relacionar com Ele [Espírito Santo], ser amigos, próximos e íntimos d'Ele. E é exatamente isso que essa Pessoa da Trindade deseja ardentemente de nós para poder nos revelar o amor do Pai e do Filho e o conhecimento dos dois. Esse é o primeiro grande benefício de sermos amigos dessa Pessoa Divina e nos aproximarmos d'Ele.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

"O Espírito Santo, pela sua graça, é o primeiro no despertar da nossa fé e na vida nova que consiste em conhecer o Pai e Aquele que Ele enviou Jesus Cristo" (CIC n. 684).

O Espírito Santo de Deus é o nosso mestre de vida de oração, Ele nos ensina a rezar como convém, isto é, a alcançar na oração a vontade de Deus, que alimenta e plenifica a nossa alma. "Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza, pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis" (Rom 8,26).

"Ninguém conhece o que há em Deus, senão o Espírito de Deus" (I Cor 2,11). Ora, o Espírito, que O revela, faz-nos conhecer Cristo, Seu Verbo, Sua Palavra viva; mas não Se diz a Si próprio. "Aquele que falou pelos profetas" faz-nos ouvir a Palavra do Pai. Mas a Ele, nós não O ouvimos. Não O conhecemos senão no movimento em que Ele nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-Lo na fé" (Catecismo da Igreja Católica, n. 687).

Os benefícios da amizade com o Espírito Santo

Aproximarmo-nos desta Pessoa Divina e sermos amigos d'Ele nos faz conhecer Sua Palavra e Seu poder. Só pelo Espírito Santo podemos dizer: Jesus Cristo é o Senhor. E pelo mesmo Espírito conhecer e experimentar o amor de Deus Pai.

O primeiro grande fruto da amizade com o Espírito Santo é a experiência do amor de Deus e a salvação em Jesus Cristo, proclamando Seu senhorio: "Ninguém será capaz de dizer: 'Jesus é Senhor', a não ser sob influência do Espírito Santo" (cf. I Cor 12,3b).

Ele nos purifica dos nossos pecados. "Manda teu espírito, são criados, e assim renovas a face da terra" (Sl 104, 30). Ilumina e abre a nossa inteligência: "O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo" (cf. Jo 14,26). O Espírito Santo nos ensina a sermos dóceis e a obedecer aos mandamentos do Senhor: "Porei em vós o meu espírito e farei com que andeis segundo minhas leis e cuideis de observar os meus preceitos" (cf. Ez 36,27).

Este Amigo Divino confirmará a esperança da vida eterna, pois Ele é o penhor da herança dada por Cristo Jesus: "N'Ele acreditastes e recebestes a marca do Espírito Santo prometido, que é a garantia da nossa herança, até o resgate completo e definitivo para louvor da sua glória" (Ef 1, 13-14). Ele revela aos nossos corações que de Deus nós somos filhos, devolve a dignidade e a convivência perdida pelo pecado original: "E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: 'Abbá, Pai!'" (Gl 4,6).


Ele é o nosso conselheiro nas dúvidas e nos mostra qual a vontade de Deus: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas: 'Ao vencedor darei como prêmio comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus'" (Ap 2,7). Anima-nos e levanta-nos do abatimento: "Deu-me o Senhor Deus uma língua habilidosa para que aos desanimados eu saiba ajudar com uma palavra. Toda manhã ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção" (Is 50,4).

Ele é o nosso advogado contra o mundo, defensor contra o pecado e, principalmente, nos defende de nós mesmos quando não conhecemos os desígnios de Deus: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós" (cf. Jo 14,16-17). Sendo amigos do Espírito Santo, recorrendo a Ele, pedindo o socorro do Seu auxílio, chegaremos à vontade do Pai, cuja missão é imprimir em nossa alma, em nossa vida, a santidade: "Eleitos conforme a presciência de Deus Pai e pela a santificação do Espírito, para obedecerem a Jesus Cristo e serem aspergidos com o seu sangue" (I Pd 1,2). "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (I Ts 4,3).

"Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei" (cf. Gl 5, 16. 22-23).



Padre Luizinho

Padre Luizinho, natural de Feira de Santana (BA), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 22 de dezembro de 2000, cujo lema sacerdotal é "Tudo posso naquele que me dá força". Twitter: http://@peluizinho

9 de julho de 2018

Efeitos espirituais do sacramento da confissão

O sacramento da confissão nos devolve a beleza da ressurreição

Uma vez absolvidos de nossos pecados e reconciliados com Deus, retomamos o nosso caminhar sob a plena graça do Senhor. O sacramento da confissão é a festa do perdão e da misericórdia. Confessados e perdoados nossos pecados, nossa alma é revestida de inúmeros efeitos espirituais, dentre os quais destacamos:

Foto ilustrativa: Daniel Mafra / cancaonova.com

Reconciliação com Deus

O amor do Pai nunca nos abandona. Ele é sempre presente em nossa vida. No entanto, o pecado nos afasta do Senhor, embora Ele sempre permaneça conosco, mesmo que estejamos em situações graves de pecado. Deus não pode se afastar da obra do Seu amor, mas nós, em meio ao pecado, vamos progressivamente nos afastando d'Ele e rompemos nossa aliança, embora Ele permaneça fiel. Uma vez perdoados, restabelecemos a nossa reconciliação com Ele e voltamos ao nosso primeiro amor, abrasados de paz para iniciarmos um novo tempo nos caminhos da vida. O Senhor nos espera de braços abertos, e nós, plenos da graça do perdão, corremos ao seu encontro. Voltamos à origem do nosso amor, mergulhamos na fonte da misericórdia pela qual fomos lavados das antigas culpas.

Reconciliação com a Igreja

Nosso pecado fere nossa relação com a Igreja. No pecado, deixamos de testemunhar o amor de Jesus pelos irmãos, ferimos o Corpo de Cristo e nos ferimos. Se um membro está doente, todos os demais também sofrem. Na dor que o pecado causa, todos sentem os efeitos colaterais da enfermidade, mas o perdão de Deus nos devolve ao seio da comunidade cristã. Lavados no misericordioso Sangue do Cordeiro, tivemos a nossa alma alvejada por Seu amor. Plenificados de Sua graça, somos agora uma célula curada pela ternura da misericórdia divina. O corpo místico de Cristo, antes ferido pelo pecado de nossas culpas, caminha agora com novo vigor. Restabelecemos a unidade antes quebrada e, juntos, continuemos a missão que nos foi confiada.

Reconciliação com nós mesmos

O pecado deixa marcas em nossa alma e abre feridas dolorosas. Caminhamos pela vida sem direção. As trevas ofuscam a beleza do alvorecer, mas o sacramento da confissão nos devolve a beleza da ressurreição. Nossos dias retomam a beleza das manhãs de paz e nossa alma glorifica o Senhor. Dentre as muitas marcas negativas do pecado em nossa vida, uma delas é a descaracterização de nossa imagem original. O pecado, enquanto não confessado, retira de nós as digitais do amor divino, por meio do qual fomos gerados. E uma vez distantes de nossa origem, perdemo-nos de nós mesmos, de Deus e da Igreja. Mas o sacramento da confissão vem em nosso socorro e nos devolve o direito de sermos restaurados à imagem e semelhança de nosso Deus. Reconciliados com nós mesmos, voltamos a sonhar os sonhos de Deus, comprometemo-nos com a missão da Igreja e cumprimos plenamente a nossa vocação de ser sal da terra e luz do mundo.


O sacramento da confissão restaura em cada fiel a vida antes furtada pelo pecado. Não é possível nos reconciliarmos com Deus, com a Igreja e com nós mesmos se antes não procurarmos do mais profundo de nosso coração o perdão de nossos pecados.

A Igreja nos oferece o remédio que devolve a saúde à nossa vida espiritual, e este remédio todos conhecemos: a confissão. Não tenhamos medo de viver na graça sob os efeitos espirituais de uma vida nova que em nós começa com o perdão, a misericórdia e a ternura de Deus.



Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor do livro "Amor Sem Fronteiras" pela Editora Canção Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: facebook.com/peflaviosobreiro

6 de julho de 2018

Não entremos em diálogo com a tentação

O risco da malícia

Precisamos ficar atentos com aquilo que precede o pecado em nós, que não dialoguemos com a tentação. Entendamos um pouco como a tentação acontece: por vezes, notamos que, quando iniciamos uma determinada conversa com um teor de malícia, logo isso faz com que um certo tipo de pecado nos atinja.

Pode ser também que você observe que quando encontra uma pessoa, a amizade com ela acaba fazendo com que você caia em pecado, e mesmo que essa pessoa seja boa e que vocês sejam amigos, sempre este encontro termina na concretização de um determinado pecado.

-Não-entremos-em-diálogo-com-a-tentação!

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Às vezes, notamos que, mesmo com boas intenções, quando vamos a um determinado lugar, esse lugar fará com que pequemos se lá permanecermos.

Quantos jovens tem me escrito com problemas em sua sexualidade, porque estão viciados em pornografia! Eles entendem, ou ao menos estão aprendendo, que esse pecado da pornografia os atinge de maneira direta. Primeiro, eles sentem o desejo de, por exemplo, acessar a internet, mas percebem que, no interior deles, já existe uma inclinação para que acessem um site pornográfico. Em vez de, no mesmo instante, eles se determinarem a não ligar o computador, acabam cometendo um dos maiores erros: começam a dialogar com a tentação, a negociar com ela, a pesar os prós e os contras de, naquele momento, ligar o computador. Chegam até a arrumar desculpas muito significativas e nobres para ligar o computador. No entanto, bem lá no fundo, existe uma tentação que está percorrendo um caminho para levá-lo ao pecado.

Essa pessoa, então, acaba acessando páginas boas, com bons conteúdos. Acessa seus e-mails e vai navegando, tentando provar a si mesmo que tinha razão em ligar o computador, pois sabia que não cairia em tentação. De repente, surgem-lhe pensamentos de cunho sexual, e ele reluta num primeiro momento, mas continua com o computador ligado. Mais pensamentos começam a vir e surgir, e ele pensa consigo: "Só vou acessar tal página para ver isso…". Então, acessa uma página que "não é tão pornográfica" assim, mas sua mente vai, cada vez mais, perdendo força, perdendo força. E como o computador já está ligado, ele vai e acessa uma página pornográfica. Depois, acessa outra. Envolvido com a pornografia, chega a ficar por horas nesses tipos de páginas. A partir daí, toda a consequência da tentação concebida em pecado. Alguns caem na masturbação, outros no adultério, na prostituição. Na verdade, onde tudo começou?

Como começa o pecado?

Começou naquele "pequeno desejo" de acessar a internet. Mas o que este jovem não notou foi que, quando a tentação foi descoberta, ela tomou um outro caminho, fez um outro trajeto, colocou até mesmo desejos nobres no seu coração para ligar o computador! E foi aí que este jovem cometeu outro erro: dialogou com a tentação, negociou com ela, pesou prós e contras e foi assim se enfraquecendo em seu discernimento, e a tentação ganhando terreno, cumprindo o seu trajeto, até que ele cometeu o pecado em si!


Você consegue perceber o caminho que a tentação fez com esse jovem até o pecado ser concebido? Assim acontece com todos os pecados! Por isso, é muito importante que nós observemos, fiquemos atentos às nossas motivações para fazer qualquer coisa, porque, por detrás delas, infelizmente, pode estar uma tentação camuflada.

Assim, eu poderia falar do pecado relacionado ao álcool, às drogas e fofocas, ao ódio etc. Por isso, nesse caminho de discernimento, é importante que tenhamos essa clara necessidade de nos observar, de perceber o que nos impulsiona, o que nos move. Também podemos aprender que caminho e estratégia a tentação se utiliza para nos amarrar e nos prender. Espero que tenha ficado clara essa questão de que todo pecado é precedido de uma tentação.

Conte-me como foi sua experiência com a leitura deste texto!

Deus abençoe você!



Danilo Gesualdo

Danilo Gesualdo trabalha desde o ano de 2003 com o Ministério de Cura e Libertação. O missionário participa de encontros e retiros espirituais, em que é convidado a palestrar sobre essa temática. Atualmente, Gesualdo faz um trabalho junto às pessoas que procuram ajuda por meio da oração, na Casa de Maria, em Cachoeira Paulista (SP). Siga o colunista em suas redes Sociais: Instagram, Facebook, Twitter e Youtube..

4 de julho de 2018

Qual é a importância da oração de intercessão na família?

A intercessão é o caminho para rezarmos por aqueles que amamos

A oração de intercessão é profundamente agradável a Deus, pois é desprovida do veneno de nosso egoísmo. Quando rezamos pelos outros, saímos de nós mesmos, de nosso mundinho de mesquinhez e experimentamos o mesmo que Dom Bosco: Deus nos colocou no mundo para os outros.

Jesus viveu para os outros, viveu para o Pai e para nós, esquecendo-se de Si mesmo. Podemos assim dizer que a oração de intercessão é um pedido que nos conforma perfeitamente com a oração de Jesus. Ele é o único intercessor junto ao Pai em favor de todos os homens. Interceder é pedir em favor de alguém, de maneira especial por aqueles que mais necessitam. Só quem experimentou a misericórdia do Senhor pode interceder com eficácia, pois ninguém pode dar o que não recebeu. É um coração misericordioso que faz nossa oração agradável a Deus.

Qual é a importância da oração de intercessão na família

Foto Ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

O poder da intercessão

A intercessão não tem limites, não encontra barreiras, vai a qualquer lugar. Nem o tempo pode contê-la. Pela intercessão pode-se atingir todos os homens, também os poderosos deste mundo, os nossos inimigos e até mesmo os que negam Jesus e a ele se opõem. A oração constante obtém a misericórdia de Deus, mesmo para os que não são Seus amigos. Por isso, o Senhor lhe diz: nunca desanime de pedir o meu auxílio. Não abaixe a voz ao suplicar minha misericórdia para o mundo.

O intercessor só pode ser um homem cheio do Espírito, pois o Espírito é o Paráclito, Ele mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. Se estar cheio do Espírito nos leva a interceder, o contrário também é verdade, pois a intercessão vai nos fazendo cada vez mais plenos do Espírito Santo, basta que Ele veja um coração determinado à intercessão, que já vem logo ensinar como fazê-lo.

Sinto muita pena quando vou aos encontros de oração e vejo pais e mães aflitos, a pedir a outros que intercedam por seus filhos e vice-versa, ou ainda mulheres a pedir por seus maridos, maridos por suas mulheres e assim por diante. Não é mau pedir aos outros que rezem pelos que amamos, o doloroso é perceber que tais pessoas acreditam que nossa oração terá mais força que a delas. É doloroso notar o desânimo e ver que muitos não acreditam que Deus os ouvirá. Esquecem-se do sacramento que os envolve e que os uniu em Jesus para serem família.


O casamento não é para obrigar as pessoas a viverem juntas sob o risco de serem condenadas se assim não o fizerem. O casamento é uma graça que capacita os que o receberam a viver o plano de Deus em sua união. Essa graça é eficaz. Ah, se os pais soubessem o poder de sua intercessão pelos filhos. Se a esposa soubesse o que no céu acontece quando ela ora pelo seu marido! Antes de pedir a outros, rezariam eles mesmos por aqueles que Deus lhes confiou.

Depois de suplicar a intercessão do bispo pelo seu filho Agostinho, que andava perdido, Santa Mônica ouviu de sua boca umas palavras que foram proféticas e que encheram de consolo seu coração: "Vá embora, mulher, que é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas!". Se as mães soubessem o valor de suas lágrimas, não as desperdiçariam entre xingamentos e maldições, mas as ofereceriam a Deus no silêncio de seu coração. Lágrimas de mãe removem montanhas. O sofrimento da esposa converte o marido.

Nossas orações são tão preciosas, que Deus destinou os anjos para Lhe apresentarem imediatamente as que estamos fazendo. Desde que a oração seja humilde, confiante e perseverante, tudo se alcança. Quanto maior for nossa confiança, tanto maiores serão as graças que alcançaremos, pois uma grande confiança merece coisas grandes.


Márcio Mendes

Nascido em Brasília, em 1974, Márcio Mendes é casado e pai de dois filhos. Ex-cadete da Academia da Força Área Brasileira, Mendes é missionário da Comunidade Canção Nova, desde 1994, onde atua em áreas ligadas à comunicação. Teólogo, é autor de vários livros, dentre eles '30 minutos para mudar o seu dia', um poderoso instrumento de Deus na vida de centenas de milhares de pessoas.

2 de julho de 2018

Por que buscar o isolamento nem sempre é algo ruim?

O isolamento pode ser bom, mas quando ele se torna perigoso?

Buscar a solidão, o isolamento de outras pessoas nem sempre é ruim. O próprio Jesus tinha o hábito de isolar-se e ficar a sós com Deus depois de um dia de trabalho em meio às multidões. Nessas ocasiões, Ele orava e renovava suas forças.

Existe, no entanto, uma solidão que nos faz mal. É aquela em que as pessoas podem viver numa mesma casa com muitas outras e, ainda assim, vivem isoladas delas. Esse tipo de isolamento acontece mesmo entre pessoas tão íntimas como marido e mulher. Que triste!

Por que buscar o isolamento nem sempre é algo ruim-

Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

Sentimentos que rondam a solidão

O "isolar-se" gera ansiedade, tristeza, depressão, angústia e, em casos extremos, o sentimento de morte. O "isolar-se" corta o diálogo tão necessário na família, faz com que a pessoa se deixe levar pelos pensamentos, que nem sempre são verdadeiros e podem gerar confusão, desorientação. Nesse caso, não é uma busca de Deus, mas uma fuga dos problemas, daquilo que é preciso enfrentar.

A Palavra de Deus diz: "Quem se isola, busca seus próprios interesses" (Pv 18,1).

Neste mundo cheio de problemas, por causa de toda pressão, somos tentados ao isolamento, a nos colocarmos dentro da casca. Se você vive problemas, e a tentação o incita a desistir, a deixar tudo para trás e isolar-se, sinto muito! Você está num caminho torto. Mas, se você vive problemas, a tentação é desistir, isolar-se, mas, mesmo assim, você dá a volta por cima, busca os amigos, o sacerdote, busca orientação na Palavra de Deus, no conselho de alguém, na oração; aí sim, você está no caminho reto.

Abra-se para Deus

Deus abre várias portas para você: Eucaristia, confissão, comunidade e meios de comunicação católicos. Veja quantas formas de Deus falar, e perceba quantas opções você tem para buscar ajuda.

Deus abençoe você! Que Maria passe à frente, resolvendo as situações que hoje você não consegue resolver!

 

 


Paulo Victor e Letícia Dias

Cirurgião-dentista de formação, Paulo Victor foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentador, locutor e radialista. Atualmente, ele mora em Campo Grande (MS). É empresário e casado com Letícia Dias.

Letícia Dias é Gerente de Conteúdo e estudante de Letras/Libras com foco na Educação Especial. Foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentadora de programas. Hoje, ela mantém uma agitada rotina familiar. Letícia tem um filho caçula que nasceu com Síndrome de Down, e isso a refaz todos os dias.

27 de junho de 2018

Pais de primeira viagem: como preparar-se para a chegada do bebê?

Para os pais de primeira viagem, assim como nós, gostaria de dar 5 dicas de como preparar-se para a chegada do bebê

Era uma manhã de quarta-feira quando fiz o teste de farmácia. Enquanto o meu esposo Guilherme dormia, eu tomava o meu banho e esperava o resultado. Peguei aquele teste na mão e vi duas listras, o coração acelerou e eu pensei: "estou super grávida". Uma alegria invadiu meu coração e, imediatamente, comecei a preparar-me para contar ao Guilherme que seríamos pais!

Já havia preparado uma caixa com um body e duas cartas, do bebê e da mamãe, para o papai. Era só acrescentar o teste da farmácia, esperar ele sair do banho e, assim, presenteá-lo com a surpresa. Quando ele abriu a caixa, o vi chorar de emoção, me abraçar, se ajoelhar e fazer uma oração pelo nosso bebê. A nossa vida a partir daquela manhã já não seria mais a mesma.

Pais de primeira viagem: como se preparar para a chegada do bebê?

Fernanda e Guilherme Zapparoli. Foto: Eliane Diniz

A paternidade responsável é uma belíssima aventura, mas que precisa ser vivenciada com comprometimento e oração. Para os papais de primeira viagem, assim como nós, gostaria de dar cinco dicas de como preparar-se para a chegada do bebê.

1 – Falar sobre os filhos no namoro e noivado

Dentre vários assuntos que são essenciais a serem conversados durante o namoro, falar sobre os filhos é um deles. É importante que o casal expresse, de forma particular, os seus anseios, expectativas, medos, inseguranças, quantidade de filhos, a abertura ou não à vida. Não tenhas medo de serem autênticos, pois é preciso ir para o altar consciente sobre esse assunto. Muitas vezes, a não abertura à vida ou os medos estão ligados aos traumas ou votos íntimos, feito na infância ou na juventude. Por isso é fundamental trazer à luz esses conflitos para que seja trilhado um caminho de cura interior.

No dia de receber o sacramento do matrimônio o padre ou diácono pergunta: "Vocês vieram aqui livremente e sem reservas para darem-se um ao outro em casamento? Vocês prometem ser fiéis até a morte? Vocês prometem receber com amor os filhos que Deus vos der?". A qualidade do cumprimento dessas promessas que serão ou foram feitas no altar, depende desse diálogo realizado anteriormente.

2 – Preparar-se espiritualmente para a gravidez

A gestação começa no coração por meio da oração. Num diálogo com Deus, os pais vão dizendo da abertura dos corações para receberem as crianças que o Senhor quer lhes enviar. A participação da Santa Missa, a oração do Santo Terço, adoração, orações espontâneas são meios de vivenciar essa preparação espiritual. Se perceber que há algum entrave, dificuldade em engravidar, peça que alguém ministeriado em cura interior ou a um sacerdote que reze pelo casal.

O Papa Francisco escreveu no "Amoris Laetitia" o seguinte: "Assim diz o Salmo: 'Senhor, formaste-me no seio de minha mãe' (Sl 139/138, 13). Cada criança, que se forma dentro de sua mãe, é um projeto eterno de Deus Pai e do seu amor eterno: 'Antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te conhecia; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei' (Jr 1, 5). Cada criança está no coração de Deus desde sempre e, no momento em que é concebida, realiza-se o sonho eterno do Criador.

Pensemos quanto vale o embrião desde que é concebido! É preciso contemplá-lo com esse olhar amoroso do Pai, que vê para além de toda a aparência. A mulher grávida pode participar desse projeto de Deus, sonhando com o seu filho: 'Toda a mãe e todo o pai sonharam com o seu filho durante nove meses (…). Não é possível uma família sem o sonho. Numa família, quando se perde a capacidade de sonhar, os filhos não crescem, o amor não cresce; a vida debilita-se e apaga-se'"[185].

3 – Estudar sobre a maternidade e a paternidade

Assim como um sacerdote precisa estudar e aplicar-se na filosofia e teologia para ser ordenado, os leigos cristãos que desejam se casar e formar uma família precisam estudar e se informar sobre o que a Igreja Católica e os santos ensinam sobre a paternidade responsável. Qual é a missão dos pais na vida dos filhos? Qual é o projeto de Deus para a sua família? A busca por essas respostas dará o norte para as novas famílias cristãs.

É importante buscar referências seguras e boas sobre a parte humana, como a biologia, psicologia e a educação dos filhos. A informação ajuda a desmistificar os temores e os "monstros" que podem estar no interior dos novos pais. "A criança não vem com um manual": é uma frase muito dita e, de fato, é verídica. Porém, quanto mais informação os pais tiverem, mais conteúdo o Espírito Santo de Deus terá para iluminar e trabalhar nesse processo. Deus faz a parte dele em orientar, mas cabe aos pais fazerem a parte deles de, também, se informarem.

4 – Viver com alegria os desafios da gestação

Cada gestante é única e irrepetível, portanto, as comparações não são bem-vindas. Aprende-se muito com a experiência do outro, mas cada grávida está vivenciando a sua gravidez de forma particular. Algumas gestantes enfrentam os desafios dos enjoos, mal-estar, dores físicas e oscilação hormonal, outras não sentem absolutamente nada e vivem os nove meses tranquilamente, sem nenhuma alteração no organismo. Não tem certo ou errado; o que existe é a diferença entre cada ser humano que precisa ser respeitada.

Papa Francisco faz um pedido para as mulheres grávidas: "A cada mulher grávida, quero pedir-lhe afetuosamente: Cuida da tua alegria, que nada te tire a alegria interior da maternidade. Aquela criança merece a tua alegria. Não permitas que os medos, as preocupações, os comentários alheios ou os problemas apaguem esta felicidade de ser instrumento de Deus para trazer uma nova vida ao mundo. Ocupa-te daquilo que é preciso fazer ou preparar, mas sem obsessões e louva como Maria: 'A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva' (Lc 1, 46-48). Vive, com sereno entusiasmo, no meio dos teus incômodos e pede ao Senhor que guarde a tua alegria para poderes transmiti-la ao teu filho" (Amoris Laetitia, 171).

5 – O pai também fica grávido

Todo o processo da gestação se dá no interior da mulher. É ela quem, de fato, dá do seu corpo, sua carne e seu sangue para a formação do bebê. No entanto, o pai tem um papel fundamental no processo da gestação. Ele é aquele que passará segurança à mãe e ao bebê durante esse processo longo e transformador.

Por mais que o homem realmente compreenderá esse processo de paternidade com o nascimento do bebê, desde a gestação ele tem a capacidade e o dever de participar ativamente dessa formação. Por exemplo: conversar com o neném na barriga da mãe, pois chega uma fase gestacional em que o bebê corresponde às conversas e carinhos realizados na barriga. A voz do pai, por ser mais grave, o acalma no ventre. Ao nascer, quando ele escuta o pai, sente-se seguro, porque reconhece aquele tom de voz.

Para as mulheres que precisam fazer repouso absoluto, por alguma complicação de saúde; que durante os enjoos não conseguem cozinhar ou lidar com os afazeres domésticos, os pais precisam assumir esse papel de ajudante e provedor das necessidades básicas de um lar. Se a família tem condição de pagar alguém que faça o serviço, Deus seja louvado, mas caso contrário, o homem se torna essa referência, porque sabe que sua esposa está fazendo uma das mais belas e sublimes missão que é gerar uma vida.

Durante a bela aventura de gestar filhos, vamos aprendendo que eles não vêm (somente) para aprenderem conosco. Na verdade, eles se tornam nossos formadores e professores que ensinam, de fato, o que é essencial nesta breve vida terrena. Desejo a vocês uma boa gestação, um bom pós-parto e que Deus possa nos conceder a graça de educarmos os nossos filhos para o Céu.



Fernanda Zapparoli

Fernanda Zapparoli é missionária da Canção Nova. Jornalista. Autora dos livros "A mulher segundo o coração de Deus" e "A beleza da mulher a ser revelada". Hoje trabalha como produtora de conteúdo no setor de Internet da Canção Nova sendo responsável pelas séries e pelo canal de formação. A missionária é também Youtuber no canal 'Fernanda Zapparoli'

25 de junho de 2018

Você é capaz de viver sem amor e relacionamentos?

Não há como separarmos o amor a Deus do amor ao próximo

"A pessoa humana tem necessidade de vida social, ou seja, de relacionar-se, e isso é uma exigência de sua natureza" (Cat. 1879). Todos nós fomos chamados para um único fim, que é Deus. Há uma certa semelhança entre a união da Trindade e a fraternidade que nós homens devemos estabelecer entre nós, na verdade e no amor. Não há como separarmos o amor a Deus do amor ao próximo. Se caso pudéssemos fazer isso, estaríamos indo completamente contra o que está na Palavra de Deus. Quando dialogamos com os irmãos, desenvolvemos as virtudes em nós. Fomos criados por Deus para nos relacionarmos.

Você é capaz de viver sem amor e relacionamentos?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

O eu jamais saberá quem é sem a presença de um tu. Você sabia que somente podemos nos descobrir como únicos, porque existem os outros? Vivemos convivendo, ou seja, relacionando-nos com os outros. É exatamente aqui que se encontra todo segredo de sermos felizes ou infelizes. De nos realizarmos como pessoas ou não.

Você é capaz de viver sozinho?

Nosso maior desafio, hoje, como cristãos, é construirmos vínculos que sejam resistentes e duradouros. Você sabe por quê? Infelizmente, o amor não encontra condições para desenvolver-se. Por isso, afastamo-nos uns dos outros, não permitindo, de forma nenhuma que as pessoas entrem em nossa vida. Não damos a menor possibilidade de aproximação. Criamos entre nós e os outros um imenso abismo, e não estamos nem um pouco interessados em construir uma ponte. Permitimos que a palavra ódio faça parte do nosso vocabulário. Todos os dias, milhares de pessoas morrem por causa do ódio; e, aqui, podemos listar uma série de coisas como violência, guerra, fome.

A sociedade em que vivemos é extremamente competitiva e negociante, o outro é uma grande ameaça para nós. Tornamo-nos escravos do medo e do ódio, da solidão, da desconfiança e ganância; enfim, transformamo-nos numa ilha. Não entramos na vida de ninguém e, consequentemente, ninguém entra na nossa. Pare um pouco e responda: você é capaz de viver sozinho?


Necessitamos construir uma ponte, pois não somos uma ilha. Precisamos reencontrar o que nos faz felizes. É nosso dever resgatar o outro como imagem e semelhança de Deus, como pessoa digna. Resgatar o amor, valorizando a diversidade que somos.

Comunidade Shalom