25 de dezembro de 2017

O motivo que nos faz celebrar o Natal

Existe um motivo que nos faz celebrar o Natal

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz" (Isaías 9,1). Esse fato narrado pela Palavra de Deus aconteceu há mais de dois mil anos, no entanto, atualiza-se todos os dias. É Ele o motivo que nos faz celebrar o Natal, pois uma Luz brilhou em meio às trevas!

Há um clima diferente no ar, votos de felicidade, mãos estendidas, confraternizações e brilhos estão por todos os lados! Nas ruas, casas e lojas, por onde quer que andemos, as luzes piscam entre cores e formas, convidando-nos à celebração. Elas iluminam e encantam, trazem um colorido especial às realidades que, durante o ano, foram se tornando comuns e opacas pela rotina do dia a dia. As roupas e os adereços também ganham destaque nesta época; afinal, a moda no Natal é brilhar!

O motivo que nos faz celebrar o Natal

Foto Ilustrativa: ginosphotos, 78889231, iStock by getty images

O que celebramos no Natal?

Somos envolvidos pela correria do comércio. Os presentes, as viagens e tantas outras realidades próprias do fim de ano fazem-nos viver um tempo diferente. Mas será que estamos mesmo celebrando o Natal? Ou seja, será que estamos celebrando o nascimento de Jesus, o Deus que se fez Menino, nascido da Virgem Maria, que veio habitar em meio a nós?

Ele é a verdadeira Luz que brilhou para o povo que andava nas trevas. Ele veio para nos salvar e fazer de nós participantes da Sua vida divina. Trouxe-nos a grande e esperada libertação; por isso celebramos Seu nascimento! Mas será que em nossos dias, tão agitados e interativos, temos tido tempo para tomarmos consciência dessa verdade?


Penso que, celebrar o Natal sem nos deixar envolver pela ternura do amor de Deus, expresso no nascimento de Cristo, é como participar de uma festa sem conhecer os anfitriões e nem o motivo da comemoração. Você está presente, come, bebe, admira a decoração, observa os convidados, mas não tem porque se alegrar, vive tudo de maneira superficial, indiferente. E tenho certeza que não é isso que Deus espera de nós justo na festa do Seu nascimento.

Lugar que Deus escolheu para nascer

Precisamos recordar com urgência o motivo da celebração do Natal, e nos prepararmos com dignidade para esta festa, sem nos deixarmos levar pelo clima externo do consumismo.

Mesmo que isso seja um grande desafio em nossos dias, é preciso fazermos nossa parte como cristãos! Aquela Luz que brilhou na Terra, há mais dois mil anos, é Jesus, a mesma Luz que deseja, hoje, iluminar nossa vida, dissipando toda espécie de trevas que o pecado nos incutiu.

Lembremo-nos de que, nosso coração é o lugar que Deus escolheu para nascer, pois somos únicos diante d'Ele. No entanto, como Pai amoroso que é, o Senhor continua a respeitar nossa liberdade e espera darmos o primeiro passo na direção certa, para que Sua luz entre em nossa vida.


É preciso abrir o coração para Cristo iluminar

Sem abertura de coração, a luz de Cristo não pode iluminar nossa vida! Ou seja: sem nos decidirmos a amar, perdoar, a sermos justos e dedicados, bondosos, alegres e pacíficos, não há como celebrarmos o nascimento de Deus em nós. Sendo assim, o Natal passa a ser mais uma festa sem sentido. Não basta presépios, Missa do Galo, troca de presentes e ceias fartas para o Natal acontecer, é preciso tomar a decisão de uma vida nova, pautada nos ensinamentos de Cristo, que nos conduzem às atitudes concretas e coerentes, à vivência da fé durante todos os dias do ano.

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz" (Isaías 9,1). Ainda hoje existem muitos que caminham nas trevas do pecado, e Jesus deseja iluminá-los por meio de nós. Tenhamos a coragem de testemunhar o amor de Deus, a partir dos pequenos acontecimentos e das escolhas do nosso dia a dia. É esse o tempo favorável para uma vida nova! A luz brilhou em meio às trevas, veio reacender a esperança e nos dar a certeza de que, já não estamos sozinhos. Deus está conosco, Ele é o Emanuel! Sua luz nos contagia e aquece, por isso, abramos nossos corações e tenhamos a coragem de sermos faróis no mundo, levando, com a nossa vida, a luz que é Cristo, aos corações sedentos de amor e paz.

Assim, celebraremos o Natal, a festa verdadeira da Luz!


Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às terças-feiras, está à frente do programa "De mãos unidas", que apresenta às 21h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.

22 de dezembro de 2017

Neste fim de ano, multiplique momentos com sua família

A importância da família

Fim de ano chegando e vários pensamentos e sentimentos invadem nossa vida. Saudade, alegria, solidão, gratidão, frustração, realização, ansiedade e tantas outras emoções, fruto de pensamentos alimentados por nós sem que percebamos. Tudo isso vem regado de festas que celebram um tempo, um ciclo! Seja no trabalho, na escola, com os amigos, mas, especialmente com a família. Mesmo que, no seu trabalho não celebre, ou ainda, na escola ou na faculdade o ciclo encerre e a tão sonhada festa não aconteça; em casa sempre terá algo.

A palavra celebrar tem sua etimologia do latim "celebrare", que significa honrar, fazer solenidade, notado, percebido. Natal e ano novo, são datas que se repetem ano a ano e, por isso, não há como não perceber a existência dessas datas. Todos expressam nesse tempo suas emoções e gestos concretos de solidariedade. É um tempo de refletir, de se avaliar, de projetar e estar juntos. É nessa época do ano que, muitas famílias se reúnem, seja ela com bom relacionamento ou nem tanto. Mas, a certeza de fazer memória ao nascimento de Jesus é salvífico para nós e, assim, promove em cada cristão o desejo de ser melhor e, então, "nascer de novo".

Neste fim de ano, multiplique momentos com sua famíli

Foto Ilustrativa: fstop123 / by Getty Images

É isto que precisamos promover neste ano: reunir ao redor da mesa da família e junto com ela celebrar! Celebrar a vida e as vitórias de cada um; deixar de lado as angústias, mágoas, tristezas, que por vezes são potencializadas de uma forma egocêntrica de ver a vida. Além disso, vamos promover o perdão e a paz!


É época de renascer

Este é o momento favorável para as reconciliações, porque o ser humano ao esperar e celebrar "O Menino Jesus", abre-se à manifestação de Deus. E, esse menino, nasce todos os anos no coração daqueles que permitem que ele nasça. É tempo de preparar a casa para a grande festa do nascimento. E o perdão é o grande agente de limpeza que precisamos para limpar nossa casa interior. Quando perdoamos, passamos por cima do orgulho, da vaidade, do ser egocêntrico e descobrimos que podemos ser homens e mulheres novos, melhorados por ter feito a experiência de querer viver melhor.

Estar em volta de uma mesa com aqueles que habitam seu coração é dizer que os ama! Dar um sorriso, um abraço, um "parabéns pelas conquistas do ano de 2017", é um ato de amor. E como celebrar se o coração estiver cheio de mágoa e rancor? Eis que surge um momento oportuno para a reconciliação e celebração. É o novo que deseja ser inaugurado na vida de cada um. Um novo afeto, uma nova forma de ver a vida e se relacionar com as pessoas. Então, se você não tem o hábito de estar à mesa com sua família e familiares, faça a experiência este ano. Divida histórias, momentos e multiplique afeto neste final de ano!

20 de dezembro de 2017

Como podemos encontrar a verdadeira felicidade?

Podemos passar pelos momentos de dor e sofrimento sem perder a alegria e a felicidade

O ser humano vive uma contínua busca pela felicidade, entretanto, como encontra-la é o que todos se perguntam. Victor Frankl é um psiquiatra vienense, judeu, fundador da Logoterapia, uma abordagem psicológica que se concentra no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por esse sentido. Ele afirma que: felicidade não é algo que deve ser buscado ou perseguido, porque ela é uma consequência da realização do sentido da vida. Para Frankl, não se visa à felicidade, pois ela, por si mesma, não acontece.

Ele acredita que, o caminho concreto para a realização do ser humano e consequente a felicidade, está na autotranscendência. O que deve ser visado é uma tarefa, uma causa ou uma pessoa, e que, quanto mais alguém se esquece de querer ser feliz dedicando-se a uma causa ou a outras pessoas, mais essa pessoa poderá ser feliz. A nossa existência sempre se refere a algo ou a alguém e não a ela mesma. Isso significa que precisamos ter um objetivo a ser alcançado na nossa vida, e uma causa pela qual podemos sair de nós mesmos, ir além de nós mesmos.

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Ir além de si

Para o fundador da Logoterapia, o homem só se torna homem e, só é completamente ele mesmo, quando fica absorvido pela dedicação a uma tarefa, quando se esquece de si mesmo no serviço à uma causa ou no amor a uma outra pessoa. Ou seja, somente quando o ser humano transcende a si mesmo, indo além de si próprio, é que se torna verdadeiramente homem e encontra o sentido de sua vida. Dessa forma, torna-se possível encontrar finalmente a tão sonhada felicidade.

Você pode estar pensando assim: e quando nos encontramos envolvidos em situações que não escolhemos, seja ela uma doença, dificuldades financeiras e tantas outras que nos prendem? Como sair de situações assim e ir além de nós mesmos? Como não buscar a felicidade se o que enfrentamos é dor, sofrimento e dificuldade? Frankl também nos ensina que não somos livres de nossas limitações, mas temos liberdade para nos posicionar diante delas.


Somos livres "para" algo e não "de" algo. Somos livres, independentemente da situação que vivemos e enfrentamos; livres para dar uma resposta diferente e não ficar presos em nossas próprias limitações, indo além de nós mesmos, dedicando-nos para uma causa ou alguém. Isso não quer dizer que devamos fugir das situações, mas sim, enfrentá-las e não ficarmos presos nelas.

O segredo dos santos

Podemos ver o exemplo dos santos; aliás, não será esse o segredo deles? Vejamos Madre Teresa de Calcutá: nasceu numa família católica albanesa, na qual nada lhe faltava. O pai faleceu quando ela tinha 9 anos; e a partir daí, a situação financeira da família mudou drasticamente. Ao completar 18 anos, saiu de sua casa para o convento, e nunca mais pôde rever a família por questões políticas.

Mas, ela não parou nisso, na saudade, nos problemas familiares, na proibição de voltar para a sua terra natal e rever a mãe e irmãos. Com 17 anos de vida religiosa, sentiu o chamado de Deus para se entregar ao serviço dos pobres, vivendo com eles. Enfrentou inúmeras dificuldades e perseguições. No entanto, não parou nelas. E alguém pode dizer que ela não era feliz ou realizada?

Um outro exemplo é José Antonio Meléndez Rodríguez, conhecido como Tony Meléndez. Ele nasceu na Nicarágua com uma deformidade física: sem os dois braços. Porém, sua limitação não o parou. Hoje, ele é músico consagrado nos Estados Unidos, toca guitarra com os pés, é cantor e compositor. No ano de 1987, teve a oportunidade de tocar e cantar para milhares de jovens na presença do saudoso Papa João Paulo II, em Los Angeles. É casado e pai de dois filhos adotados, músico consagrado, feliz e realizado em sua vida pessoal e profissional.

Podemos passar pelos momentos de dor e sofrimento sem perder a alegria e a felicidade. Porque a verdadeira alegria, a verdadeira felicidade acontece quando vamos ao encontro do outro, quando nos gastamos por uma causa, por alguém que amamos e, principalmente, quando nos gastamos para Deus, servindo-O.

18 de dezembro de 2017

Como se livrar dos vícios trazidos pelo uso de drogas?

Se livre das drogas e tenha um a vida livre dos vícios

Droga é tudo aquilo que priva da vida. As drogas não trazem a morte. Elas são a morte. Uma vez ouvi alguém dizer que, "o pior não é a morte, mas sim a morte que experimentamos em vida". É isso que fazem a maconha, cocaína, cigarro, álcool e afins, e mesmo outras coisas, como a sexualidade desregrada, a novela, remédios, anabolizantes, etc.. Vende-se um ideal de falsa alegria ou falsa paz, que bem devagar vão desgastando o sujeito, impedindo-o de se conhecer, de desfrutar as possibilidades que a vida oferece, enfim, vai se matando a esperança. E há tanto a esperar da vida! Mas usamos as dificuldades, os conflitos como desculpas por um modo de vida "mais fácil".

Trocamos nossa liberdade por comodidades. Pior ainda é quando se abre mão dessa liberdade apenas por uma mera curiosidade.

Como se livrar dos vícios trazidos pelo uso de drogas-

Foto Ilustrativa: Paula Dizaró

Mas como se perde essa liberdade?

Quantas vezes usando drogas, você perdeu a oportunidade de descobrir aquilo que realmente te faria escolher seu caminho: sua força, sua capacidade, seu potencial; quantas vezes você deixou sua vida ser decidida por aqueles que alimentam os seus vícios? Quantas vezes mudamos nossa rotina, ou prejudicamos nossos contatos afetivos por causa do horário de uma novela, ou da necessidade de fumar um cigarro? Quem está decidindo a sua vida? As coisas que você faz são dirigidas para uma meta, a de se tornar uma pessoa melhor a cada dia, ou você se deixa levar pela "fissura", pelo efeito que a droga produz?

A incapacidade de fazer escolhas, e consequentemente de controlar o que se faz, te torna uma pessoa compulsiva. Você não consegue mais ficar sem um "trago", não consegue perder o capítulo da novela, não consegue decidir o que é melhor na sua vida afetiva por causa de uma dependência sexual. Já parece não haver mais esperança de vida sem aquele vício. E o pior é que, tudo aquilo que você faz, você se justifica por aquilo que sente; só consegue se relacionar com as pessoas a partir da "segurança" que a droga oferece; diz que ninguém tem nada a ver com sua vida, e começa a experimentar o pior prejuízo que a droga traz: a solidão.


Como sair dessa?

Em primeiro lugar, é preciso uma decisão radical de romper com o vício, com a escravidão. Para isso, é preciso mudança de vida. É preciso quebrar a autossuficiência, arrepender-se, ter humildade, submissão, disciplina, entrega, e principalmente, acreditar em Deus. O trabalho feito a partir da tradição dos grupos de "Anônimos" (AA, Fazenda do Senhor Jesus, etc.) indica algumas medidas importantes, estruturando esses passos através da promoção de uma reconciliação com Deus, consigo mesmo e com os outros. A decisão, no entanto, precisa ser radical. A recompensa? A esperança, a vida, a liberdade. A certeza de que o melhor da vida ainda está por vir.

Que tal agora pensarmos nos vícios que fazem parte da sua vida? Cocaína? Maconha? Álcool? Cigarro? Remédios? E se você acha que não é viciado, apenas usuário, vale a pena lembrar que a atitude de autoengano é muitas vezes justificada e contida na frase "quando quiser, eu paro", usada por tantos que, hoje, precisam da nossa ajuda e nossas orações. Pelo que você acha mais importante viver: pelos enganos oferecidos por esses meios de entorpecimento da vida, ou pela esperança de viver a vida que Deus sonhou para você? Lembre-se: Jesus quer te dar a vida, e vida em abundância.

Claudia May Philippi e Kleuton Izidio


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/dependencia-quimica/como-se-livrar-dos-vicios-trazidos-pelo-uso-de-drogas/

13 de dezembro de 2017

Conheça as três fases para formação de uma boa amizade

A amizade é um processo contínuo e dividido em fases

Reflita sobre as fases da amizade e quais nos ajudarão a compreender melhor esse relacionamento. A amizade é uma construção, por isso, existem três fases para sua formação:

1. Primeira fase: Iniciação;
2. Segunda fase: Manutenção;
3. Em alguns casos, há uma terceira fase: Dissolução.

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Foto Ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

A amizade tem um início que corresponde aos primeiros encontros, os quais são entendidos como um tempo para o conhecimento do outro. Esse período inicial é de suma importância, pois, é aqui que a confiança se inicia e, aos poucos, o envolvimento se torna mais profundo. Muitas pessoas não conseguem se aproximar de uma outra por dificuldades pessoais, como uma introversão excessiva ou mesmo uma baixa autoestima, que o faz acreditar que nenhuma outra pessoa poderia o escolher como amigo.



Esses comportamentos podem dificultar a fase inicial, uma vez que, a pessoa não se aproxima de outra para estabelecer os primeiros laços. Nessa fase, é importante permitir que o outro nos conheça para, então, o relacionamento amadurecer e avançar para a manutenção da amizade, que é a próxima fase.

Cultivar a amizade diariamente

Para manter uma amizade, é preciso cultivá-la, cuidar dela diariamente. Esse período é chamado de manutenção. Nessa fase, é importante disponibilizar o mínimo de tempo para conversas, diálogos, trocas de experiências, partilhas, carinhos, demonstrações de amor, ajuda concreta etc., porque, quem ama oferece tempo. É fundamental empenho contínuo e cuidados que amadureçam o relacionamento. Esse tempo pode ser muito longo, como anos, décadas ou mesmo toda a vida. Os níveis de atenção ou negligência para o relacionamento, são fatores que determinam se a relação se aprofundará ou caminhará em direção à fase de dissolução, ou seja, o fim da amizade.

Existem amizades que duram uma vida inteira, como dissemos anteriormente. Nesses relacionamentos, os amigos são verdadeiros, demonstram afeto e respeito, estão sempre atentos às necessidades do outro e dispostos a ajudá-los, consideram o amigo como alguém importante em sua vida.

Existe ainda a dissolução. Essa fase pode ser o resultado da falta de atenção para com o outro, falta de interesse pela vida do amigo, falta de respeito com as diferenças, quando os amigos traem um acordo de sigilo ou mesmo quando um dos membros morre. No entanto, a morte não tem significado de término da amizade; na maioria dos casos, um amigo normalmente não morre para o outro, pois ele passa a existir vividamente na memória.

A amizade, portanto, é um processo contínuo que depende dos envolvidos para crescer, amadurecer, durar a vida toda ou diminuir até a extinção.

11 de dezembro de 2017

Autoconhecimento é importante?

Muitos acham que se conhecem, mas até que ponto chega esse autoconhecimento?

Vivemos em um mundo, o qual, nos incentiva a sermos independentes de Deus e de todos. Incentiva-nos a uma autorrealização que, para a grande maioria, parece cada vez mais distante, pois se trata de incentivo a uma vida cada vez mais fora de nós mesmos, cada vez mais exteriorizada. O resultado disso é que, as pessoas se preocupam cada vez menos com seu interior e cuidam menos dele, gerando sentimentos de frustração e de vazio. Por causa disso, encontramos um número crescente de pessoas que sentem um grande vazio interior e uma grande insatisfação, não conseguindo sequer, dar nome ao próprio sentimento. O autoconhecimento é necessário.

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Foto ilustrativa: Daniel Mafra / cancaonova.com

A sabedoria clássica considera o pensamento de Sócrates – "Conhece-te a ti mesmo" – como ponto de partida da filosofia humana. No entanto, esse é um caminho muito difícil de ser percorrido para quem não tem um referencial, um modelo de personalidade a ser atingido. Nós cristãos, que temos Jesus Cristo como modelo, precisamos ter a coragem de nos pôr a caminho e de nos conhecer em profundidade. O autoconhecimento é um caminho que nos leva a olhar para dentro de nós mesmos e a reconhecer nossos dons e talentos recebidos de Deus, e também, os nossos limites, fraquezas e os pontos que precisam ser melhorados. "Conhecer-se a si mesmo é uma necessidade e um dever do qual ninguém pode subtrair-se. O homem tem necessidade de saber quem é. Não pode viver se não descobre que sentido tem sua vida. Arrisca-se a ser infeliz se não reconhecer sua dignidade" (Amarás o Senhor teu Deus – Amadeo Cencini – pág. 8 – Edições Paulinas).

Conhecer-se a si mesmo é uma necessidade fundamental, para se ter um conceito correto e real de si próprio, pois, somente quem descobre seu verdadeiro valor consegue uma aceitação serena de si mesmo e de suas limitações, o que lhe proporciona a segurança necessária para viver e realizar mudanças essenciais.

Muitos acham que se conhecem, mas até que ponto chega esse autoconhecimento? Para que você possa averiguar isso, recomendo um teste simples: escreva em uma folha 10 qualidades que você reconhece possuir e 10 pontos fracos que precisam ser melhorados. O que foi mais fácil para você escrever? As qualidades ou os defeitos?

O autoconhecimento nos leva à autoestima e ao amor-próprio, ou seja, a olharmos para nós mesmos reconhecendo-nos como criaturas de Deus, como obras-primas de Deus, sem exaltações nem degradações.


Sem essa visão, o que é gerado é insegurança, perfeccionismo, dificuldade de lidar com os próprios erros e fraquezas e, também, com os dos outros; entre muitas outras consequências. Santo Agostinho afirmava: "Conhecer-me e conhecer-Te", com isso, ele nos ensina que quanto mais nos conhecemos, tanto mais conhecemos Aquele que nos criou e que é a Luz do mundo, de modo que veremos a realidade de forma mais adequada.

Volte à lista que você fez. Nas qualidades descritas, marque as alternativas relacionadas ao fazer, a atitudes externas e observe quantas você colocou de atitudes externas e quantas internas. Assim, você poderá perceber não só o quanto você se conhece, mas também o quanto você está voltado para as coisas exteriores.

A importância do exame de consciência

A Igreja nos dota de uma grande ferramenta de autoconhecimento: o exame de consciência diário. Com ele, é possível avaliarmos bem onde podemos ser atingidos pelo inimigo, os nossos pontos fracos, nossos defeitos, paixões e vícios camuflados. Com isso, podemos voltar confiantes para o Senhor, que nos ama e sempre cuida de nós. Apresentando-nos a Ele como somos, sem medo, sem receios e buscando n'Ele a força diária para vencermos nossas batalhas interiores. São Francisco afirmava: "Eu sou o que sou diante de Deus, e mais nada!". O Senhor nos vê como somos, diante d'Ele não precisamos nos esconder.

Trata-se de uma ferramenta simples, basta dedicarmos poucos e breves minutos do nosso dia ao Senhor, com constância. Dessa forma, vamos, pouco a pouco, conseguindo olhar mais a fundo para o nosso interior e conhecendo não só nossos limites, como nossas riquezas. Precisamos entender que, as nossas limitações não estão no nosso exterior, no que fazemos, mas sim, no nosso interior, naquilo que somos. Somos filhos de Deus, filhos amados de Deus! O nosso principal valor está no ser pessoa.

Precisamos saber quem somos, quais nossos dons e talentos; do mesmo modo, precisamos também saber quais são nossos objetivos no uso dessas capacidades. Pois não é somente aquilo que possuímos que decide o nosso valor como pessoa, mas o que somos no mais profundo de nossa identidade como seres humanos, como cristãos, batizados, justificados, filhos de Deus. Essa estima positiva é um valor que ninguém pode tirar de nós.

9 de dezembro de 2017

As consequências dos 20 anos de alcoolismo em minha vida

"Em vinte anos de alcoolismo, pela primeira vez tive dó de mim", afirma Joziane

Meu primeiro encontro pessoal com Jesus foi como o da samaritana que, tomou a água viva e o Senhor disse a ela: "Quem beber a água que lhe darei, nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele fonte de água jorrando para a vida eterna" (Jo 4,14). "Uma água profunda é a palavra no coração do homem, um rio que brota, uma fonte de vida" (cf Is 58,11).

Portanto, a água que o Cristo dá, é a Sua Palavra, Seu ensinamento cheio de sabedoria divina (cf. Eclo 15,3; 24,21; Is 55, 1-3). Aquele que guardar essas palavras jamais verá a morte (Jo 8, 51), mas viverá para sempre (a água simboliza o Espírito).

As consequências dos 20 anos de alcoolismo em minha vida -

Foto Ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Com a intercessão de Nossa Senhora, eu tive meu primeiro encontro com Jesus quando estava sozinha no meu quarto. Eu cheguei da rua, já de madrugada, completamente embriagada. Estava muito mal, sentia calor, frio, diarreia, vômito, muita dor de cabeça e minhas pernas não me obedeciam.

Eu sentia que ali era o fim. Minha história estava terminando ali.

A mudança

Em vinte anos de alcoolismo, pela primeira vez tive dó de mim. Estava terminando uma história, uma vida sem ter começado, eu não tinha mais saída. Consegui sentar na cama e abaixar a cabeça para passar mal. Quando olhei para baixo, vi minhas pernas, não tinha mais carne, era só o osso e a pele; fiquei mais apavorada, ajoelhei, olhei para cima e vi um quadro lindo de Nossa Senhora de Medjugorje (Nossa Senhora Rainha da Paz). Aquele rosto era o mais lindo que eu já tinha visto durante toda a minha vida! Chorando muito pedi: "Eu sei que a Senhora é Mãe, e sei que uma mãe não desampara o filho. Por favor, interceda por mim, eu não aguento mais, é muito sofrimento, não tenho mais forças, não sei quem sou. Não me deixe morrer assim! Será que eu vim ao mundo só para isso? Para nada? Olhando para aquele rosto que cada vez ficava mais lindo, ele foi me tranquilizando, tranquilizando até que adormeci.

Quando acordei, senti que algo estava diferente. Parecia que aquele quarto não era o meu, eu estava coberta, então pensei: "Meu pai veio aqui me cobrir". Ainda estava sonolenta, mas logo me lembrei: "Meu pai já morreu". Senti fome, coisa que há muito tempo não sentia. Fui tomar banho e sentei lá fora para ficar no sol; muito triste por ter visto o quanto eu estava magra e acabada.

Passou um rapaz na rua e, não sei por que, falou para mim: "Hoje é dia da Natividade de Nossa senhora!". Eu senti uma vontade enorme de dar um abraço nela e lhe desejar 'feliz aniversário'.

A presença de Maria

Quando foi à tarde, como sempre, fui ao bar. Ao chegar lá, não quis beber nem fumar. Sem entender nada, parecia que aquilo nunca tivera feito parte da minha vida. Não comentei nada com ninguém, tive medo que achassem que eu estava ficando maluca. Descobri que o Cristo que desperta o discípulo adormecido em cada um, tinha acabado de despertar o meu.

Para chegar onde cheguei, precisei perder tudo primeiro, tudo de mais importante na vida de um ser humano, como a dignidade, o respeito, a moral, e também, o meu pai. Ele foi um homem que sempre me amou, sempre acreditou em mim, sempre achou que, um dia, eu iria parar de beber. Mas, por ironia do destino, eu nunca lhe dei uma oportunidade de me ver sóbria, eu não deixei de beber um só dia por amor a ele.

Eu, como qualquer outro alcoólatra, adquiri uma tristeza muito grande, porque as pessoas acham que bêbado tem problemas de audição (alcoólatra tem problemas no fígado), eles falam tudo que pensam na nossa frente, como se a gente não existisse, sempre nos diminuindo mais ainda. Sempre a mesma pergunta: como pode uma pessoa se destruir desse jeito?


Vítimas do alcoolismo

O que as pessoas não sabem é que ninguém escolhe ser alcoólatra, somos vítimas de uma doença, somos dominados por um copo, e é ele que manda na nossa vida. Somos apenas uns fracassados perante todos, não temos nenhum domínio nem da mente, nem do corpo.

Você se anima e fala: "Não vou mais beber. Amanhã eu vou ficar sem beber". Até chegar o amanhã e alguém lhe oferecer uma dose, seja lá do que for. Então, você, carinhosamente, admite que, além de ser um nada, também não tem palavra.

Depois de certo tempo, comecei a perceber que existia algo muito errado com a bebida. Quando estamos no bar, está tudo bem, todos contam piadas, cantam, dividem o dinheiro (…) é só alegria! Mas, a partir do momento em que pisamos em casa, tudo mudava de figura, tornamo-nos agressivos, prontos para brigar com o primeiro que aparecer, assim, temos desculpas para voltar à rua. Mas, quando eu chegava em casa e encontrava carinho e amor; aquilo me desarmava.

Como vou brigar com alguém que me ama? Olhava para minha mãe e via aqueles olhos, lá no fundo, olhando-me com um terço nas mãos, e me dizendo "eu fiz uma sopa para você".

Por favor, pais, filhos, esposas etc., amem as pessoas que tem um vício, uma doença. Não importa a situação em que eles se encontram, nem o vício que eles têm; lembre-se de que são pessoas, são seres humanos que precisam de carinho e atenção, são filhos de Deus e muito amados por Ele.

Precisamos de intercessores

Basta um "sim" para que, Deus faça nova todas as coisas. Experimente dar um abraço na pessoa que você tem em casa, deixa-a se sentir amada, deixe-a repetir dez vezes a mesma coisa. Essa pessoa está viva, ela está ao seu lado, e ela tem jeito.

Nós, católicos, temos uma "carta na manga", que é a intercessão de Nossa Senhora. Ela nunca vai deixar de interceder por um filho d'Ela que está clamando por misericórdia.

Jesus olha para os corações errados, perdidos e feridos, e ela os julga dignos. "Vinde a mim todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu julgo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrarei descanso para vós. Pois o meu julgo é suave e o meu fardo é leve."

Se existe o fundo do poço, este deve ter um ralo, porque eu fui além do fundo. Mas hoje estou aqui para dizer que tudo é possível por meio da oração; e quem tem Maria como Mãe nunca vai estar desamparado.

Jesus, eu confio em Vós!

Joziane Nunes
Arapeí (SP)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/testemunhos/as-consequencias-dos-20-anos-de-alcoolismo-em-minha-vida/