5 de outubro de 2017

A luta e a superação de quem venceu a batalha contra o câncer de mama

Célia Barros testemunhou como foi viver o processo de tratamento do câncer de mama

Por Alessandra Borges

O câncer de mama é umas das doenças cancerígenas mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, mas também pode surgir em homens, porém, as chances de incidência neles são bem menores do que nas mulheres.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que, no ano de 2016, foram registrados cerca de 57.960 novos casos. Por isso, é importante que as mulheres façam exames periódicos, pois a prevenção do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco como idade, endócrinos, história reprodutiva e comportamentos ambientais, além dos fatores genéticos e hereditários.

A luta e a superação de quem venceu a batalha contra o câncer de mamaFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Diante de todos esses fatores, é preciso manter uma vida saudável, pois se estima que, por meio da alimentação, atividade física e uma gordura corporal adequada, é possível reduzir em 28% o risco de a mulher desenvolver um câncer de mama.

História de quem venceu o câncer de mama

Conheça a história de superação de Célia Regina Alves de Barros, de 47 anos, da cidade de Cruzeiro (SP). Ela foi diagnosticada com câncer de mama, em 27 de agosto de 2010, aos 40 anos.

cancaonova.com: Como foi descobrir que estava com câncer de mama?

Célia Barros: Foi um grande susto, pois, sempre me cuidei, sempre fiz os exames preventivos anualmente. Tal foi a surpresa, que passei por três médicos mastologistas ao perceber uma deformação na mama. Então, recebi o diagnóstico de câncer. Foi um pesadelo!

cancaonova.com: Quais foram os maiores desafios vividos durante todo o tratamento?

Célia Barros: Medo de morrer, afinal, associamos o câncer à morte; a reação dos efeitos colaterais, pois, ouvia dizer do sofrimento que era fazer esse tratamento; o medo de não aguentar e desistir de tudo. Mas estes foram desafios vencidos, graças a Deus!

cancaonova.com: Onde você buscou forças para vencer todas as etapas do tratamento?

Célia Barros: Primeiramente em Deus! A promessa de que Ele estaria comigo até os confins dos tempos, Ele cumpriu. Glória a Deus!

Também em minha mãe, que esteve comigo desde o início, os preciosos amigos, irmãos de minha Comunidade Canção Nova – da qual faço parte no núcleo segundo elo –, e também de muitas pessoas que eu nem conhecia e rezaram por minha cura.

cancaonova.com: Hoje, livre do câncer de mama, o que você poderia dizer para as pessoas que estão passando por essa doença?

Célia Barros: Eu creio que passar por esse processo doloroso sem Deus seria impossível! Sem Ele, eu não estaria aqui contando minha história.

A melhor forma que encontrei para vencer foi estar com minha família, estar com os amigos e viver com alegria, pois eu acreditava que tiraria desse mal um bem maior!

cancaonova.com: Como vê a importância dessas campanhas de câncer de mama?

Célia Barros: Acho importantíssimas! Estarmos informadas sobre a prevenção, os cuidados e a eficácia do tratamento, quando a doença é descoberta precocemente, torna tudo mais fácil.


Prevenção ao câncer de mama

A única forma de prever o câncer de mama é a detecção precoce da doença, por meio de um diagnóstico eficaz, a partir do momento em que forem detectados os primeiros sinais ou sintomas. A mulher também pode realizar o autoexame da mama, pois, de acordo com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer de São Paulo, cerca 80% dos nódulos mamários são benignos, e apenas uma pequena porcentagem de secreções está relacionada ao câncer.

Faça a prevenção e não deixe de realizar os exames periódicos. E quanto às mulheres que estão enfrentando essa batalha contra câncer de mama, lutem pela vida.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/luta-e-superacao-de-quem-venceu-batalha-contra-o-cancer-de-mama/

2 de outubro de 2017

O perigo de um desabafo

Fazer de qualquer pessoa um conselheiro para nossos desabafos ou reclamações apenas expõe nossa intimidade

Quando desabafamos com alguém sobre nossas intimidades, podemos ter consequências desastrosas se escolhermos um confidente sem maturidade para acolher o que temos a falar. Uma pessoa fragilizada pelos desentendimentos e crises no seu relacionamento poderá, facilmente, recorrer à ajuda de quem está mais próximo dela.

Foto: Daniel Mafra / cancaonova.com

Dessa forma, um simples colega pode se tornar um conselheiro quando a pessoa, que se encontra numa crise, vê-se favorecida pelas longas horas diárias de convívio no trabalho ou na faculdade. Sem reservas, ela expõe situações, as quais deveriam apenas ser discutidas com aquele que, realmente, faz parte do problema: seu cônjuge, por exemplo. Talvez, por falta de coragem ou por certa dificuldade no diálogo com aquele que é a causa da crise, a pessoa vê no colega uma oportunidade para relatar o que está vivendo.

A pessoa necessitada de amparo, sem perceber e pelo fato de se sentir compreendida em seus desabafos, vê no amigo o "Sr. Compreensão", ainda que este tenha conhecimento de apenas parte da verdade.

Por meio de conversas, sobre assuntos relacionados à intimidade pessoal, a simples amizade poderá se transformar num relacionamento muito estreito. E qualquer desatenção por parte dos colegas poderá fazer surgir entre eles uma atração diferente; favorecida por comportamentos que não deveriam ser vividos entre os amigos. Isso será muito nocivo para qualquer relacionamento, especialmente se o vínculo com o colega se intensificar por meio de telefonemas reservados, e-mails secretos, entre outras atitudes que podem gerar uma crise de ciúme.

Ajuda externa

Muitas vezes, as pessoas que se encontram fora do nosso problema conseguem entender melhor a situação que estamos vivendo. Em certas ocasiões, se faz, realmente, necessário recorrer à ajuda externa, seja por intermédio de um profissional ou com alguém que já tenha vivência e amadurecimento, para que possa ajudar o casal a encontrar as possíveis soluções para seus impasses.

Partilhar é bom, entretanto, mais importante é saber com quem estamos falando de nossa intimidade, que é o nosso "sagrado". Fazer de qualquer pessoa um conselheiro para nossos desabafos ou reclamações apenas expõe nossa intimidade e, ao mesmo tempo, pode adiar a restauração do convívio com aquele que deveria ser o primeiro a saber de nossas necessidades.


A melhor forma de se resolver uma crise é contar com a participação direta do outro naquilo que se refere ao desentendimento. Afinal, faz parte do convívio a dois o acolhimento para as mudanças de forma mútua e o eterno ato de se reconciliar.

Um abraço.

29 de setembro de 2017

As novas regras de tradução dos textos e ritos litúrgicos

Reflita sobre as alterações dos textos e ritos litúrgicos no Direito Canônico

O mês de setembro de 2017 começou com uma importante alteração nas normas de Direito Canônico. No primeiro domingo do mês, o Vaticano publicou a Carta Apostólica Magnum Principium em forma de Motu Proprio, que modifica o cânone 838 do Código de Direito Canônico. A norma alterada diz respeito às regras para tradução dos textos litúrgicos, que, atualmente, determinam que pertence à Sé Apostólica ordenar a liturgia sagrada da Igreja, editar os livros litúrgicos e rever as versões nas línguas vernáculas, e vigiar para que se observem, fielmente, as normas litúrgicas. A preocupação do Sumo Pontífice é de que os textos litúrgicos possam se afastar dos profundos significados quando traduzidos, porque traduzir um texto não é simplesmente a substituição de palavras, mas requer uma cuidadosa adaptação ao contexto social do idioma para o qual se faz a tradução.

Se você tem preferência por assistir a filmes no idioma original, acompanhando as legendas ou se preocupa em encontrar expressões populares dentre os textos traduzidos, já percebeu que, muitas vezes, as dublagens ou mesmo as legendas não refletem exatamente a ideia do idioma original. E isso não representa uma falha da tradução, mas, simplesmente, uma manifestação das diferenças culturais entre o idioma de origem e o para o qual se faz a tradução. Caso essas curiosidades sejam do seu interesse, então você, facilmente, pode entender a preocupação do Papa Francisco.

As novas regras de tradução dos textos e ritos litúrgicosFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Na versão italiana do Código de Direito Canônico, o verbo "recognoscere" é traduzido comumente como "autorizar", mas a nota explicativa do Pontifício Conselho para a Interpretação de Textos Legislativos explica que o termo não é uma mera "autorização", mas quer expressar uma análise cuidadosa e detalhada ou revisão. Com a nova redação do cânone 838, essa imprecisão foi solucionada, e fica claro que a responsabilidade da Sé Apostólica é de rever as adaptações, cabendo às Conferências Episcopais preparar, fielmente, as versões dos livros litúrgicos nas línguas vernáculas para as regiões de sua relevância, após a confirmação da Sé Apostólica.

O que diz o Papa?

As traduções dos textos litúrgicos e dos textos bíblicos, para a Liturgia da Palavra, tem o objetivo de anunciar ao fiel a Palavra da Salvação em obediência à fé e expressar o culto da Igreja ao Senhor. Para que isso possa acontecer, é preciso comunicar-se, fielmente, com o povo, por meio de sua própria linguagem. Considerando isso, disse o Santo Papa: "Embora a fidelidade nem sempre possa ser julgada por palavras similares, deve ser no contexto de todo o ato de comunicação e, de acordo com seu gênero literário, no entanto, alguns termos peculiares também devem ser considerados no contexto da fé católica, uma vez que cada tradução dos textos litúrgicos deve ser equivalente com a boa doutrina".

Como explica o jornal vaticano L'Osservatore Romano, "a oração litúrgica deve adaptar-se à compreensão do povo, para ser plenamente vivida, com um estilo expressivo, fiel aos textos originários, mas capaz de comunicar o anúncio de salvação em qualquer contexto linguístico e cultural". Para tornar a colaboração entre a Sé Apostólica e as Conferências Episcopais mais fáceis e mais frutuosas neste serviço para os fiéis, o Papa Francisco criou a Comissão dos Bispos e Fundadores, fazendo a alteração de acordo com o que consta na Constituição Sacrosanctum Concilium, na Carta Apostólica Sacram Liturgiam, todos sobre o tema de traduções dos textos bíblicos e litúrgicos.


Na divulgação do Motu Proprio, o Sumo Pontífice autorizou a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos a modificarem suas próprias regras de acordo com a nova disciplina do Código de Direito Canônico e ajudar as Conferências Episcopais a realizar sua tarefa e trabalhar para promover, cada vez mais, a vida litúrgica da Igreja. Comumente, o Papa Francisco pede a oração dos fiéis ao fim de suas palavras. Atentos a isso, oremos para que a nova diretriz da norma da Igreja leve os textos sagrados ao povo de Deus com maior clareza, para que a Palavra encontre todos os corações.

REFERÊNCIAS

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. Promulgado por João Paulo II, Papa. Conferência Episcopal Portuguesa. 4. ed. Editorial Apostolado da Oração – BRAGA, 2007.

PAPA FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de motu próprio "Magnum Principium". Roma 3. set. 2017.

27 de setembro de 2017

Eficácia do Método de Ovulação Billings

Por falta de conhecimento, muitos acreditam que o Método de Ovulação Billings é ineficaz

Estou aqui de volta para falar um pouco mais sobre o Método de Ovulação Billings. Desta vez, pediram que eu falasse sobre sua eficácia.


Foto: SIphotography by Getty Images

Permiti-me pensar na palavra eficácia e no que ela significa. Algo eficaz nos remete àquilo que promete ou que se espera que cause o resultado inicialmente pretendido. Nesses quase 20 anos como conhecedora do Método de Ovulação Billings, ouvindo as pessoas que me procuram para um atendimento, a pergunta que faço, já na entrevista inicial, é essa: "Qual é a sua motivação para aprender e utilizar o Método de Ovulação Billings, ou seja, quais são as suas pretensões, o que você espera?

Como protocolo de atendimento, essas motivações são divididas da seguinte forma

CF (Conhecimento da Fertilidade), ou seja, adolescentes e jovens que decidem reconhecer e ler os sinais do seu corpo para conhecer a sua fertilidade;

EG (Espaçar a Gravidez), ou seja, casais que, por motivos pessoais, no momento, querem espaçar os nascimentos e, geralmente, estão em algumas dessas situações: amamentando, querem interromper o uso do anticoncepcional ou ainda as que estão se aproximando da menopausa;

PG (engravidar), ou seja, casais que buscam, a partir do reconhecimento de sua fertilidade, obter uma gravidez.

Em todos os casos, o uso do Método ajuda essas pessoas ainda a monitorarem sua saúde reprodutiva. Realizamos, no Centro de Formação Famílias Novas, especializado no ensino do Método de Ovulação Billings, um relatório anual dos atendimentos realizados.


Eficácia do Método

Além da minha experiência pessoal e profissional, em que constato a eficácia do Método, segundo a Organização Mundial da Saúde, ele apresenta 98% de eficácia na maioria dos casos.

Comumente, escuta-se que o Método é ineficaz, mas isso se deve à falta de conhecimento sobre ele. Poucos profissionais de saúde possuem conhecimento profundo, apreciação e compreensão, e, geralmente, não prescrevem para seus pacientes.

Um dos motivos é que, nas Escolas de Enfermagem ou Medicina, a informação é escassa ou nula. No entanto, a natureza holística informativa e integrativa do Método de Ovulação Billings se ajusta bem à prática profissional da enfermagem e da medicina.

A maioria dos usuários estão altamente satisfeitos com o uso, sendo as razões principais de satisfação comuns o autoconhecimento, o não uso de medicamentos, a naturalidade e a efetividade.

O Método de Ovulação Billings cumpre aquilo que se espera dele

O Método de Ovulação Billings se baseia no reconhecimento da fertilidade mediante a percepção da sensação de umidade ou secura vulvar.

Pode ser utilizado em caso de ciclos regulares e irregulares. Requer do casal um período de aprendizagem com instrutores capacitados.

O autorreconhecimento da fertilidade e da infertilidade possibilita à mulher conhecer seus próprios padrões, sendo capaz de detectar uma gama de desordens ginecológicas.

Concluo dizendo aquilo que comprometeria a eficácia do Método de Ovulação Billings: a primeira coisa é a ausência do registro diário no gráfico; costumo dizer que quem não faz o gráfico a cada ciclo não pode se denominar usuária do Método de Ovulação Billings.

A segunda é a ausência de um instrutor qualificado para o acompanhamento, pois o Método NÃO é o da tabelinha, mas o que acompanha o Continuum Ovárico de cada mulher, e cada ciclo conta uma história diferente.

25 de setembro de 2017

O que fazer quando os filhos começam a sair de casa?

Os filhos crescem, fazem suas escolhas e começam a sair de casa

As mães, que tanto reclamam da correria com fraldas, mamadeiras, brinquedos e noites sem dormir por causa de doenças, criam, dentro de si, um desejo de que os filhos cresçam, para que possam ter tempo para si.


Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Quando crescem, as preocupações aumentam

Eles crescem e crescem rápido! Vem, então, a adolescência, e os pais se deparam com os problemas de escola, amigos e festas. Logo, descobrem que, quanto mais os filhos crescem, mais as preocupações aumentam. Vem o sentimento de impotência diante dos conflitos de um mundo que ensina tantas coisas aos filhos, mas que muito pouco tem a ver com os valores familiares.

Com os filhos adultos, as preocupações passam a ser com a escolha da profissão, das festas, bebidas, formaturas e casamentos. Os sentimentos dos pais para com os filhos vão muito além do cansaço, vivem também muitos momentos de alegria. Chega o dia, porém, em que os filhos crescem, fazem as suas escolhas e começam a sair de casa. É um momento importante e, às vezes, crucial na vida familiar. Pode ser uma mudança positiva, desde que considerada como uma oportunidade para dedicar mais tempo ao cônjuge, cuidar de si e da relação.


Difícil e doloroso

Dependendo, no entanto, de como é sentida a saída dos filhos, este momento pode, realmente, tornar-se difícil e doloroso, principalmente se o casal descobrir que construiu toda uma relação em função da vida deles. Nesse caso, a saída destes para construir a própria família ou por outras razões, deixa um grande vazio, e os pais se deparam com uma imensa solidão.

É um momento de reflexão, e não vale olhar no retrovisor do passado e pensar no "se tivesse", pois pensar que poderia ter agido diferente não vai mudar a situação; sentir-se culpada, porque não estudou ou não trabalhou, não vai ajudar em nada. É momento de olhar para o futuro e decidir o que fazer, o que não fez até hoje e recriar-se.
Como toda mudança, as pessoas são afetadas de forma diferente, dependendo das expectativas, dos projetos e do modo de ver essa transformação na vida delas. O ideal é aproveitar para redescobrir seu relacionamento conjugal e social. É hora de melhorar a qualidade de vida.

Realização dos novos projetos

Independente de ser fácil ou difícil, é necessário que os pais continuem a sua vida e, dentro do possível, realizem novos projetos. Lembrem que os filhos não abandonaram os pais, apenas estão seguindo o curso da vida. Isso vai ajudá-los a iniciar essa nova etapa de vida profissional, matrimonial ou missionária longe deles, de forma independente.
A distância se torna menor à medida que os filhos sentem vontade de estar com os pais não mais pela sobrevivência, mas pela alegria de estarem juntos. De modo geral, querem estar perto de pessoas felizes e realizadas.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/o-que-fazer-quando-os-filhos-comecam-a-sair-de-casa/

22 de setembro de 2017

Nesta primavera, abra-se ao amor e seu seu jardim florirá

Primavera é tempo de doar-se

Na natureza, a vida renasce enquanto se doa, e conosco não é diferente. A primavera está batendo à sua porta, deixe-a entrar e viva-a concretamente, doando o que você tem de melhor sem reter para si as flores que foram geradas no inverno da vida.

-Nesta-primavera,-abra-se-ao-amor-e-seu-seu-jardim-florirá-Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Tenho pensado em viver a primavera de um jeito diferente este ano. Ao contemplar a natureza, percebo que preciso dedicar mais tempo ao cultivo das "flores" que um dia eu recebi. Os amigos, a família, e todas as pessoas que povoam minha vida são, na verdade, o maior tesouro que tenho. Elas são como as flores da primavera, demonstram sinais de etapas superadas, ciclos que se completam e, ao mesmo tempo, começam no eterno movimento, que é a vida! Quem já plantou uma semente e esperou os dias passarem para vê-la germinar, nascer e crescer, com certeza, sabe dar mais valor a um campo florido. E quem teve a coragem de passar pelo verão, outono e também pelo inverno, nos relacionamentos, sabe dar muito mais valor à primavera que o amor proporciona na alma!

O que a Palavra de Deus nos ensina?

A Palavra de Deus diz em Eclesiastes 3: "Há um tempo para cada coisa debaixo do céu… Tempo para plantar e tempo para colher o que se plantou". O problema é que temos tido muita pressa para colher, dedicado pouco tempo para plantar e menos ainda para cultivar o que um dia plantamos. Isso, em todos os sentidos, principalmente quando o assunto é amar. Sofremos as consequências do individualismo, onde a solidão lidera como uma das maiores chagas da humanidade. Falta afeto, respeito, companhia e dedicação, ou seja, falta amor! E onde falta amor, tudo perde o sentido. Só que o amor é exigente, e é por isso que poucos estão dispostos a amar de verdade!

A exemplo de um jardim, o amor carece de dedicação e cultivo constante para desabrochar em plenitude. E como temos andado com pressa para fazer mais, ganhar mais e mandar mais, mesmo sem perceber, estamos amando menos e vivendo menos também, porque amar é viver! Todo mundo sabe que jardim sem cultivo não oferece flores. E relacionamentos superficiais também não preenchem o coração.


Coragem de abrir-se ao amor

É preciso seguir o exemplo da natureza e, nesta primavera, abrir-se ao amor com coragem e disposição, sabendo que, nesta "aventura", não estamos sozinhos. Jesus, o Mestre do amor, veio até nós para nos ajudar a superar o medo de amar e nos encorajar a dar a vida se preciso for, mas, jamais, deixar de amar. Então, coragem! Deixe-se embalar pela beleza da primavera e abra-se ao amor! Sua vida é única e preciosa demais para passar despercebida por este mundo.

Aproveite todas as ocasiões para realizar ações ordinárias de modo extraordinário. Partilhe seu melhor sorriso, suas palavras, seu abraço e, principalmente, seu coração, sem perder um segundo sequer. Sendo assim, cada gesto seu, por mais simples que seja, será carregado de sentido e, cada instante, alegre ou não, será o momento mais importante, porque a vida acontece aqui e agora. Não tenha tanta pressa para colher os frutos do amor, pois o cultivo esconde uma grande satisfação. Semeei, cultive e espere. Em breve, seu jardim irá florir!

Tenha uma ótima Primavera!

20 de setembro de 2017

Como lidar com o ciúme entre os filhos

Qual família não vivenciou ou vivencia o ciúme do irmãozinho com os pais?

Nas conversas sociais, nos consultórios médicos ou psicológicos, os pais procuram saber como lidar com a situação do ciúme entre os irmãos. A resposta é que não existe receita pronta; no entanto, algumas dicas podem ajudar.


Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O perigo da comparação

O comportamento dos pais pode acirrar o ciúme dos filhos à medida em que os comparam, mostrando os pontos fortes em relação aos fracos, porque eles são diferentes e possuem habilidades diferentes.

No lugar de comparar, mostre os pontos fortes de cada um, para que nasça uma admiração entre eles, reforçando a importância de um irmão na vida do outro, principalmente quando, além do parentesco, desenvolvem uma relação de amizade.

Quando nasce um irmão mais novo, o mais velho pode começar a ter comportamentos inadequados. Tenha cuidado para não exceder nos castigos, pois o que ele quer é chamar à atenção; e se ele não conseguir isso pelo lado positivo, o lado negativo passa a ser uma alternativa viável.

Atenção para aquele que é quieto, porque ele também precisa de atenção, apesar de não demonstrar. Sentimentos não trabalhados podem extrapolar em algum momento e de forma inadequada.

Uma das coisas que o mais velho quer é ter de volta a atenção que a chegada do outro tirou, por isso, reserve parte do seu tempo para curtir com ele o irmão caçula.

Outra dica é fazer com que ele participe do processo e se torne parceiro nos cuidados com o irmão mais novo, sem sobrecarregá-lo ou torná-lo responsável para uma tarefa da qual não se sente capaz.


Muita calma nessa hora

Muitos pais se desesperam com a briga entre irmãos. Muita calma nessa hora! É o tempo que eles têm para marcar seus espaços; porém, fique atenta às causas do ciúme. Se for preciso, intervenha, lembrando que a maioria dos atritos eles resolvem entre eles.

No momento que as brigas se tornam muito frequentes e acaloradas, canalizem as energias para o esporte, para atividades artísticas ou brincadeiras que reforcem o trabalho em equipe.

A maioria dos pais já escutou o filho perguntar se ele é adotivo, porque acha que o irmão é mais amado do que ele.

Não se culpe se tiver mais afinidade com um do que com o outro, mas isso não significa que ama mais ou menos. Os pais amam os filhos de forma diferente, respeitando a individualidade de cada um; contudo, é necessário o diálogo com eles, para que possa ser conversado o assunto e levantado os sentimentos.

Se eles apontarem a sua preferência por algum deles, observe seu comportamento para ver se procede, pois isso não pode acontecer.

A Bíblia nos mostra que, desde o início da humanidade, existia o ciúme entre os irmãos, pois Caim matou Abel, porque Deus "preferiu" as oferendas de um em detrimento do outro. O ciúme entre irmão, portanto, precisa ser trabalhado desde cedo, para que não vire inimizade.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-lidar-com-o-ciume-entre-os-filhos/