5 de julho de 2012

Pontos básicos da moral católica

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O Dez Mandamentos exprime o sentido da moral
A Igreja valoriza a ciência em todas as suas áreas, mas não se cansa de afirmar que nem tudo que é possível à ciência e à tecnologia realizarem é ético e moral. O parâmetro de discernimento da Igreja é a Lei Natural que Deus colocou de forma permanente e universal nos corações e nas consciências das pessoas. Para a Igreja o que não é natural não é moral, e deve ser evitado. Especialmente quando a dignidade da vida humana está em jogo, a Igreja levanta a voz, em nome de Deus, para dizer ao homem que tenha prudência. O Catecismo da Igreja afirma no §2294, que: "É ilusório reivindicar a neutralidade moral da pesquisa científica e de suas aplicações…"

A Igreja sempre estimulou os estudiosos a procurarem pela ciência ajudar a vida do homem na terra. Mas o Cristianismo tem uma escala de valores onde o homem, por ser  imagem e semelhança de Deus, ocupa um lugar especial, não podendo ser equiparado, em dignidade, a nenhum outro ser vivo. Assim, os resultados da ciência devem servir ao homem e respeitar a sua dignidade. Assim, a Igreja defende que a vida humana é um dom de Deus, sobre o qual o cientista não têm domínio absoluto; ela deve nascer e desenvolver-se não em laboratório, nem como fruto de recursos técnicos, mas como fruto direto do relacionamento pessoal entre esposo e esposa.

O desejo do progresso da ciência parece às vezes insaciável a alguns homens e mulheres de hoje. Em parte, o orgulho humano, o desejo de ser Prometeu (um rival de Deus) está na base de muitas tentativas da ciência sem compromisso com a consciência moral. A ciência e a técnica não são fins; são meios para engrandecer o homem, para que ele viva melhor, mas a ciência e a técnica não podem servir ao orgulho ou deleite do pesquisador, ou mesmo ser fonte de enriquecimento, em prejuízo para a dignidade do homem. A ciência deve trabalhar para o homem, e não contra o homem.

O emprego da ciência contra o homem tem sua causa no abandono de Deus. Michel Foucault, conhecido filósofo, observa que a "morte de Deus" gera a morte do homem: "Em nossos dias… não é tanto a ausência ou a morte de Deus que é afirmada, mas o fim do homem…; descobre-se então que a morte de Deus e o último homem estão estreitamente ligados" (Les mots et les choses 1967, p. 369).

Um personagem de Dostoiewisky, no livro "Irmãos Karamazov", declara que "se Deus não existe, tudo é permitido", pois a morte põe fim a tudo. A sociedade atual, que quer negar Deus, vive, neste triste ambiente, de desconfiança, insegurança, egoísmo e desespero, desembocando, na violência, nas drogas, nos desvios sexuais, na desesperança, e no  profundo vazio existencial que leva à depressão.

A ciência moderna é produto genuíno de uma visão judaico-cristã do mundo e tem sua fonte de inspiração na Bíblia. A visão pagã do mundo é a de um escravizante ciclo de nascimento-morte-renascimento, sem início nem fim, uma visão cíclica, onde a ciência não conseguia fazer progresso. Foi justamente a visão do cosmos, progressiva, derivada da doutrina cristã, que deu margem ao crescimento da ciência.


Paulo VI afirmou que "a ciência é soberana em seu campo, mas escrava com respeito ao homem". Por isso, devemos rejeitar a noção falsa de uma ciência livre dos valores morais, ou a neutralidade moral da investigação científica e de suas aplicações.

Para que o leitor conheça alguns posicionamentos da Igreja no campo Moral, apresento em seguida alguns itens do Catecismo da Igreja Católica sobre este assunto. O filósofo romano Cícero já dizia, e sua República,  que: "Existe sem dúvida uma verdadeira lei: é a reta razão. Conforme à natureza, difundida em todos os homens, ela é imutável e eterna; suas ordens chamam ao dever; suas proibições afastam do pecado.(…) É um sacrilégio substituí-la por uma lei contrária; é proibido não aplicar uma de suas disposições; quanto a ab-rogá-la inteiramente, ninguém tem a possibilidade de fazê-lo" (Rep. 3, 22, 33) .

A Igreja não tem dúvida em afirmara que: "A lei natural é imutável, permanece através da história. As regras que a exprimem são substancialmente sempre válidas. Ela é uma base necessária para a edificação das regras morais e para a lei civil (§1979). Esta Lei, que de modo especial está retratada nos Dez Mandamentos, exprime o sentido moral original, que permite ao homem discernir, pela razão, o que é o bem e o mal, a verdade e a mentira.

Como disse o Papa Leão XIII: "A lei natural se acha escrita e gravada na alma de todos e cada um dos homens porque ela é a razão humana ordenando fazer o bem e proibindo pecar. (…) Mas esta prescrição da razão não poderia ter força de lei se não fosse a voz e o intérprete de uma razão mais alta, a qual nosso espírito nossa liberdade devem submeter-se" (Leão XIII, enc. Libertas praestantissimum).

São Tomás de Aquino dizia que:  "A lei natural outra coisa não é senão a luz da inteligência posta em nós por Deus. Por ela conhecemos o que se deve fazer e o que se deve evitar. Esta luz ou esta lei, deu-a Deus à criação" (Decem praec. 1). Com base nisso a Igreja ensina que: "Presente no coração de cada homem e estabelecida pela razão, a lei natural é universal em seus preceitos, e sua autoridade se estende a todos os homens. Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base de seus direitos e de seus deveres fundamentais (Cat.  §1956).

Santo Agostinho exclamava: "O roubo é certamente punido por vossa lei, Senhor, e pela lei escrita no coração do homem e que nem mesmo a iniqüidade consegue apagar" (Confissões, 2,4,9). Portanto, há uma lei natural imutável (GS,10) e permanente através das variações da história. As regras que a exprimem permanecem substancialmente válidas. Mesmo que alguém negue até os seus princípios, não é possível destruí-la nem arrancá-la do coração do homem; é obra do Criador, e que fornece os fundamentos sólidos em cima dos quais pode o homem construir o edifício das regras morais que orientarão suas opções.

Com base na lei natural São Tomás dizia que: "Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção" (Decem. prec. 6). O fim não justifica os meios. O ato moralmente bom supõe, ao mesmo tempo, a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias.

Assim, a Igreja, "coluna e sustentáculo da verdade" (1Tm 3,15), recebeu dos Apóstolos o mandamento de Cristo de pregar a verdade da salvação. Por isso, diz o Código de Direito Canônico:  "Compete à Igreja anunciar sempre e por toda parte os princípios morais, mesmo referentes à ordem social, e pronunciar-se a respeito de qualquer questão humana, enquanto o exigirem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas" (cân. 747,2)
Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

3 de julho de 2012

Perdão

Mateus 18 – 21 a 22 - Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou:
"Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?"
Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.."

 

Na caminhada são muitas às vezes em que nos decepcionamos com alguns semelhantes que nos cercam. No relacionamento do dia a dia algumas circunstâncias nos remetem a atritos impensados que acabam por gerar palavras mal ditas ou o cometimento de ações que nos levam ao ódio, e assim  por não suportarmos mais ficar próximo, acabamos por nos  afastar e excluímos de nosso convívio aqueles que antes faziam parte do círculo de amizade e não há mais cumplicidade nem confiança.  

Sem perceber acabamos por alimentar nosso coração com o veneno da raiva e fechamos as portas ao perdão. Quando não aceitamos perdoar acabamos por nos esquecer que a falta do perdão irá resultar em inúmeras transgressões as leis de Deus.

Isso acontece em todas as camadas da sociedade: em casa, no trabalho, na escola, na rua, na igreja e até mesmo nas reuniões. Em muitos casos as pessoas ficam anos sem se falar uma com a outra. São pais e filhos, parentes e vizinhos, amigos que outrora eram inseparáveis, agora se tornaram desconhecidos e não há como se reconciliar, mas lamentavelmente acontece também entre Confrades e Consócias.

No cotidiano aprendemos na escola da vida que seres humanos são seres humanos, imperfeitos e fracos na fé, mas também na escola cristã através da Carta de São Paulo aos Corintios 1, 9-10 aprendemos: Pois o nosso conhecimento é imperfeito e também imperfeita é a nossa profecia. Mas, quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.

 Neste artigo propomos uma reflexão sobre alguns casos que ainda acontecem aqui dentro da nossa realidade vicentina. Isso mesmo, no seio de nossa SSVP, onde a palavra de Deus é constantemente pregada sejam nas reuniões, retiros, encontros e manhãs de Louvor. Na SSVP apesar de estarmos sempre sendo alimentados pela espiritualidade ainda existe coração duro que foge e não permite que o perdão se estabeleça.  É triste observar que ainda temos casos de Confrades e Consócias que não se falam por ter tido alguma discordância sobre certos assuntos administrativos. Isso acontece com muita freqüência e o que poderia ser apenas uma simples discussão interna que, diga-se de passagem, é compreensível e normal em muitos casos, passa a ser tratada como questão pessoal e sem uma avaliação espiritual mais detalhada permitem que a desavença se instaure na relação sem direito a reconciliação e a regeneração e o perdão que deveria ser natural devido aos princípios da formação vicentina não acontece.

A vocação vicentina nos fez experimentar o perdão doado graciosamente por Deus e na condição de seguidores de São Vicente de Paulo e Ozanam fomos chamados á prática incondicional desse perdão. Como membros efetivos de uma organização caritativa cujo um de seus principais objetivos é a santificação pessoal, é imprescindível que tenhamos um espírito de generosidade e misericórdia entre nós para sermos agraciados com virtude do perdão para consumarmos de fato a nossa santificação pessoal cumprindo o mais importante motivo que nos fizeram ser vicentinos.   

Refletindo algumas passagens do Evangelho Jesus nos ensinou que a experiência do perdão de Deus leva-nos a perdoar aos irmãos. Aprendemos também que o nosso comportamento com os outros deve refletir o modo como Deus se comporta conosco. O que Ele fez por nós ensina-nos o que havemos de fazer pelos outros. Jesus ainda insiste conosco dizendo: "Ama o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22, 39; Gl 5, 14), "como Eu vos amei" (Jo 15, 12), "como amo o Pai" (Jo 14, 31) … O mesmo Jesus nos ensina a rezar: "perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido" (Mt 6, 12). Jesus não ensina que o preço para sermos perdoados é perdoar, que esse perdão é a única coisa a fazer para sermos perdoados, ou que, uma vez que perdoamos, temos direito ao perdão. O perdão de Deus não é simples eco do nosso espírito de perdão. Pelo contrário: o pensamento da grandeza do perdão de Deus deve sensibilizar o nosso coração, para agirmos de modo semelhante, e sabermos perdoar aos nossos irmãos.

Aqui na SSVP as nossas relações fraternas devem ser marcadas pelo amor, pela confiança e pela estima. Se todos nós vicentinos tratarmos uns aos outros com consideração e confiança, o amor jamais há de faltar sob a forma de tolerância do irmão, de aceitação, de compreensão, de misericórdia e de perdão: na comunhão fraterna, mesmo para além dos conflitos, e no perdão recíproco, queremos e devemos mostrar a fraternidade. Isso é ser Vicentino!

Precisamos nos conscientizar que somos imagem e semelhança de Deus. Para a prática da caridade é preciso inundar o nosso coração de amor, paciência, autocontrole e domínio de si, e aprender a perdoar, mas perdoar de verdade, de coração e não só da boca pra fora. E lembrar sempre que somos todos irmãos diante de Deus, e se somos irmãos, somos filhos do mesmo Pai. Pensemos nisso  e abracemos o nosso irmão hoje mesmo. Nossa prece diária deverá ser: Que sejamos dignos de recitar a Oração que o Senhor nos ensinou. Rezemos com amor e dedicação a todos aqueles que foram instrumentos de mágoas e empecilhos de recomeço e regeneração para depois dizer. Amém com honestidade!

                   Para concluir esta reflexão, nada como lermos Eclesiástico 2 e refletirmos muito sobre a nossa caminhada vicentina. Que saibamos AMAR o próximo de verdade como AMAMOS a nós mesmos.

 

Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; 2.humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, 3.sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça. 4.Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. 5.Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. 6.Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice.

 

Louvado Seja o Nosso Senhor Jesus Cristo... Para sempre seja louvado...

 

Confrade Donizetti Luiz

Conferência Sagrada Família

30 de junho de 2012

Por que são tão medrosos?

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Aprenda a reconhecer Jesus em meio aos conflitos
Muitos procuram explicar quem é Jesus. Os discípulos estão na barca em direção à outra margem. O dia está para terminar. "Passar para a outra margem" do lago Genesaré significa ir a outros povos (pagãos) para levar a eles a força da semente. Ser comunidade cristã é estar a caminho, e este é, muitas vezes, penoso e assustador.

Jesus participa da travessia cheia de perigos e conflitos, mas tem-se a impressão de que Ele, ao dar a ordem de passar para o outro lado, toma a iniciativa e precede os discípulos no embarque. O evangelista recorda que "havia outras barcas para ele", sinal de que não só a comunidade dos primeiros discípulos, mas as de todos os tempos e lugares são convocadas a atravessar.

A travessia é difícil e perigosa. Levanta-se um furacão no mar da Galileia, o qual sintetiza as forças geradoras do mal e hostis ao projeto de Deus. A cena toda possui caráter simbólico e catequético, ajudando a buscar, descobrir e superar todos os conflitos que emperram ou tentam sufocar o projeto de vida e liberdade, herança deixada por Jesus aos cristãos.

Em meio aos conflitos, as comunidades têm a sensação de que Jesus está alheio aos dramas e tempestades que as ameaçam. Ele está na parte de trás da barca e dorme sobre um travesseiro.
Aos discípulos cabe a tarefa de remar, enfrentando o furacão. Daí a pergunta um tanto irônica dos discípulos: "Mestre, não te importas se vamos perecer?"

É um pouco a sensação dos que não acreditam, fortemente, na força que levam consigo no barco. De fato, as ordens de Jesus ao vento e ao mar: "Silêncio! Cale-se! E a consequente bonança obtida revelam quem Ele é.

Aplacar o mar e amansar suas ondas é, segundo o Antigo Testamento, prerrogativa exclusiva do Senhor. Em Jesus age Deus. Cristo tem o mesmo poder do Pai de reduzir ao silêncio e ao nada o que impede às comunidades cristãs a realização do projeto divino. Mais do que um Jesus taumaturgo, o Evangelho nos fala de Alguém a quem os cristãos precisam aderir plenamente, como condição única para realizar com sucesso a travessia. "Por que são tão medrosos? Ainda não têm fé?"

Só os que, de fato, aderem plenamente ao Senhor é que poderão reconhecê-Lo como Filho de Deus.


Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora(MG)

29 de junho de 2012

Coral Mundo Jovem - Urutaí-GO



Juventude Vicentina
Salve, Salve Ozanam!!!

28 de junho de 2012

O que é a Divina Providência?

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Em seu amor, o Senhor criou bem todas as coisas
Certamente, você já ouviu falar que Deus sustenta e conduz toda a criação, realizando Sua vontade por meio da Divina Providência; assim, para viver uma vida de santidade é necessário confiar inteiramente nela. Mas muitos ainda têm dúvidas sobre o que é e como viver dela.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) define a Divina Providência como as disposições pelas quais Deus conduz a Sua criação em ordem a essa perfeição: "Deus guarda e governa, pela Sua providência, tudo quanto criou, atingindo com força, de um extremo ao outro, e dispondo tudo suavemente" (Sb 8,1), porque "tudo está nu e patente a seus olhos" (Hb 4,13), mesmo aquilo que "depende da futura ação livre das criaturas" (CIC 302).

Desta maneira, o Senhor criou o homem para a santidade e, por isso, Ele jamais o abandona; por isso o conduz, a cada instante, para uma perfeição última ainda a atingir pelos caminhos que só Ele conhece.

Por outro lado, mesmo conduzindo tudo, Ele jamais retira a liberdade do homem, uma vez que este não é marionete. "Em Deus, vivemos, movemos e existimos" (At 17,28). Ele está presente em todas as situações, mesmo nas ocorrências dolorosas e nos acontecimentos aparentemente sem sentido. Ele também escreve direito pelas linhas tortas da nossa vida; o que nos tira e o que nos dá, tudo constitui ocasiões e sinais da Sua vontade, afirma o Youcat (49).
 
Reconhecer, confiar nesta dependência total do Senhor é fonte de sabedoria e de liberdade, de alegria e de confiança (Sb 11,24-26). O próprio Jesus recomendou o abandono total à providência celeste, sendo Ele o próprio a testemunhar, com Sua vida, que o Senhor cuida de todas as coisas: "Não vos inquieteis, dizendo: 'Que havemos de comer?' 'Que havemos de beber?' [...] Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo" (Mt 6,31-33).

Se Deus conduz todas as coisas, surge então o questionamento: Por que Ele não evita o mal?

Afirma o Catecismo da Igreja Católica que: "A esta questão, tão premente como inevitável, tão dolorosa como misteriosa, não é possível dar uma resposta rápida e satisfatória. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta questão: a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que vem ao encontro do homem pelas suas alianças, pela Encarnação redentora de seu Filho, pelo dom do Espírito, pela agregação à Igreja, pela força dos sacramentos, pelo chamamento à vida bem-aventurada, à qual as criaturas livres são de antemão convidadas a consentir, mas à qual podem, também de antemão, negar-se, por um mistério terrível. Não há nenhum pormenor da mensagem cristã que não seja, em parte, resposta ao problema do mal" (CIC 309).

Santo Tomás de Aquino afirmava que: "Deus só permite o mal para fazer surgir dele algo melhor". Ora, o mal no mundo é um mistério sombrio e doloroso, por isso tão incompreensível; mas temos a certeza de que o Senhor é cem por cento bom, Ele nunca é o autor de algo mau. Ele criou o mundo bom, embora ainda não aperfeiçoado.
 
Olhando para a história, é possível descobrir que o Senhor, em sua providência, tirou um bem das consequências de um mal (mesmo moral) causado pelas criaturas: "Não, não fostes vós – diz José a seus irmãos – que me fizestes vir para aqui. Foi Deus. [...] Premeditastes contra mim o mal: o desígnio de Deus aproveitou-o para o bem [...] e um povo numeroso foi salvo" (Gn, 45,8; 50,20)

"Do maior mal moral jamais praticado, como foi o repúdio e a morte do Filho de Deus, causado pelos pecados de todos os homens, Deus, pela superabundância da sua graça, tirou o maior dos bens: a glorificação de Cristo e a nossa redenção. Mas nem por isso o mal se transforma em bem". (CIC 314)

O certo é que "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8,28). O testemunho dos santos não cessa de confirmar esta verdade: Santa Catarina de Sena afirmou: "Tudo procede do amor, tudo está ordenado para a salvação do homem e não com nenhum outro fim". São Tomás Morus, pouco antes do seu martírio, disse estas palavras: "Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom" (CIC 315).

Portanto, o homem é chamado a confiar inteiramente na divina providência, pois esta é o meio pelo qual Ele conduz, com sabedoria e amor, todas as criaturas para o seu último fim, que é a santidade, mesmo sabendo que, muitas vezes, os caminhos da sua providência são desconhecidos. A resposta para aquele que deseja viver uma vida na vontade do Senhor é o abandono, pois esta é a ordem de Deus: "Lançai sobre o Senhor toda a vossa inquietação, porque Ele vela por vós" (1 Pe 5, 7).

Ricardo Gaiotti - Comunidade Canção Nova
@ricardogaiotti

27 de junho de 2012

Ressurreição

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Ressurreição (em latim: resurrectione, em grego: anastasis) significa literalmente "levantar; erguer". Esta palavra é usada com frequência nas Escrituras bíblicas, referindo à ressurreição dos mortos. No seio do povo hebreu, a palavra correlata designava diversos fenômenos que eram confundidos na mentalidade da época. O seu significado literal é voltar à vida; assim, o ato de uma pessoa considerada morta viver novamente era chamado ressurreição. Existe a conotação escatológicaadotada pela igreja católica para esse termo que é a ressurreição dos mortos no dia do juízo final.

17 de abril de 2012

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Estaremos sem atualizações para o Blog por tempo indeterminado.
Agradeço a compreensão.
Eder Silva