13 de junho de 2025

Santo Antônio, um pregador popular

Santo Antônio, prodigioso em santidade

Santo Antônio é representado com o lírio, símbolo da sua pureza, ou com o Menino Jesus no colo, em recordação de uma milagrosa aparição mencionada por algumas fontes literárias. Santo Antônio foi prodigioso em santidade e dotado de rara inteligência e qualidades cristãs mais excelsas: equilíbrio, zelo apostolado e fervor místico.

Durante seus sermões, Antônio falava uma só língua, porém, frequentemente, era entendido por pessoas de outros países que falavam outros idiomas. Seu Provincial aproveitou-se desse fato miraculoso e o encarregou da ação apostólica contra os hereges na região da antiga Romagna e no norte da Itália. Ele se tornou, então, um extraordinário pregador popular.

Santo Antônio propõe um verdadeiro itinerário de vida cristã. É tanta riqueza de ensinamentos espirituais contida nos "Sermões", que o venerável Papa Pio XII, em 1946, proclamou Antônio como Doutor da Igreja, atribuindo-lhe o título de "Doutor evangélico". Desses escritos, sobressai o vigor e a beleza do Evangelho, os quais, ainda hoje, podemos ler com grande proveito espiritual. Observamos, nesses Sermões, que Santo Antônio fala da oração como uma relação de amor, a qual estimula o homem a dialogar docilmente com o Senhor, criando uma alegria inefável que, suavemente, envolve a alma em oração.

Santo Antônio, ensina-nos a rezar

Santo Antônio nos recorda que a oração precisa de uma atmosfera de silêncio que não coincide com o desapego do rumor externo, mas é experiência interior, cuja finalidade é remover as distrações causadas pelas preocupações da alma, criando o silêncio na própria alma.

Para Antônio, a oração é articulada em quatro atitudes indispensáveis, como abrir, com confiança, o próprio coração a Deus. É esse o primeiro passo do rezar, não simplesmente colher uma palavra, mas abrir o coração à presença de Deus; depois, dialogar afetuosamente com Ele, vendo-O presente comigo; a seguir, muito naturalmente, apresentar-Lhe as nossas necessidades; por fim, louvá-Lo e agradecer-Lhe.

Quando Santo Antônio pregava, as multidões acorriam ao local em que seria a pregação. Até os comerciantes fechavam seus estabelecimentos e iam ouvi-Lo. As cidades onde ele pregava paravam; e a região em torno delas também parava. Houve caso de se juntar até 30 mil pessoas num só sermão! Os locais de culto tornavam-se pequenos para conter a multidão que vinha ao encontro de Santo Antônio. Então, ele ia falar nas praças públicas. E, quando terminava, "era necessário que alguns homens valentes e robustos o levantassem e o protegessem das pessoas que vinham beijar-lhe a mão e tocar-lhe o hábito". O número de sacerdotes que o acompanhavam era pequeno para ouvir as confissões daqueles que, tocados por seu sermão, queriam confessar-se e mudar de vida.

Ensina a historiografia católica que, praticamente, não havia coxo, cego nem paralítico que, depois de receber a sua bênção, não ficasse são. Foi grande o número de convertidos por ele. Em certa ocasião, converteu 22 ladrões que, apenas por curiosidade, tinham ido ouvi-lo.

Ensina-nos a crer

Num mundo secularizado como o nosso, vale relembrar o famoso milagre de Santo Antônio: para poder crer na presença real de Jesus na hóstia consagrada, quero um milagre, era o que dizia um ateu por todos os cantos onde andava. Para ele, o Santíssimo Sacramento era uma burla, uma chantagem.

Numa ocasião, diante de toda a cidade, fez a Santo Antônio uma proposta arrogante: "Deixo minha mula sem comer durante três dias. Depois disso, trago o animal até essa praça e ofereço feno e aveia. Enquanto isso, Frei Antônio, o senhor vai mostrar a ela a Hóstia Consagrada. Se a besta deixar a comida de lado e der atenção à hóstia, se ela a reverenciar como se a adorasse, aí eu passo a acreditar. Passo a crer na presença de Jesus na Eucaristia! Santo Antônio aceitou a proposta".

Três dias depois, na praça repleta, chega o homem puxando seu faminto animal. Santo Antônio também chegou. Respeitosamente, o Santo trazia uma custódia com o Santíssimo Sacramento. O incrédulo colocou o monte de feno e aveia próximos de onde estava Frei Antônio e, confiante, soltou o animal. Conforme haviam combinado, a mula deveria escolher sozinha entre o alimento e o respeito à Hóstia Consagrada. O suspense geral foi quebrado quando o animal, livre de seus cabrestos, calmamente dobrou seus joelhos diante da Custódia com o Santíssimo Sacramento. Um milagre suficiente para converter, até hoje, aqueles que repudiam a presença real de Jesus na Eucaristia.


Santo Antônio nos ensina o crer. Crer, mesmo num mundo secularizado como o nosso! Crer e testemunhar Jesus Cristo ressuscitado!

Neste mês, proponho que tenhamos em Santo Antônio, timoneiro da santidade, a graça de pregar aquilo que vivemos, testemunhando a santidade de Cristo que Antônio testemunhou a todos os homens e mulheres de boa vontade. Santo Antônio, dá-nos o exemplo da confiança em Deus. Pela sua palavra, ele nos conduz ao coração da Santíssima Trindade.

Santo Antônio, intercedei por nós!

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/santo-antonio-um-pregador-popular/

Amor e paixão são sentimentos diferentes ou a mesma coisa?

Como saber se amo verdadeiramente alguém? O que é amor?

Ama e faz o que quiseres. Essa frase belíssima e significativa de Santo Agostinho, infelizmente, é mal interpretada. Para compreendê-la, deve ser respondida uma pergunta básica: o que é o amor? Muitas pessoas julgam saber da resposta, mas, na verdade, estão enganadas. Como diz o ditado popular, "estão comprando gato por lebre".

Créditos: Imagem criada por Inteligência Artificial / Krea

É muito comum ouvirmos da boca dos jovens a seguinte frase: "Estou perdidamente apaixonado por minha namorada. Tenho um sentimento imenso de amor por ela!". Façamos uma avaliação dessa frase, de modo a compreender como pensa um jovem sobre o significado do amor.

O que é paixão?

A primeira coisa a destacarmos aqui é quando o jovem diz: "Estou perdidamente apaixonado por você". A paixão é algo fascinante e belo do ponto de vista humano. Trata-se daquele momento em que predominam os sentimentos, as emoções. Existe até uma dito popular: "Quem se apaixona perde a razão". A partir disso, pode-se concluir que paixão não é amor. Tem seu valor em um relacionamento afetivo, pois é aquela primeira fase, é o encantamento, quando "o mundo gira em torno da pessoa amada". Não existe ninguém melhor, mais belo e inteligente. Porém, a paixão é como a flor que desabrocha, mas não dura mais que uma estação.

Segunda parte da frase: "Tenho um sentimento imenso de amor por ela". Nessa segunda parte, o engano é ainda maior. Muitos acham que amor é sentimento, mas amor não pode ser sentimento, pois estes podem nos trair. Hoje, sentimos algo que, inclusive, pode ser nobre, porém, amanhã, podemos deixar de sentir. É próprio do sentimento não ser duradouro, faz parte de sua essência ser passageiro.


O que é amor?

Se o amor não é paixão, muito menos sentimento, o que ele é afinal? Erich From diz o seguinte: "O amor será essencialmente um ato de vontade, de decisão de entregar minha vida completamente à de outra pessoa. […] Amar alguém não é apenas um sentimento forte: é uma decisão, um julgamento, uma promessa. Se o amor apenas fosse um sentimento, não haveria base para a promessa de amar-se um ao outro para sempre. O sentimento vem e pode ir-se!" (Erich From, A arte de amar, p. 71-72).

O "amor em contraste é a maratona do coração. Exige treinamento, disciplina, paciência e trabalho. Não é um esporte de espectadores nem um evento com o resul­tado decidido em segundos. É escalar montanhas, sofrer dores e resistir à tentação de se desligar. […] Quando o amor é considerado um ato da vontade […], sobrevive enquanto o coração bater. Em outras palavras, embora estar apaixonado, às vezes, leve o casal ao casamento, é o amor que faz o casamento durar. De modo mais específico, o compromisso deliberado e ativo que o amor faz supor está no centro do arrebatamento conjugal". (Genovesi, 142).

O amor é indispensável para o relacionamento

Sem o verdadeiro conceito de amor podemos ferir muita gente; além do mais, passaremos a vida inteira enganando nós mesmo e os outros. Quantos namoros acabaram, porque faltou amor! Viveram muito tempo junto somente apaixonados, não deram o próximo passo para chegar ao amor maduro e verdadeiro. Muitos casamentos também terminaram por motivos parecidos, pensavam que paixão, sentimento e amor eram a mesma coisa. Por não terem conhecimento, fatalmente o casamento acabou.

Ao tratar-se de um relacionamento, é indispensável o amor, pois ele não existe sem sacrifício. Quem não é capaz de se sacrificar é porque não ama de verdade. Aqui está a necessidade, já no namoro, de ambos abrirem mão de suas vontades em prol do outro, de modo a aprenderem a se sacrificar pelo bem do outro. Quem assim fizer, sem dúvida, terá um casamento feliz e duradouro, porque aprendeu que o verdadeiro amor exige sacrifício.

Equipe de Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/amor-e-paixao-sao-sentimentos-diferentes-ou-a-mesma-coisa/

12 de junho de 2025

Relacionamento saudável: 10 dicas para um bom namoro

1° Só comece a namorar quando tiver a convicção de que quer, um dia, se casar. Sem um objetivo na vida, tudo o que fazemos fica vazio; o namoro também, se não tem uma meta, não tem sentido.

2° Antes de começar a namorar alguém, conheça-o bem por meio de uma boa amizade. É na amizade que surge o namoro, e ela serve também como um pré-namoro. Não seja afoito, não comece a namorar só porque o outro tocou seu coração. Conheça-o primeiro.

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

3° Faça do seu namoro um tempo de conhecimento do outro e um meio de ele conhecer você. Sem isso, não será possível saber se o namoro deve continuar ou não. Não se ama quem não se conhece. Então, cada um se revele ao outro com sinceridade.

Dicas para um bom namoro

4° Não tenha medo de mostrar ao outro a sua realidade e a de sua família. Se ele não o aceitar como você é, e também sua família, com todas as qualidades e defeitos, é porque não o ama de verdade.

5° Faça o outro crescer. Namoro é tempo de crescer a dois, pelo fermento do amor, da renúncia e do sacrifício pelo outro. Um relacionamento, no qual ambos não crescem humana e espiritualmente por estarem juntos é vazio e deve acabar.

6° Não deixe o egoísmo tomar conta do relacionamento, pois um casal egoísta é como duas bolas de bilhar, que só se encontram para se chocar e separar. O egoísmo mata o amor e destrói o relacionamento.

7° Não faça do seu namoro uma vida de casado, com vida sexual e intimidades conjugais. Amanhã, o namoro pode terminar e a marca ficará em você, sobretudo, na mulher. Só tem sentido entregar-se a alguém que, antes, colocou uma aliança em sua mão esquerda e lhe jurou amor e fidelidade até o último dia de sua vida. Não desvalorize suas decisões, seu corpo e sua vida.


8° Não prenda seu namorado pelo sexo, não faça dele uma "arma", porque a "vítima" pode ser você. Quantas ganharam uma barriga antes da hora, sem ter um berço e um teto para seu filho! Ele merece mais do que isso.

9° Não tenha medo de terminar um namoro, no qual só existe briga e reclamação; não empurre o problema com a barriga. Namoro é tempo de conhecer e escolher sem pressa e sem a paixão que cega a razão. É melhor chorar uma separação, hoje, do que depois de casados.

10° Não deixe Deus fora do seu namoro, pois foi Ele quem nos criou, foi Ele quem instituiu o casamento entre um homem e uma mulher, e será Ele quem os unirá para sempre. Deixe que a mão forte de Cristo esteja entre as suas mãos fracas.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/relacionamento-saudavel-10-dicas-para-um-bom-namoro/

11 de junho de 2025

Salvaguardar o ser humano

A necessidade de proteger a casa comum diante de um planeta adoecido e uma humanidade que se desequilibra

Apelos para salvaguardar o meio ambiente ecoam fortemente no mundo contemporâneo à luz das celebrações dos dez anos de publicação da Laudato Si' – Carta Encíclica do Papa Francisco, de 2015, que chamou a atenção para a urgência de se cuidar das feridas causadas pelo inadequado tratamento do planeta.

O mundo adoece com o atual estilo de vida que alimenta o consumo desmedido, o desperdício e modos de produção que levam ao extrativismo predatório dos recursos naturais. Com o planeta adoecido pelas inadequações no seu tratamento, a humanidade também adoece e se desequilibra em todos os sentidos. Torna-se, assim, sempre mais pertinente o apelo em torno da necessidade de proteger a casa comum, alcançando a irrefutável compreensão que salvaguardar o ambiente é salvaguardar o ser humano.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

As dramáticas e ameaçadoras consequências da degradação ambiental

São dramáticas as consequências da degradação ambiental – evidentes e ameaçadoras sobretudo para a vida dos pobres, aumentando o sofrimento dos excluídos, mas sem deixar de atingir também os que equivocadamente exploram o meio ambiente para alavancar o próprio lucro. No fim, todos sofrem e, por isso mesmo, a sociedade precisa dialogar para avaliar, criteriosamente, como está sendo construído o futuro do planeta. Mas em vez de de avanços nesse necessário diálogo, constata-se que as análises ainda não expõem suficientemente as raízes humanas da crise ambiental.

Por um lado, há um grande movimento em busca de soluções concretas para se evitar a deterioração do planeta. Por outro, multiplicam-se as frustrações pela indiferença diante dessas soluções que, não raramente, afrontam interesses dos poderosos. Um sinal dessa indiferença é o Projeto de Lei 2.159/2021 que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental, aprovado pelo Senado, tramitando na Câmara dos Deputados. Uma proposta que, se for aprovada, representará golpe na política ambiental brasileira, pela flexibilização do processo de licenciamento, enfraquecendo mecanismos de controle na batalha hercúlea para se evitar danos socioambientais.

A água, as florestas, a vida de povos originários, de comunidades tradicionais e o equilíbrio de ecossistemas estão ameaçados. A mesma Casa Legislativa que aprovou o Projeto de Lei 1.070/2021, instituindo o "Junho Verde" para ampliar programas e projetos educativos socioambientais, abre portas para riscos evidentes advindos da falta de limites. A dispensa de licenciamento para projetos considerados de baixo impacto facilita a impunidade e oferece riscos à sociedade.

O planeta demonstra sinais de esgotamento em um ambiente de negação e indiferença

E o debate para flexibilizar o licenciamento ambiental está em desarmonia com a preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), encontro global que será realizado no Brasil. É urgente rever atitudes e escolhas para superar a tendência de negação diante do que é evidente: o planeta apresenta sinais de esgotamento. Essa atitude de negação e indiferença contamina até mesmo os que professam a fé em Deus, autor da Criação. É preciso ir além da acomodação e da hegemonia de interesses meramente pecuniários para conquistar nova dinâmica no tratamento do meio ambiente. É preciso emoldurar o horizonte de compreensão pelo sentido e alcance da ecologia integral, paradigma que permite salvaguardar o ser humano pela salvaguarda do meio ambiente, considerando a interdependência dos aspectos ambientais, econômicos e sociais.


A natureza é indissociável da condição humana. Nesse sentido, exige-se a sabedoria para perceber as interações entre os sistemas naturais e os sistemas sociais. A crise social não está separada da crise ambiental. Uma se compreende à luz da outra. Também por isso, licenciamentos ambientais, além de questões técnicas, devem considerar a ordem social, concedendo mais espaço ao humanismo. O humanismo ilumina as reflexões criando sensibilidade para contextos psicossociais, familiares, no mundo do trabalho, em vista de qualificar as relações entre pessoas. O ser humano precisa ser compreendido a partir de sua interligação com o conjunto da Criação.

Caminho seguro e insubstituível que leva à paz

Tem plena razão a Doutrina Social da Igreja Católica quando adverte sobre o equívoco de o homem se considerar não um colaborador, mas um substituto de Deus, em sua relação com a natureza. Assim, age tiranicamente na sua relação com o meio ambiente. Ao invés de tiranias, deve-se buscar os parâmetros de um humanismo fundamentado na espiritualidade que não permite desconsiderar o vínculo entre o ser humano e o meio ambiente. Para preservar o planeta, é preciso conjugar o avanço científico, a meta partilhada de se alcançar o desenvolvimento sustentável com uma profunda e eficaz dimensão ética.

Inscrita nesta dimensão ética, com força iluminadora e norteadora, está a compreensão desta verdade: os bens da Terra foram criados por Deus para serem sabiamente partilhados por todos, com equidade segundo a justiça e a caridade, afirma a Doutrina Social da Igreja. A salvaguarda do ser humano pela salvaguarda do meio ambiente é caminho seguro e insubstituível que leva à paz. Ecoem os apelos que balizam uma nova lógica ambiental, investimento capaz de inaugurar novas atitudes e hábitos, mais condizentes com os parâmetros de sustentabilidade
do planeta – pela salvaguarda do ambiente, salvaguardar o humano.



Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Atual membro da Congregação para a Doutrina da Fé e da Congregação para as Igrejas Orientais. No Brasil, é bispo referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental. http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/salvaguardar-o-ser-humano/

10 de junho de 2025

A necessária solidão e o salutar silêncio

Sem a prática do silêncio, o nosso falar adoece

São Josemaria Escrivá dizia que "o  silêncio é como o porteiro da vida interior" (Caminho, 281). Em sentido contrário, é verdade a máxima "muito barulho, pouca interioridade", que, certa vez, escutei de Vera Lúcia Reis, formadora geral da Comunidade Canção Nova. De fato, em  meio a um mundo cada vez mais barulhento e uma vida continuamente sufocada pelos deveres e urgências, o não cultivo da arte e virtude do silêncio pode ter como consequências a gradual fragmentação do ser e deterioração da vida espiritual. Dessa forma, parafraseando quando o Papa Francisco disse que "sem a prática do silêncio o nosso falar adoece" (audiência geral 15/12/21), poderíamos afirmar que sem o silêncio nossa alma adoece. Ou seja, a falta de silêncio não leva apenas a uma superficialidade da vida de oração, mas atenta contra nossa interioridade mais profunda, fazendo-nos perder a capacidade de sentir a doce paz que a consciência de nossa filiação divina porta.  

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / Krea

Encontrar a verdadeira estatura no silêncio

Ante esse quadro, emerge a importância de falar de uma necessária solidão e um salutar silêncio, que podem qualificar nossa experiência de Deus e o conhecimento e domínio de nós próprios. Em seu  livro "Catecismo da vida espiritual",  o cardeal Robert Sarah diz que "é na abnegação e no silêncio que o homem encontra sua verdadeira estatura, torna-se atento a Deus e compreende que precisa Dele". Encontrar a verdadeira estatura no silêncio… Talvez essa frase explique o porque depois que Jesus, no Batismo do Jordão, escutou a voz que dizia: "Tu és o meu Filho amado" (Lc 3,22) foi impelido para o deserto (Lc 4,1). Antes de entregar-se à árdua missão, Jesus foi ao deserto buscando a solidão e o silêncio para favorecer o aprofundamento do mistério de seu próprio ser, revelado no batismo do Jordão. 

O deserto é um lugar de silêncio e solidão

Dessa forma, nas palavras do Cardeal Sarah, "ao ir para o deserto, Jesus decidiu excluir radicalmente todas as fontes de distração, agitação e barulho que são os inimigos de uma vida de oração e intimidade com Deus […] para entrar no silêncio de Deus". Entendemos ainda a riqueza e necessidade do estado de solidão e silêncio do deserto nas palavras de Ratzinger: "O deserto é um lugar de silêncio e solidão, onde nos distanciamos dos acontecimentos. É um lugar para fugir do barulho e da superficialidade. O deserto é o lugar do absoluto, o lugar da liberdade, onde o homem é confrontado com suas exigências mais importantes. Não é por acaso que o deserto é lugar do nascimento do monoteísmo. Nesse sentido, ele é o reino da graça. Esvaziado de suas preocupações, o homem ali encontra seu Criador. Grandes coisas começam no deserto, no silêncio e na pobreza" ( apud SARAH, p. 107) . 

O silêncio de Deus

Para além do deserto, o Papa Bento XVI mostrou a importância do silêncio na vida de Jesus em sua exortação apostólica Verbum Domini quando, referindo-se ao Gólgota, diz que, ali, "vemo-nos colocados diante da "Palavra da cruz" (cf. 1 Cor 1,18), (Onde) o Verbo emudece, torna-se silêncio de morte, porque se 'disse' até calar, nada retendo do que nos devia comunicar"(n. 12). Dessa forma, como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e o Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra encarnada. Suspenso no madeiro da cruz, o sofrimento que Lhe causou tal silêncio fê-Lo lamentar: ''Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?''. (Mc 15, 34) (Verbum Domini, n. 21).


Ainda no âmbito dos ensinamentos de Bento XVI, vemos que a experiência de silêncio de Jesus é sintomática da situação do homem que, depois de ter escutado e reconhecido a Palavra de Deus, deve confrontar-se também com o seu silêncio. É uma experiência vivida por muitos Santos e místicos, e que ainda hoje faz parte do caminho de muitos fiéis. O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio. Portanto, na dinâmica da revelação cristã, o silêncio aparece como uma expressão importante da Palavra de Deus (n.21) . 

No silêncio, entraremos Deus e n'Ele a nós mesmos

Finalmente, devemos reconhecer que nem sempre é fácil a experiência do silêncio, pois, por vezes, "o silêncio assusta-nos um pouco, porque nos pede para entrarmos em nós mesmos e encontrarmos a parte mais verdadeira de nós" (Papa Francisco, audiência geral 15/12/21). Porém, considerando que o silêncio é a condição essencial e indispensável que nos permite escutar Deus e em Deus nos descobrir", é preciso treinar os ouvidos e todos os sentidos para o silêncio das palavras, imagens e até mesmo dos agitados pensamentos que, por vezes, insistem em gritar dentro de nós, mesmo quando os barulhos externos se calam.  Enfim, vale ainda lembrar outro ensinamento de Bento XVI: "O silêncio é capaz de escavar um espaço interior no nosso íntimo, para ali fazer habitar Deus, para que a sua Palavra permaneça em nós, a fim de que o amor por Ele se arraigou na nossa mente e no nosso coração, e anime a nossa vida" (Audiência Geral,07/03/12). 

Enfim, busquemos o silêncio, pois a atitude do silêncio nos coloca num estado de presença de Deus, busquemos o silêncio e nele encontraremos Deus e n'Ele a nós mesmos!

Wilker Henrique Costa Fiuza
Membro da Comunidade Canção Nova desde 2008. Mestre em Teologia Sistemática (2023). Formado em Filosofia (2011). Professor na Faculdade Canção Nova (www.fcn.edu.br), casado e pai de dois filhos. 

Referências:

BENTO XVI. Audiência geral, 07 de Março de 2012. Disponível em:  https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2012/documents/hf_ben-xvi_aud_20120307.html 

FRANCISCO. Audiência geral, 15 de dezembro de 2021. Disponínvel em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2021/documents/papa-francesco_20211215_udienza-generale.html 

SARAH, Robert. Catecismo da vida espiritual. São Paulo SP: Fons Sapientiae, 2024. 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/a-necessaria-solidao-e-o-salutar-silencio/

9 de junho de 2025

Mãe e Companheira, a vocação original da mulher

O que somos e o que devemos ser? Qual a nossa missão? Mãe, esposa, empresária, estudante… quem eu devo ser? Em casa, no trabalho, qual o meu lugar?

Essas perguntas incomodam muitas mulheres, colocam-nas em crise. Estar em crise significa não saber em que se ater, em que se agarrar para conduzir a sua vida. São Tomás dizia que está na nossa alma a nossa essência, ela diz o que somos e aquilo que devemos ser.

Crédito:MStudioImages / GettyImages

Crédito: MStudioImages / GettyImages

 

Se nos debruçando sobre a alma feminina, encontraremos duas respostas através da santa e doutora da Igreja Edith Stein, que dedicou boa parte da sua vida e dos seus estudos para investigar a essência e a missão da mulher.

A essência diz aquilo que somos, e a missão diz o que devemos ser

A resposta se desdobra em duas, e nela você encontra a sua essência e sua missão: a mulher é chamada a ser esposa e mãe. E assim nos explica Edith:

"Ser esposa significa ser apoio e segurança como companheira do marido, da família e da comunidade humana. Ser mãe tem o sentido de cuidar e desenvolver nos outros a verdadeira humanidade. Ambos: o companheirismo e a maternidade da alma não estão restritos aos limites da relação física de esposa e mãe, eles se estendem a todas as pessoas que entram em contato com a mulher."

Deus concedeu à mulher uma alma companheira e materna, é isso que ela afirma nessas linhas. Isso não diz respeito somente ao casamento, aos filhos de sangue, como ela afirma, isso diz sobre um coração companheiro e materno para com todos aqueles que cruzam o seu caminho e que se realiza plenamente num casamento, num celibato ou numa dedicação integral a uma causa fora de si mesma.

Conhecer e reconhecer quem somos é de fundamental importância para termos uma vida cheia de felicidade e realização. Quando entendemos essa realidade, descobrimos que aquilo que nos faz livres está dentro de nós e não fora. Mergulhar na essência, tocar no projeto de Deus para a alma feminina é um caminho, uma jornada que se abre diante de nós e que nos impulsiona, cada dia, a sermos melhores. É, sem dúvida, um caminho de cura e crescimento.

Por que trilhar esse caminho de companheirismo e maternidade nos cura e nos faz crescer?

Porque, em ambos, saímos do centro; e o outro – que pode ser o nosso esposo, nossos filhos, mas também os nossos pais, colegas de trabalho, amigos, enfim pode ser qualquer um daqueles que fazem parte da nossa vida – fica no centro, no alvo. Isso nos faz olhar para fora, não nos determos em nós mesmas, nessa sociedade egoísta que nos ensina a colocar todas as nossas necessidades acima das de qualquer pessoa. Primeiro eu e meus sonhos, meus projetos, meus anseios; as famosas frases "E eu? Quando terei tempo pra mim?", "Mas se eu pensar só nos outros, como cuidarei de mim?" , "Não posso me anular!", "Preciso pensar em mim também"… Sei que muitas dessas frases fazem parte da nossa vida enquanto mulheres, mas a nossa vocação original nos aponta para outro horizonte, aponta-nos para o outro, para amar, cuidar, zelar, formar e educar. Companheira do homem e mãe de todo vivente, quer dizer que a mulher precisa estar inclinada, voltada, dedicada ao outro.

Não tenha medo de viver sua vocação original, não tenha medo de amar. Nascemos para isso, e só seremos felizes assim. Acredite!

Meiriane – Missionária da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/mae-e-companheira-vocacao-original-da-mulher/

8 de junho de 2025

Se Maria já era cheia do Espírito Santo, o que aconteceu com ela em Pentecostes?

Uma jovem hebreia de Nazaré

Seu nome era Maria, uma jovem hebreia de Nazaré, de uma família simples, vinda da periferia da Galileia, um povoado agrícola e de artesãos. Pertencer a Nazaré, vilarejo desprezado, desconhecido e sem história, era ser gente comum, de vida simples, sem conhecimentos teológicos.

Como toda mulher judia, praticava a religião hebraica, era de oração, elevava as suas preces e professava a sua fé no Deus único. Frequentava a pequena  sinagoga, onde aprofundava-se no conhecimento das Sagradas Escrituras e nutria a sua esperança ao memorizar as orações dos Salmos e na escuta do livro do profeta Isaías. O seu povo vivia uma realidade humana de impossibilidades e barreiras. Quantas vezes não teria Maria ouvido, na sinagoga, do livro de Isaías, que uma virgem conceberia e daria à luz um filho, e que receberia o nome Emanuel? (Is, 7,14). Ela esperava a realização da promessa de Deus, que enviaria um Salvador para libertar o seu povo. 

Maria, predestinada aos planos de Deus

Porém, Maria, desde sempre, esteve predestinada aos planos de Deus, não só para colaborar na salvação do seu povo, mais de toda humanidade.

Pelo pecado original, o ser humano se tornou sujeito ao erro, mas em Maria se concretiza a promessa de Deus. Ela nasce sem mácula, com a graça original, a simples jovem de Nazaré é superior a toda criatura, inferior somente a Jesus Cristo, por isso é chamada de Imaculada Concepção.

O Espírito de Deus que pousou sobre a terra, que era sem forma e vazia, coberta pelas trevas, trouxe a vida e tudo se fez (Gn 1,2). Esse mesmo Espírito sempre esteve presente em Maria desde a sua concepção em vista da sua maternidade divina. Porém, Maria teve a liberdade de escolher, de dizer Sim ou Não a Deus.

Maria, cheia de graça

Na vida que segue, em seus afazeres domésticos, de repente lhe aparece uma criatura sobrenatural, que fala com ela. Que significado teriam essas palavras?: "Cheia de graça,… e encontraste graça diante de Deus! … Conceberás e darás à luz a um filho" (Lc 1, 28-38).

Ter a graça significa receber de alguém o favor, a bênção, a bondade. Cheia de graça é estar totalmente preenchida com a gratuidade de Deus, não havendo um espaço sequer de sua existência que não seja repleto da graça. 

A saudação evidencia a presença do Espírito de modo muito particular em Maria. Dizer cheia de graça é, portanto, dizer cheia do Espírito Santo. (CIC 2676)

E o conceber um filho, qual o significado? Sim, estava prometida em casamento e preparava-se para isso, mas como tudo aconteceria? Vem mais uma resposta intrigante: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do altíssimo te envolverá com sua sombra (Lc 1, 35).

Maria de Nazaré diz sim a Deus

Com pouco ou nenhum entendimento, Maria de Nazaré diz 'sim' a Deus. Então, o Espírito desce sobre Ela, e o verbo se faz carne e habita entre nós.

Não sabia ela que ao dizer 'sim' mudaria a direção  da sua vida e também de toda a criação, da humanidade inteira para sempre. Maria totalmente cheia da graça de Deus, essa graça transborda na pessoa de Jesus para toda a humanidade.

A simples jovem de Nazaré gerou em seu ventre o Salvador, o Emanuel. Cumpre-se n'Ela a promessa do profeta Isaías: " … uma virgem conceberá …"

O Espírito Santo e Maria são os iniciadores da obra da salvação de Cristo para o mundo. Inaugura-se um novo tempo para a humanidade.

Maria é a primeira a fazer a experiência de Pentecostes

Maria, cheia do Espírito Santo, é a primeira a fazer a experiência de Pentecostes. O Espírito de Deus, que atua em Maria, vai agindo e preparando os eleitos para a missão, como aconteceu com João Batista, o percurso da vinda de Jesus. Ela comunica, com sua simples presença e saudação, o Espírito Santo, e Izabel e o filho em seu ventre ficam cheios desse Espírito.

Uma missão que não exclui a dor, o desprezo nem a morte. Maria experimentou a espada ao transpassar a sua alma, ao ver seu Filho, morrer na cruz. Naquele momento de dor, porém de pé, recebe do Filho a missão da maternidade espiritual de toda a humanidade, quando Ele diz: "… mulher eis aí o teu filho". (Jo 19,26) 

Maria, mulher de Esperança

A sua vida em Nazaré foi escola de fé e esperança, tudo o que guardará  em seu coração, era a certeza do crer, o fim não culminaria da cruz, pois havia uma promessa da parte do Senhor: "Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!" (Lc 1,45). Uma esperança cultivada ao longo da vida, alicerçada na Palavra de Deus e guardada no coração fez dela que acreditou ser testemunha da ressurreição.  


Agora, como Mãe de cada ser humano, acompanha os discípulos que estavam vacilantes na fé. Diante de tais acontecimentos com a sua fé já provada permanece firme. Ela os firma na fé na ausência física de Jesus após Sua subida aos céus.

A presença de Maria em Pentecostes

Maria, junto com os discípulos no cenáculo, encorajava-os a perseverar na oração e numa fé expectante da promessa de Jesus: "Não vos afasteis de Jerusalém… dentro de poucos dias, sereis batizados com o Espírito Santo" (Atos 1,4).

A presença de Maria em Pentecostes serve como um testamento, pois o que a aconteceria com os apóstolos seria o mesmo que já havia acontecido com Maria.

No  Cenáculo, ela, que na encarnação foi a primeira a experimentar a graça do Espírito, indica que, em Pentecostes, essa graça é a herança de toda a Igreja. 

Como n'Ela o Espírito de Deus gerou o Salvador, por Ela se inaugura, em Pentecostes, a manifestação da Igreja. Por esse motivo, recebe o título de Mãe da Igreja.

Maria, Mãe da Igreja

Uma vez repleta do Espírito Santo, em Pentecostes, Maria permanece com a mesma graça que já havia recebido do Espírito, pois quem está cheio da graça nada mais tem a receber. Maria, porém, com a sua simples presença, é um vaso que comunica a mesma graça que recebera de Deus aos que estavam presentes no cenáculo, como a comunicou a Isabel e a João Batista.

É em Pentecostes que a Igreja é oficializada e os discípulos que estavam amedrontados se tornam corajosos e anunciam a Boa Nova de Jesus.

O que o Espírito realiza em Maria é o que realizou nos apóstolos em Pentecostes, e é o que realiza, ainda hoje, na vida dos cristãos. 

Referências:

  • Bíblia CNBB
  • Catecismo da Igreja Católica
  • Livro Maria Mãe da Humanidade 


 


Nilza Pires Corrêa Maia

Nilza Pires Corrêa Maia é Brasileira, nasceu no dia 09/03/1974, em Várzea Grande, MT. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 1999 no modo de compromisso do Núcleo.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/dogma/se-maria-ja-era-cheia-espirito-santo-o-que-aconteceu-com-ela-em-pentecostes/

7 de junho de 2025

A importância das Novas Comunidades na Igreja

Mas, afinal, você sabe qual é a importância dessas obras de evangelização? Confira, neste artigo do professor Felipe Aquino, qual é a função delas no Catolicismo. "O Papa João Paulo II pediu à Igreja uma 'Nova Evangelização', com 'novo ardor, novos métodos e nova expressão'. Certamente, o Sumo Pontífice sentiu no coração essa inspiração de Deus em face dos grandes desafios da Igreja no século XXI: um laicismo agressivo contra a Igreja Católica, a presença das seitas que retiram os filhos de Deus dessa instituição; a aprovação e propaganda de muitas práticas ofensivas a Deus, como o aborto, a eutanásia, a manipulação de embriões humanos e a prática homossexual.

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Creio que essa Nova Evangelização está acontecendo com as Novas Comunidades. Nota-se aí a 'nova expressão' de vida cristã pedida pelo Santo Padre. Aí está um 'novo ardor' no fogo do Espírito Santo; e 'novos métodos' de evangelizar, sobretudo, pelos meios de comunicação. A Igreja já não está mais andando de carroça no asfalto.

O Espírito Santo, que é alma da Igreja, sempre a socorre especialmente nos momentos mais difíceis de sua história. Nos tempos modernos, Ele suscitou  a partir do Concílio Vaticano II  uma 'Primavera na Igreja', como declarou João Paulo II. As flores e os frutos dessa Primavera podem ser vistos, sobretudo, nos Novos Movimentos e nas Novas Comunidades de Vida e de Aliança, envolvendo especialmente os jovens, que deixam tudo, os prazeres do mundo, a família, para servir a Deus unicamente.

As novas comunidades

Assim, é notório e inegável que uma das grandes obras que o Espírito Santo tem feito na Igreja, nos últimos quarenta anos, como um fruto, sobretudo da Renovação Carismática Católica [RCC], são as Novas Comunidades de leigos e consagrados, que se multiplicam a cada dia. Só no Brasil já são centenas dessas comunidades; algumas de vida; outras de aliança; e muitas com as duas opções.

Elas são como que 'um rosto novo da Igreja' que surge; fiel às suas origens. Sou testemunha de que elas resgatam a vivência do Cristianismo puro, observando toda a riqueza da nossa fé católica. A reza do Rosário foi resgatada, uma prática antes tão abandonada e para as Novas Comunidades é alimento espiritual diário indispensável. Da mesma forma, a Santíssima Virgem Maria é venerada com todas as honras a que tem direito como Mãe de Deus. E o povo voltou a rezar o Terço, a Ladainha Lauretana, o Ofício da Imaculada, a fazer peregrinações aos santuários marianos.

Nelas [Novas Comunidades], Nosso Senhor Jesus Cristo é amado, servido e adorado verdadeiramente como Senhor e Salvador. O que importa é que o Seu Reino seja implantado na terra pela evangelização; missão primeira dessas Comunidades. Os jovens são evangelizados com ardor e parresia, a castidade lhes é apresentada como uma fonte de vida; os casais são chamados a viver a fidelidade a Deus e ao cônjuge entre outros.

Confissão e Eucaristia

Os Sacramentos são vividos com toda a intensidade e plenitude; sobretudo, a Confissão e a Eucaristia são amadas e desejadas. A bênção do Santíssimo Sacramento, tão abandonada antes, agora é celebrada com alegria, fé e profundidade. A adoração do Santíssimo, como tem pedido Sua Santidade, já há muito é realizada nas Novas Comunidades, especialmente pela realização do "Cerco de Jericó", por meio do qual o Senhor Eucarístico é adorado por sete dias e sete noites ininterruptas.

Os carismas de serviço são os mais variados em cada uma delas: algumas se dedicam a recuperar jovens drogados e viciados no álcool; outras se dedicam aos mendigos e abandonados; outras se dedicam à evangelização pelos meios de comunicação, e muitas coisas mais. Nas Comunidades Novas, a hierarquia da Igreja é amada; a sua necessidade é entendida; e trabalha-se em comunhão com ela. E isso é fundamental, pois assim, evita-se o perigo de ser formar "igrejas paralelas" ou independentes da única Igreja que Cristo instituiu.

Assim como na unidade dos membros de uma Comunidade está a força desta, assim também na unidade das Novas Comunidades entre si estará a força da Igreja. Cada Comunidade tem que se sentir irmã das demais e responsável por cada uma delas. Não pode haver rivalidade e competição entre elas; ao contrário, é preciso haver amor e auxílio mútuo.


O carisma e o serviço próprio de cada uma devem estar sempre à disposição das outras para que todas se edifiquem e juntas construam o Reino do Senhor na terra. Não pode haver a menor concorrência entre uma Comunidade e outra, pois isso seria a negação da caridade e do serviço ao Reino.

Para se enfrentar o secularismo avassalador de nossos dias, as Comunidades são imprescindíveis, mas para isso precisam ser fortes; e essa força depende muito da comunhão entre elas. Os seus líderes e coordenadores precisam se conhecer de perto, partilhar seus problemas, ajudarem-se reciprocamente: tudo para a edificação do Reino de Deus.

Praticamente, não há hoje uma diocese no Brasil e no mundo que não se beneficie do bom trabalho dessas Comunidades de Vida e de Aliança, que a serviço da evangelização estão aí presentes. Com isso, multiplicam-se as rádios católicas, jornais, revistas, retiros, acampamentos, shows, aprofundamentos, trazendo o povo de Deus de volta para a Igreja. As Comunidades e os movimentos eclesiais estão ajudando a Igreja a devolver Deus para aqueles que estavam perdidos".

 



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/a-importancia-das-novas-comunidades-na-igreja/

6 de junho de 2025

Ser amigo do Espírito Santo

Aproximar-se do Espírito Santo e ser amigo d'Ele faz o homem conhecer Sua Palavra e Seu poder

"Crer no Espírito é, portanto, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, «adorado e glorificado com o Pai e o Filho». É por isso que tratamos do mistério divino do Espírito Santo na «teologia» trinitária. Portanto, aqui só trataremos do Espírito Santo no âmbito da «economia» divina" (Catecismo da Igreja Católica, n. 685).

Essa é a experiência de nossa fé, sendo uma Pessoa, nós podemos nos relacionar com Ele [Espírito Santo], ser amigos, próximos e íntimos d'Ele, porque não dizer. E é exatamente isso que essa Pessoa da Trindade deseja ardentemente de nós para poder nos revelar o amor do Pai e do Filho, e o conhecimento dos dois. Esse é o primeiro grande benefício de sermos amigos dessa Pessoa Divina e nos aproximarmos d'Ele.

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

"O Espírito Santo, pela sua graça, é o primeiro no despertar da nossa fé e na vida nova que consiste em conhecer o Pai e Aquele que Ele enviou, Jesus Cristo" (CIC n. 684).

O Espírito Santo de Deus é o nosso mestre de vida de oração, Ele nos ensina a rezar como convém, isto é, a alcançar, na oração, a vontade de Deus, que alimenta e plenifica a nossa alma. "Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis" (Rom 8,26).

"Ninguém conhece o que há em Deus, senão o Espírito de Deus" (I Cor 2, 11). Ora, o Espírito, que O revela, faz-nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra viva; mas não Se diz a Si próprio. "Aquele que falou pelos profetas" faz-nos ouvir a Palavra do Pai. Mas a Ele, nós não O ouvimos. Não O conhecemos senão no movimento em que Ele nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-Lo na fé" (Catecismo da Igreja Católica, n. 687).

Amizade com o Espírito Santo

Aproximar-nos desta Pessoa Divina e sermos amigos d'Ele nos faz conhecer Sua Palavra e o Seu poder. Só pelo Espírito Santo podemos dizer: Jesus Cristo é o Senhor. E pelo mesmo Espírito, conhecer e experimentar o amor de Deus Pai.

O primeiro grande fruto da amizade com o Espírito Santo é a experiência do amor de Deus e a salvação em Jesus Cristo, proclamando Seu senhorio. "Ninguém será capaz de dizer: 'Jesus é Senhor', a não ser sob influência do Espírito Santo" (cf. I Cor 12, 3b).

Ele nos purifica dos nossos pecados. "Manda teu espírito, são criados, e assim renovas a face da terra" (Sl 104, 30). Ilumina e abre a nossa inteligência: "O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo" (cf. Jo 14,26). O Espírito Santo nos ensina a ser dóceis e a obedecer aos mandamentos do Senhor: "Porei em vós o meu espírito e farei com que andeis segundo minhas leis e cuideis de observar os meus preceitos" (cf. Ez 36, 27).

Este Amigo Divino confirmará a esperança da vida eterna, pois Ele é o penhor da herança dada por Cristo Jesus: "Nele acreditastes e recebestes a marca do Espírito Santo prometido, que é a garantia da nossa herança, até o resgate completo e definitivo, para louvor da sua glória" (Ef 1, 13-14). Ele revela aos nossos corações que de Deus nós somos filhos, devolve a dignidade e a convivência perdida pelo pecado original: "E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: 'Abbá, Pai!'"  (Gl 4, 6).


Ele é o nosso conselheiro nas dúvidas e nos mostra qual a vontade de Deus: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas. 'Ao vencedor darei como prêmio comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus'" (Ap 2, 7). Anima-nos e levanta-nos do abatimento: "Deu-me o Senhor Deus uma língua habilidosa para que aos desanimados eu saiba ajudar com uma palavra. Toda manhã, ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção" (Is 50,4).

A amizade com o Espírito conduz à santidade

Ele é o nosso advogado contra o mundo, defensor contra o pecado e, principalmente, defende-nos de nós mesmos quando não conhecemos os desígnios de Deus: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós" (cf. Jo 14,16-17).

Sendo amigos do Espírito Santo, recorrendo a Ele, pedindo o socorro do Seu auxílio, chegaremos à vontade do Pai, cuja missão é imprimir em nossa alma, em nossa vida, a santidade: "Eleitos conforme a presciência de Deus Pai e pela a santificação do Espírito, para obedecerem a Jesus Cristo e serem aspergidos com o seu sangue" (I São Pedro 1, 2). "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (I Ts 4, 3).

"Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei" (cf. Gl 5, 16. 22-23).

Imagine ter um amigo tão virtuoso e cheio de santidade, disposto a dividi-la com você. Comecemos, agora, a falar com Ele:

Vem, Espírito Criador!

Vinde, Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus, excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer. Amém!

Equipe de Formação da Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/ser-amigo-do-espirito-santo/

5 de junho de 2025

A oração é o segredo de todo comunicador

Cultivar a vida espiritual

Lembremo-nos sempre que, como comunicadores católicos, precisamos nos capacitar, tanto no requisito técnico quanto no cultivo de nossa vida espiritual. Um grande exemplo disso nos dá o apóstolo Paulo. Ele era um excelente orador, muito bem formado, nas escrituras sagradas, pela escola de Gamaliel, um dos rabinos mais sábios de seu tempo. Mas para se tornar comunicador de Jesus, precisou capacitar-se pela oração. Após encontrar-se pessoalmente com Jesus e levar um tombo, ele se retira para o silêncio, à penitência e à oração.

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Quando o Senhor manda Ananias se encontrar com Saulo e ele tem medo, porque esse homem era um perseguidor dos cristãos, Deus lhe dá um sinal para reconhecer a transformação de Saulo em Paulo: "Ele está orando" (At 9, 11). Isto é, quem reza se abre para o Amor divino, que se irradia no amor ao próximo.

Os comunicadores da era digital

Se, naquele tempo, os apóstolos comunicadores de Jesus enfrentavam a oposição dos judeus e dos que detinham o poder de governo, hoje nós, comunicadores católicos, enfrentamos também forças inimigas que só podemos vencer na força da oração.

Nós, comunicadores nesta era digital, encontramos dificuldades para rezar, porque não é fácil mantermos o foco da atenção em Deus. Os acessos contínuos às Redes Sociais e aplicativos de conversas agitam nossa mente, desviam a atenção do momento presente e podem ser meios pelos quais fugimos dos problemas reais. Pela busca do sentimento de satisfação, multiplicamos os clicks e adiamos o momento de nos retirarmos a sós diante do Tabernáculo, para rezar o terço ou estarmos diante de Deus.


O encontro pessoal com Jesus

O encontro pessoal com Jesus não se dá na virtualidade, mas, quando estamos diante dele com nosso verdadeiro eu, olho no olho, coração com coração. Em outras palavras, quem quer cultivar a espiritualidade, para ser cada vez mais um comunicador, segundo o coração de Jesus, precisa dedicar tempo para silenciar, escutar e para falar pessoalmente com Deus, para rezar, tanto em vários momentos de seu dia, como no encontro com ele pelos sacramentos e em adoração junto ao tabernáculo.

Assim como ensinou Jesus a falar com o Pai, Maria pode ajudar-nos a rezar bem  e encontrar tempo e meio para estar com Deus. Junto dela, os apóstolos não ficaram encerrados em suas culpas e medos, mas, se abriram para acolher o Espírito Santo.

Ao terminar de ler esse artigo, fale com ela o que você precisa para rezar melhor.

Aprofunde essa reflexão, pela leitura do livro: A vocação do comunicador católico, de Ir. M. Nilza P. da Silva

Equipe de Formação da Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/oracao-e-o-segredo-de-todo-comunicador/

4 de junho de 2025

Buscar a plenitude do Espírito Santo

O Espírito Santo é nosso guia e protetor

Afirmou Bento XIV que, hoje, a Igreja "sente, sobretudo o vento do Espírito Santo que nos ajuda, nos mostra o caminho reto; e assim, com novo entusiasmo, estamos a caminho e damos graças ao Senhor" (Saudação à Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, 27/10/2012).

O Espírito Santo é Senhor (2Cor 3,17-18) e, portanto, Ele tem todo o direito de nos dar ordens para executarmos alguma coisa (At 8,29) ou para não fazermos algo (At 16,6).

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / Krea

São Paulo Apóstolo e os demais apóstolos foram impedidos pelo Espírito Santo "de anunciar a palavra na Ásia" (cf. At 16,6).

Essa ordem, aparentemente inusitada, levou São Paulo a refletir sobre o Espírito Santo e a registrar suas reflexões na Carta aos Gálatas:

"Apenas isto quero saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da Lei ou pela aceitação da fé?" (Gl 3,2). "Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós, acaso o faz pela prática da Lei, ou pela aceitação da fé?" (Gl 3,5). "A prova de que sois filhos, é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Abbá! Pai!" (Gl 4,6). "Quanto a nós, é pelo Espírito que aguardamos a justiça que só a fé pode revelar" (Gl 5,5). "Deixai-nos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis aos desejos da carne" (Gl 5,17). "O fruto do Espírito é amor, caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura e temperança" (Gl 5,22-23).

Deus se revela por meio do Espírito Santo

Entretanto, apesar dessas afirmações de São Paulo, há cristãos que continuam entristecendo (Ef 4,30) e oferecendo resistência ao Espírito Santo (At 7,51), fazendo-O se extinguir em suas vidas (1Ts 5,19).

Esses cristãos ainda não entenderam que o Espírito de Deus sabe, de antemão, todas as coisas, e que é por meio d'Ele que Deus no-las revela (1Cor 2,10) e ensina (Jo 14,26; 16,13).

Graças ao bom Deus, os cristãos que vivem no Espírito e seguem com dedicação as Suas orientações e ordens (Gl 5,25) são em quantidade bem maior.

Esses cristãos estão constantemente pedindo: "Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor"! "Quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo é realista, sabe medir e avaliar a realidade, e também é fecundo: a sua vida gera vida em seu redor", ensina o Papa Francisco. (L'osservatore Romano, 23/06/2013, p. 8).


Se guiado pelo Espírito

Escreve o Papa Francisco: "Muitas vezes, seguimo-Lo e acolhemo-Lo, mas até um certo ponto; sentimos dificuldade em abandonar-nos a Ele com plena confiança, deixando que o Espírito Santo seja a alma, o guia da nossa vida, em todas as decisões; temos medo que Deus nos faça seguir novas estradas, faça sair do nosso horizonte frequentemente limitado, fechado, egoísta, para nos abrir aos seus horizontes".

A novidade que Deus traz à nossa vida é verdadeiramente o que nos realiza, o que nos dá a verdadeira alegria, a verdadeira serenidade, porque Deus nos ama e quer apenas o nosso bem.

Se nos deixamos guiar pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca dão origem ao conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja.

O Espírito Santo faz-nos entrar no mistério do Deus vivo e nos salva do perigo de uma Igreja gnóstica e de uma Igreja narcisista, fechada no seu recinto; impele-nos a abrir as portas e sair para comunicar a alegria da Fé, do encontro com Cristo.

"O Espírito Santo é a alma da missão" (Missa de Pentecostes, 19/05/2013).

Foco central da vida espiritual

Belíssimo conselho do Apóstolo São Paulo: "Buscai a plenitude do Espírito Santo" (Ef 5,18). Essa deve ser a nossa meta, o foco central da nossa vida espiritual.

Num mundo tomado pelo engano de um espiritualismo comercial da Nova Era, do sincretismo religioso e do misticismo neopagão, só com absoluta certeza que a verdadeira espiritualidade tem como fundamento a Pessoa do Divino Espírito Santo.

Este é a fonte da plenitude do poder, do amor e dos dons espirituais, da santificação, comunhão e da evangelização.

Buscar a plenitude é buscar viver de forma abissal a espiritualidade carismática renovadora, avivada e sempre reavivada.

Não há outra fonte para vida espiritual autêntica, salutar e fecunda sem o Espírito Santo. O mercado religioso tem oferecido uma tremenda falsidade da espiritualidade.

Em tudo isso, mora o terrível perigo do engodo, do estelionato, da perda da fé, da perda dos bens materiais, do sentido da vida e do encontro com a ilusão e com a loucura.

Daí a nossa grande responsabilidade de buscar com intensidade o poder do Espírito Santo para anunciar com ardor a verdadeira espiritualidade.

Esta sim é o caminho para uma profunda vida espiritual e fortaleza na jornada à casa do Pai Celestial.

Sem perda de tempo, busquemos a "plenitude do Espírito Santo"!

Equipe de Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/buscar-a-plenitude-do-espirito-santo/

3 de junho de 2025

Dicas para escolher a profissão ideal

Nesse momento, é fundamental ajudar e não pressionar o jovem

Chega um momento importante na vida das pessoas em que elas precisam escolher uma profissão. E a pergunta que surge para os jovens é: "Estou preparado para saber o que eu quero ser para o resto da minha vida?".

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Normalmente, nossos jovens não estão preparados para responder essa pergunta, mas podemos ajudá-los nessa escolha difícil, sem tentar realizar os sonhos dos pais nos filhos. A resposta para a segunda parte da pergunta é que nossas escolhas de hoje não são para sempre; podemos, na vida profissional, realizar pós-graduações e mestrados e reposicionar a carreira inicial escolhida. Existem algumas dicas que podem ajudar esses jovens a tomar uma decisão correta.

A escolha da profissão ideal exige autoconhecimento

Comece pensando quais atividades ou hobbies você gosta de realizar, pois a tendência é fazer aquilo de que goste e que lhe dê prazer. O autoconhecimento é fundamental nessa hora.

Para isso, é preciso fazer um SWOT, ou seja, um diagnóstico de cenários internos e externos. Para estabelecer o cenário interno, o caminho é um levantamento de qualidades e defeitos pessoais para conhecer suas forças e seus desafios. O autoconhecimento das potencialidades e das dificuldades individuais ajuda o estudante a alinhar o que gosta com as suas habilidades.

Definir o cenário externo começa com o conhecimento das profissões do momento, mas pensando a longo prazo. Conhecer as profissões é possível com orientações de profissionais da área comportamental e dos que atuam no mercado escolhido.

Não deixe as pessoas influenciarem sua escolha, siga o seu próprio caminho!

É preciso analisar a profissão desejada, buscar possibilidades acadêmicas e profissionais, conhecer as competências exigidas pelas organizações. Cuidado com a pressa! Faça isso ao longo do tempo e não às vésperas de um vestibular. Outro lembrete: não deixe as pessoas e as situações influenciarem sua escolha, pois quem vai atuar na profissão é você, portanto, a escolha é sua. A leitura correta do cenário externo ajuda a delimitar melhor as escolhas e facilitar as decisões.

Com o diagnóstico do SWOT em mãos, é momento de planejar a carreira, definir o que vai ser feito com métodos, prazos e responsabilidades; então, finalmente, colocar em ação o plano estabelecido.

O vestibular é uma etapa deste plano que deve ser o coroamento de todo o estudo realizado anteriormente; portanto, o sucesso começa com 1% de inspiração e 99% de transpiração na busca de seus objetivos.


Se houver dúvidas entre o que gosta e o que tem habilidade de fazer, a orientação é que faça faculdade das duas opções mais viáveis; com o tempo, acontecerá o amadurecimento da escolha. Toda escolha tem ônus e bônus, e, às vezes, uma carreira rentável exige uma vida intensa de trabalho; outras serão menos rentáveis, porém, vão oferecer melhor qualidade de vida. Qual bônus para você é mais importante?

Estágios: Oportunidade de colocar o conhecimento adquirido em prática

Outra etapa importante são os estágios para testar se as escolhas foram corretas, pois todo plano precisa de adequações ao longo da execução. Colocar o conhecimento adquirido em ação permite testar habilidades, facilita a análise e a escolha.

Na etapa profissional, é válido lembrar que uma carreira não termina com a entrada num emprego ou com a abertura de um negócio; é apenas o fechamento de um ciclo e o início de outro. Portanto, invista tempo no levantamento e na análise de informações, pois elas ajudarão no balizamento da escolha de sua profissão.

Equipe de Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/vocacao/profissao/dicas-para-escolher-a-profissao-ideal/

2 de junho de 2025

Enquanto esperamos a Sua vinda

Ascensão de Jesus e a Missão dos discípulos

"Jesus foi elevado, à vista deles, e uma nuvem o retirou aos seus olhos. Continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apresentaram-se a eles então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: 'Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que, do meio de vós, foi elevado ao céu, virá assim, do mesmo modo como o vistes partir para o céu'" (At 1,9-11). Na narrativa de São Marcos, assim está escrito: "Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus. Então, eles foram anunciar a Boa Nova por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra pelos sinais que a acompanhavam" (Mc 16,19-20).

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Compromisso assumido! O mesmo Jesus vai manifestar-se como foi visto partir para o céu, mas permanece misteriosamente conosco: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos" (Mt 28,20). Inaugurou-se então um novo tempo, o Tempo do Espírito, entre a efusão do mesmo Espírito que celebraremos dentro de poucos dias no Pentecostes e a vinda gloriosa do Senhor. Este é também o Tempo da Igreja, no qual a visibilidade das ações do Senhor é entregue à nossa responsabilidade. De formas diversas, o Senhor continua presente, e até aqui o Senhor nos ajudou, dando-nos a certeza de que o fará sempre. Com essa disposição, continuamos clamando "Vem, Senhor Jesus!".

Quais são as tarefas confiadas à Igreja, enquanto esperamos a vinda do Senhor? Cabe-nos olhar para frente e para o alto (Cf. Cl 3,1), pois quem fica parado já está regredindo. Seremos, diante do mundo, homens e mulheres peregrinos de esperança, como nos propõem o tema e a espiritualidade do Jubileu em curso, na certeza do sentido da existência pessoal e da história, plantando esta força em todos os ambientes em que nos encontrarmos. Cabe-nos superar e ajudar a superar o desânimo e o esmorecimento.

A missão da Igreja na cultura urbana

E o tempo em que vivemos lança à Igreja o desafio significativo que são as cidades, a pastoral e a mentalidade urbana, que envolvem não só os que habitam a cidade, mas também as pessoas que bebem da mesma mentalidade, levando em conta a circulação de ideias e costumes, cujos limites se ampliaram e provocam os cristãos a dar uma resposta, e esta é a evangelização, missão irrecusável da Igreja e dos cristãos. Nossa Igreja assumiu o compromisso de ter suas portas abertas e contribuir para que a cidade seja repleta de alegria!

Avançando nesse processo, especialmente diante da cultura urbana, cada vez mais abrangente, cabe-nos fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão, se quisermos ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas mais profundas do mundo (cf. São João PauloII, Novo Millenio ineunte 43). Para oferecer essa casa acolhedora aos homens e mulheres de nosso tempo, é fundamental que a Igreja aponte para a santidade e a busca da perfeição da caridade.


Ela deverá ser um apelo constante a uma vida melhor, sem nivelar pelo rodapé da existência os ideais a serem oferecidos. Cada vez que uma pessoa experimentar a vida da Igreja, sentir-se-á convocada a ser santa! E os cristãos precisam estimular-se reciprocamente nesta aventura, contando também com o estímulo das gerações de santos e santas que são hoje oferecidas como exemplo.

O alimento da santidade na Igreja está na vida sacramental. Aqui, resplandece de forma inequívoca, a Eucaristia, o tesouro mais precioso da Igreja. A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social totalmente baseado no vínculo espiritual, mas concreto com Cristo. Como afirma o apóstolo Paulo: 'Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão' (1 Cor 10,17).

A força da Eucaristia na vida e missão da Igreja

Sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria. De fato, é a Eucaristia que faz de uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus. O Espírito Santo, que transforma o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, transforma também quantos o recebem com fé em membros do corpo de Cristo, de modo que a Igreja é, realmente, sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles" (cf. Bento XVI, Angelus do dia 26 de junho de 2011).

A ela se liga todo o edifício da vida espiritual e da oração, que a Igreja deve cultivar. Recolher-se em oração pessoal, fazer a leitura orante da Palavra de Deus, rezar em família! Rezar na Comunidade e nos tantos grupos de oração, nas várias modalidades existentes! Podemos pensar na grande quantidade de Grupos de Oração formados a partir dos Movimentos Eclesiais e Carismas existentes na Igreja!

No tempo da Igreja, que é o tempo de hoje, continuam os cristãos na missão de serem sal, luz e fermento, alimentados pela Palavra de Deus. Muitas vezes, será silencioso este testemunho, outras pedirão a saída à vida pública, a parceria com homens e mulheres de boa vontade que aspiram os mesmos ideais de fraternidade e justiça dos cristãos. O que não é possível é a omissão! E aqui se encontra o compromisso de servir às causas dignas do Evangelho e o serviço a todos, especialmente os mais pobres e fragilizados da sociedade, na caridade!

Transformar o mundo com fé e ação

Tenhamos a ousadia de assumir um roteiro de vida enquanto esperamos a vinda do Senhor: ser homens e mulheres peregrinos de esperança (1); Fazer da Igreja de Belém uma Igreja de portas abertas, para que a cidade seja repleta de alegria! (2); Cada cristão ou cristã se sinta convocada à santidade! (3); Considerar a Eucaristia, o tesouro mais precioso da Igreja como o coração pulsante da própria Igreja (4); Como a Eucaristia transforma o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, transforme também quem a recebe com fé em membro do corpo de Cristo, para que a Igreja seja realmente sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles (5); Vida espiritual e oração, cada pessoa em seu estado de vida e vocação específica no coração da Igreja (6); Rezar em Comunidade e nos tantos grupos de oração, nas várias modalidades existentes (7);

No tempo da Igreja que é o tempo de hoje, os cristãos sejam sal, luz e fermento para transformar o mundo, alimentados pela Palavra de Deus (8); Testemunho dos valores do Evangelho, muitas vezes no silêncio ou na família e no trabalho cotidiano (9); Segundo a vocação de cada pessoa, muitas vezes os cristãos deverão sair à vida pública, em parceria com homens e mulheres de boa vontade que aspiram os mesmos ideais de fraternidade e justiça, para servir às causas dignas do Evangelho e o serviço a todos, especialmente os mais pobres e fragilizados da sociedade, na caridade! O que não é possível é a omissão! (10).

Não é um decálogo, pois já o temos resumido no amor a Deus e ao próximo, mas não será difícil identificar nas dez propostas um reflexo da lei de Cristo e da Igreja, num tempo fecundo e positivamente provocante, tempo da Igreja, enquanto esperamos a sua vinda! Estamos prontos a responder "sim"!?

DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/enquanto-esperamos-a-sua-vinda/

1 de junho de 2025

Fortes apelos em uma década

Laudato Si' completa dez anos

A Carta Encíclica Laudato Si' – sobre o cuidado da casa comum, pérola do pontificado do Papa Francisco, completa dez anos e seus fortes, pertinentes, apelos continuam a reverberar em todo o mundo. Mas não são poucos os governantes que fazem "ouvidos de mercador" diante das advertências da Carta Encíclica, promulgada em 24 de maio de 2015.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT.

Indicações que exigem uma compreensão mais lúcida capaz de inspirar conversão no horizonte do que se entende por ecologia integral. Promessas e acordos até são estabelecidos para preservar a casa comum, mas prevalecem os interesses por um lucro egoísta, e busca-se um equivocado caminho para se encontrar o bem-estar social.

A Carta Encíclica Laudato Si' continua, assim, muito atual, pois a sociedade precisa dialogar mais para encontrar formas de salvaguardar o planeta. Os debates não podem se restringir às cúpulas dos poderosos que não efetivam compromissos para enfrentar os desafios ambientais, delineando um futuro sombrio. 

A complexidade da crise ecológica atual

Reconheça-se que o movimento ecológico já percorreu um caminho rico e longo em todo o mundo, alcançando conquistas relacionadas à conscientização. Mas as vitórias são insuficientes para consolidar novos estilos de vida e de organização social mais condizentes com os parâmetros de sustentabilidade. Diante da urgência de mudanças, muitos permanecem desinteressados em rever seus próprios hábitos. Há ainda a recusa explícita de poderosos diante de proposições lúcidas e pertinentes, negando o desafio ecológico e promovendo a indiferença em relação à devastação ambiental.

Na solução dos problemas enfrentados pela humanidade, cegamente confiam apenas nas soluções técnicas. Por isso, o cuidado com o conjunto da Criação precisa se tornar, de modo crescente, uma atuação cidadã, envolvendo cada pessoa e todas as instituições. Sublinhe-se que cuidar do planeta é importante dimensão social que interpela também a prática da fé: os cristãos, certos de que o planeta é obra de seu Criador, Deus, devem cuidar da Criação.

Não se pode continuar minimizando a complexidade da crise ecológica atual, consideradas as suas dimensões éticas e espirituais, conforme alerta a Carta Encíclica Laudato Si'.  Percebe-se que há longo percurso educativo a ser trilhado. Mesmo assim, iniciativas que podem ajudar no percorrer deste itinerário, a exemplo da Campanha Junho Verde, compromisso governamental e legislativo brasileiro, encontram dificuldade para deslanchar.  

O Junho Verde, instituído a partir de contribuição da Igreja Católica, sob inspiração da Laudato Si', convoca a sociedade para a vivência de um processo educativo que permite vencer visões limitadas aos interesses de um lucro egoísta, com força para manipular decisões, aprovações e permissões, para beneficiar somente pequenos grupos, a partir da deterioração dos recursos naturais.

A falta de educação ambiental desenha no horizonte uma dívida social emoldurada por uma relevante dívida ecológica.  No lugar de avanços para o bem de todos, configuram-se privilégios oligárquicos. A insistência pertinente é buscar um novo estilo de vida que seja resposta adequada à crise climática e ecológica.

Laudato Si' permanece atual

A Carta Encíclica Laudato Si', no seu décimo ano, permanece atual, pois suas indicações são contraponto à indiferença e à ignorância que justificam as ações em nome do acúmulo egoísta de bens. Diante da urgência para mudar hábitos e garantir um desenvolvimento sustentável, há resistência até mesmo de alguns que professam a fé cristã, desconsiderando que Deus é criador de todas as coisas e que tudo precisa ser tratado com o devido respeito, pois é obra do Criador.


Sinal dessa desconsideração é a atitude de maravilhar-se diante das singularidades da obra de Deus e, ao mesmo tempo, não repudiar extrativismos predatórios do meio ambiente. A omissão diante da urgência de se preservar a natureza se desdobra em contínuas ameaças ao bem comum e no distanciamento de um desenvolvimento humano sustentável, integral. Por isso deve-se qualificar o olhar que interpreta a realidade, para enxergar seus reais problemas e desafios.

A força da ecologia integral

Abrir-se aos ensinamentos da Carta Encíclica pode levar a uma nova década mais proveitosa no que diz respeito à educação ambiental. Uma capacitação para que todos adotem nova lógica na regência da própria vida e das relações estabelecidas no planeta, a partir do paradigma da ecologia integral. Lógica com propriedades corretivas capazes de inspirar mais sustentabilidade e equilíbrio socioambiental. Sem o horizonte da ecologia integral, continuarão a ser alimentadas a desigualdade, as discriminações e exclusões.

A força educativa da ecologia integral impulsiona e ilumina o princípio da subordinação da propriedade privada ao destino universal dos bens, asseverando a função social de qualquer forma de propriedade privada. Ora, o rico e o pobre têm igual dignidade, pois todos são igualmente filhos de Deus. Assim, o meio ambiente é, afirma a Carta Encíclica, um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade, responsabilidade de todos.

Os apelos da Carta Encíclica Laudato Si' precisam continuar a ecoar, sempre mais fortes, de modo a possibilitar o tratamento da raiz humana que leva à crise ecológica. Importa avaliar e reconfigurar o agir da humanidade no planeta, à luz de reflexões emolduradas pelo paradigma da ecologia integral. Ao celebrar uma década da Carta Encíclica Laudato Si', renove-se o compromisso de acolher seus apelos, para que sejam alcançadas novas formas de desenvolvimento, em harmonia com o dever de se cuidar da casa comum.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/fortes-apelos-em-uma-decada/