10 de maio de 2025

Tempo de discernimento e obediência

A Igreja e a adaptação a cada ambiente sem perder a originalidade da graça do cristianismo

Após a Ressurreição e Ascensão de Jesus e a descida do Espírito Santo, no Pentecostes, começou a maravilhosa aventura da Igreja, chamada por Deus e atuar como sal, luz e fermento na sociedade. Os Atos dos Apóstolos retratam a vida das primeiras Comunidades, com os percalços havidos no confronto com os costumes, legislação e prática religiosa existentes na Palestina daquele tempo. Depois, especialmente através do ministério de Paulo, ampliaram-se os horizontes e os problemas afloraram. Tratava-se do ambiente helênico e romano, com hábitos e cultura diferentes. Trata-se de adequar-se a cada ambiente, sem perder a originalidade da graça do cristianismo, tarefa que acompanha a Igreja no correr dos séculos.

Imagem gerada por Inteligência Artificial / Krea

Já na Sagrada Escritura e na História da Igreja, o Espírito Santo abriu sempre as portas para o reconhecimento sincero das faltas existentes nas pessoas, sabedores que somos da santidade da Igreja, malgrado os nossos pecados pessoais, comunitários e sociais. De fato, ela é santa, pois "Cristo também amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de santificar pela palavra aquela que ele purifica pelo banho da água. Pois ele quis apresentá-la a si mesmo toda bela, sem mancha nem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito" (Ef 5,26-27). Os pecados são nossos, e o Senhor quer deles purificar-nos. A Igreja é santa, mas feita de pecadores, que somos nós! Se assim não fosse e a Igreja tivesse sido criada como uma associação de pessoas, até interessadas no Evangelho, não teria subsistido! Ela se mantém porque o Senhor está no meio de nós! Mistério da Misericórdia de Deus!

O confronto da Igreja nascente com os poderes religiosos e políticos então reinantes nos trouxe uma magnífica experiência, cujos reflexos podem multiplicar-se também hoje, com edificantes consequências. "Os guardas levaram os apóstolos e os apresentaram ao Sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los: 'Não vos proibimos expressamente de ensinar nesse nome? Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda quereis nos responsabilizar pela morte desse homem!' Então Pedro e os outros apóstolos responderam: 'É preciso obedecer a Deus antes que aos homens. O Deus de nossos pais suscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. Deus, porém, por seu poder, o exaltou, tornando-o Chefe e Salvador, para propiciar a Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem'. Quando ouviram isto, ficaram furiosos e queriam matá-los" (At 5,27-33).

Obedecer antes a Deus do que aos homens

Nós fomos criados por Deus e a ele devemos dar contas de nossa caminhada nesta terra e das decisões que tomamos. Antes de sermos membros de qualquer sociedade organizada nesta terra, temos uma dignidade fundante de nossa existência, e esta vem de Deus e seu plano infinito de amor, com o qual quer que vivamos nesta terra e numa eternidade feliz. Passa na frente do Estado ou dos Governos a liberdade religiosa e o dever de respeitar as pessoas, em suas decisões de consciência. Por isso, sistemas sociais e políticos vieram à tona e depois se esvaíram, mas a Igreja, com todos os limites dos homens e mulheres que a compõem, permanece firme estável, solidamente alicerçada na Rocha que é Cristo. Um dos sinais mais impressionantes da solidez da Igreja é o ministério de Pedro e seus sucessores, chamados a proclamar que se deve obedecer antes a Deus do que aos homens. E é um verdadeiro milagre que percorre a história o fato de o Espírito Santo ter sempre alguém misteriosamente preparado para ser Papa.


Independentemente da idade, nacionalidade, formação ou cultura, impressiona fortemente a nós e ao mundo a fidelidade dos que são responsáveis pela eleição de um Papa, como estamos vivendo agora, ao acolherem e a ele fazerem plena unidade e prestarem obediência, sabendo que sua palavra e ministério confirmam os irmãos, segundo a promessa do Senhor: "Eu, porém, orei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos" (Lc 22,32).

Para obedecer antes a Deus do que aos homens, faz parte da vida da Igreja o discernimento, com o qual se buscam fontes seguras: a Palavra da Escritura, as inspirações de Deus acolhidas com serenidade na oração e o conselho dos irmãos e irmãs. Daí o respeito que nos cabe ter diante de realidades tão sérias, com que a Igreja busca o discernimento dos passos a serem dados no anúncio do Evangelho.

O discernimento há de acompanhar a todos em sua jornada!

E a Igreja vive a sua missão num mundo pluralista e desafiador, quanto às convicções religiosas, políticas e culturais, devendo responder com espírito de humildade, aliado à grande paixão pela verdade, que é Jesus Cristo. Sabemos que os próximos dias serão também de grandes provocações a um testemunho fiel do Evangelho sobre toda a Igreja, vindas das mais diversificadas correntes de pensamento e opinião, pelo que confiamos na fervorosa oração de todo o Povo de Deus, para que sejamos mais fiéis a Deus do que aos homens (cf. At 2,27-33). Rezemos muito pela realização do Conclave, sabendo que Deus tem preparado aquele que só ele sabe e, estamos convictos, será o Papa para este tempo, pois Deus não abandona a sua Igreja. A certeza vem do Evangelho: "Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18-19).

No entanto, não só no governo da Igreja faz-se necessário obedecer antes a Deus do que aos homens. O discernimento há de acompanhar os jovens em suas opções de vida, o matrimônio nas decisões sobre os filhos e a educação dos mesmos, os homens e mulheres que têm responsabilidades na vida pública nas escolhas e na execução das políticas públicas!

O Espírito Santo nos conceda o mesmo ardor e a coragem das primeiras comunidades cristãs, para sermos sinais de Deus para o nosso tempo e o nosso mundo. Maria, Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos, interceda por nós!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/tempo-de-discernimento-e-obediencia/


9 de maio de 2025

Origem, constituição, finalidade e a resposta dos fiéis em torno da figura do Papa

A gênese do Papado

Ao contemplarmos a figura do Romano Pontífice, urge abordá-la sob uma tríplice ótica: a da sua origem ontológica, a da sua constituição sacramental e institucional, e, por fim, a da sua finalidade salvífica, sem deixar de considerar a atitude que os fiéis são chamados a assumir diante desta realidade teológica e eclesial singularíssima que denominamos de Papado.

Créditos: Domínio Público

A gênese do Papado radica-se na própria economia salvífica revelada em Cristo Jesus. A Igreja, em sua essência, não é um construto humano ou uma invenção institucional, mas uma realidade teândrica, concebida pelo Verbo encarnado como extensão sacramental de Sua presença no tempo. São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios (1Cor 12,27), é taxativo: "Vós sois o corpo de Cristo e, individualmente, seus membros". Ora, todo corpo supõe uma cabeça, e essa Cabeça, conforme escreve o mesmo Apóstolo em Ef 5,23, é o próprio Cristo. A Igreja nasce do lado aberto do Crucificado, como nova Eva, esposa imaculada do Cordeiro, e é dotada de uma estrutura visível para tornar presente, na história, o governo invisível do Senhor Ressuscitado.

A escolha de Pedro

Assim como o corpo físico não subsiste sem sua cabeça, também o Corpo Místico necessita de um princípio visível de unidade e direção. Foi, pois, o próprio Cristo quem instituiu a autoridade apostólica e, de maneira singular, confiou a Simão Pedro um primado peculiar: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). Desde então, mediante uma sucessão histórica ininterrupta, a mais antiga e estável da civilização, a cátedra de Pedro foi ocupada por homens chamados a representar na terra a autoridade pastoral de Cristo, Cabeça invisível da Igreja.

A escolha de Pedro, e de seus sucessores, é, portanto, expressão da vontade sapientíssima do Redentor, que, no tempo e na carne, estabeleceu um sinal perene de sua solicitude para com o rebanho.

A autoridade Papal

Quanto à constituição da autoridade papal, cumpre distinguir entre o poder meramente humano, de base consensual e sustentado por pactos sociais e, o poder conferido sobrenaturalmente, isto é, aquele que provém da instituição divina. Enquanto os poderes civis se fundamentam na aceitação coletiva e na legitimidade formal das
instituições, o Papado se funda na intervenção do Espírito Santo, que, mediante a eleição válida pelos Cardeais e a livre aceitação do eleito, faz surgir um novo Sucessor de Pedro com uma missão ontológica e espiritual: ser o Vigário de Cristo.

Não é, pois, o consenso popular, a estima dos meios de comunicação ou a simpatia de correntes ideológicas que conferem autoridade ao Papa, mas o próprio Deus, que, pela ação do Espírito Paráclito, o investe com as "chaves do Reino" (cf. Mt 16,19). Essas chaves, invisíveis aos olhos carnais, mas eficazes no plano espiritual, são o sinal sacramental do poder de "ligar e desligar" na terra com consequências eternas. Todo influxo de graça que se derrama sobre o mundo, ainda que de forma oculta ou misteriosa, passa, de alguma maneira, pelo ministério petrino.

Mesmo aqueles que, alheios à fé católica, ignoram sua existência, não estão fora da órbita de influência das
chaves de Pedro. Trata-se de um poder espiritual garantido pela Palavra de Deus, Palavra viva e pessoal no Cristo encarnado, que, por ser Deus, não pode mentir nem nos enganar.

A finalidade do Papado

No que concerne à finalidade do Papado, importa afirmar com veemência que a Igreja não é uma agência filantrópica, tampouco uma organização não-governamental com fins meramente sociais. Como afirmou o Papa Francisco, em audiência geral de 23 de outubro de 2013: "A Igreja não é uma loja, nem uma agência humanitária; a Igreja não é uma ONG, mas é enviada a levar a todos Cristo e o seu Evangelho." A missão da Igreja é, essencialmente, salvífica. Ela existe para conduzir os homens à vida eterna, a qual não consiste numa sucessão de confortos terrenos, mas na participação da vida divina.

Nosso Senhor afirma em Jo 10,10: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância". Ora, essa vida abundante não se confunde com prosperidade material, ausência de sofrimento ou realização plena de desejos terrenos. A verdadeira abundância é a presença operante do Espírito Santo no coração do fiel, fazendo-o
caminhar como filho da luz e amigo de Deus. A cruz, não o conforto, foi o destino último do Verbo encarnado neste mundo, pois, "as raposas têm suas tocas, e as aves do céu, seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça" (cf. Mt 8,20). O Filho do Homem reclina a sua cabeça no Coração do Pai. Por isso, a missão do
Papa é guiar os fiéis nesta peregrinação interior rumo à vida da graça, oferecendo-lhes o discernimento da fé reta e da conduta moral conforme o Evangelho.

A tarefa do Papa

Em outras palavras, o Papa é o garante visível da ortodoxia e da ortopraxia. Sua tarefa é confirmar os irmãos na fé (cf. Lc 22,32), como Cristo mesmo rogou por Pedro. A ele compete preservar o depósito da fé, proteger a Tradição apostólica e orientar o povo de Deus nos caminhos da verdade. Ao mesmo tempo, secundariamente, seu ministério não se limita ao espiritual, mas alcança o temporal, ele dialoga com líderes, percorre nações, atua com diplomacia, tudo isso, não para ampliar poder político, mas para semear o Evangelho em todos os cantos do mundo (cf. Mc 16,15).


Para isso, utiliza tanto os meios espirituais como os recursos diplomáticos e institucionais, dialogando com autoridades temporais, líderes de outras religiões e organismos internacionais, sempre na tentativa de irradiar a luz do Evangelho nos meandros da história. Em sua pessoa, limitada e contingente como qualquer homem, habita uma missão providencial, confiada por Cristo para cada tempo e circunstância. Como escreveu São Paulo aos Colossenses (1,18): "Ele é a cabeça do corpo, que é a Igreja. É o princípio, o primogênito dentre os mortos, para em tudo ter a primazia". O Papa é, por assim dizer, a epifania da cabeça de Cristo no tecido histórico e visível da Igreja.

Atitude do fiéis para com o Pontífice

Uma vez compreendidas a origem, a constituição e a finalidade do Papado, resta-nos considerar qual deve ser a atitude dos fiéis diante desta instituição. A resposta mais lúcida vem do próprio São Paulo, ao censurar a atitude facciosa dos coríntios: "Eu sou de Paulo, eu de Apolo, eu de Cefas…" (1Cor 1,12). Não é admissível reduzir a pertença à Igreja a um apego pessoal a este ou àquele Pontífice. A Igreja é de Cristo. O Papa, seja ele quem for, é apenas servo da vinha, instrumento de uma obra que o transcende. Ele passa, Cristo permanece. Por isso, nossa atitude para com o Pontífice deve ser de veneração respeitosa, jamais de idolatria ou desprezo.

Venerar o Papa significa amá-lo, rezar por ele, obedecer-lhe na fé e escutá-lo com o espírito de filhos atentos, não segundo os filtros de nossas preferências ideológicas, mas dentro de uma hermenêutica de continuidade com o depósito da fé. O Romano Pontífice não é um mero líder de opinião; é o Pai espiritual de todos os fiéis, com a autoridade e o poder que derivam do próprio Cristo. Rejeitá-lo equivale a ferir o princípio de unidade querido por Nosso Senhor. Por isso, antes de murmurar contra ele, rezemos. Antes de julgá-lo, escutemo-lo. E antes de interpretá-lo, estudemos seus ensinamentos à luz da Tradição viva da Igreja. Assim seremos Católicos verdadeiros:
fiéis à rocha sobre a qual Cristo edificou sua Igreja. Amém.

Padre Leandro Rodrigues dos Santos
Arquidiocese de Curitiba
Mestrando em teologia na Universidade Salesiana de Roma


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/origem-constituicao-finalidade-e-a-resposta-dos-fieis-em-torno-da-figura-do-papa/

8 de maio de 2025

O que é a dignidade fundamental do ser humano?

O mundo contemporâneo é cercado por múltiplas ideias, múltiplas opiniões, múltiplos pontos de vista. São tantas vozes, tantas notícias, tantas opiniões. Torna-se indispensável, assim, que esta pluralidade não afete o ser humano na sua totalidade, na sua afetividade e sexualidade, na sua vivência cotidiana, na sua capacidade de transcendência, de abertura ao outro. De fato, torna-se necessário que todas estas áreas da vida humana sejam iluminadas pela fé, que proporcionará um sentido mais pleno e mais verdadeiro ao ser humano.

Crédito: Charday Penn/GettyImages

Para quem é cristão, os desafios não são diferentes. Diante desta diversidade, destes pluralismos, sejam eles culturais, sociais, ideológicos ou religiosos, faz-se necessário que os cristãos sejam cada vez mais conscientes do que são e do que acreditam.

De fato, os cristãos creem que a dignidade mais sublime do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo da sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus. A vocação remete o ser humano a Deus, seu sentido e sua meta. Este mesmo Deus que inscreveu no coração humano o desejo de vê-Lo. Mesmo que, muitas vezes, o ser humano o ignore, Deus não cessa de atrair cada ser humano para si, cativando-o e fazendo com que ele compreenda que a plenitude de verdade e de felicidade está em Deus. Por natureza e por vocação, o homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhão com o seu Criador. É este vínculo íntimo e vital com Deus que confere ao ser humano a sua dignidade fundamental.

Cristo é o modelo da dignidade

Deus quis tanto cativar o ser humano, que se fez homem e habitou entre nós. Jesus Cristo é este Deus feito homem e é o modelo de ser humano plenamente consciente desta sua dignidade fundamental de Filho amado. O Filho de Deus ensina a cada um a viver a sua dignidade fundamental, pelo Seu exemplo, pela Sua entrega, pela Sua vida orante, pela Sua simplicidade, pelo Seu acolhimento.


Retorne às origens cristãs

O seguimento de Cristo, do seu Evangelho, no testemunho do dia a dia, o acolhimento do Seu amor misericordioso, que também gera responsabilidade e compromisso com os outros, são as molas propulsoras que levarão o cristão à sua configuração maior a Cristo, a restaurar em si aquela imagem e semelhança de Deus, talvez desfigurada pelo egoísmo, pela falta de amor, pelo desespero, pelo pecado.

É tempo de despertar, é tempo de voltar às origens, é tempo de ser amado por Deus e de amar. Mãos à obra!

Equipe de Formação da Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-que-e-a-dignidade-fundamental-do-ser-humano/

A paz que você procura está no silêncio que você não faz

Em Feira de Santana (BA), minha cidade natal, vi, uma vez, em um quadro negro daqueles bem antigos de escola, a seguinte frase: "A paz que você procura está no silêncio que você não faz".

De fato, essa sentença permaneceu por toda uma vida em minha memória e marcou-me tanto, que, ainda hoje, busco o caminho de como bem vivê-la. Embora eu tenha tido contato com a biografia da vida de santos, com o Catecismo e a Bíblia, confesso que adentrar nessa experiência tem me exigido muito esforço e dedicação.

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Certa vez, li que "o silêncio aparece como uma expressão importante da Palavra de Deus" (VD 21). E mesmo parecendo um paradoxo de que no silêncio haja comunicação, pude compreender, a partir disso, que o nosso Deus sempre está presente, seja nas orações permeadas em palavras ou naquelas em que nem sabemos expressar o que estamos sentindo.

"Nas vossas orações, não sejais como os gentios que multiplicam as palavras porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque vosso Pai celeste sabe de que tendes necessidade, antes que vós o peçais" (Mt 6,7-8).

Vamos imitar o silêncio de Jesus

Ademais, Jesus bem sabia o quanto precisaríamos nos calar para nos ouvir e podermos ouvi-Lo, pois Ele mesmo o fazia, retirando-se para o deserto para orar ao Pai do Céu, para fazer jejum e oração e até mesmo para vencer a tentação do demônio.

Jesus é o Verbo encarnado e, no cumprimento de Sua missão na cruz a morrer por nossa salvação, Ele se calou, não abriu a boca e, nessa atitude, nos comunicou a Sua Paixão. O próprio Deus se cala. E nesses momentos sombrios e assustadores em que parece que estamos sós, não tenhamos medo, pois mesmo aí Ele se manifesta no Seu abismo de amor, Ele que é o próprio Amor.


No silêncio, Deus fala conosco

Note que é no silêncio que ouvimos Deus, e no silêncio Ele age em nós. Claro que não vamos parar de falar! O ser humano, afinal de contas, nasceu com capacidade para a comunicação, e isso é lindo e tem o seu valor. Mas se você me permite ainda um pouco mais, aconselho que fuja do barulho na medida do possível, diminua as telas, planeje a sua vida de oração e faça exercício físico, para que toda a ansiedade acumulada no dia a dia possa ser liberada, deixando-nos abertos à vida interior.

Que a Virgem Santíssima nos acompanhe nessa jornada em busca do silêncio fecundo.

Micheline Teixeira
Comunidade Canção Nova  


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/a-paz-que-voce-procura-esta-no-silencio-que-voce-nao-faz/

7 de maio de 2025

Do Luto ao Conclave: O imaginário e o real na sucessão do Papa

A morte do Papa Francisco: o que acontecerá agora?  

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Na manhã daquele 21 de abril muitos se perguntavam se era verdade a notícia que circulava nas redes sociais, nos aplicativos de mensagem. Não demorou muito a confirmação: "O Papa morreu". Uma das lideranças mundiais mais significativas e referenciais deixava seu legado de simplicidade, empatia e misericórdia. Junto com o vazio da ausência, a pergunta que acompanhava a todos era: o que acontecerá agora? 

A Sala de imprensa do Vaticano substituiu os boletins diários sobre a saúde do Papa pela nota de falecimento e as comunicações constantes dos passos sucessivos. A Igreja não estava à deriva, não estava sem Governo, acabara de entrar em um Governo em transição. Da morte de Francisco até o início do conclave neste dia, 07 de maio, três momentos foram claramente identificados: O luto – Funeral; o Pré Conclave; o Conclave. Esta tríade traçava assim um percurso realizado pelos mais de 170 cardeais que aos poucos foram chegando a Roma.

Cardeais Brasileiros no conclave

Entre os muitos cardeais estavam oito brasileiros. Destes oito, sete estavam hospedados no Pontifício Colégio Pio Brasileiro, e destes sete, seis eram cardeais eleitores. Ficaram hospedados no Pio Brasileiro os eleitores: Dom Jaime Spengler, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Dom Odilo Pedro Scherer, Dom Orani João Tempesta, e Dom Paulo Cezar Costa, com eles estava o Cardeal Emérito de Aparecida Dom Raimundo Damasceno Assis, o oitavo Cardeal era Dom João Braz de Aviz, que já reside em Roma desde que iniciou seus trabalhos na Cúria Vaticana. 

Se analisarmos o falecimento do Papa, o período pré-conclave e o próprio conclave como um evento histórico, podemos identificar duas dimensões distintas: o imaginário e o real. A dimensão imaginária é formada pelas percepções individuais, fortemente influenciadas por representações culturais – seja por filmes, livros ou narrativas midiáticas sobre eventos similares. Trata-se de uma realidade construída a partir de referências prévias. Já a dimensão real corresponde aos fatos que ocorrem no cotidiano do processo, muitos dos quais permanecem inacessíveis ao público. Neste cenário, movido pelo imaginário coletivo, as pessoas tendem a criar inferências, elaborar hipóteses e desenvolver especulações sobre o que realmente está ocorrendo.

A comunicação institucional da Igreja no conclave

Ao longo de todo o processo – desde o falecimento do Papa até a realização do conclave, a Igreja enfrentou o desafio de manter uma comunicação eficaz em meio ao caos informativo da era digital. A instituição precisava navegar entre uma avalanche contínua de informações e desinformações que circulavam através de celulares, e-mails e até mesmo de certos veículos de imprensa. A comunicação eclesial, ou se preferirem a comunicação institucional da Igreja, neste contexto crítico, foi testada em seus limites: era necessário conciliar a transparência sobre os acontecimentos e próximos passos com a imprescindível preservação do sigilo quanto a etapas decisivas – cujo eventual vazamento poderia influenciar o processo eleitoral. Ao mesmo tempo, cabia à Igreja proporcionar adequada formação, ajudando os fiéis e o público em geral a compreender a singularidade daquele momento histórico e seu profundo significado.


Experienciar este momento foi único, e aqui me permitam um breve relato pessoal. Como escrevi, no imaginário das pessoas havia uma disputa política por busca de poder muito grande, comentadores das mais diversas áreas do conhecimento traçaram perfis e análises, muitas delas fortalecendo o imaginário das pessoas. Como residente do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, coordenador do departamento de comunicação do colégio, eu estava vivendo o real, por dentro do fato. E pensava sempre que era difícil se fazer análises sendo parte do processo. Fui educado pelo rigor da pesquisa científica que a melhor visão sobre um dado se pode ter quando se toma certa distância dele. 

A beleza e a riqueza da Igreja Católica Apostólica Romana

No entanto, este "estar no processo" me permitiu acessar o real, o cotidiano, as impressões, as percepções, a temperatura do momento. E, em uma frase carregada de personalismo e subjetivismo, posso afirmar: eu testemunhei a beleza e a riqueza da Igreja Católica Apostólica Romana. Beleza presente na harmonia, na unidade entre os Cardeais que não pouco encontrei à mesa das refeições, nas entrevistas individuais com falas tão marcadas pela experiência comunitária. Riqueza revelada na simplicidade, no serviço e no desejo de se alcançar o bem comum na Igreja e na sociedade. 

Conviver nestes dias foi uma experiência de fé primitiva, como aquela das primeiras comunidades cristãs narrada pelo livro de Atos dos Apóstolos. Partilha, sinodalidade, e oração foram as características fortes deste tempo. Se tornou evidente uma espiritualidade que nominei ESPIRITUALIDADE DO CAMINHO. Entendendo espiritualidade como aquilo que nos move, só quando estamos caminhando, juntos, fazemos a mesma experiência do amor e da providência de Deus que fez o povo no deserto com Moisés; quando nos colocamos a caminho reconhecemos Deus que age em meio nossas fraquezas e limitações como fez com Abraão tirando-o de Ur dos caldeus; apenas no caminho somos consolados pela empatia e a misericórdia de Deus, como o foram aqueles dois discípulos retornando a Emaús. 

No momento que escrevo este texto ainda não se tem claro quem será o novo Papa para Igreja, mas uma coisa é muito certa: juntos caminharemos e neste caminho faremos a experiência de sermos tocados pela Graça de Deus. Se posso chamar de lições, o que este momento histórico imprimiu em mim foi a certeza de que aquele "vinde e vede" de Jesus foi mais que provocador, foi transformador. Os jornalistas que vieram, viram! Os cardeais que vieram, viram! Os peregrinos que vieram, viram! Quem duvidava do poder da empatia, da escuta e da oração, testemunhou que um mundo melhor é possível – mas não quando ficamos presos a meias verdades, nem quando nos contentamos com qualquer informação (ou desinformação) que aparece. 

O desejo de fazer diferente não basta se não for acompanhado pela ação que faz a diferença.  Vivamos este novo tempo! 

Padre Robson Caramano

Padre da Diocese de São Carlos, Mestre em Linguagens, Mídia e Arte pela PUC Campinas e aluno do Programa de Mestrado em Filosofia com Especialização em Filosofia Prática da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Coordenação do Departamento de Comunicação do Pontifício Colégio Pio Brasileiro


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/luto-ao-conclave-igreja-entre-o-imaginario-e-o-real-na-sucessao-papa/

6 de maio de 2025

Santa Rita de Cássia, intercessora das famílias e das causas impossíveis

Uma infância cheia de devoção

A pequena periferia de Roccaporena, na Úmbria, foi berço de Margarida Lotti, provavelmente por volta de 1371, chamada com o diminutivo de "Rita". Seus pais, humildes camponeses e pacificadores, procuraram dar-lhe uma boa educação escolar e religiosa na vizinha cidade de Cássia, onde a instrução era confiada aos Agostinianos. Naquele contexto, amadurece a devoção a Santo Agostinho, São João Batista e São Nicolau de Tolentino, que Rita escolheu como seus protetores.

Mulher e mãe dedicada

Por volta de 1385, a jovem se uniu em matrimônio com Paulo de Ferdinando de Mancino. A sociedade de então era caracterizada por diversas contendas e rivalidades políticas, nas quais seu marido estava envolvido. Mas a jovem esposa, através da sua oração, serenidade e capacidade de apaziguar, herdadas pelos pais, o ajudou a viver, aos poucos, como cristão de modo mais autêntico. Com amor, compreensão e paciência, a união entre Rita e Paulo tornou-se fecunda, embelezada pelo nascimento de dois filhos: Giangiacomo e Paulo Maria. Porém, a espiral de ódio das facções políticas da época acometeram seu lar doméstico.

Assassinato do esposo e perdão

O esposo de Rita, que se encontrava envolvido também por vínculos de parentela, foi assassinado. Para evitar a vingança dos filhos, escondeu a camisa ensanguentada do pai. Em seu coração, Rita perdoou os assassinos do seu marido, mas a família Mancino não se resignou e fazia pressão, a ponto de desatar rancores e hostilidades. Rita continuava a rezar, para que não fosse derramado mais sangue, fazendo da oração a sua arma e consolação. 

Doença dos filhos

Entretanto, as tribulações não faltaram. Uma doença causou a morte de Giangiacomo e de Paulo Maria; seu único conforto foi pensar que, pelo menos, suas almas foram salvas, sem mais correr o risco de serem envolvidos pelo clima de represálias, provocado pelo assassinato do marido. Tendo ficado sozinha, Rita intensificou sua vida de oração, seja pelos seus queridos defuntos, seja pela família de Mancino, para que perdoasse e encontrasse a paz.  

Pedido recusado

Com a idade de 36 anos, Rita pediu para ser admitida na comunidade das monjas agostinianas do Mosteiro de Santa Maria Madalena de Cássia. Porém, seu pedido foi recusado: as religiosas temiam, talvez, que a entrada da viúva de um homem assassinado pudesse comprometer a segurança do Convento. No entanto, as orações de Rita e as intercessões dos seus Santos protetores levaram à pacificação das famílias envolvidas na morte de Paulo de Mancino e, após tantas dificuldades, ela conseguiu entrar para o Mosteiro.

Monja Agostiniana

Narra-se que, durante o Noviciado, para provar a humildade de Rita, a Abadessa pediu-lhe para regar o tronco seco de uma planta, e sua obediência foi premiada por Deus, pois a videira, até hoje, é vigorosa. Com o passar dos anos, Rita distinguiu-se como religiosa humilde, zelosa na oração e nos trabalhos que lhe eram confiados, capaz de fazer frequentes jejuns e penitências. Suas virtudes tornaram-se famosas até fora dos muros do Mosteiro, também por causa das suas obras de caridade, juntamente com algumas coirmãs; além da sua vida de oração, ela visitava os idosos, cuidava dos enfermos e assistia aos pobres.

A Santa das rosas

Cada vez mais imersa na contemplação de Cristo, Rita pediu-lhe para participar da Sua Paixão. Em 1432, absorvida em oração, recebeu a ferida na fronte de um espinho da coroa do Crucifixo. O estigma permaneceu, por quinze anos, até a sua morte. No inverno, que precedeu a sua morte, enferma e obrigada a ficar acamada, Rita pediu a uma prima, que lhe veio visitar em Roccaporena, dois figos e uma rosa do jardim da casa paterna. Era janeiro, período de inverno na Itália, mas a jovem aceitou seu pedido, pensando que Rita estivesse delirando por causa da doença. Ao voltar para casa, ficou maravilhada por ver a rosa e os figos no jardim e, imediatamente, os levou a Rita. Para ela, estes eram sinais da bondade de Deus, que acolheu no Céu seus dois filhos e seu marido.

Veneração de Rita

Santa Rita expirou na noite entre 21 e 22 de maio de 1447. Devido ao grande culto que brotou logo depois da sua morte, o corpo de Rita nunca foi enterrado, mas mantido em uma urna de vidro. Rita conseguiu reflorescer, apesar dos espinhos que a vida lhe reservou, espalhando o bom perfume de Cristo e aquecendo tantos corações no seu gélido inverno. Por este motivo e em recordação do prodígio de Roccaporena, a rosa é, por excelência, o símbolo de Rita.

A minha oração

"Rita, grande intercessora das famílias, a ti pedimos verdadeiras graças de conversão sobre aqueles aos quais amamos. Tuas rosas são sinais de salvação, por isso, te pedidos a paciência e o perdão, a oração e intercessão, ajuda-nos de forma concreta nesta luta. Amém!"

Santa Rita de Cássia , rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 22 de maio:

  1.   Na África Setentrional, os santos Casto e Emílio, mártires. († 203)
  2.   Em Comana, no Ponto, hoje Gumenek, na Turquia, São Basilisco, bispo e mártir. († s. IV)
  3.   Na ilha da Córsega, região da França, a comemoração de Santa Júlia, virgem e mártir. († data inc)
  4.   Em Aire-sur-l'Adour, na Aquitânia, hoje na França, Santa Quitéria, virgem. († data inc)
  5. Em Angoulême, também na Aquitânia, Santo Ausónio, considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. IV/V)
  6. Em Limoges, na mesma região da Aquitânia, São Lopo, bispo, que aprovou a fundação do mosteiro de Solignac. († 637)
  7. Em Parma, na Emília-Romanha, região da Itália, São João, abade. († s. X)
  8. Em Pistóia, na Etrúria, hoje na Toscana, também região da Itália, Santo Atão, bispo. († c. 1153)
  9. Em Florença, também na Etrúria, hoje na Toscana, a Beata Humildade (Rosana), depois de casada, foi abadessa e se associou à Ordem de Valumbrosa. († 1310)
  10. Em Londres, na Inglaterra, o Beato João Forest, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1538)
  11. Em Kori, cidade do Japão, os beatos Pedro da Assunção, da Ordem dos Frades Menores, e João Baptista Machado, da Companhia de Jesus, presbíteros e mártires. († 1617)
  12. Em Omura, também no Japão, o Beato Matias de Arima, mártir. († 1620)
  13. No Aname, no atual Vietnam, São Miguel Ho Dinh Hy, mártir. († 1857)
  14. Em An-Xá, cidade do Tonquim, também no actual Vietnam, São Domingos Ngon, mártir, pai de família e agricultor. († 1862)
  15. Em Lucca, na Toscana, região da Itália, a Beata Maria Domingas Brun Barbantíni, religiosa, que fundou a Congregação das Irmãs Ministras dos Enfermos de São Camilo. († 1868)

Fontes:

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

– Produção e edição: Fernando Fantini – Comunidade Canção Nova

O jovem é chamado a ter um espírito de ousadia!

A vontade de Deus é sempre melhor do que a nossa

Na nossa vida de intimidade com Deus, sempre chega um momento em que o Senhor nos pede algo a mais. Muitas vezes, nos encontramos naquele mesmo cenário da parábola do jovem rico, que vivia os mandamentos e era uma pessoa boa, mas quando o Senhor lhe pediu para dar todos os seus bens aos pobres e O seguir, aquele jovem foi embora entristecido.

Você já se encontrou na situação onde Deus o convida a fazer algo que lhe custa muito? Eu já! Quantas vezes tive medo de me entregar totalmente a Deus porque não queria que a vontade d'Ele fosse diferente da minha e me apeguei aos meus "bens", como o comodismo e o conforto, em vez de largar tudo e segui-Lo. 

Às vezes, é difícil compreender que a vontade de Deus é sempre melhor do que a nossa! O jovem rico ficou sozinho e triste porque não se entregou livremente a Deus, ele não teve a ousadia de atender ao chamado do Senhor e de aceitar a graça.

Créditos: FluxFactory by GettyImages./cancaonova.com

Um conselho para nós

E é aí que eu faço um lembrete para mim e para você, um conselho de Paulo ao jovem Timóteo: "Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação" (II Tm 1,7). 

Uma característica presente na vida dos apóstolos e de todos os outros santos é a ousadia. Eles tinham a coragem para pregar o Evangelho e abandonar tudo para fazer a vontade de Deus. Isso faz parte da identidade cristã.

Seguir os mandamentos, ter uma vida de oração e frequentar os Sacramentos é a base, mas não paramos nisso. Nós todos somos chamados a crer no Evangelho e, depois, anunciá-Lo a toda criatura. Somos convidados a seguir Jesus, mas carregando a nossa cruz, renunciando a nossa vontade por amor a Ele. Somos convocados a ter esse espírito de ousadia!


Sair do nosso conforto

Deus sempre vai nos pedir algo que nos custa. Muitas vezes, vai doer fazer o que Ele nos pede, porque, no início, não conseguimos enxergar os frutos que virão ao escolher a vontade d'Ele e sair do nosso conforto. Contudo, quando decidimos deixar os nossos "bens" para segui-Lo e carregar a nossa cruz, então, aos poucos, o Senhor vai nos revelando que fizemos a escolha certa, vamos percebendo que o caminho é, sim, frutuoso e que amadurecemos muito mais do que se tivéssemos recusado a graça. 

O Senhor nos espera! E Ele quer contar com a juventude para espalhar a Boa Nova. Ele quer jovens que tenham essa coragem, que desejem a santidade. O que está nos prendendo? O que está nos impedindo de aceitar esse chamado? Quais são os bens que você possui e dos quais não quer desapegar?

Entregue todos esses medos a Deus e peça a graça de ter coragem para escolher a vontade d'Ele. E, aproveitando o tema da Jornada Mundial da Juventude, "Maria levantou-se e partiu apressadamente" (Lc 1,39), vamos recorrer ao maior exemplo de ousadia: Nossa Senhora! Ela não pensou duas vezes, aceitou a vontade de Deus e, apressadamente, partiu ao encontro de sua prima para servir e levar a presença de Cristo aos outros, como nós devemos fazer. 

Coragem! Encorajados pelas palavras de São João Paulo II: "Jovens de todos os continentes, não tenhais medo de ser os santos do novo milênio!", vamos juntos gastar a nossa juventude por amor a Deus!

Maria Luiza Ferreira
integrante do @thepoiint


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/o-jovem-e-chamado-a-ter-um-espirito-de-ousadia/