26 de agosto de 2019

Sofrimento: escada para o crescimento

"Deus é tão digno do nosso amor quando nos consola, como quando nos faz sofrer!" (São Francisco de Salles).

Que bom seria se essa frase fosse verdade em nós! Que bom seria se vivêssemos em plenitude o que nos ensina São Francisco de Salles! Nossa natureza humana se satisfaz, rejubila, quando é satisfeita em tudo pela vontade de Deus.

Como nos é fácil e prazeroso ser amado e consolado! Como nos é fácil amar a Deus de toda alma, de todo entendimento e de todo coração como nos ensina as Sagradas Escrituras. Quando somos visitados por Deus de forma amorosa ou quando Ele nos consola; quando as mais diversas situações em que vivemos nos são favoráveis e, envolvidos em tais situações, somos capazes de afirmar que amamos a Deus; capazes de erguer os braços ao Céu e louvarmos; capazes de estampar o mais belo sorriso e, dessa forma, devotarmos nosso amor a Deus.

Sofrimento: escada para o crescimento

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como um bom Pai, Deus nos educa e, de tempos em tempos, visitados pelo sofrimento, seja esse qual for, somos capazes de perder o brilho do olhar e não mais estamparmos o belo sorriso, então, deixamos que a alegria fuja de nós e aquela linguagem do céu, de louvor, dá lugar aos murmúrios e lamentações. Infelizes de nós!

Amar a Deus quando está tudo bem e a vida mil maravilhas é fácil, difícil é usar o sofrimento como escada até o Senhor

Quando visitados pelo sofrimento, temos a oportunidade de nos unirmos de forma íntima e misteriosa ao Crucificado que, em meio ao sofrimento e a dor, amou-nos até o fim. Como nos é custoso, penoso, amar a Deus no sofrimento, na angústia e na dor!

É exatamente aí, que precisamos ser tomados da certeza de que Deus como um Pai amoroso está a nos educar e, também, assim como quando consolados, devemos amar o Senhor. Não podemos desperdiçar tais oportunidades!

Aprendi que ao ser visitada pelo sofrimento, o Céu me dá a oportunidade de reparar, de consolar o coração ferido do crucificado. Aprendi ainda que: só se cresce e só se passa bem pelo sofrimento, quando damos sentido ao sofrimento.

O Senhor usou do sofrimento como escada para a chegada da nossa Salvação

No Calvário e no Alto da Cruz, o Senhor deu sentido a todo aquele sofrimento: a minha e a sua salvação! Quando entendermos essa linda realidade, acolheremos o sofrimento com alegria, além de descobrir que, ao usar a pedagogia da dor, o Senhor está nos fazendo uma visita de amor para o nosso crescimento.


É preciso saber sofrer! O sofrimento é a escada para o crescimento!

E, ao aprendermos, assim como Santa Teresinha também diremos: "O próprio sofrimento passa a ser a maior das alegrias, quando é buscado como o mais precioso dos tesouros".

Ana Paula Meneses
Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/sofrimento-escada-para-o-crescimento/

21 de agosto de 2019

Responder a uma vocação é sempre um grande desafio

Caro internauta, quero iniciar este artigo com uma passagem bíblica muito conhecida por todos nós: "Caminhando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e o irmão deste, André, lançando as redes ao mar, pois eram pescadores. Então, disse-lhes: 'Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens'. Imediatamente, deixando as redes, eles o seguiram" (cf. Mc 1,16-18).

Estamos diante de uma das passagens bíblicas que melhor traduz a expressão latina "vocare", a qual, comumente, é traduzida para o português como "vocação". Expressão que, em latim, significa também "chamado". Essa narrativa que se passa à beira-mar, certamente, faz parte da vocação de muitos homens e mulheres que, ouvindo o chamado de Deus, ofertaram sua vida pela causa do Evangelho.

Responder a uma vocação é sempre um grande desafio

Foto ilustrativa: ALLVISIONN by Getty Images

Quero, mais uma vez, chamar à atenção para o local em que essa narrativa aconteceu: uma praia. É justamente nesse ambiente que acontece algo impressionante. Você já reparou que o traje de banho usado na praia por um rico diretor de uma multinacional é muito semelhante, se não o mesmo, usado por um morador de uma comunidade mais carente?

Na praia, a diferença entre ricos e pobres, pelo menos no aspecto visual, fica bastante reduzida. É um ambiente em que as roupas de gala, as joias caríssimas e o status social não são levados em consideração. Ricos e pobres disputam o mesmo espaço na areia e buscam mergulhar no mesmo mar. O mar não é mais quente ou mais frio para o rico ou para o pobre, não privilegia ninguém.

A vocação é um chamado gratuito de Deus que alcança a todos. Não podemos ter medo de dizer sim

Fiz essa breve reflexão para afirmar que o chamado de Deus não está baseado em condições prévias. Deus não chama uma pessoa porque é rica ou pobre, tem bens ou não. Ele não chama pessoas tendo em vista sua eloquência na fala ou em sua capacidade intelectual. Deus simplesmente chama. O chamado é gratuito, é pura graça.

Já ouvi, em atendimentos, pessoas afirmarem que Deus chama apenas os mais preparados, aqueles que são especiais. Trata-se de um grandíssimo equívoco! A título de exemplo, cito um fascinante personagem do Antigo Testamento, o profeta Amós.

Amós era um homem extremamente simples, de origem rural. Era um modesto pastor de ovelhas, um boiadeiro, alguém que colhia sicômoros, um tipo de figo de baixa qualidade. Esse homem sequer almejava ser profeta, aliás, sequer havia recebido qualquer formação para tal. No entanto, Deus o chamou. 

Por meio da profecia e da autoridade que Deus dava a ele, Amós censurou a condição social, moral e religiosa de sua época. Ele viveu num período em que os ricos procuravam enriquecer ainda mais, a imoralidade estava num nível abominável e a idolatria era considerada algo corriqueiro, enquanto que os verdadeiros fiéis a Deus eram ridicularizados por sua prática religiosa. Em suma, estava acontecendo, naquela época, o que ainda acontece hoje.

Da mesma forma que Deus suscitou o boiadeiro Amós, o jovem Davi, o gago Moisés, o medroso Elias, o desconfiado Tomé, o imaturo Jeremias (…), Ele também quer levantar no nosso meio verdadeiros e destemidos profetas, profetas de todos os tipos: jovens, estudantes, professores, advogados, industriais, padeiros, religiosos, você.

Aprendamos a ouvir Deus e a dizer sim a Ele

Pode acontecer de nós termos uma ideia errônea da missão de um profeta. Tendemos, talvez, a pensar que o profeta é alguém que adivinha o futuro, que usa roupas estranhas, mas isso não é uma verdade. Profeta é aquele que se coloca como um instrumento para que Deus, por meio dele, possa falar ao seu povo. Profeta, portanto, é aquele que intermedeia o que Deus quer dizer.


Portanto, caro internauta, se você sente que Deus o chama, não tenha medo de dizer 'sim'. Já imaginou se João Batista tivesse dito 'não' ao chamamento de Deus? Já imaginou se Ezequiel não tivesse denunciado, em sua época, a rebeldia e os graves pecados que o povo de Deus estava cometendo? O Senhor está dizendo para você no dia de hoje: "Não Temas, eu estou contigo" (cf. Jer 1,8).

Deus abençoe você e até a próxima!


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/vocacao/responder-uma-vocacao-e-sempre-um-grande-desafio/

19 de agosto de 2019

Amizade: manifestação infinita do amor de Deus

Durante toda a história da humanidade, vários personagens definiram a amizade como uma conquista: "Os amigos são aqueles que estão totalmente a vontade para colocar em comum as grandes dificuldades, as grandes experiências. A amizade é o desafio de chegar mais longe, com o apoio de alguém que sempre está no caminho." (Victor Feytor Pinto)

Segundo Aristóteles, a amizade é a expressão mais concreta da felicidade. Nela, o homem é convidado a conhecer o amor de maneira concreta: superando as dificuldades, e amando as diferenças.

Os filósofos e, principalmente, os grandes santos enxergam na amizade a grande manifestação do amor gratuito de Deus. Para Montaigne: na verdadeira amizade, dou-me ao meu amigo mais do que quero para mim.

Amizade: manifestação infinita do amor de Deus

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

A amizade de Jesus

O próprio Cristo nos revela a beleza da amizade, quando ele dá para Judas, na última ceia, o pão embebido, gesto esse que só era feito para um grande amigo. Mesmo sabendo quem o entregaria, Jesus nos provou que o amigo não vale por aquilo que nos dá ou por aquilo que faz para nós, e sim pelo que ele é.

A Revelação Cristã nos convida a purificarmos a nossa concepção sobre amizade e tomarmos como exemplo os santos: Paulo e Timóteo, Agostinho e Ambrósio, Francisco e Clara, João da Cruz e Teresa de Ávila, Dom Bosco e padre Miguel Rua. Além de amizades contemporâneas, como a do nosso querido São João Paulo II com o então Cardeal, Joseph Ratzinger. Também somos chamados a valorizarmos nossas amizades exatamente por aquilo que elas são: manifestação perene do amor de Deus.

Isso muda completamente a nossa concepção de amizade, concepção essa que está manchada pelo materialismo vigente em nossa sociedade, onde nós esperamos receber amor, carinho e afeto, e esquecemos que o outro é amado por ele próprio, e não por um cálculo mais ou menos egoísta.

Você tem amigos?

Nesse momento, recorde-se do seu grande amigo, e pense de que maneira você pode descobrir toda a riqueza que está escondida nessa pessoa. Porque da mesma maneira que precisamos da oração para nos santificar, se faz necessária a amizade, pois, como nos ensina a Igreja Oriental, se faz necessário um caminho místico, onde duas pessoas progridam para Deus, sem a conotação de um formar ou educar o outro, e sim a conotação de um crescer com o outro.


"O que torna belo o deserto é que ele esconde um poço em algum lugar." (Saint-Exupéry)

A frase de Saint-Exupéry nos provoca a enxergarmos a amizade como uma descoberta, que acontece com a reciprocidade dos amigos. Um eterno conhecer e dar-se a conhecer, porque, apesar de todos os exemplos citados, não podemos esquecer que a amizade é uma conquista, não por aquilo que fazemos, mas sim pelo quanto nos doamos ao outro: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15,13). Deus nos chama a procurarmos amizades sadias e edificadoras, tendo a certeza de que Ele quer que, por meio delas, experimentemos o seu amor.

Luis Filipe Julio Rigaud, missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/amizade-manifestacao-infinita-amor-de-deus/

16 de agosto de 2019

Casar ou morar junto?

A escolha por viver juntos em vez de se casar, muitas vezes, surge da curiosidade de ver se o casal é compatível. O pensamento por detrás da decisão, uma vez que ambos dividirão o mesmo teto e as despesas, é que, se as coisas não derem certo, eles não precisarão de um divórcio nem passarão por todo aquele sofrimento. Por fim, a dúvida entre casar ou morar junto surge.

Entenda as diferenças entre casar ou morar junto

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

O casamento é uma decisão de suma importância, que requer do casal um discernimento sério. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou 341,1 mil divórcios em 2014, ante 130,5 mil registros em 2004, um aumento de 161,4% em uma década. Considerando a alta taxa de divórcio, que muitos namorados experimentam de seus próprios pais, é compreensível o medo que eles trazem de assumir um compromisso definitivo.

Em entrevista ao Portal Canção Nova, o norte-americano Mark Evan, especialista na Teologia do Corpo de São João Paulo II, afirma que a coabitação não é boa para os casais. "Eles perdem o significado do ato sexual, pensando que significa apenas 'eu te amo', mas significa 'eu sou seu para sempre', e essas palavras são verdadeiras apenas quando eles se casam". Quem vive junto, mas sem o sacramento do matrimônio, em cada relação sexual está dizendo: "Eu estou com você enquanto isso durar". A porta dos fundos está sempre aberta para eles se deixarem. Eles pensam que estão se amando, mas, na verdade, estão apenas usando um ao outro para benefício próprio por um período indeterminado de tempo.


Parece lógico que a convivência oferecerá uma boa visualização do casamento, porém, sociólogos descobriram que a expectativa de uma relação positiva entre coabitação e a estabilidade conjugal foi destruída nos últimos anos por estudos realizados em vários países ocidentais.

As seis desvantagens de morar juntos antes do casamento

Os estudos descobriram que se o casal quer um casamento bem-sucedido, é melhor morar juntos só depois do casamento. O norte-americano Jason Evert, mestre em teologia e aconselhamento matrimonial, aponta seis desvantagens em coabitar.

1. A maioria dos casais que vivem juntos nunca se casaram. Aqueles que moram juntos antes do casamento têm uma taxa de divórcio até 80 por cento mais elevado do que aqueles que esperaram até depois do casamento para viverem juntos.

2. Casais que coabitaram antes do casamento também têm maior conflito conjugal e comunicação mais pobre, eles fazem visitas mais frequentes a conselheiros matrimoniais.

3. As mulheres que coabitam antes do casamento tem três vezes mais probabilidade de trair seus "maridos" do que as mulheres que se casaram.

4. As mulheres que coabitam têm três vezes mais probabilidade de ter depressão do que as mulheres casadas.

5. Casais que coabitam são sexualmente menos satisfeitos do que aqueles que esperaram até o casamento.

6. Do ponto de vista de duração matrimonial, paz e a fidelidade conjugal, segurança física, bem-estar emocional e a satisfação sexual, é evidente que a coabitação não é uma receita para a felicidade.

Casais que coabitam têm maiores taxas de divórcio

Um dos motivos para o aumento da taxa de divórcio é que coabitar enfraquece o compromisso. "Se um parceiro encontra falhas suficientes no outro, eles estão livres para ir embora. O desejo de introduzir um test drive mostra falta de fé no amor de um pelo outro", esclarece Jason. Por um lado, o casal está dizendo que eles desejam uma intimidade plena, mas, por outro lado, querem deixar uma saída caso o parceiro não esteja à altura. Isso semeia dúvidas e desconfianças desde o início do relacionamento.

Casamentos bem-sucedidos não são o resultado de uma falta de características irritantes no cônjuge, mas o resultado de escolher amar e perdoar o outro no dia a dia, com todas as suas imperfeições.

O que devemos fazer se estamos vivendo juntos?

Mark Evan recomenda que os casais se mudem para apartamentos separados e parem de ter relações sexuais. "O casal deve começar a construir a relação em terreno mais sólido, fazer as perguntas fundamentais e ver se eles realmente se conhecem e se são realmente bons um para o outro, para unir suas vidas para sempre."

Esperar para compartilhar o dom do sexo não deve ser visto como um passivo atraso de paixão, mas como uma formação ativa de fidelidade. Afinal, você não quer saber, antes do casamento, se o seu cônjuge será capaz de resistir às tentações depois do casamento?

Como qualquer casal, você sonha com um amor duradouro. Portanto, se você quer fazer o relacionamento dar certo, salve o seu casamento antes que ele comece, e more com o seu cônjuge só após o casamento.



Fernanda Zapparoli

Fernanda Zapparoli é missionária da Canção Nova. Esposa de Guilherme Zapparoli. Jornalista. Autora dos livros "A mulher segundo o coração de Deus" e "A beleza da mulher a ser revelada". Atualmente, reside em Toulon, França, onde trabalha com as mídias sociais do cnmedia.fr. A missionária é também Youtuber no canal 'Fernanda Zapparoli'.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/casar-ou-morar-junto/

14 de agosto de 2019

Como lidar com a pressão social por estar solteiro?

Por que algumas pessoas sofrem mais do que outras por estarem solteiras? A angústia do estado de solteiro, principalmente entre as mulheres, tem aumentado cada vez mais, sobretudo para as pessoas que estão entre os 30 anos. A potencialização desse sofrimento, depois dos 30, acontece pelo fato da pessoa sentir-se frustrada em seus projetos.

É natural e faz parte do desenvolvimento humano esse projetar, planejar e sonhar. No entanto, quando a pessoa chega nessa fase da vida adulta média, que contempla entre 30 a 40 anos, pode ver-se de uma forma mais definitiva o curso de sua vida. Percebe-se não estar mais no início da vida nem no fim, mas que o processo de estabilidade foi iniciado. Quando uma das dimensões da vida, neste caso a afetiva, tem uma lacuna, uma ausência, pode gerar um sofrimento maior. Tudo isso já acontece de forma natural.

Como lidar com a pressão social por estar solteiro

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Junto a isso, existe uma pressão imposta pela sociedade, especialmente por aqueles que estão próximos. A família começa a fazer piadinhas, os amigos começam a namorar e, por vezes, se casam. Todos, então, perguntam: "Você não está namorando?"; "Ah! Mas você está muito exigente! Desse jeito não vai namorar ninguém!". Ou até mesmo: "Coitada(o)! Está até hoje sozinha(o)?". E aí, aqueles que sofrem por estarem solteiros, têm vontade de "cavar" um buraco e entrar nele.

Por que sofro por estar solteiro?

Para saber lidar bem com essa pressão que a sociedade impõe, é preciso, antes, compreender o porquê sofre, entender por qual motivo quando ouve determinadas coisas, isso lhe causa tanto desconforto, pois, sofrer pelo estado de vida em que se encontra, não é algo geral. Existem jovens, adultos e idosos solteiros que são felizes por estarem solteiros. A questão é individual, parte da experiência e vivência de cada um.


Conhecer-se é essencial

Nossa mente funciona como um grande arquivo o qual, a todo momento, é acessado a partir de palavras que escutamos, situações que vivemos ou aquilo que vemos. Todas essas experiências funcionam como gatilhos que trazem à tona um arquivo já escondido. Então, quando temos um arquivo na dimensão afetiva, que nos faz acreditar que somos ruins, que nunca vamos encontrar alguém, que vamos morrer solteiros, que ninguém nos ama, que sou indesejável, imperfeito, que vamos ficar sozinhos para sempre, a sociedade nos pressiona a dar uma resposta. Isso dispara o gatilho em direção a algo que gera sofrimento, por não acreditarmos que, um dia, conseguiremos encontrar alguém para ser nosso companheiro.

Aciono, então, todo tipo de emoção desconfortável que possa ser vivida, como a ansiedade, a tristeza, angústia, desesperança, medo, solidão e desespero. Sentimentos que podem ter o poder de paralisar a vida de uma pessoa, pois ela começa a acreditar que ficará solteira para sempre! Pois, como são consequências de um pensamento ruim, o aumentam, dando peso a essa emoção. O primeiro ponto é: Por que sofro por estar solteiro? Qual verdade existe dentro da minha cabeça sobre esse assunto que me assusta tanto?

Quando você sabe o que lhe causa sofrimento, fica mais fácil enfrentar a pressão da sociedade, porque o sofrimento está em acreditar que, um dia, não dará essa resposta à sociedade, porém, no fundo, você queria dar. O solteiro — está — solteiro, e não — é — solteiro; ele é uma pessoa antes de definir seu estado de vida, seja solteiro, casado ou celibatário. Encontre-se com sua verdade, assuma-a; e o sofrimento diminuirá!



Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial e pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/como-lidar-com-a-pressao-social-por-estar-solteiro/

9 de agosto de 2019

Por que Jesus manifesta preferência pelas crianças?

Caro internauta, quero iniciar este artigo com um breve testemunho. Em certa oportunidade, eu estava responsável pela organização de uma linda celebração Eucarística. Nela, algumas crianças iriam receber Jesus pela primeira vez. No corre-corre daqueles cinco minutos que antecederam o início dessa celebração tão importante, fui interpelado por alguém que puxava a minha sobrepeliz.

Inicialmente, pensei que seria mais uma pessoa a perguntar, por exemplo, o que fazer na procissão de entrada ou quem seriam os leitores. Talvez fosse alguém a dizer que as velas do altar ainda não estavam acesas ou algo semelhante. Engano meu! Era uma pequena criança, com pouco mais de sete anos, que me lançara uma pergunta à queima-roupa: "Por que Jesus ama as crianças?".

Devo confessar que, diante do contexto caótico em que eu me encontrava, haja vista que a pergunta dela se tratava de uma a mais dentre outras dezenas que eu já havia respondido e mais dezenas que eu haveria de responder antes do início da celebração, pensei em ignorá-la.

Por que Jesus manifesta preferência pelas crianças?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

No primeiro momento, reconheço, cometi esse pecado. Virei-me para dar continuidade às atividades, cujo objetivo não era outro senão dar alguma ordem àquele caos. Porém, a pureza e a verdade com que aquela garotinha me fizera a pergunta deixou-me imensamente incomodado. Eu precisava dar a ela uma resposta.

Podemos aprender muito com os pequeninos

Antes de continuar a narrativa desse testemunho, quero afirmar que podemos aprender muito com as crianças. Não é por acaso que Jesus, no Evangelho de Mateus, diz aos discípulos (e a todos nós) que se não nos tornarmos crianças, não entraremos no Reino dos céus (cf. Mt 18,3).

Embora esse trecho do Evangelho não esteja se referindo propriamente (ou somente) à pureza, à inocência ou à perfeição moral de uma criança, não se pode negar que, nesses quesitos, os pequeninos são grandes mestres.

Essa passagem está mais associada à dependência que possuem as crianças dos seus pais. Uma dependência sincera e sem desconfianças. Somente elas são capazes de se entregar com verdade e pureza. As crianças possuem inocência e candura no olhar, no falar, no pensar, no comportar-se. Eis o exemplo que devemos obstinadamente buscar.

O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2519, relembra-nos uma promessa que Deus faz a todos os homens: "Aos puros de coração, é prometido que verão a Deus face a face e serão semelhantes a Ele" (cf. 1 Cor 13,12). Assim, a pureza do coração é condição prévia para que esta visão aconteça. E se a pureza de coração nos permitirá ver a Deus face a face, desde já, ela nos permite ver todas as coisas segundo Deus. Quanta beleza há nessa maravilhosa possibilidade dada a nós por Deus!


A pureza dissipa o pecado

Bom, você ainda deve estar se perguntando qual teria sido a resposta que eu dei àquela garotinha de que falei no início do artigo. De antemão, já informo que não foi nada de outro mundo. Naquele momento de caos, a única coisa que me veio ao pensamento foi uma simples analogia. Perguntei se ela gostava de piscina, e ela respondeu positivamente com a cabeça.

Então, pedi a ela para imaginar uma piscina bem grande, a maior que ela já tinha visto, repleta de água cristalina. Tão cristalina a ponto de ser possível enxergar os azulejos do fundo. Ela balançou novamente a cabeça em sinal de positivo. Disse a ela que Deus amava as crianças, porque o coração delas é tão puro e cristalino quanto a água daquela piscina. Aquela criança não me fez mais nenhuma pergunta, simplesmente se virou e voltou para próximo a seus pais.

Logo que isso aconteceu, ocorreu-me um segundo pensamento. Não tive a oportunidade, naquele momento, de expor para aquela criança, mas gostaria de expor a você. Tente imaginar uma pequena gota de café. Então, pergunto: se alguém deixasse cair essa gota de café em uma piscina olímpica o que aconteceria? Se essa mesma pergunta fosse dirigida a mim eu responderia: "Ao tocar na água, a gota desapareceria, seria totalmente diluída". 

Concluo, portanto, com o seguinte pensamento: diante das crianças, o pecado é como uma gota de café. Ao entrar em contato com a pureza desses pequeninos, seria imediatamente dissipada. Onde há a pureza, o pecado não tem força.

Busquemos a pureza de uma criança! Ela nos levará para o céu!

Deus abençoe você e até a próxima!



Gleidson Carvalho

Gleidson de Souza Carvalho é natural de Valença (RJ), mas viveu parte de sua vida em Piraúba (MG). Hoje, ele é missionário da Comunidade Canção Nova, candidato às ordens sacras, licenciado em Filosofia e bacharelando em Teologia, ambos pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP). Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, na Liturgia do Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários. Apresenta, com os demais seminaristas, o "Terço em Família" pela Rádio Canção Nova AM. (Instagram: @cngleidson)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/por-que-jesus-manifesta-preferencia-pelas-criancas/

6 de agosto de 2019

Há diferença entre amor e paixão?

Inúmeras pessoas se casam iludidas, pensando que o que sentem é amor pelo outro, no entanto, quando chegam as crises, os problemas financeiros ou mesmo quando apenas o tempo passa, vai-se percebendo que aquele escolhido não era exatamente o que se esperava. Aquele amor que parecia lindo, infinito, vai se tornando um peso, uma desilusão, um fardo a ser carregado por toda vida ou até quando não mais se aguentar.

Há um tempo, uma revista de grande circulação nacional informava que 30% dos casamentos terminam ainda no primeiro ano, e 50% terminarão entre o segundo e terceiro anos de casados. É, de fato, uma triste realidade. A verdade é que somos convidados por Deus a refletir o amor d'Ele no mundo, especialmente no convívio entre homem e mulher, pois cada casal, cada família tem sobre si um projeto divino, único e abençoado pelo Pai.

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Foto Ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

O matrimônio, quando vivido junto com Deus, pode ser renovado a cada dia, de forma que não mais vivamos apenas um ao lado do outro, mas sim um para o outro, pois, no seu projeto de felicidade, não casamos com alguém para apenas sermos felizes ou realizarmos nossos desejos, mas sim para fazermos o outro feliz, realizarmos seus desejos, seus sonhos. Até parece que a ordem da frase está invertida, mas é isso mesmo, pois quando Deus faz parte de um relacionamento, o amor toma uma nova dimensão. Dessa forma, uma boa preparação no namoro e no noivado nos ajuda a ter claro que existem diferenças entre a união baseada no amor e a baseada somente na paixão.

A diferença entre o amor e a paixão

O amor, normalmente, surge de maneira tranquila, serena, e tende a ir crescendo aos poucos. Com ele, não temos medo de ser transparentes, mostrando o que pensamos ou sentimos, sem receio de nossos defeitos. No amor, a amizade, a compreensão, a presença do outro é mais importante do que a aparência ou a atração física, pois só o estar juntos basta. O amor é único, verdadeiro e fiel, e sempre é reconhecido pelos outros que percebem que mudamos ou sentem firmeza na relação.

A paixão, pelo contrário, costuma surgir como um relâmpago, fazendo parecer que vamos morrer de amor. É algo fulminante, e apesar de parecer muito forte, é também muito rápido. Nela, procuramos mostrar apenas as qualidades e ser aquilo que acreditamos que agradará o outro. Temos medo de revelar nossos defeitos e falhas. O físico e o visual são fundamentais e há um desejo enorme pelo tocar no corpo do outro. Na paixão, pode-se gostar de mais de uma pessoa ao mesmo tempo, e "ficar" com outros é muito normal. O ciúme é excessivo e a infidelidade é sempre justificável. Normalmente, gera muitas intrigas com a família, com os amigos e muitos percebem que o relacionamento não vai dar certo.


É um verdadeiro perigo estruturar uma relação baseada apenas no fogo da paixão, mas o que fazer se misturarmos as coisas? Os casais devem procurar viver a caridade proposta por São Paulo e já tão repetida em diversas canções: "O amor é paciente, é bondoso. Não tem inveja e não é orgulhoso. Não é arrogante nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita nem guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará" (cf. I Cor 13,4-8)

Os casais devem aprender a caminhar juntos

Os casais, por melhores que sejam, não devem caminhar sozinhos, acreditando que tudo sabem ou podem. Crises sempre existirão, no entanto, é a forma como serão resolvidas que determinará o sucesso ou não do matrimônio. É fundamental possuir um mesmo projeto de vida e sempre buscar a presença de nosso Senhor, acreditando em sua intervenção divina para nos auxiliar na difícil caminhada a dois.

Não é a paixão, mas o verdadeiro amor que nos ensina, a cada dia, a perdoar sempre, compreender-se mutuamente, ter paciência com as limitações e erros do outro, vencendo o ciúme, o orgulho próprio, suportando o sofrimento pelo bem da relação. Recorrer a Deus, por meio da oração, é fundamental para que um relacionamento fragilizado pela simples paixão se transforme em um verdadeiro amor doação.

Marco e Susy


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/ha-diferenca-entre-amor-e-paixao/