16 de novembro de 2015

O que é o Islamismo?

O Islamismo, hoje dividido em dois seguimentos – os sunitas e os xiitas –, tem sua origem com o profeta Maomé

O Islamismo (ou Islã) foi fundado por Maomé (Muhammad-ibn-Abdallag-ibn-Mottalib), que nasceu em Meca (Arábia Central), por volta de 580, e morreu em 632. Desde adolescente, viajava com seu tio comerciante em caravanas pela Arábia, a Assíria e a Mesopotâmia, e teve contato com judeus e cristãos. Foi casado com a viúva Kadija.

Impressionado pela desunião dos homens entre si, mortificava-se e rezava nas montanhas. Diz ele que, certa vez, na "Noite do Destino", teve uma visão: em sonho, um estranho personagem lhe deu um livro (rolo), o Corão ou Alcorão. Ele, então, sentiu que Deus lhe dava a missão de reformar as crenças, pôr termo à idolatria e às disputas religiosas do povo árabe, indicando a todos o caminho do céu. Diz ele que julgava-se perseguido por espíritos, quando, certa vez, a estranha voz lhe declarou: "Sou o anjo Gabriel e tu serás o apóstolo do Senhor".

-O-que-e-o-Islamismo

Daí para frente, pôs-se a pregar nova forma de religião: o "Islã" ou, em árabe, a Submissão, Dedicação à Vontade de Deus. Maomé apoiava-se na fé em um só Deus, Alá, criticando os cultos pagãos. Isso irritou a aristocracia de Meca, que o perseguiu. Transferiu-se, então, para a cidade de Medina na noite de 16 de julho de 622. Esse acontecimento ficou com o nome de Hidjra ou Hegira, Fuga, e marca o início da era maometana.

Em Medina, Maomé, apoiado pela população, fortaleceu-se e agrupou adeptos. Em 629, conseguiu entrar em Meca e tomou posse do famoso santuário desta cidade, "a Caaba", donde removeu os ídolos. Nos anos seguintes, foi dilatando o seu poder mediante guerras. Em 08 de junho de 632, morreu; mas já tinha conseguido unir os árabes e lançá-los, unidos, à conquista de numerosas nações com a prática da "guerra santa", Jihah, em nome de Alá.

Depois da morte de Maomé, os sucessores (califas = lugar-tenentes) conquistaram países vizinhos e distantes da Arábia. O Cristianismo foi altamente prejudicado pela expansão maometana. Os califas Abu Bekr (632-4) e Omar (634-44) conquistaram a Palestina, a Síria, o Egito e a Pérsia. Assim, os patriarcados cristãos de Antioquia (637), Jerusalém (638) e Alexandria (642) ficaram sob a dominação árabe. O Califa Othmam (644-56) mandou invadir também a Armênia, Chipre e o Norte da África (especialmente Cartago, grande centro cristão que caiu em 698). As tropas muçulmanas foram avançando para o Ocidente, atravessaram a Espanha de Sul a Norte e chegaram até Poitiers na França. Finalmente, os muçulmanos estabeleceram a sua capital ou a sede do seu Império no califado de Bagdad (750-1258). Na Espanha, ficaram sete séculos e só foram expulsos, em 1492, pelos reis católicos Fernando e Isabel.

Doutrina  Islâmica

As fontes doutrinárias do Islã são o código sagrado do Corão (em Árabe, recitação, declamação, recitado no culto) e a tradição oral dita Sunna. É uma religião monoteísta, reconhece um só Deus Criador, derivado do monoteísmo judaico-cristão. Maomé nunca se apresentou como o fundador de uma religião nova, e sim como o novo profeta de tradições mais antigas. A sua teologia é proveniente da antiga religião árabe, a religião israelita, professada por judeus residentes na Arábia. Daí Maomé tirou a base de sua orientação religiosa: existe um só Deus, que se foi revelando aos profetas da humanidade: Adão, Abraão, Moisés, Jesus Cristo e consumou a sua revelação por meio de Maomé, o maior de todos os profetas. Ele via em Jesus Cristo não o Filho de Deus feito homem, mas um profeta eminente. E tomou alguns dados do Cristianismo que conheceu em suas viagens. Venerava a Virgem Maria, "a única mulher que não foi tocada pelo demônio", diz o Corão.
Maomé se definiu como o continuador da religião de Abraão e de seu filho Ismael ( o povo árabe é descendente de Ismael, filho de Abraão e Agar). Para justificar sua independência religiosa, Maomé atribuiu a judeus e cristãos "o grande erro de terem falsificado os livros sagrados e o monoteísmo de Abraão e Ismael".

A moral maometana ensina cinco grandes deveres:

1) professar a fé – o maior pecado é a apostasia da fé ou a adesão à idolatria e ao paganismo; a bem-aventurança celeste é prometida àqueles que morrem na guerra santa;

2) orar cinco vezes por dia (ao amanhecer, ao meio-dia, pela tarde, ao pôr do sol, no primeiro quarto da noite), cumprindo-se, de cada vez, as abluções rituais prescritas;

3) jejuar durante o mês inteiro de Ramadã, desde o nascer até o pôr do sol diariamente;

4) dar esmola aos pobres, e também a obrigação de dar hospedagem momentânea seja a quem for e a qualquer hora;

5) peregrinar a Meca uma vez na vida.

O Corão autoriza todo homem a ter quatro esposas legítimas e tantas concubinas escravas quantas seus recursos financeiros lhe permitam. O conceito de guerra santa é central no Islamismo e foi responsável pela rápida propagação árabe nos séculos VII e VIII; morrer em batalha armada torna o maometano "mártir", ou seja, herói religioso. Aceitam a "predestinação", que marca para cada pessoa a hora da sua morte; isso muito concorreu para que os discípulos de Maomé se lançassem em guerras.

O Islã defende um regime de governo teocrático (poder exercido em nome de Alá), um poder religioso; como acontece hoje no Irã e no Paquistão.

O Corão foi capaz de inspirar uma piedade intensa e profunda; criou-se uma mística muçulmana, da qual dois grandes expoentes são Al-Hallaj († 922) e Al-Ghazali († 1111). Especialmente a corrente sufita dedicou-se ao cultivo da vida interior. A partir do século XII foram-se formando comunidades de sufitas ou derviches, que seguiam os ensinamentos dos grandes mestres; observavam regras de vida cenobítica, assemelhando-se às congregações religiosas do Catolicismo.

O islamismo é a religião que mais cresce no mundo: 15% ao ano. São hoje mais de 1,2 bilhão de pessoas (7 milhões só nos EUA). Uma em cada cinco pessoas na Terra é muçulmana, seguidoras do Islamismo.

O Islã não aceita a veneração de imagens nem música instrumental, apenas percussão, e não permite sexo antes do casamento. O ano muçulmano é medido pelas 12 revoluções completas da Lua em torno da Terra. Numa média, seu ano é 11 dias menor que o nosso ano solar.

Os muçulmanos sofreram uma cisão, como a que ocorreu entre católicos e protestantes. A divisão foi entre os sunitas e xiitas, que disputam o direito à sucessão de Maomé. Os sunitas representam 90% dos muçulmanos no mundo.


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/o-que-e-o-islamismo/

13 de novembro de 2015

Algo inédito sobre amor e sexo

Um jeito inédito de mudar nosso coração e nossa mente sobre amor e sexo

O que você pensaria se a Igreja Católica lançasse um material inédito sobre o corpo humano tendo como objetivo mostrar o quanto uma relação sexual pode levar a uma felicidade plena e a um êxtase sem fim? O que você acharia se a Igreja Católica falasse: "As regras agora são: ame e faça o que quiseres"?. O que você concluiria se essa Igreja escrevesse: "O verdadeiro amor é para todo mundo, ninguém pode ficar sem ele".

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Alguns pensariam que a Igreja Católica estaria se "pervertendo". "Desde quando ela se tornou uma editora de 'pornografia'? E onde já se viu um material sobre o corpo humano e relações sexuais com direito a felicidade sem fim? É o fim dos tempos mesmo!" Outros achariam que a Igreja está surtando e falando abobrinhas, beirando um delírio. Imagine se as pessoas levam a sério isso: "amar e fazer o que quiser!". O mundo viraria uma anarquia e uma nova Babilônia. Muitos, na certa, concluiriam que, de fato, a Igreja Católica está em fim de jogo com direito a prorrogação, tentando de tudo para conseguir adeptos. Pense: todo mundo é muita gente para ter um amor verdadeiro. Não dá! É propaganda enganosa. Por favor, chamem o PROCON!

Verdades mentirosas

Quero lhe dizer que já faz um tempo, um bom tempo, desde que Jesus se encarnou, que tudo isso já é verdade na Igreja Católica. Porém, foram nos confundindo sobre a verdade do homem e da mulher, sobre amor e sexo. Foram criando verdades mentirosas e separando o inseparável que, nessa Igreja, ficou com o papel de vilã da história. Separaram o amor do sexo e o sexo do amor, igualaram sexo a pecado e colocaram santidade contra desejos sexuais em uma arena de UFC. Posso lhe dizer que não só fizeram da Igreja Católica uma vilã como negaram ao homem o acesso e a vivência de um amor total e para sempre.

 

De uma maneira revolucionária, na década de 60 e 70, enquanto o mundo declarava Woodstock como lugar do amor livre, Karol Wojtyla tinha, na Igreja, o lugar onde se aprende a verdade sobre o amor e o quanto esse amor nos faz mais felizes e realizados. Depois, nos anos de 79 a 84, já como Papa João Paulo II, ele foi, a cada quarta-feira, gastando tempo para revelar ao homem o quanto amor e sexo, vividos de maneira verdadeira, conduzia-os a uma antecipação do que viveriam em plenitude no céu.

Manual de nossos desejos sexuais

Posso lhe dizer que esses anos foram testemunhas da confecção de um material inédito sobre o corpo humano, revelando-o (o corpo) como um lugar teológico, ou seja, como um lugar de encontro com Deus. A teologia do corpo (nome dado às catequeses de João Paulo II sobre o amor humano realizadas de 1979 a 1984 – total de 129 catequeses), de fato, é um manual de como nossos desejos sexuais são, na verdade, nobres e nos encaminham para o céu.

Os desejos sexuais foram colocados por Deus

Você deve estar se pensando: "Espera aí! Adriano, você está louco? Sempre lutei contra meus desejos, pensando que eram pecados e que eu tinha de reprimi-los; assim, deixaria Deus feliz! Mas, agora, você me diz que eles me encaminham para o céu?". Acalme-se, meu amigo! Os desejos sexuais, ou seja, a atração de um homem por uma mulher e de uma mulher por um homem foram colocados pelo próprio Deus, isso porque, na verdade, os dois revelam a imagem de Deus, que é amor. Logo, nossos desejos mais profundos são de amor, por isso não dá para tirar o amor do sexo. Então, você me pergunta: "Agora, viveremos tudo o que desejamos? Como você disse, "amar e fazer o que quiser"?.

Vamos devagar! Quando a Igreja, pela boca de Santo Agostinho, fala: "Ame e faça o que quiseres", na verdade, ela está nos chamando à essencialidade do amor. E olha que não só a definição do amor como também sua vivência andam bem desgastadas; como gasolina em posto "clandestino", estão "adulteradas" na concepção mundana.

O amor verdadeiro é total, livre, fiel e fecundo

Na Teologia do Corpo, quando o Papa fala de amor, ele o define com características bem concretas como "totalidade, liberdade, fidelidade e fecundidade", ou seja, o amor verdadeiro é total, livre, fiel e fecundo. Se amamos assim, podemos fazer o que quisermos, pois esse nosso querer baterá com o querer de Deus!
É preciso resgatar a riqueza que a Igreja Católica tem sobre a sexualidade humana, sobre o corpo, quem é o homem e a mulher. Nunca ela foi do contra, mas sim e sempre a favor de nossa plena felicidade.

Teologia do corpo é um material sobre o quanto podemos, merecemos e somos destinados a fazer do nosso corpo um caminho de verdadeiro prazer e condução para salvação de nossa alma. Dessa forma, em meio ao amor que requer sacrifícios, atingiremos o que nosso coração e o nosso corpo tanto anseia: o céu.

Neste e em outros artigos que escreverei, vamos, por meio de uma linguagem mais fácil, entrar na beleza da Teologia do Corpo. Vamos descobrir uma forma inédita de mudar nosso coração e nossa mente, vamos nos aventurar na riqueza de nossa sexualidade e afetividade vividas no plano de Deus, e, assim, teremos como resultado a liberdade e a plenitude do amor!


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/vida-sexual/algo-inedito-sobre-amor-e-sexo/

12 de novembro de 2015

O que é a maturidade afetiva?

O anseio da alma humana para o seu crescimento se expressa nessa contínua busca interior pela maturidade afetiva

Você já deve ter escutado, muitas vezes, a seguinte pergunta a respeito de uma pessoa que tem atitudes egoístas e impulsivas: "Será que fulano nunca vai crescer?".

São Lucas escreve em seu Evangelho: "E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens" (Lc 2,52). A exemplo de Cristo, precisamos trilhar um caminho de crescimento nas diversas áreas de nossa vida.

O que é a maturidade afetiva

O que é a maturidade afetiva?

Para a maturidade ser autêntica, a pessoa precisa amadurecer por inteiro. Quando falamos em maturidade afetiva, espiritual, humana, relacional, cultural, social entre outras, é por uma questão didática, porque, na verdade, a pessoa amadurece em todas as suas áreas. Alguém é maduro quando essas áreas começam a funcionar e a interagir de forma a nos levar para o bem de Deus e para o bem do outro.

Quais os passos para alcançarmos essa maturidade?

Você quer quantos passos? Vamos dizer seis, está bem? Primeiro passo: oração profunda. Como diz monsenhor Jonas Abib: intimidade profunda com Deus. Segundo passo: intimidade profunda com Deus. Terceiro passo: intimidade profunda com Deus. Quarto passo: intimidade profunda com Deus. Quinto passo [você mesmo diz!]: intimidade profunda com Deus. E o sexto passo nós dizemos juntos: intimidade profunda com Deus, porque é daí que vem a verdadeira estatura de Cristo.

Ser maduro é ser um homem [e uma mulher] na estatura de Cristo, como está escrito em Efésios 4. E isso só pode vir de Deus; ultrapassa a nossa capacidade humana, porque ainda que, humanamente, conseguíssemos ser maduros, se nós não formos também maduros na parte espiritual, nós não seremos autenticamente maduros e não estaremos na estatura de Cristo.


O que impede uma pessoa de caminhar para a maturidade afetiva?

Tantas coisas, não é? Eu acho que a ignorância, no sentido de ignorar a vontade de Deus. Ignorar que a vontade d'Ele é que nós sejamos santos é um empecilho muito grande! Outro empecilho bastante desafiador é a vida passada da pessoa, a falta de reconciliação com o passado. Isso impede, muitas vezes, a maturidade. Outra coisa é a falta de quem acompanhe e ajude a pessoa a ser madura. E eu dou graças a Deus, porque quem está "no carisma" – como nós – tem mais facilidade de ter uma caminhada.

E para quem é batizado e está na Igreja – como nós também como batizados – temos na própria Igreja todos os instrumentos necessários para ser maduros, pois ser maduro é ser santo. Então temos os sacramentos, a Palavra de Deus, o serviço ao irmão e a oração. Tudo isso, realmente, nos ajuda a tirarmos estes empecilhos.

Em que a maturidade dos afetos favorece, concretamente, a santidade de vida de uma pessoa?

Ser santo é amar a Deus acima de todas as coisas. Viver n'Ele. Viver para Ele. Viver d'Ele e ser inteiramente d'Ele. Aí está no que, concretamente, a maturidade influencia a santidade.

 

Maria Emmir Nogueira
Cofundadora da Comunidade Católica Shalom


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/cura-interior-2/o-que-e-maturidade-afetiva/

9 de novembro de 2015

Oração pelo casamento que está passando por problemas

Encontre na oração sentido e força para superar os problemas no casamento

Deus de amor, Pai querido, meu matrimônio está passando por um grande conflito, que parece interminável; e quando penso que essa fase está acabando, começa tudo de novo.

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Foto: Wesley Almeida/ cancaonova.com

Há dias em que as nossas conversas são como alfinetes, como espinhos na carne: tudo parece acusação e ofensa.

Todas as coisas tornam-se desconfianças, tudo que dizemos transforma-se em agressões verbais; tudo é motivo para retomar fatos e erros passados, e só vemos os defeitos um do outro.

Há momentos em que me pergunto se meu casamento vai sobreviver aos desafios que estou vivendo. Se o matrimônio é um pacto divino, por que é tão difícil evitar que a santidade do amor seja contaminada pela suspeita? Se nos comprometemos um com o outro no altar do Senhor, se prometemos amar um ao outro, na alegria, na saúde e na doença, todos os dias de nossas vidas, como, de repente, nosso relacionamento se transformou em brigas e indiferença?


Ajuda-me, Senhor, a  me lembrar de quando nos conhecemos, das maravilhosas qualidades que vimos um no outro, dos dons, carinhos e sonhos de um futuro de amor e amizade, da relação fundamentada no respeito, do passo a passo da construção de uma família maravilhosa, de todos os sonhos que sonhamos juntos, de sermos amparo um para o outro, da época em que não brigávamos nem discutíamos, de quando não nos ofendíamos mutuamente. Sei que é importante lembrar sempre dos momentos alegres e felizes que vivemos a cada dia, por isso vem, Senhor, reacender em meu coração essas memórias, a chama de amor que nos mantém vivos e unidos, dá-nos essa graça.

Ajuda-me, Senhor, a superar as dificuldades da convivência diária e a lembrar que fizemos a opção de partilhar a vida juntos, até que a morte nos separe. Ajuda-me a fazer a minha parte para honrar e manter meus votos.

Sei que muitos problemas poderiam ser resolvidos sem mágoa, sejam financeiros – problemas de gastar demais ou economizar demais, deixar as contas atrasarem, comprar sem necessidade – ou afetivos – a cobrança exagerada de atenção e demonstração de afetos, a implicância com defeitos comuns, a indiferença, a desvalorização do outro, a priorização do trabalho ou de bens materiais. Tudo se torna motivo de raiva quando nos esquecemos de que estamos unidos no amor de Deus. Liberta-me, Senhor, desses males!

Que eu me disponha a deixar passar os pequenos desentendimentos, que nada significam se comparados com as grandes bênçãos partilhadas em nosso relacionamento.

Ensina-me a confiar no meu cônjuge e em Deus nos momentos mais difíceis e amar nos momentos de desacordo; a silenciar diante das ofensas verbais e críticas; a acreditar; a resignar-me diante de um olhar de acusação; a compreender o outro diante das ameaças de abandono, de separação; a lutar pelo casamento quando o outro diz que não há mais amor, porque em Deus o amor jamais acaba.

Dá-me a coragem e serenidade para enfrentar as situações e sabedoria para buscar soluções. Dá-me a graça de saber perdoar, e que todo o ressentimento seja lavado de minha alma pelo Teu sangue redentor.

Hoje, descobri que o casamento perfeito não existe e quero aprender a lidar com as imperfeições a partir de agora. Quero viver cada momento do meu matrimônio de forma plena, sabendo que o relacionamento precisa sempre de um estímulo e de um esforço para vermos mais as qualidades do outro do que seus defeitos. Nós nos casamos para nos apoiarmos um ao outro e para juntos superarmos as dificuldades que sozinhos não éramos capazes de enfrentar.

Obrigado, Senhor, por me lembar de tudo isso, pois quero buscar minha reconciliação, colocar docilidade e respeito no relacionamento, pois o amor só sabe amar. O que estávamos vivendo era apenas uma afetividade, uma relação, um coleguismo, e não o relacionamento matrimonial que nos comprometemos a ter diante de todos, no altar.

Peço, Jesus, que arranque de minha alma as lembranças dolorosas, que coloque Teus anjos em minha casa e expulse daqui todo mal, toda desconfiança, toda agressividade e mal-entendimento, toda e qualquer força maligna. Se alguém desejou algum mal para nós, para destruir nosso casamento, seja por inveja, seja por magia negra, feitiço ou de qualquer outra forma, entrego-o em Tuas mãos, e que essas pessoas sejam por Ti abençoadas, assim como eu quero que seja o meu lar.

Que tenham a graça do Senhor em todos os lares. Amém!

Padre Vagner Baia – Sacerdote missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oracao-pelo-casamento-que-esta-passando-por-problemas/

6 de novembro de 2015

Conhecendo os Vicentinos


Nenhuma obra de caridade é estranha à Sociedade de São Vicente de Paulo, sua ação compreende qualquer forma de ajuda, por contato pessoal, no sentido de aliviar o sofrimento e promover a dignidade e a integridade do homem.

            A Sociedade não somente procura mitigar a miséria, mas também descobrir e remediar as situações que a geram, sendo assim, qualquer pessoa carente pode ser um assistido da SSVP, podendo se entender como carência não somente situação financeira, mas também, física ou espiritual.

            São geralmente assistidos da SSVP: famílias carentes economicamente, internos das Obras Unidas da Sociedade de São Vicente de Paulo, idosos, enfermos, etc..

 

 O que é feito?

A maioria dos assistidos da Sociedade de São Vicente de Paulo são famílias carentes economicamente, essas recebem das Conferências mantimentos, remédios, roupas, calçados, materiais escolares e em alguns casos até mesmo materiais de construção, de acordo com as possibilidades de cada conferência, uma vez que os recursos se originam principalmente das coletas realizadas durante as reuniões, bingos promovidos nas comunidades e contribuições de benfeitores.

            As Conferências também visitam semanalmente cada família assistida a fim de evangelizá-los, instruí-los como solucionar os problemas que lhes causam a pobreza e também para acompanhar o desenvolvimento dos mesmos, uma vez que o objetivo da SSVP, além da santificação de seus membros através da prática da caridade, é promover seus assistidos, isto é, o objetivo das Conferências é prestar um socorro temporário, e nesse período, auxiliar as famílias a recuperarem sua dignidade humana, em outras palavras, a SSVP não dá o peixe, ensina a pescar.

            O presidente da Conferência designa toda semana a cada um de seus membros qual (ou quais) família(s) deverão visitar até a próxima reunião. Esses vão até o lar de cada assistido conversam com as famílias, e principalmente, ouvem, fazem um momento de oração com os mesmos, havendo sempre a preocupação de não deixar que as famílias percam sua fé em Deus, apesar das dificuldades passageiras. Durante as visitas também são verificadas as necessidades materiais das famílias a fim de discuti-las e solucioná-las na próxima reunião da Conferência.

 

Como as famílias se tornam assistidas de uma Conferência?

A SSVP leva sua ajuda a quantos dela precisam, independentemente de raça, cor, nacionalidade, credo político ou religioso e posição social, desta maneira, qualquer um pode solicitar uma sindicância para sua casa ou de um terceiro a uma conferência.

            Feito isto, a Conferência visitará a casa da família que será assistida, a fim de identificar suas necessidades e preencher seus dados para que possa ser feito o acompanhamento caso a sindicância seja aprovada, em seguida os membros que realizaram a sindicância levam a ficha com os dados da família para a reunião, onde todos os membros, após ouvi-los e analisarem os dados da ficha, decidirão se a sindicância será aprovada ou não, somente em casos em que a família solicita ajuda material e se identifique que os mesmos realmente não necessitam é que uma sindicância é reprovada.

5 de novembro de 2015

Viúvo: entenda como não viver na solidão

Professor Felipe Aquino testemunha como ser viúvo e não viver a solidão

Fiquei viúvo há três anos. Nunca antes eu tinha pensado como seria a minha vida sem minha esposa, depois de 40 anos casados e quatro de namoro e noivado. No fim da vida, ela me disse que tinha medo de me deixar sozinho.

Quando já dava para pressentir que sua morte estava próxima, depois de um câncer de seis anos, fui pedindo a Deus que me preparasse para viver a viuvez. Cada vez mais, em minhas orações, eu pedia ao Senhor que me desse a graça de aceitar toda a vontade d'Ele e pudesse continuar a viver para Ele. Penso que essa seja a primeira coisa que um viúvo precisa fazer: aceitar a vontade de Deus, pois é Ele quem conduz a nossa vida e sabe o que é melhor para nós a cada dia. Nessa fé, é preciso entregar a Deus e agradecer – claro que com lágrimas! – o cônjuge querido que Ele nos deu como um presente durante tantos anos. O que melhor cura a ferida que fica na alma é entregar a pessoa ao Senhor, agradecendo a Ele todo o tempo bom que essa pessoa esteve ao nosso lado.

Viúvo entenda como não viver na solidão
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Em nossa fé, precisamos oferecer a Deus as Missas e as indulgências pela alma da pessoa amada que agora reza por nós. Eu procuro fazer isso todos os dias. Às segundas-feiras, vou ao túmulo dela levar minha prece e uma flor.

É preciso também viver para a família. No meu caso, são cinco filhos, um genro, quatro noras e onze netos (agora, mais um a caminho). Eles precisam de nós e suprem a falta da pessoa amada. Nunca dei tanto valor a uma família numerosa como agora. Antes de ela morrer, disse aos filhos: "Cuidem do seu pai!". Então, todo cuidado comigo agora é pouco.

Não cair na solidão, depressão e tristeza

Deus nos dá a chamada "graça de estado" para que possamos viver bem cada etapa da vida; de modo especial, eu sinto essa graça de estado da viuvez, que me ajuda a viver como Ele quer. No meu caso, faço isso com uma vida intensa na Igreja, na Canção Nova, escrevendo livros, pregando, dando formação e aulas, viajando pelo Brasil etc. Prefiro não buscar um novo casamento.

Sinto em Deus que é melhor eu viver o celibato e uma vida meio parecida como de um monge da cidade, meio mergulhado no barulho. No meu "eremitério" isolado, partilho minha vida com o Senhor, com os familiares e amigos. Sempre estou mobilizado para ajudar algum deles. Isso dá um grande sentido à minha vida e não me deixa cair na solidão, depressão ou tristeza.

Não buscar satisfação sexual de maneiras pecaminosas

É claro que não é fácil viver sem uma esposa, sem a vida sexual com a qual estávamos acostumados; mas a graça de estado nos ajuda. O viúvo não pode ficar buscando satisfação sexual de maneiras pecaminosas; seja por pornografia ou outros meios. Deus nos chama a viver a castidade em qualquer estado de vida, casado ou solteiro. Isso é mais difícil para o homem do que para a mulher, mas, com a graça de Deus, os sacramentos da Igreja e a oração, é possível. É preciso consagrar-se a Nossa Senhora e a São José, os patronos da castidade, e seguir o conselho de Jesus: "Vigiai e orai!". O viúvo, então, que não deseja se casar, tem de fazer uma oblação a Deus do seu estado de vida.

Sei que nem todos os viúvos podem ou querem viver assim; então, a Igreja autoriza que se casem novamente, desde que o façam na Igreja, recebendo o sacramento do matrimônio. Sabemos que a morte extingue o vínculo matrimonial, então, o viúvo é solteiro novamente. São Paulo disse: "A mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Mas se morrer o marido, ela fica livre e poderá casar-se com quem quiser, contanto que seja no Senhor" (1 Cor 7,39). "Quero, pois, que as viúvas jovens se casem, cumpram os deveres de mãe e cuidem do próprio lar, para não dar a ninguém ensejo de crítica" (I Tm 5,14)". "Mas a que verdadeiramente é viúva e desamparada, põe a sua esperança em Deus e persevera noite e dia em orações e súplicas" (1 Tm 5,5).

São Lucas nos mostra o caso daquela bela viúva de 84 anos, Ana. Ela, com o velho Simeão, adoravam o Menino Jesus. Depois de ter vivido sete anos com seu marido, desde a sua virgindade, ficara viúva; agora, com oitenta e quatro anos, não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. (cf. Lc 2,37).

Ajudar no Reino de Deus

Li na internet, no site acidigital.com, em 3 de maio de 2012, que na Espanha, um viúva de 70 anos, de Valença, mãe de três filhos e avó de cinco netos, entrou para um convento de irmãs franciscanas Clarissas contemplativas (fundada em 1212 por Santa Clara de Assis), onde fez votos perpétuos. Seu nome religioso é Célia de Jesus; antes de se consagrar, ela vivia para ajudar os pobres. Seus filhos e netos assistiram. Muitas viúvas se tornaram santas e ajudaram muito o Reino de Deus: Santa Isabel de Hungria, Santa Isabel de Portugal, Santa Angela de Foligno, Santa Luzia, Santa Paula, Santa Brígida; Santa Rita de Cássia, Santa Helena etc. Essas mulheres foram muito importantes para a Igreja.

Não enterre sua vida dentro de casa

Portanto, os viúvos não têm que enterrar as suas vidas apenas dentro de casa.
Sei que muitos viúvos e viúvas não desejam um segundo casamento; então, é preciso continuar a viver bem. Para os que são cristãos, fica sempre a oportunidade de ajudar os filhos e a família, especialmente se já não precisam trabalhar profissionalmente. Nossos filhos e netos precisam de nossa ajuda. A vida moderna é dinâmica e exige muito deles; então, se temos tempo, é um bom serviço prestado a eles e a Deus.

A Bíblia fala muito das viúvas e de como Deus as ama. Um exemplo é o caso da viúva de Naim, e Jesus ressuscita seu filho (cf. Lc 7,12). Vemos o caso maravilhoso da viúva Judite, que salvou o povo de Israel de um massacre: "Judite ficara viúva havia três anos e meio" (Jd 8,4). "Despiu o seu vestido de viúva, para consolação dos que sofriam em Israel. Ungiu o rosto com essência perfumada…" (16,7), e que assim salvou o seu povo da morte.

Para a Igreja não existem aposentados

Uma coisa importante a entender é que, na Igreja, não existem aposentados nem desempregados. Sempre há trabalho no Reino de Deus para quem quer "servir ao Senhor com alegria" (Sl 99,2). Os viúvos e viúvas são pessoas maduras, muitos têm uma boa formação intelectual e podem ajudar a Igreja nas pastorais, sobretudo no batismo, na primeira comunhão, crisma e matrimônio. Os viúvos não podem "enterrar os seus talentos"; pois Deus vai nos cobrar isso. A Igreja precisa de nossa experiência, nossos lábios e mãos. Quando nos colocamos à disposição de Deus, para servi-L, logo Ele nos dá um trabalho adequado à nossa condição. E isso nos faz felizes.

Hoje, posso dizer que trabalho ainda mais do que no tempo que eu não era ainda viúvo; pois hoje tenho mais tempo para as coisas de Deus. E isso me dá forças, alegria e vida.
O tempo da viuvez, em que normalmente se têm mais tempo, é uma oportunidade de viver mais a vida espiritual, aproveitando o silêncio e a meditação. Nunca como hoje eu posso me dedicar a isso; pois sem isso não é possível servir a Deus com alegria e eficácia. Jesus disse: "Sem Mim nada podeis fazer" (Jo 15,5). Então, gaste seu tempo estudando a Bíblia, meditando com bons livros, fazendo caridade a quem pode, etc.. Se as pernas do corpo já não são ágeis, lembre-se de que o espírito não tem pernas. Este é o melhor tempo para nossa vida espiritual crescer.

Por que desfalecemos?

São Paulo nos dá um ensinamento preciso na Carta aos coríntios: "É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia" (2 Cor 4,16). O mais importante é que nosso espírito cresça para Deus; pois todos nós vamos um dia para Ele. É verdade que, nessa idade, os sofrimentos podem aumentar por causa da idade avançada, mas o apóstolo também nos lembra que "a nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, proporciona-nos um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem . Pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas". (2 Cor 4,17).

Afinal, todos nós temos de nos preparar para a morte, que não é uma tragédia, mas um encontro com o Senhor que nos ama. Santa Teresinha dizia: "Eu não morro, entro para a vida". A Carta aos Hebreus nos lembra uma coisa muito importante: "Procurai a paz com todos e a santidade sem a qual ninguém pode ver o Senhor" (Heb 12,14). Isso quer dizer que ninguém entra no Céu sem ser santo; pois Deus é Santo, Santo, Santo. Então, devemos aproveitar essa bela idade dos cabelos brancos para buscar com mais determinação a santidade que nos abre as portas do céu.

Cuidado com a saúde

Eu cuido da minha saúde para viver bem. Faço ginástica, caminhada, ouço boas músicas, alimento-me bem para poder estar saudável e servir melhor a Deus e aos outros, não apenas para viver mais.

Agora, é tempo de rezar mais, eliminar os pecados que ainda não vencemos (soberba, orgulho, exibicionismo, gula, ira, inveja, maledicência, mentiras…) e amar mais as pessoas, porque a "caridade é o vínculo da perfeição". Não há nada mais triste do que um ancião sem juízo ou um jovem sem alegria.

Caminhão de mudança atrás do enterro

Nada podemos levar para a outra vida; então, é tempo também de desapego das coisas materiais, do dinheiro. O Papa Francisco disse um dia que nunca viu um caminhão de mudança atrás de um enterro. Então, esse é um tempo, como disse Jesus, de "dar de graça o que recebemos de graça" (Mt 10,10).

Qualquer que seja o nosso estado de vida, podemos ser felizes se vivermos em Deus e para Deus.


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/testemunhos/viuvo-entenda-como-nao-viver-na-solidao/

3 de novembro de 2015

Amor e a sexualidade humana

No contexto humano descubra a sintonia entre amor e a sexualidade

Falar de amor e de sexualidade significa abordar uma única realidade em dois ângulos, os quais, pela sua realidade, envolvem uma dimensão essencial da vida humana.

O amor gera na pessoa decisões, atitudes e reações. O amor virtude é uma realidade que envolve a vida toda, pois não se ama, porque se deve amar, mas porque o amor se torna uma realidade que faz com que a pessoa seja mais humana. À medida que vamos crescendo, nos descobrindo e nos aprofundando em nossa vida, percebemos que somos seres que se relacionam, e que a solidez da nossa própria vida depende, em grande parte, das relações que estabelecemos.

Amor e a sexualidade humana
Ao longo da história da humanidade, constatamos que o caminho a ser realizado por cada pessoa está marcado pelas suas constantes mudanças. De fato, faz um tempo que se fala em mudança de época devido à crise de sentido que envolve, em primeiro lugar, a vida da própria pessoa.


Amar, então, é um dos maiores desafios, pois fazer com que o amor seja conhecido e vivenciado pelas pessoas exige maturidade e compromisso. Aqui entra a sexualidade.

Se afirmarmos que a sexualidade afeta diretamente toda a vida humana, em nós haverá uma força imensa que nos conduzirá a viver esse amor. Cada ato humano, destinado a desvendar o verdadeiro "ser" da pessoa, leva consigo essa força e, precisamente por isso, a pessoa decide amar.

Relacionamento sadio

A sexualidade é feita para o amor, razão pela qual ela não pode ser prostituída nem manipulada. Quando o amor se fortalece, é capaz de sustentar relações que dignificam e deixam a vida mais harmoniosa. Quando somos crianças, vivemos um amor puro, dócil e inocente; à medida que vamos nos tornando adultos, essas qualidades do amor em nós não deveriam desaparecer nem serem trocadas, mas cada vez mais fortalecidas. A pureza vivida no amor nos permite vivenciar a dignidade. A docilidade nos abre o caminho para um relacionamento sadio; a inocência evita que tratemos os outros como objetos. Amor e sexualidade são, mais uma vez, uma única realidade, com a qual cada pessoa fortalece sua vida e revela o seu íntimo.

Dignidade da pessoa humana

São João Paulo II afirmou em suas catequeses sobre o corpo: "O amor humano, quando fortalecido no amor divino, perpassa a vida da pessoa a ponto de fazer dela uma verdadeira construtora de relações sólidas e sadias". Nossa sexualidade vivida no amor faz que com que cada um sinta a necessidade de comunicar aos outros a beleza de uma corporeidade aceita, de uma personalidade amadurecida e de uma vida moral bem aventurada. Vamos proclamar, sem medo, a evangelização do amor e da sexualidade de forma tal que sejamos todos artífices da sociedade do amor, para a qual o Papa Paulo VI nos convocou alguns anos atrás, cujo ponto de partida é a dignidade da pessoa humana.


Padre Rafael Solano

Sacerdote da Arquidiocese de Londrina. Reitor do Seminário Maior Paulo VI. Professor da PUC – PR.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/amor-e-a-sexualidade-humana/